50 Receitas



Rony estava sentado à janela do dormitório dos rapazes. Era uma ensolarada manhã de sábado e o Salão Comunal estava vazio. Todos os outros alunos do 6º Ano estavam nos jardins comemorando o fim dos exames. Mas ele não tinha ânimo para festas, queria apenas ficar sozinho, remoendo os acontecimentos das últimas semanas.

Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda a dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar

Por que Hermione fizera aquilo, era a questão que mais o atormentava. Ele podia se lembrar daquela tarde como se fosse ontem. Os dois, sob um dos ramos de visco colocados nos corredores… O beijo… Ele, finalmente, criara coragem para dizer o que sentia. Mas ela saíra correndo, pasma, e passada uma semana, durante a qual não falou com ele, começara a sair com Cormac McLaggen. O ruivo nunca odiara alguém tanto quanto ele odiava o outro grifinório. Seu rival, tanto no Quadribol como com Hermione, fazia questão de que a escola toda soubesse sobre ele e Hermione, chegando ao cúmulo de beijá-la em meio ao Salão Principal, sob os protestos da mesma.
E agora, olhando para os dois sentados à margem do lago, Rony usava as lembranças para alimentar o seu ódio e sua dor.

Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisão
Só pra te enlouquecer, até você me pedir perdão

Não conseguia mesmo entender Hermione. A única explicação que recebera dela fora:
“ — Rony, nós não podemos!”
“ — Mas eu te amo!”
“ — Ronald, nós somos amigos! Isso acabaria com a nossa amizade!”
Desde então não lhe dirigira a palavra. Ele entendia as razões dela e até tentara esquecê-la, saindo com outras garotas, fazendo outras coisas. Harry tentara muitos meios de o distrair, mas nada havia resultado. Sempre que ele via uma pilha de livros ou quando Bichento vinha se enroscar em suas pernas, ele se lembrava dela. E os milhares de ramos de visco pendurados pelos corredores afora também não ajudavam muito.

Eu já ouvi cinquenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Por que tudo, tudo me trás você
E eu já não tenho pra onde correr

Foi subitamente tirado de seus pensamentos pelo barulho de uma porta se abrindo. Era Harry.
— Rony, te procurei pela escola inteira! – O que era uma mentira descarada, pois Harry bem sabia que o amigo estaria ali. – Nós vamos jogar uma partida de Quadribol e precisávamos…
— Não to afim, Harry.
— Bom, - Insistiu o garoto. – No fim da tarde vai acontecer um campeonato de Xadrez e eu pensei que você…
— Hoje não dá… - Rony respondeu, laconicamente.
— Cara, isso não vai te ajudar em nada! – Gritou ele, desistindo de fingir que estava tudo bem. – Não é assim que você vai mudar a decisão dela!
— Ela me odeia… - Murmurou o ruivo, caindo sentado na cama de Simas. – Ela me odeia…
— Ela não te odeia! Pelo contrário, só não quer estragar a amizade de vocês com um namorico.
— Namorico, Harry? Namorico?! Ela é o amor da minha vida! Eu faria tudo por ela!
— Não parece… - Respondeu Harry, tentando parecer desinteressado. – Afinal, ta deixando ela ficar com o McLaggen…
— Ele não estão juntos por que eu quero, ta legal?!
— Então fala com ela!
— Eu… Eu não posso…
— Ok, Rony, eu já entendi. Você é um covarde. – Disse Harry, em tom que de quem encerra a conversa.
— Eu sou o que?! – Perguntou o ruivo, se levantando da cama.
— Isso mesmo que você ouviu. Um covarde que não é capaz., sequer, de brigar pela garota que ama.
— Você não sabe o que ta falando! Você não tem ideia de como é… E eu não sou nenhum covarde. – Resmungou, com as orelhas escarlate.
— Ah, é? Então prova…
— Argh… Sai da frente! – Proferiu o ruivo, empurrando o amigo e correndo para fora do castelo.
— Finalmente! – Disse Harry, indo se posicionar na janela, onde podia ver com clareza Cormac deitado aos pés de Hermione, que o escutava com ar entediado.

Rony chegara correndo, mais vermelho que o habitual, dizendo, ofegante.
— Hermione, preciso falar com você!
Com um pulo a garota se levantou, obrigando McLaggen a se erguer também.
— Err… Claro, Ronald, pode falar.
— Hum… A sós, pode ser?
Antes que o outro garoto pudesse questionar, Mione gritou.
— Cormac, suma daqui. Mais tarde falo com você.
Se olharam e ambos sabiam que não haveria um “mais tarde”. A contragosto, ele voltou para o castelo, resmungando.
— Ok, Ronald, pode falar agora.
Pela primeira vez na vida, Rony foi direto ao assunto.
— Mione, me dá uma chance de…
— Escuta aqui, Ronald! – Interrompeu ela, corada. – Se você veio até aqui só pra me pedir isso, pode ir embora. Sua insistência só mostra que você é imaturo, inconsequente e…
— Apaixonado por você. – Ele completou, calmamente. – Por favor, me dá só uma chance de provar que eu mereço seu amor!

O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos beijos, nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi, aprisionado em sua teia

— E se der tudo errado? – Ela perguntou. – Se isso estragar tudo?!
— Você nunca vai saber se não tentar…
Ele se aproximou, ficando à uma distância tão pequena que podia sentir a respiração dela misturar-se com a sua própria.
— Rony, você tem certeza?
— Por Merlim, Hermione, eu sonho com esse momento há cinco anos, não estraga tudo justo agora…

O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraço protetor
É o que vai me faltar, o que fazer do meu amor

Harry não pode conter um sorriso ao ver os amigos se beijando. Com que então eles haviam, se entendido! Nesse momento, a porta do dormitório se escancarou e Cormac entrou, bufando. Antes mesmo de Harry abrir a boca, ele gritou.
— Não quero papo, entendido, Potter?
— Como quiser, McLaggen… Mas eu, se fosse você, não chegaria tão perto da janela…
Contrariando o conselho de Harry, Cormac pregou o nariz ao vidro e pode ver Rony e Hermione se beijando. Saiu pisando duro e bufando mais alto ainda.

— E então? – Murmurou Rony, quando finalmente se afastaram.
— Quem sabe você tenha razão… - Respondeu Hermione, sorrindo. – Sabe, por mais que eu tentasse, não conseguia esquecer o gosto do seu beijo…
— Nos últimos dias, tudo o que eu tentei fazer foi te esquecer também…
— Por favor, não tenta isso nunca mais… - Ela sussurrou, antes de voltar a beijá-lo.

Eu já ouvi cinquenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Por que tudo, tudo me trás você
E eu já não tenho pra onde correr




[N/A]Ok, ok.... Eu sei q ta fraquinho e tudo mais, mas é a minha primeira songfic^^ Tava ouvindo Leoni de madrugada e me veio essa idéia, espero, pelo menos, q ñ esteja mto entediante ^^
Visitem minha outra Fic: "The Goblet of Fire . A Second Vision"
Bjinhos....

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Comentários (2)

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