Decisão embaraçosa...
Capitulo 10
Quando os quatro amigos chegaram á enfermaria naquela noite. Dumbledore, a professora McGonagall e a enfermeira já lá estavam.
O Director de Hogwarts olhou-os de forma circunspecta e contemplativa e depois falou:
- Bom eu chamei os quatro aqui pelo seguinte....vou precisar da vossa ajuda...- Explicou olhando Rony, Mione e Harry.-...para podermos curar Gina.
- E nós vamos ajudar.- se comprometeu Harry.
- Sim.- Mione concordou
- Minha irmã você pode contar connosco.- Rony afirmou com ênfase.
- o que vai acontecer comigo?- perguntou Gina , segurando com força o braço da amiga.
- Vai correr tudo bem minha querida...- acalmou Mione comovida.
- Agora já podemos começar...- declarou Dumbledore.-...Gina...você vai beber uma poção do sono que a enfermeira lhe vai dar.
- Mas eu...?- o pânico tomava conta dela novamente.-...Eu tenho receio que ...
- Não tenha medo...vai ver que amanhã de manhã se sentirá bem melhor.- Harry ajudou.
- Essa poção vai fazer você dormir directo sem sonhos e sem pesadelos.- a professora Minerva declarou com um sorriso.
- Verdade?- os olhos da jovem se iluminaram.
- Sim pode confiar.- a enfermeira piscou o olho se aproximando com o copo.- Agora beba...
- 0.k.- Gina assentiu mais convencida, enquanto bebia o liquido azulado duma vez só.
- Agora se não se importa...você vai ter que deitar naquela cama do meio junto á janela. E você Harry ficará na cadeira a seu lado.- o velho Mago instruiu devagar.-...Rony e Mione, aguardem aqui junto da professora McGonagall.
- Está bem...- assentiram quase em uníssono.
Gina atravessou a Ala hospitalar, dum jeito nervoso e confuso ao mesmo tempo, seguindo as instruções do director. Harry fez o mesmo e se colocou no seu lugar, observando a jovem Weasley tirar os sapatos , se inclinar sobre o colchão fofo e deitar a cabeça sobre a almofada imaculadamente branca.
- Agora Harry quero que segure a mão dela.
- Está bem senhor.- ele assentiu enquanto entrelaçava os seus dedos nos dela.
- E você Gina , fixe os olhos de Harry e depois vá fechando os seus devagar.- o velho mago falou calmamente, enquanto observava a jovem fazer o que ele mandava.-...relaxe...se deixe levar pela sonolência...- a voz do director entoava suavemente.
- Sim...- murmurou num fio de voz, sentindo as pálpebras fecharem.
Em poucos segundos a jovem caiu num sono profundo e Dumbledore suspirou satisfeito.
- Agora vocês dois venham cá!- chamou baixinho, observando os dois jovens resolutos ficarem próximos deles.- vocês vão ter que revezar Harry aos poucos...ele é meio-sangue tal como Voldemort...e por isso a melhor forma de combater o feitiço do senhor do mal. Será através da ligação física....
- Como assim?- Mione questionou abalada.
- O Senhor do Mal não conseguirá manipular a mente de Gina , porque fisicamente, ela está ligada á sua mistura mágica e não mágica.
- Não entendo...- comentou Rony com ar tolo.-...como é que podemos revezar Harry se nem eu nem Mione somos meio-sangue?
- Precisamente...- o velho Mago sorriu.-...Você e Mione pegarão numa das mãos de Gina, um de cada lado....E sua irmã continuará em contacto com aquilo que Harry representa. Dum lado o sangue não mágico dos pais de Mione e do outro lado o sangue dos seus pais feiticeiros puros. A ligação dos dois mundos, o mágico e o não mágico que Voldemort e Harry representam, ou seja a mistura dos dois sangues.
- Começo a perceber...mas tenho mais uma pergunta.
- Diga então...
- Até quando vai ser necessário fazer este acompanhamento nocturno?
- Até descobrirmos a cura certa para a maldição que atacou sua irmã...porque existem pragas, com grandes semelhanças, mas com soluções de cura bem diferentes.
- Entendo...- Rony assentiu coçando a cabeça.
- Agora você e Mione vão deitar naquelas duas camas do fundo e daqui a pouco trocam com Harry para ele poder descansar também.
- Está bem…
- Harry até daqui a pouco.- Mione falou para o amigo.
- Tudo bem. – ele agradeceu com um sorriso.
- E não durma sentado.- Rony gracejou seguindo atrás de Mione.
Mas se a noite transcorreu da melhor forma possível, já a manhã começava com Gina a acordar cheia de dores no abdómen, no peito e com tonturas que a impediram de andar durante uma hora e meia. Agudizando assim a preocupação da Enfermeira , de Dumbledore e dos três amigos que observavam impotentes e consternados.
- Gina eu gostaria que me definisse esse seu mau estar ?
- Depois que Voldemort invadiu meus sonhos, minha mente ...- Gina declarou dolorosamente abatida.- a cada manhã as dores e as náuseas aumentam. Hoje foi o dia pior, mais doloroso e infernal. As picadas no meu peito pareciam agulhas em brasa.
- E neste momento como se sente?
- Agora estou bem, mas me sinto como se tivesse andado a correr. Já consigo andar normalmente mas estou terrivelmente cansada, o coração parece bater de forma preguiçosa e o corpo está pesado.
- Enfermeira você acha que pode ser o que estou pensando?- Dumbledore alvitrou com o rosto perturbado.
- Suponho que sim senhor. Os resultados dos exames e dos sintomas são esses... inteiramente irrefutáveis. Não há que enganar. – confirmou com voz afectada.
- Meu Deus...- o velho Mago murmurou abalado, trocando um olhar com Harry.
E as suas palavras, foram em grande parte abafadas pelos passos apressados que cruzavam a Ala hospitalar. A professora Minerva chegava acompanhada por Artur e Moly Weasley.
- Mãe! Pai!- Gina esticou os braços abraçando a senhora Weasley.
- Minha querida, o que se passa com você que ultimamente só atrai azar?
- Deixe a nossa filha respirar Moly.- Artur falou beijando a jovem com carinho e depois se afastou para cumprimentar o filho e o resto dos presentes na Ala hospitalar.
Alguns minutos depois da troca de carinho e de conversarem com a filha. , Dumbledore se aproximou dos pais da jovem.
- Precisamos conversar.- o velho Mago intercedeu junto do senhor Weasley.
- Mas professor mesmo agora chegámos.- declarou Moly.
- Você terá o resto do dia para estar com sua filha.- anunciou Minerva com um sorriso.
- Claro que sim.- a enfermeira completou.- além disso Gina, Harry, Rony e Mione precisam de se trocar e tomar o pequeno almoço.
- Moly eles têm razão...- Artur Weasley falou compreensivo.
- É muito importante!- acrescentou Dumbledore com ar grave.
Cerca duma hora depois , Harry , Rony , Mione e Gina estavam sentados a fazer a primeira refeição do dia.
Porém Harry, pressentia que a conversa de Dumbledore com os pais de Gina, não era tão simples ou descontraída como aparentava ser. Não conseguia deixar de pensar no olhar do velho Mago naquela manhã, perante o amanhecer exaltado de Gina e os sintomas da jovem. Que denotavam uma preocupação aterradora, que não lhe passou despercebida no momento em que os Weasley chegaram.
Gina estava silenciosa espenicando uma torrada. Com ar abatido. O seu rosto e corpo já reflectiam um certo emagrecimento, parecendo definhar de dia para dia. E era angustiante a sua insipiência face ao desenrolar misterioso da maldição.
Rony e Mione cruzaram o olhar com o dele e ambos pareciam reflectir sobre o mesmo problema, reagindo com um desalento impotente difícil de disfarçar.
- E se fôssemos visitar Hagrid?- Rony propôs.- Ele me falou que recebeu umas criaturas mágicas novas e que queria nos mostrar.
- Que boa ideia!- Mione concordou tentando animar o grupo.- Gina você vem connosco não vem?
- Claro que sim!- sorriu calorosa.
- O dia está lindo.- Harry concordou motivado com a animação da jovem.- Assim aproveitamos e apanhamos um pouco de Sol.
- Oi...- Luna cumprimentou sorridente se aproximando da mesa da Grifinória.
- Vamos visitar Hagrid...quer vir connosco?- Gina convidou com simpatia.
- Quero sim...ouvi dizer que ele adquiriu um unicórnio de crina prateada.- Assentiu entusiasmada, com uns enormes brincos a bambolear nas orelhas.
- Posso ir com vocês?- perguntou Nevile muito corado.
- Com certeza que pode. Hagrid vai ficar muito satisfeito com a nossa visita. – Harry anuiu mais relaxado.
E tal como era esperado, Hagrid recebeu-os com um enorme sorriso. E estava tão encantado com os elogios dos garotos, que os deixou soltar o unicórnio, num terreiro plano, mais amplo que o cercado. Para que eles o vissem galopar livre ao sabor do vento. A animação foi enorme , de tal forma que o meio gigante dispôs de alguns torrões de açúcar , para que o unicórnio viesse comer nas mãos deles de forma doce e meiga.
Durante esse momento, os problemas e as inquietações foram esquecidos. E até mesmo Gina tinha as faces rosadas.
Artur e Moly Weasley, foram ao encontro deles duas horas mais tarde e Harry verificou que a senhora Weasley parecia ter estado a chorar.
- Harry...- Artur Weasley chamou segurando o seu ombro.
- Sim?
- Dumbledore precisa conversar com você.- informou com voz embargada.- Ele está esperando por você no escritório dele.
- Está bem...- assentiu olhando os colegas.-...mas...
- Pode ir, eu aviso eles.
- Obrigado senhor.
Durante a caminhada até ao Castelo de Hogwarts, Harry começou a ficar preocupado. O aspecto tenso dos Weasleys , parecia evidenciar algo terrível, que estava prestes a ser revelado. E na verdade Dumbledore, parecia bastante nervoso , quando o recebeu e o mandou sentar na cadeira de frente para ele.
- O senhor queria falar comigo?
- Sim...- O velho Mago assentiu com o rosto sério, olhando por cima dos óculos em forma de meia lua.
- Suponho que o assunto se relaciona com a situação de Gina.
- É...verdade.- pigarreou conturbado.- Mas não sei de que forma lhe hei-de apresentar o assunto.
- A julgar pelo seu olhar afligido pressinto que é grave....- murmurou ansioso.
- De certa forma sim Harry.- O director coçou a barba inquieto e se mexeu na cadeira agitado.- E vou precisar da sua maturidade mais do que nunca, para podermos ajudar Gina.
- Diga logo senhor, antes que a minha ansiedade acabe comigo.
Dumbledore respirou fundo e depois olhou-o nos olhos.
- Voldemort colocou uma maldição em Gina que a está a enfraquecer dia após dia. Se chama a “Praga da Inocência”.
- E...?
- Ele sempre foi um feiticeiro brilhante...e uma prova do seu poder foi esse Diário com o qual ele induziu Gina e a manipulou de forma a cometer aquelas atrocidades malévolas...
- Sim...mas....?
- O espírito mágico de Inocência de Gina foi trespassado pela maldade infernal e obscura...Contudo nós sabemos que ela conseguiu suplantar e ultrapassar essa escravatura mental a que estava submetida. E não foi só dessa vez que ela o fez.... agora Gina voltou a repetir essa proeza ao se recusar adormecer para que ele não lhe invadisse a mente....Por duas vezes aos onze anos e agora aos quinze, Voldemort trespassou os seus sentidos poderosos para usufruir deles e chegar até você, só que Gina bloqueou esse encantamento fatal...E ao fazê-lo desencadeou no seu sangue de Feiticeira Pura, um feitiço que corrói, quem já foi possuído duas vezes durante a idade da sua “pureza virginal”...o qual a vai extinguindo aos poucos, até lhe roubar todo o seu “ser”.
- O senhor quer dizer que Gina vai morrer?!...- Gritou chocado.
- Sim...e...Não...- o velho Mago murmurou afectado.-...existe uma solução para impedir que isso aconteça.
- Então do que estamos á espera?
- Esta decisão só pode partir da sua parte.
- Da minha parte?- Harry perguntou abalado.
- Sim...
- Então me explique, pois estou disposto a fazer seja o que for...
- Tem a certeza?
- Absoluta.
- Então escute com atenção Harry...isto jamais se deve propor a alguém nestas condições e na vossa idade....- Dumbledore disse nervoso.
- Fale logo senhor!
- Está bem...como lhe expliquei, o corpo virginal de Gina está a ser consumido pelo Toque do Mal...para que possa haver um equilibrio interior da sua constituição, ela terá que perder a inocência com o garoto que ela ama de verdade.
- Mas isso é...- Harry estremeceu chocado.
- Eu sei que esta não era a solução que você estava á espera, mas é a única cura que impede a sua morte...e depois você é o garoto que ela gosta.
- Mas eu nunca...eu...- enrubesceu violentamente.-...eu não sei...eu nunca fiz...eu...
- Gina também não...
- Mas senhor ela tem quinze anos e eu dezasseis!- falou chocado.- Isso é terrível!
- E como você acha que os pais dela receberam a notícia?
- Eles...eles...devem ter ficado abismados e transtornados com isto tudo.
- Eles confiam em você! Aliás, até ficaram mais descansados por ser você a pessoa que Gina ama...
- Meu deus...- ele murmurou agitado colocando a cabeça entre as mãos.
- Pense bem Harry....só você pode salvar Gina...
- Quanto tempo ela ainda pode viver?- perguntou sentindo um nó se formar na garganta.
- Uma ou duas semanas no máximo...- Dumbledore tinha lágrimas nos olhos.
- Só?
- Sim...- assentiu o velho Mago com o rosto abatido-...se não fosse a vida dela estar em jogo, eu jamais lhe faria esta proposta.
- Eu sei senhor...mas como vamos explicar isto a Gina?
- Você...vai explicar...
- Mas os pais dela?!- Harry empalideceu.
- Seria mais embaraçoso para Gina e para todos.
- Eu não sei por onde começar, é constrangedor e perturbador ao mesmo tempo.
- Oiça Harry...você vai dar um jeito...eu sei que vai.- Dumbledore se levantou do lugar.
- E como vou eu olhar para Rony , família e amigos depois disso tudo?
- Você não precisará explicar a verdade a Rony , nem a ninguém...todos pensarão que ela se curou com um feitiço rápido e eficaz.
- Como assim?
- Existe uma poção chamada “Elixir Adormecido”, que serve para as pessoas esquecerem alguns momentos da sua vida , para o qual não estão preparados para aceitar ou assumir. Não apaga o que fizeram, apenas seu cérebro não assimila essa passagem durante longos anos ou nunca mais será lembrada, se as pessoas intervenientes na vivência não partilharem do interesse comum....Você e Gina poderão se servir dele como amparo para a vossa inexperiência, mas ambos terão que chegar a acordo para essa escolha decisiva.
- Mas...
- Para o caso de optarem por esta solução...- Dumbledore abriu a gaveta dum armário e retirou de lá uma cápsula de vidro da espessura dum dedo, com um liquido vermelho lá dentro.-...essa é a quantidade certa para duas pessoas ...vocês é que decidem...
- Está bem ...senhor...- aceitou embaraçado.
- Não deixe passar muito tempo Harry...Ninguém saberá o que se está a passar...nos próximos dias...em qualquer hora... a Sala Precisa está por sua conta...
- Percebo...
- E o elixir...
- Sim?
- Tem que ser tomado antes de...de...você sabe...- Dumbledore percebeu o quanto Harry estava envergonhado.-...o resultado só fará efeito doze horas depois...
- 0.k obrigado.
- Então agora vá aproveitar o resto do passeio para espairecer as ideias.
- Cla...ro...aproveitar...- murmurou com ironia.
(continua...) COMENTEM PLEASE!!!
Comentários (1)
Meu Deus... fico imaginando é da vergonha alheia kkkkkkkkkkkkkk ótima fic!
2017-01-12