Andrew
Andrew
Quando ele disse isso, a garota contraiu mais inda seu rosto contra as pernas dele, deixando uma lágrima escapar.
Na cabeça de Draco uma imagem foi se formando.Um garoto de cabelos extremamente negros, que caiam nos seus olhos azuis.Uma cópia de Annebelle, ou melhor, por ser mais nova, a menina é que era cópia dele.Ele sorria e brincava com a ela.
Sua mente resgatou a segunda lembrança de Andrew.Ele deitado, pálido, de olhos fechados, em um caixão, morto.
Sua mãe lhe contara o que acontecera.As palavras exatas dela surgiam em sua mente.
“Bom, pelo o que sua avó me contou, eles estavam todos na praia, de férias. Aquela típica imagem de família feliz, ridícula. Seus tios estavam tomando sol, mas a nogentinha queria entrar na água. Mimada do jeito que é, bateu o pé até que eles pediram para o seu primo levá-la. A parte mais idiota começa agora. Ela insistiu em levar a boneca, e os pais deixaram. Ela estava brincando na água quando uma onda levou a boneca, e ela pediu ao irmão que fosse buscá-la. Estava escrito para acontecer, só se for... Voltando, ele foi, mas ela estava indo cada vez mais para o fundo. Até que a chatinha não o viu mais e começou a gritar. Uma hora depois, os pais o encontraram, flutuando em meio às rochas, um foi de sangue escorrendo pela cabeça e a boneca nas mãos”.
Agora a lembrança era do enterro.Ele estava com sua mãe, no velório, e a prima, de seis anos, chorava no colo da avó.Os pais estavam do lado do filho, lançando freqüentemente olhares a Annebelle.Já estavam enterrando, quando a menina largou-se dos braços que a seguravam e jogou a mesma boneca, ainda úmida, na cova.A mãe disse um sonoro “Como se a culpa fosse da boneca”.
A próxima vez que vira a prima foi na casa da avó, no mesmo ano do acidente.Ela havia ido para lá para tentar alegrar-se um pouco, ainda estava muito abatida.Foi quando começaram a conversar, e a fase mais feliz da vida dele começara.
A menina estava ali, no colo dele.Não uma, mas várias lágrimas molhavam o seu rosto.Ele tentou em vão enxugá-las, mas a prima o deteve, sussurrando que elas tinham o gosto da água do mar. Ficaram muito tempo naquela posição, sem trocar sequer uma palavra.Draco não tinha idéia do que dizer, até que entendeu por que ela sofrera tanto.
-Não foi sua culpa, Lola.-Disse por fim.
-Foi de quem, então?Quem pedira para ele acompanhá-la, fazendo-o entrar no mar?Quem pedira para ele ir salvar o maldito brinquedo?Se eu soubesse...
-Não tem como voltar atrás, Anne.E volto a dizer, não foi sua culpa.
-Meus pais não partilham da idéia...
-Você está me dizendo que...
Ela concordou.
-Inacreditável, é um absurdo.Você tinha seis anos!Por isso que você foi para a vovó!
-Foi.Ela se irritou com a maneira que eles me tratavam e me levou para morar com ela.Eu era tão nova, não entendia por que eles me tratavam daquele jeito...Foi a pior época da minha vida, e esse era o meu maior medo.Que a tristeza que eu sentia voltasse. Seis anos e diagnosticada com depressão.Foi o fim.Fui morar nos ventos uivantes com ela...
-No mesmo ano em que meus pais viajaram e eu também fui para lá...
Ela sorriu.Tudo bem que foi um sorriso fraco, mas mesmo assim iluminou seu rosto.
-Eu te odiava e você também, lembra? Me chamava de chorona...-Parou para admirar a face do primo, que estava muito vermelha.-Só começamos a nos entender quando você me encontrou no meio da charneca e veio me consolar...Igual a como você está fazendo agora.
-Deve ser minha missão na Terra, te animar quando estiver triste.
-Oh, você também estava!Todo irritado porque os pais viajaram e não te carregaram junto.
-Mas os seus sim.Quando foram para os Estados Unidos te tiraram de mim...
-Sabe porque eles se mudaram?Alegaram que a Inglaterra lembrava muito o Andrew...
Ele voltou a olhar para a prima, que agora fechara o rosto novamente.Tão bela, tão feliz, mas tão vulnerável.Deixara-se abater pelas besteiras dos pais.Aceitara as acusações.E ainda voltara a sentir-se assim.
-Dracul...?
-Sim?
-Você gosta de mim?
Ele foi obrigado a rir antes de responder.
-É claro, você é a minha priminha querida.A única pessoa com quem eu realmente me importo!
Ela sorriu e se aninhou nos braços dele, enquanto Draco pensava:
“Como se fosse só amor fraternal o que você sente por ela...”.
-Curto esse, neh?Num tem problema, eu sei q ninguém tah lendo...To eu aki, escrevendo para o nada, mas não me importo, tah?XP!!
Então, parede, tah chegando no fim...Só mais três capítulos...Sendo que um deles é o epílogo...
Obrigada por...Epa volta aki!Num terminou naum!
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