Expulsos, perdidos e encontrad
Capítulo 5: Expulsos, perdidos e encontrados
[N/A: eu sei que o título saiu meio idiota, mas é que eu tava sem idéias]
-Qual é o resultado do exame? –o Malfoy perguntou.
-Sinto muito. –e sua expressão realmente dizia isso agora –Foi uma pancada muito forte. É um milagre ela estar aparentemente bem agora. O choque provocou uma hemorragia interna irremediável. Dentro de algumas horas, talvez no máximo dois dias, ela estará morta.
Lágrimas rolaram incansavelmente pelo rosto de Gina. Ela não podia acreditar naquilo, não queria acreditar! Como é que depois de um acidente esquiando, ela seria privada de sua vida? Ficou numa expécie de transe melancólico e só acordou dele, quando viu Draco agarrar Wagner pelo jaleco branco e empurrá-lo:
-Por que você está fazendo isso seu maldito?!? Por quê?!? Fale a verdade agora mesmo! EU ESTOU MANDANDO!!!!! –e socou o estômago dele.
-PARE, DRACO! –Gina gritou, o puxando –Eu vou morrer, temos que aceitar.
-NÃO! –Draco gritou –VOCÊ NÃO VAI MORRER, GINA! ESSE IDIOTA ESTÁ MENTINDO!
Gina sorriu condescendente para o marido. Ele a amava e não conseguia aceitar a verdade. Não conseguia sequer pensar em viver sem ela, não era isso?
-Draco, você está tornando as coisas mais difíceis. Não faça isso, por favor.
-Pare com isso, Virgínia. Eu sou legiminente. Se eu digo que ele mentiu, é porque mentiu. Fale a verdade de uma vez Shünder ou nunca mais terá um paciente sequer. O pai da Gina é Ministro da Magia na Inglaterra e conhece muito bem o daqui...
-Tudo bem, Malfoy. Você ganhou, eu estava mentindo. A verdade é que ela precisa cuidar desse galo na cabeça e teve muita sorte por não ter acontecido nada grave.
-Por que você mentiu? -a ruiva perguntou, parando de chorar, mas com uma expressão muito chateada –Acha divertido brincar com a saúde dos outros? Isso não é coisa que se faça.
-Era apenas uma brincadeira. Desculpem-me. É que vocês pareciam o casal perfeito quando entraram por essa porta. Eu tive inveja, já que hoje de manhã eu e a minha mulher tivemos uma briga feia e ela ameaçou me deixar. Mas eu juro que ia contar a verdade antes que fossem embora. Foi muita canalhice minha querer roubar a alegria de vocês, me sinto profundamente envergonhado por isso. A consulta sai de graça. Agora me deixe curar esse galo na sua cabeça. –e bateu a varinha levemente na cabeça de Gina –Pronto, agora é só tomar um remédio pra dor-de-cabeça e repousar. Você tem algum remédio?
-Tenho sim. –Gina afirmou.
-Adeus. –Draco e Virgínia disseram, ele com raiva e ela ressentida.
Saíram o mais rápido possível do lugar, já na rua ela disse:
-Foi um alívio saber que era mentira. –confessou –Draco, me abraça. –ela pediu e ele fez –Eu não quero ficar longe de você.
-Calma, meu amor, já passou. Quer voltar para o hotel?
-Sim, mas primeiro vamos na chocolateria, lembra que eu queria?
-Está bem. –ele respondeu e então foram.
Draco comprou para Gina uma cesta grande com variados tipos de chocolate.
-Eu também quero comprar coisas pra você, meu gatinho.
-Não precisa. –ele se apressou em dizer.
-Ora, o que é que tem, Draco? Eu quero.
-Tá bom... –ele concordou.
Gina comprou uma garrafa de licor de chocolate e uma caixa de bombons recheados com licor de morango. Colocou na mesma sacola que Draco segurava a cesta.
-Gostou do que comprei? –ela perguntou.
-Como não gostaria? Você compra exatamente o que eu gosto.
Voltaram para o hotel e o recepcionista disse:
-Suas malas foram retiradas do quarto em que estavam, são essas aí do lado.
-Como é que é? Eu exijo falar com o gerente dessa espelunca! –Draco se irritou.
O recepcionista foi chamar o gerente.
-Fica calmo, Draco. Deve ser apenas um mal entendido.
-Mal entendido? Eu não quero saber!
Nessa hora o gerente chegou:
-Sou Yohan Straussen, o gerente...
Draco o cortou:
-Disso já sabemos. O que quero saber é que palhaçada é essa de deixar as nossas malas na recepção.
-Recebemos várias reclamações sobre a conduta dos senhores.
-Reclamações?!? De quem? Eu e a minha esposa não fizemos nada de mais.
-Vários hóspedes do mesmo andar que os senhores disseram que fizeram um escândalo gigantesco ontem à noite.
Gina ficou vermelha. O gerente estava falando de quando eles tinham brigado.
-Eu e a minha mulher tivemos um pequeno desentendimento, foi apenas isso.
“Pequeno? Imagina um grande...” o gerente pensou.
-Pequeno desentendimento?!? Foram ouvidos por mais de 10 pessoas.
-Olha aqui, Hans não sei das quantas, só tem fresco por aqui. Vai me dizer que nunca brigou com a sua mulher?
-É Yohan Straussen e eu e a minha mulher não fazemos escândalos.
-Eu esperava mais de um hotel 5 estrelas, Strauss.
-É Straussen.
-Que seja. O que estou querendo dizer é que não esperava ser tratado como um lixo! Eu sou genro do Ministro da Magia Inglês!
-Não me interessa se é genro do Ministro da Magia Inglês, Americano, Francês ou do Papai Noel. Nem que fosse o filho mais amado de Merlin. Tenho que zelar pelo bem estar dos meus hóspedes.
-Johane, você não sabe como ser gerente nem de uma pocilga. O que dirá de um 5 estrelas! Se é que se pode chamar isso aqui de 5 estrelas. Não deve se indispor nunca com hóspedes que alugam a suíte presidencial.
-É Yohan! E não venha me dizer que não sei ser gerente. Trabalho aqui há 20 anos e ninguém nunca reclamou.
-Sr. Straussen, queira desculpar o meu marido, ele está um pouco alterado.
-Não se intrometa, Virgínia. O assunto é entre mim e o Scrausse.
-Basta! O sr é surdo? É Yohan Straussen!!!!! A sua mulher devia estar bêbada quando casou com você!
-E a sua deve ser totalmente cega pra não ver o idiota que é! Quem se casaria com um Gohan Scrauss que é um imbecil?!?
-Ô seu retardado mental, o meu nome é Yohan Straussen. Muito melhor que o seu ridículo nome! Draco Malfoy é uma mistura mal feita de latim, um língua morta, e francês, a língua dos frescos e viados. Estou expulsando-o daqui!
-Ora seu! –e Gina segurou-o –Não, eu é que não fico aqui nem mais um segundo. Vai pro inferno junto com essa espelunca! Nunca mais boto os pés nessa droga!
Eles pegaram as malas e saíram pra fora do hotel.
-Draco, olha o que você fez. –Gina reclamou –Se não tivesse insultado o cara, poderíamos ter continuado com o quarto.
-Não diga nada sobre isso, Virginia. –Draco disse, estreitando os olhos perigosamente.
-O que é que nós vamos fazer então, Draco?
-Eu vou comprar um carro, aí a gente procura outro hotel.
Draco perguntou para um transeunte, se havia alguma agência de automóveis por ali. O homem disse que eles deveriam descer reto. Gina e Draco desceram reto, por 50 minutos e a essa altura, Gina abençoava o fato de sua mala ter um feitiço de leveza.
Draco comprou o carro mais barato que tinha, já que não pretendia usá-lo após a lua-de-mel, e pagou à vista. O carro era compacto (até demais) e era amarelo.
As malas e o que compraram na chocolateria ficaram no banco detrás. Draco sentou-se no banco do motorista e Gina no do passageiro.
O loiro arrancou, como sempre, cantando pneu e foram descendo os Alpes:
-Draco, tem certeza que sabe andar por aqui? –ela perguntou cautelosa, já que ele estava extremamente irritadiço.
-Eu tenho um bom senso de direção, querida. –respondeu, ainda mal humorado.
“Assim espero.” A ruiva pensou.
Cada vez que o loiro achava um hotel à beira da estrada, ele entrava para perguntar se tinha vagas ou então quando via a placa de algum hotel na estrada, ele seguia até lá. No entanto, a resposta era sempre a mesma: Sem vagas.
-Será que eles não têm vagas mesmo ou foi o maldito gerente que avisou a todos para dizerem isso?!? –o loiro explodiu após a 25ª tentativa malsucedida.
-Calma, meu amor. No próximo deve ter. Olhe aí essa placa, outro hotel, virando à direita à 20 min de carro. Vamos experimentar?
-Claro. Não temos outra coisa pra fazer mesmo.
Após 20min pararam em frente ao hotel. Já era noite. Draco desceu e voltou alguns minutos depois com uma expressão assassina.
-Deixa eu adivinhar... –a ruiva começou, mas foi cortada.
-Sem piadinhas, Virgínia.
Draco arrancou mais uma vez:
-Você faz isso de propósito, não?
-O quê?
-Cantar pneu.
-Talvez...de qualquer jeito, é a minha marca registrada quando se trata de dirigir.
Começou a nevar. Eles fecharam totalmente as janelas e ligaram o ar condicionado. Após um bom tempo:
-Tá ruim pra você dirigir com a neve, Draco? Se quiser, eu posso dirigir no seu lugar, deve estar cansado...
-Está sugerindo que eu não sei dirigir na neve?
-Não, querido, não foi isso. –ela corrigiu.
-Não minta, Virgínia. –Draco disse, olhando pra ela e apontando o dedo indicador.
-DRACO, OLHA PRA ESTRADA!!! –gritou e nesse mesmo instante um grande caminhão vinha de encontro à eles.
Draco virou o volante e tirou o carro da pista, mas acidentalmente, acabaram por atingirem uma grande concentração de neve.
-Gina, você está bem? –ele perguntou, preocupado.
A ruiva tinha os olhos arregalados e a boca aberta:
-Acho que estou...-respondeu vagamente.
O Malfoy se debruçou sobre o volante:
-Oh droga! O que eu fiz pra merecer isso?!? –indagou e se impulsionou contra o assento do carro com toda força.
Como ele ainda estava segurando o volante ao fazer isso, o mesmo saiu na mão dele:
-MALDIÇÃO! –praguejou com raiva e então como num passe de mágica, sua voz tornou-se calma –Ok, ok. –disse, olhando para a neve do lado de fora do vidro. Aliás, neve era a única coisa que se via ao olhar pela janela, uma parede maciça de gelo –Amanhã...cavaremos para sair.
-Você não sabe o quanto eu estou feliz em ouvir a frase “cavaremos para sair” na minha lua-de-mel. –comentou sarcasticamente.
-Não reclame, Virgínia. Eu não quero discutir.
-Não reclamar?!? Se estamos aqui com o carro atolado na neve até o teto, a culpa é toda sua. Duplamente sua. Disse que sabia dirigir na neve e se não tivesse brigado daquela forma com o Yohan Straussen, não teríamos sido expulsos e conseqüentemente não teríamos de passar a noite dentro de um carro apertado no meio da neve.
-Oh, me desculpe Virgínia se eu não tenho a mesma capacidade diplomática que o queridinho dos seus pais tem. –ele alfinetou –Por que se casou comigo se queria um homem que soubesse lidar com gerentes medíocres?
-Não me venha com essa agora. Se eu quisesse saber como seria exatamente cada dia da minha vida, eu me casaria com o Simas.
-E não quer ter essa vida tranqüila?
-Não. O nosso amor é como uma bomba preste a explodir e isso é maluquice, mas é incrível. Ah não, você tinha que ter sido daquele jeito com o gerente, Draco? Olha a situação em que estamos...
-Você nunca vai me perdoar por isso, não é Virgínia? Arruinei a nossa lua-de-mel. –murmurou, parecendo chateado.
Gina fez cara de pensativa, então respondeu:
-Claro que te perdôo. E de jeito nenhum você estragou a nossa lua-de-mel. Aposto que nenhuma das minhas amigas passou por isso, elas diriam que seria uma situação excitante...
-É mesmo? –o loiro perguntou, fazendo uma cara maliciosa.
Virgínia encarou-o e leu os pensamentos dele, sorriu:
-Guarde esses pensamentos lascivos para si mesmo.
-Mas por quê?
-Olha o tamanho desse carro, Draco. Nem tem espaço. Pra começar teremos que dormir sentados nos bancos.
Ele fez uma cara de garoto que perdeu o presente de natal:
-Nós não damos sorte, hein?
-Não significa que não podemos nos divertir um pouquinho. Que acha de uma festinha com chocolate e licor?
-No mínimo interessante... –ele respondeu.
Gina tirou o cinto de segurança e virou-se para pegar no banco de trás o que tinha comprado para o marido. Ela abriu a caixa de bombons, desembrulhou um e disse:
-Abre a boca, gatinho.
Draco abriu a boca e pegou o chocolate dos dedos dela, lambendo-os. O Malfoy fez uma cara de deleite ao experimentar o chocolate.
-É tão bom assim? –ela perguntou, rindo-se da satisfação que ele demonstrava.
-Muito bom. –ele disse –Chocolate puro com recheio de licor de morango com pequenos pedaços da fruta. Quase tão delicioso quanto um orgasmo.
Ela ficou vermelha pela comparação que ele havia feito e resolveu provar um. Era mesmo uma delícia, um dos melhores, se não o melhor chocolate que já havia provado.
-E então? Aprovado?
-Hum, hum. Tenho que dizer que eu escolhi realmente muito bem. –Gina comentou.
Draco encostou seus lábios nos dela e passou a língua por eles, sentindo o sabor do chocolate. Tirou o gorro que ela usava e passou a alisar os cabelos rubros flamejantes enquanto beijava os lábios dela lentamente. Ela pegou as mãos dele e segurou-as até ficarem quentes:
-Agora sim, você pode alisar a minha pele. –disse, passando uma mão dele pelo rosto dela.
Draco sorriu debochado:
-A sua autorização facilita as coisas, Sra. Malfoy. –disse e tirou o cachecol branco que ela usava.
Ele passou a beijar o pescoço dela, primeiro de leve e depois mais insistentemente. Ela fechou os olhos e arrepiou-se, uma sensação que ela sabia que nada tinha a ver com frio...Suas mãos enterraram-se no cabelo dele, explorando os fios macios, massageando a nuca dele. Uma lamúria escapou de seus lábios e ela agarrou o casaco que o marido vestia.
-Não...Pára, Draco... –e ela afastou-se dele relutantemente.
-O que foi, moranguinho?
-Você é irresistível. Esse é o problema.
Draco sorriu com orgulho:
-Eu digo o mesmo.
-Mas nesse espaço é ruim, Draco. Eu não quero acordar quebrada. Podemos fraturar algum osso ou distender algum músculo, sei lá. Sabe como é, a gente não costuma ter aquela sorte extremamente favorável, não é mesmo?
-E aonde você quer chegar?
-Me ajude a resistir...
-Ou então?
-Ou então a gente para por aqui mesmo.
Ele suspirou:
-Eu te ajudo. –concordou –Prometo que não irei tão longe.
Gina sorriu:
-Você é o melhor marido do mundo.
-Assim você me deixa mal acostumado. –ele respondeu e bateu duas vezes com a varinha na rolha da garrafa de licor.
Tomou metade em poucos goles e ofereceu para Gina que tomou um pouco também. Assim que acabaram com a bebida, seus corpos se aqueceram. Comeram mais alguns chocolates. A ruiva tirou o casaco de Draco e enfiou suas mãos por debaixo da blusa de lã e da camisa que ele vestia, acariciando o tórax e a barriga dele. O loiro não deixou por menos. Tirou a jaqueta que ela usava e suas mãos foram parar sob o pulôver e a camiseta. Acariciava-lhe desde a cintura até os seios, fazendo-a suspirar e arrepiar-se. Ao sentir Gina o arranhando, Draco mordeu o lábio inferior e uma corrente elétrica passou por seu corpo, passou os braços em torno da cintura dela, puxando-a para bem perto de si e beijou os lábios dela de forma provocante.
Virgínia sentiu vontade de beijar o corpo dele inteiro e não somente os lábios, portanto separou suas bocas e começou a beijar o pescoço dele.
Os lábios rosados e macios de Gina junto com a ponta de sua língua, estavam fazendo um estrago no autocontrole de Draco. O loiro perdeu a compostura, gemendo abafadamente.
Ela procurava às cegas um zíper para abrir a calça dele, mas logo percebeu que não havia zíper. Suas mãos foram para dentro da calça dele e Draco queria possuí-la ali e agora, mas tinha prometido a ela que...
Utilizando-se de todo senso racional que ainda tinha (o que não era muito àquela situação), afastou a mulher de si e ela compreendeu que estavam indo longe demais:
-Obrigada, Draco. –ela agradeceu, ficando corada.
Para ser sincera consigo mesma, Virgínia já não agüentava mais ficar sem fazer amor com ele. Seu corpo não mais pedia, implorava e suplicava com todas as forças. No entanto, essa era mais uma das situações em que Gina estava agindo pela razão e não por seus instintos carnais, ou seja, ela não se deixou sucumbir ao desejo de senti-lo unido a si.
“Calma, Gina! Tá certo que ele é gostoso, você o ama e tudo mais...Mas controle-se! Nenhum de nós gostaria de ter que voltar ao Shünder para consertar ossos ou algo do tipo. É simplesmente impossível num lugar desse tamanho.” Ela pensou, lutando corajosamente contra o desejo de mandar sua razão às favas e jogar-se nos braços do Malfoy, inteiramente nua.
-Eu acho melhor a gente dormir. –ela sugeriu.
-Tem certeza de que é por causa do tamanho desse carro? –ele perguntou desconfiado.
Gina ficou vermelha ao ter que explicar:
-É sim, Draco. Você sabe como a gente precisa de espaço...Pode ter certeza de que é por isso. Eu não agüento mais resistir. Eu olho pra você e...ah, você sabe.
-Não sei, não. –negou, divertido.
-Sabe sim o que estou querendo dizer. O comburente de Virgínia Weasley...ops, Malfoy é exatamente Draco Malfoy.
Ele sorriu:
-Me sinto lisonjeado por ser classificado como seu comburente. Posso dizer perfeitamente que você é o meu, moranguinho. O meu sangue ferve nas veias. O meu corpo arde de desejo em fazer amor com você. –disse a olhando de maneira provocante.
-Pare de se fazer de gostoso! –ela reclamou.
-Eu não preciso fingir, eu sou gostoso.
-Tem razão. –ela ponderou –Mas se podia ter qualquer mulher, por que justo eu? Por que a caçula Weasley que você já maltratou tanto? Eu sou baixinha perto de você, sou desengonçada, desastrada, atraio má sorte, pago micos, fico bêbada fácil e só faço besteira nesse estado, tenho sardas, um gênio terrível, instável, explosivo e imprevisível. Por Merlin, eu sou a mulher problema!
-Não se diminua assim, Virgínia. Malfoys não se diminuem. Será que terei que te dar aulas de como se portar?
-Mas você não negou nada do que eu disse. –fez beicinho.
Draco deu um selinho nela:
-Porque eu adorava te irritar, me divertia te ver a ponto de explodir de raiva. Mas eu comecei a adorar outras coisas em você. E daí o que você falou? Melhor ser mais baixa que eu, já pensou se fosse o contrário, não é esteticamente bonito. Além do mais, você não é tão baixa assim, é que eu tenho quase 1,80m. Você não é desengonçada, é meiga e delicada, a não ser quando está nervosa. Você não atrai má sorte e nem é tão desastrada assim, o Longbottom, ele sim é. Pagar micos, acontece com todo mundo. Quanto a ficar bêbada fácil, eu não vou te deixar beber demais ou então eu vou fazer um feitiço para que fique sóbria, tá? As suas sardas são bonitinhas, eu gosto delas em você. O seu gênio terrível eu posso domá-lo, não é mesmo?
-Mas eu nem sou tão bonita assim...Não perto de algumas mulheres com quem você já ficou.
-Você é linda, Virgínia.
-Não sou não. –ela teimou.
-Os seus cabelos são sedosos e brilhantes. O seu nariz é delicado, os seus lábios são carnudos e tem um formato sensual. Os seus olhos me dizem tudo o que eu preciso. A sua pele é cheirosa e perfumada, assim como seus cabelos. O seu corpo é perfeito. Curvas lindas, coxas bem torneadas e seios fartos.
-São médios. -ela o corrigiu.
Draco sorriu malicioso:
-Eu vi muitos, na minha concepção são fartos, mas sem exagero. Exatamente como eu gosto.
Gina corou ao lembrar-se de como ele gostava de beijar seus seios:
-Eu sei que você acha que eu sou...-e corou mais ainda –gostosa... –acrescentou sem jeito –Mas não é só pelo meu corpo que você se sente atraído.
No fundo, a ruiva sabia que só estava tendo coragem para ter aquele tipo de conversa, porque bebera um pouco.
-Claro que não. E aí está a diferença. Você não é uma casca vazia como a maioria das mulheres com que saí. Você tem personalidade, Virgínia, e é única.
Gina sorriu:
-Eu me sinto poderosa por ser a única que conseguiu fazer você se apaixonar.
-E eu me sinto envergonhado por ser submisso desse jeito.
-Não me diga que não é feliz por amar e ser amado.
-É lógico que sou. Mas me assusta o quanto a minha felicidade depende de você.
-Eu compreendo. –e segurou a mão dele –Te conforta saber que também dependo de você para ser feliz?
Draco a abraçou:
-Eu mataria por você.
-Não quer que eu encare isso como uma declaração de amor, quer?
-Bem...
-Eu não quero que mate ninguém, Draco. Eu sou auror, mas nunca tive que matar ninguém. Isso facilita colocar a cabeça no travesseiro a noite e me sentir em paz.
“Você é a minha paz e ao mesmo tempo o meu tormento.” O loiro pensou contraditoriamente.
-Gina...Me desculpa. É a nossa lua-de-mel e estamos perdidos no meio da neve.
-Estamos juntos nessa, isso é o que importa. –ela disse, aconchegando-se nos braços dele –Boa noite, Draco. –e fechou os olhos.
-E você acha que é assim? –perguntou e abaixou a cabeça, encontrando os lábios dela.
Beijaram-se longamente, até que o loiro interrompeu e disse:
-Agora sim. Boa noite, Gina. –e fechou seus olhos também.
Dormiram abraçados e tranqüilamente.
Na manhã seguinte, Draco foi o primeiro a acordar, mas não queria abrir os olhos. A sensação de ter o corpo da ruiva entre seus braços era maravilhosa demais para se mover dali. Ficou mais um tempo assim, pensando.
“O que a Gina faria se eu contasse que tentei matar o irmão dela? Será que ela me perdoaria? Foi apenas um momento de raiva, eu não queria seriamente matá-lo e eu ainda levei ele pro St. Mungus...Mereço o perdão dela. Mas a Gina é tão imprevisível...E se ela quisesse se separar de mim?!? Não, isso não. Não posso permitir que isso aconteça e ela vá para os braços do desgraçado do Finnigan. A Gina é minha mulher, apenas minha. Eu sou o único homem que já a possuiu e ela me ama. Droga! O que eu faço?!? Eu queria muito contar pra ela. Odeio ficar escondendo alguma coisa dela. Mas eu receio como ela pode agir ao saber do que escondo...”
Gina se mexeu nos braços dele, mas sem acordar. O loiro finalmente abriu os olhos e percebeu que tinha sede. Pegou sua varinha e conjurou uma garrafinha com água, tomando de bom grado o líquido cristalino. Para sua surpresa, ela acordou:
-Bom dia, Draco.
-Bom dia, Gina. Quer água?
-Sim, obrigada. –ela disse e bebeu vários goles.
[N/A: Tomar água logo que acordar é um dos meus costumes...]
Draco pegou a garrafinha e colocou-a no porta-luvas. Gina colocou seu cachecol e luvas:
-Coloque o seu casaco antes de sair, Draco. –ela avisou.
-Não precisa, Gina. –disse e abriu o vidro.
A parede de gelo continuava ali, ele empurrou a neve e conseguiu abrir um buraco, pelo qual passou e ajudou a esposa a sair também. Estavam praticamente na beira de um abismo não tão fundo, mas também não de pouca profundidade, havia uma estrada lá embaixo.
-Estou com frio. –ele reclamou.
-Eu disse para colocar o casaco.
-Sobe. –ele disse, de frente pra ela.
-O quê?
-Engancha as pernas na minha cintura. Como a gente costuma fazer, sabe?
Com a ajuda do vento cortante suas bochechas ficaram bem rosadas, mas ela fez o que ele disse e o abraçou. Perceberam então a linda paisagem. Uma montanha coberta de neve ao longe, com um vale embaixo:
-Que paisagem esplêndida. –Draco comentou –Eu ficaria aqui o resto da viagem.
-Por mim tudo bem. –ela comentou vagamente.
Um carro ia passando pela estrada.
-Hey, você aí! Pára! –Draco gritou para o carro, mas a velhinha que estava ao volante, nem percebeu.
O Malfoy então atirou bolas de neve no carro, acertando o vidro traseiro. O carro parou e veio voltando de marcha ré:
-Deu certo, Gina. –ele comentou satisfeito consigo mesmo.
Mas a satisfação logo transformou-se em raiva. A velhinha deu a ré até acertar o carro deles e empurrá-lo para a queda. A seguir mostrou o dedo do meio pra eles e arrancou.
-Eu não acredito nisso! –o loiro disse colocando Gina no chão –Velha maldita! Se eu tivesse a minha varinha agora ela ia ver só! Falando em varinha...oh não! Porra! Elas estavam dentro do carro.
-Calma, Draco. –a ruiva tentou acalmá-lo –Vamos dar um jeito, querido.
-Que jeito?!? –perguntou furiosamente.
-Não sei. Alguma hora alguém vai ter o bom senso de parar e perguntar o que estamos fazendo aqui.
Draco não se atreveu a falar, não confiava em quantos insultos podiam sair de sua boca, limitou-se a lançar um olhar incrédulo para o aparente otimismo da esposa.
Ficaram cerca de três horas esperando, até que um caminhão (por sorte deles, tipo guincho) ia passando e eles fizeram gestos frenéticos e gritaram para que parasse. O motorista parecia ter meia idade e um jeito despreocupado:
-Fala inglês? –Gina apressou-se a perguntar, já que um diálogo em alemão irritaria mais ainda o seu marido.
O homem fez que sim:
-Estão com algum problema? Eu posso ajudá-los? –perguntou com forte sotaque alemão.
-Sim, por favor. –a ruiva disse.
-Uma velha maluca jogou o nosso carro lá embaixo. O Sr. poderia guinchar o nosso carro e nos dar uma carona?
O motorista fez que sim:
-Entrem, nunca se sabe quando precisará de ajuda, por isso é sempre bom ajudar o próximo.
Draco ajudou a mulher a subir e depois subiu também. A cabine era espaçosa.
-São turistas?
-Sim, nós somos. –o loiro respondeu curto, mas o mais polidamente que o seu mau humor permitia.
-Vieram com seus pais ou são namorados em viagem de férias?
-Somos casados e estamos em lua-de-mel. –Gina respondeu de boa vontade.
-Nossa, mas parecem tão novos para estarem casados. –o homem admirou-se.
Draco amarrou a cara e nada disse, tampouco a ruiva falou algo.
Ao chegarem onde o carro estava, Draco viu que ele estava bem amassado e os vidros todos quebrados pelo impacto da queda. Tirou todos os pertences dele e de Gina de lá (inclusive as varinhas, sorte não terem quebrado). O carro foi guinchado para a parte traseira do caminhão. Entraram novamente na cabina do motorista, mas dessa vez com suas bagagens para segurar.
Pegaram a estrada mais uma vez e Gina disse:
-Eu acho que devíamos voltar pra casa, a nossa lua-de-mel está arruinada.
-Não fale desse modo, Virgínia. Ainda não acabou. Nós podemos consertá-la.
-Duvido. Não se deu conta do que aconteceu até agora? Apenas problemas! Nós brigamos. Fomos expulsos de um hotel cinco estrelas. Tivemos que ir ver o Shünder por causa da minha queda e ele ainda mentiu pra gente, deixando você mais nervoso. Não encontramos nenhuma outra vaga por mais que procurássemos. Ficamos presos na neve dentro de um carro minúsculo e tivemos que dormir nele. Depois uma velha que deve no mínimo ter fumado um baseado, empurrou o carro abaixo com todos os nossos pertences. Isso não é uma lua-de-mel! –revoltou-se.
Por incrível que pareça, Draco não perdeu a cabeça:
-Nós estamos juntos. Isso pra você não basta?
-Olha, Draco...Eu não agüento mais! Numa lua-de-mel devíamos estar hospedados num maravilhoso hotel com um ótimo serviço de quarto e um champanhe de primeira. Não está dando nada certo. NADA ESTÁ CERTO POR AQUI! NA NOSSA LUA-DE-MEL DEVÍAMOS NOS DIVERTIR E FAZER AMOR. A GENTE NEM FEZ AMOR AINDA! –o motorista assoviou -E AÍ NÓS ESTAMOS AQUI GRITANDO UM COM O OUTRO. QUER DIZER, EU ESTOU GRITANDO COM VOCÊ E...
-CALMA! –e ela se calou –Não fique desesperada desse jeito. Eu prometo que vamos fazer tudo o que você disse. Vai dar tudo certo. –ele garantiu.
-Promete? –perguntou timidamente.
-Mas é claro que sim, Gina. –Draco disse e logo após isso espirrou.
-Saúde. –a ruiva desejou.
-Obrigado. –retrucou.
Draco espirrou novamente:
-Está gripando, senhor?
-Não. –o loiro respondeu de má vontade –Tem lenço de papel ou equivalente?
-Sim. Dentro do porta-luvas.
Draco pegou uma caixa de lenços de papel e assou o nariz. Gina pegou uma sacola que também estava dentro do porta-luvas:
-Jogue aqui dentro. –e ele o fez.
Nos minutos seguintes, o Malfoy continuou espirrando e assoando o nariz:
-Droga! –ele praguejou –Por que eu fui ficar resfriado justo agora?
-Eu disse pra você se agasalhar. –Gina o lembrou –Não quer colocar um casaco e cachecol?
-Não. De que adianta isso agora? O mal já está feito.
-Mas e se você piorar?
-Eu não vou piorar, Virgínia. –Draco replicou.
-Ser orgulhoso não é bom. –o motorista comentou.
“Quem é você pra falar de mim, cara? Você acabou de me conhecer, idiota!” o loiro teve vontade de dizer, mas se conteve.
Espirrou mais uma vez.
-Eu não quero que você fique doente, Draco. Por favor.
-Pare de ser chata, Virgínia. É apenas uma crise de renite alérgica, nada mais.
-Alergia a que, então? –ela quis saber.
-Não sei.
Resolveu parar de discutir ou poderia realmente ficar zangada com a teimosia dele. Era melhor evitar brigar com ele ou só pioraria as coisas.
-Para onde estão indo? –o motorista perguntou após um tempo.
-Para qualquer aeroporto. –Draco respondeu.
-Hum? –Gina perguntou confusa –Nós vamos voltar pra casa?
-Não. Vamos para Veneza.
-Mas, Draco, as diárias no hotel estão marcadas para apenas daqui a uma semana.
-E? –perguntou, revirando os olhos.
-Não há quartos disponíveis. –respondeu como se fosse óbvio, o que de certa forma irritou o loiro.
-Tem que haver algum. –insistiu.
-Bem... –Gina pensou em voz alta.
-O quê? –o Malfoy perguntou na defensiva.
-Nada não.
Os olhos cinzentos estreitaram-se, lembrando a Gina que ainda restavam vestígios do velho Malfoy, mesmo que ele a amasse:
-Não me venha com essa, Virgínia. –disse secamente –Começou, agora termina.
-Você não vai gostar de ouvir, Draco. Então nem vale a pena falar sobre isso. –ela tentou se justificar, internamente implorando que ele não insistisse mais.
O rosto de Draco estava inexpressivo e o seu tom era perigosamente suave, quando disse:
-Você não vai me enrolar, Virgínia. –e encarou-a profundamente, tentando radiografar seus pensamentos –Sabe que eu vou ficar sabendo mais cedo ou mais tarde. Vai me deixar saber por livre e espontânea vontade...?
“Ou eu vou ter que ler os seus pensamentos?” acrescentou mentalmente, deixando que ela lesse.
Gina engoliu em seco, seria pior se, sem querer, certos pensamentos inoportunos passassem por sua mente e ele ficasse sabendo...simplesmente de seu “pequeno deslize” com Simas.
A ruiva suspirou:
-Ótimo. Se é assim que você quer, eu digo. Mas depois não me culpe quando ficar bravo.
-Então diga de uma vez. –cobrou, já sem paciência.
-O Simas uma vez comentou que é sócio de um hotel em Veneza e que se algum dia eu precisasse...
-Não! –Draco a cortou –Eu não quero favor nenhum daquele canalha. Prefiro pedir pro Potter e olha que eu odiaria fazer isso.
-Mas pelo que eu saiba o Harry não poderia...
-Foi apenas suposição. –o loiro interrompeu novamente e sua voz estava um pouco anasalada.
Gina ignorou isso, já viu que não adiantaria dizer que no mínimo Draco estava resfriado, ele negaria, é claro. Então pensou em voz alta:
-Bem...Se o Harry não, quem pode ser....Já sei!
-Quem? –o loiro perguntou entediado.
-Papai.
-Não. –Draco disse calmamente.
-Por quê? –ela perguntou, chateada que ele tivesse recusado mais uma idéia dela.
-Vamos tentar resolver isso por nós mesmos, está bem? Eu não gostaria que sua família soubesse que a nossa lua-de-mel não vai muito bem, seria ponto pra eles.
-Mas...
-Olha, se não pudermos dar um jeito nisso, usaremos a influência do seu pai. Concorda?
A ruiva fez que sim. Quando percebeu que nenhum dos dois continuaria a falar, o motorista disse:
-Não posso deixá-los num aeroporto, desvia a minha trajetória, mas se quiserem, posso deixá-los numa cidade em que podem pegar um ônibus para ir até o aeroporto.
Eles fizeram um sinal de que estava tudo bem e continuaram mudos, como se tivessem medo que as palavras pudessem causar novos desentendimentos.
Depois de várias horas seguidas de viagem, chegaram a cidade em que o motorista do caminhão os deixaria. A cidade se chamava Lucerna e quando chegaram lá, era quase 8h da noite. O caminhão parou na entrada da cidade:
-O que eu faço com o carro? –o motorista perguntou.
Draco apanhou um punhado de dólares e entregou a ele:
-Faça o que bem entender.
-Muito obrigado, Sr. Malfoy. –ele agradeceu –A Sra. Malfoy tem sorte de ter um marido tão generoso.
Esse comentário encheu o ego de Draco, mas Gina perguntou:
-Nós dissemos nosso nome?
-Sim. – o motorista disse –Logo quando entraram.
-Eu não me lembro. –o loiro afirmou.
-Ele deve estar certo, Draco. Você conseguiu trocar o nome do gerente daquele hotel várias vezes...
-Ei, o que está insinuando? Eu fiz aquilo de propósito.
-Sei...De qualquer forma muito obrigada. –ela disse, descendo com Draco e seus pertences.
O caminhão partiu. Estava frio. Gina tirou um casaco pesado da mala do marido e forçou-o a vestir:
-Precisamos achar a rodoviária. –o loiro comentou.
-Não. Precisamos achar um lugar pra dormir, Draco.
-Mas todos os lugares que...
-Não procuramos por aqui, vamos tentar. –Gina encorajou e ele cedeu.
Virgínia abraçou-o pela cintura e então seguiram em meio a noite fria de aspecto ventoso.
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