REKA
CAPÍTULO 2:
Já passara de seis horas da tarde e a “Gemialidades Weasley” estava fechada a mais de uma hora. George já estava terminando de arrumar a última prateleira e Fred estava debruçado no balcão principal da loja com um pergaminho e uma pena nas mãos.
Suando, George chegou para o irmão.
- O caixa fechou direito? – perguntou – O que é que você tanto escreve aí nesse pergaminho?
Fred virou-se para o irmão, mostrando o pergaminho.
- Estou tentando escalar o nosso time para esse torneio, mas está meio difícil completá-lo.
- Está na hora do Rony conseguir uns galeões, você não acha? – perguntou um raro George sério para o irmão. – Nós tivemos sorte do Harry nos ter dado o prêmio do Torneio Tribruxo, senão estaríamos fritos. Aquela sapa velha da Umbridge teria nos detonado com certeza em Hogwarts. – e suspirou – O que seria de nós sem conseguir um único NIEM.
- Ah! Qual é, George. – respondeu Fred, tentando levantar o astral do irmão – Você tinha alguma dúvida que não iríamos montar uma loja de logros e brincadeiras? Só não seria tão bem localizada e grande como essa. Mas isso é coisa do passado, e Harry realmente foi fantástico tendo nos arrumado a grana.
George, como se libertado de um feitiço de tristeza, sacudiu a cabeça e com vivacidade perguntou ao irmão:
- Agora diz aí, como está armando o grande time “Sons of Burrow”? Temos que ganhar essa Taça para o Rony parar de se achar o inferior...
Fred novamente abriu o pergaminho e mostrou a George.
- Batedores, temos os melhores. Nós dois. Só com uns treininhos voltamos rapidamente a forma. Apanhador, Harry, lógico. Roniquinho de goleiro, que jeito. É torcer para no dia ele ficar calmo.
George observou.
- Já sei onde está o problema: só temos a Gina de artilheira. Faltam mais dois, não?
Fred fez cara de sonso.
- Mais dois, não. – e riu maliciosamente – Que tal você finalmente partir para algo sério com a Angelina? Namorada pode jogar. Basta você desfilar com ela até o dia da estréia. Acho que uns dois meses é tempo o suficiente para consolidar um namoro sério...
George riu-se.
- Grande cupido você é, maninho. – e piscando um olho falou, - fiquei de falar com ela hoje, depois que ela sair do Mme. Pudifoot. Já estou de olho na Angelina há algum tempo. E ela topou sair hoje à noite.
- Beleza! Então com nossa querida Angelina e Gina juntas, eu, você, Harry e Rony, arranjando mais uma artilheira, ficamos no esquema...um time bem forte... – e Fred parou por um momento, pensando. – A Katie nunca quis nada comigo e desde que a Alicia Spinnet deixou Hogwarts que eu perdi o contato com ela... é maninho...vai ser duro arranjar esse último artilheiro...
- E sequer podemos contar com o Gui e o Carlinhos, pois ambos estão realmente ocupados esse ano: um na Romênia e o outro na Ordem da Fênix – completou George.
- Bem – disse Fred – Temos a semana inteira ainda para pensar nisso. Em último caso, ainda tem a Hermione...
- Céus... – gozou George – se ela voasse um décimo do que estuda, seria uma fera no Quadribol. Temos que pensar e resolver logo isso...
Guardando o pergaminho vestiram seus casacos e prepararam-se para sair e fechar a loja.
- Nox – disse Fred empunhando a varinha para apagar as luzes da loja e trancando a porta com sete feitiços anti-roubo diferentes.
George perguntou.
- Me acompanha até o Mme. Pudifoot. É caminho para o Caldeirão Furado...
E lá se foram os dois, despreocupados e felizes.
Ainda tiveram que esperar uns vinte minutos por Angelina, que estava terminando de se arrumar nos fundos do barzinho. Finalmente quando saiu pela porta dos fundos veio acompanhada de uma garota muito bonita e simpática. Cabelos negros lisos que batiam nos ombros, com um sorriso para lá de perfeito.
- Oi gente – saudou Angelina. – Que tal irmos lá na Florean comermos um crepe? Essa aqui é minha prima que veio lá do Brasil. – virando-se para a moça, apresentou os gêmeos.
- Essa aqui é a Renata. Renata esses dois são meus amigos de quem lhe falo há tempos em nossas correspondências. Fred e George Weasley.
A moça falou em um bom inglês, ainda que com sotaque:
- Oi, tudo bom com vocês? Podem me chamar de Reka. – disse desinibida – é assim que as pessoas de quem gosto me tratam...
Fred logo tomou a frente de George. Tomou a mão da moça e com uma reverência um tanto exagerada, tocou levemente com os lábios na parte de cima da mão de Reka:
- Pode me chamar de Fred. Todos me chamam assim, quando conseguem me diferenciar de meu irmão...
Todos riram e lá se foram para a sorveteria de braços dados e assim sentaram-se à mesa e fizeram os pedidos.
Logicamente, o assunto foi a prima de Angelina. A moça explicou que havia três anos que havia concluído a escola de magia em Gramado, Rio Grande do Sul, onde se localizava Castellus, a escola de magia brasileira. Agora, finalmente tinha conseguido juntar dinheiro o suficiente para vir a Londres tentar se estabelecer aqui, e para isso contava com a ajuda da prima. Estava sentindo um pouco de dificuldades com o clima, mas por ser ainda verão no hemisfério norte, esperava aos poucos ir se acostumando com o frio que sabia que viria a enfrentar dali a uns 3 meses. Esperava até lá arrumar um emprego em algum lugar, para não ficar totalmente dependente da prima, que também morava sozinha em Londres.
- Vocês sabem. – concluiu a moça – Angelina não tem um grande salário lá no barzinho em que trabalha e me sinto na obrigação de ajudá-la nas despesas da casa dela. O dinheiro que trouxe do Brasil não é tanto assim...
Fred, que em momento algum, desgrudara os olhos de Reka tratou de tranqüiliza-la.
- Que tal amanhã de manhã você começar a trabalhar lá na nossa loja? – temos uma moça lá chamada Vera, mas ela já não está dando conta do recado sozinha. Sabe como é que é: a loja está prosperando, e quem ralar junto conosco desde o início vai crescer junto com a gente...
Angelina cochichou ao ouvido de George.
- Olha, George. Eu lhe garanto que não coloquei nenhuma poção do amor na cerveja amanteigada do Fred...
- Esquenta não, Angelina – respondeu George – o cara caiu de quatro pela sua priminha. Ela é uma graça mesmo...
E levou um pisão por debaixo da mesa de Angelina.
- E eu como fico nessa história. – fingiu estar ofendida – chupo o dedo?
Mais do que depressa, George passou o braço por sobre o ombro de Angelina e lhe beijou os lábios, sentindo uma onda de calor subir pelo seu peito.
- Nossa – pensou – como ela beija gostoso. E eu perdi todos aqueles anos em Hogwarts sem saber o que era bom...
Agora Reka mirava os dois se beijando e sorriu um pouco envergonhada. Fred, porém, perguntou para ela:
- Lá no Brasil joga-se Quadribol?
- Lógico! Eu mesma fui batedora do time da minha casa, a Pitangas, do segundo ao sétimo ano.
- Batedora? – admirou-se Fred – puxa, é difícil batedoras mulheres por aqui na Inglaterra. E você era boa? Tinha força para rebater os balaços?
Reka riu com as perguntas de Fred.
- Ora, Fred. Essa de “mulher sexo frágil” é coisa do passado. Sempre pratiquei esportes desde pequena. E a bem da verdade, minha maior dificuldade foi aprender a voar segurando a vassoura só com uma mão. Penei um pouco, mas no final da minha primeira temporada como batedora, já tinha derrubado mais de dois marmanjos de suas vassouras com balaços. Além de eu ter uma boa “pegada”, batendo sempre firme, tenho excelente pontaria. Pratiquei muito antes de entrar na Castellus. Adorava tacar pedras em alvos tipo garrafas e latas que montávamos lá na rua que moro em São Paulo. Fazíamos torneios e eu sempre me dava bem...
Fred estava quase babando. A moça além de linda e simpática, ainda jogava Quadribol e como batedora. Ela era um sonho!
Mais tarde, antes de dormir, contou a George tudo o que Reka lhe falara sobre como jogava Quadribol, uma vez que depois de cair nos encantos de Angelina, George não ouvira praticamente mais nada enquanto estiveram na Florean.
- É maninho – falou George – um de nós vai ter que jogar de artilheiro nesse torneio.
- Por essa garota, jogo até de gandula, indo apanhar as Goles até dentro de pântanos – disse Fred sonhadoramente.
E agora, com a janela de seu quarto aberta, ambos olhavam de suas camas , lá fora no céu claro da noite sobre o Beco Diagonal, as estrelas piscando, mas no fundo, no fundo, ambos suspiravam com os corações em disparada. Um pela novidade de um relacionamento iniciado. O outro pela paixão que estava sentindo por aquela brasileira linda, que no dia seguinte começaria a trabalhar na “Gemialidades Weasley”.
Comentários (1)
Gandula... kkkkkkkk ótima essa fic!
2011-12-26