Amor e Justiça.



Filha? Voldemort só podia ter pirado de uma vez. Gina era filha de Molly e Arthur Weasley, ele via o amor e o cuidado que os Weasley tinham com ela, de certa forma a caçula era a mais protegida e a mais vigiada,o moreno piscou algumas vezes aturdido. Vigiada era a palavra que definia melhor os constantes olhares que a ruiva recebia, agora conseguia perceber o motivo pelo qual ela nunca estava sozinha.


Olhou nos olhos dela, lagrimas vermelhas caiam por seu rosto, a mão branca e asquerosa de Voldemort tentou tocá-la mas ela afastou o rosto do toque repulsivo a via murmurar algo, isso pareceu enfurecer Voldemort ainda mais pois as cobras se agitaram e Gina soltou um urro de dor e agonia quando o bruxo apontou a varinha pra ela e disse a maldição da dor.


-NÃO! -o grifinório conseguiu finalmente achar a voz em sua garganta.


-Quieto Potter! -o lorde das trevas urrou e várias cobras se enrolaram em suas pernas,derrubando-o no chão.


-Você é minha filha Virginia. Minha herdeira, entenda e aceite,minha menina... aceite ou morra. -Riddle a ameaçou. O moreno ergueu os olhos a viu sorrir suavemente pra ele, adeus, ele viu os lábios dela dizerem e em seguida uma forte luz branca envolveu a todos. Ele podia ouvir um urro torturado ao longe,podia ouvir as cobras chiando em dor e agonia,mas principalmente podia sentir todo seu corpo queimando de dentro pra fora, algo explodia nele e ao mesmo tempo que o levava para a escuridão lhe dava uma estranha sensação de alivio, liberdade.


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Podia sentir seus músculos doloridos, seu corpo estava preso por algo gelado, abriu os olhos com dificuldade e com horror se viu rodeada e presa por cobras. Um grito escapou de seus lábios, tentou se soltar, mas as cobras só se prendiam ainda mais em seus braços e pernas.


-Não precisa gritar, minha pequena. -ela ouviu uma voz fria e sibilante as suas costas. -Elas não vão machucar você, não se você for boazinha pra mim. -o dono na voz se pôs a sua frente.


A figura a sua frente vestia roupas bruxas totalmente negras, o que destacava ainda mais o rosto extremamente pálido de pele macilenta e de expressão viperina,os olhos intensamente vermelhos com riscos negros verticais, e apenas duas fendas no lugar da narina o fazia ainda mais parecido com uma mistura horrenda de homem e cobra.


Mistura, afinal o que ela podia falar de mistura de raças se ela mesma era uma hibrida?Sentiu seu estômago revirar ao notar que podia ser qualquer um de seus familiares a figura a sua frente, e tudo por culpa do avô de sua mãe.


-Você vai ser boazinha pra mim, não é pequena, vai obedecer o seu pai. -ele disse, alargando o risco onde deveria estar a boca,mostrando os dentes pequenos e afiados.


-Você não é meu pai. -ela disse, sentindo a garganta arranhar. -Meu pai é Arthur Weasley. -ela disse com o resto de suas forças. Sentia-se exausta,como se suas forças estivessem sendo drenadas.


-Ah sim...eu sou seu pai minha querida...e vou lhe mostrar isso. -ele disse e com a varinha tirou um fio prateado de sua têmpora e o ligou a como se uma faca fina entrasse em sua cabeça, milhares de imagens rodavam a sua volta.


Virginia viu Voldemort aparatar próximo a sua casa, vários comensais logo atrás pessoas saiam da Toca com varinhas em punho, ela reconheceu entre as pessoas dois dos irmão mais velhos de sua mãe, a luta começou e o lorde negro avançava em direção a casa.


-Quero Molly Weasley viva! -Voldemort disse, ele continuava a seguir em direção a casa,com passos lentos e calmos.


-Mas milorde... -um comesal tentou argumentar.


-Mais nada Severo,ela me dará uma filha!Uma bruxa poderosa, a sétima geração de sétimas filhas de uma família de sangue puro! Imagine o poder que minha herdeira terá. -ele divagou para o comensal.


-Se ela não colaborar milorde? -o comensal chamado Severo, e ela sabia ser o Snape, perguntou.


-E quem disse que eu vou pedir permissão? -o bruxo perguntou em um tom arrogante e malévolo.


Com horror, a ruiva viu -pelas lembranças daquele monstro- a família de sua mãe ser dizimada, seus irmãos ficarem inconscientes e sua mãe ser brutalmente violada por aquele verme. Virginia conseguia sentir a repulsa, o nojo, a vergonha de sua mãe. Molly fora deixada em um canto da casa, violentada, sangrando e inconsciente. O monstro fora embora levando seus seguidores com ele.


Tentou sair daquelas lembranças, tentou balançar a cabeça, podia ouvir a voz de Voldemort ao longe ele falava algo, seu coração batia descompassado e ela sentia, sabia de alguma forma que era ele quem estava ali. Queria pedir pra ele ir embora, fugir, aquela dor, aquele destino era dela.


-É minha herdeira, Potter. -ela ouviu aquele verme se vangloriar.


-Não. –ela tentou gritar, mas sua voz saiu fraca, a ruiva tentou novamente se soltar das cobras que voltaram a se enrolavam cada vez mais forte. –Por favor, não. –ela suplicou olhando pela primeira vez de Harry para Voldemort, ela tentou implorar para que ele deixasse o grifinório ir,mas sua voz parecia cada vez mais fraca,suas forças sendo cada vez mais sugadas.


-Virginia Weasley, na verdade Harry Potter, é Virginia Riddle, minha única filha. –o lorde das trevas disse.


A ruiva tentava pensar com clareza, as palavras e lembranças rodavam em sua cabeça, o diário de sua mãe, as palavras escritas ali não faziam sentido com nada do que estava sendo dito ali. Hibrida. A palavra soou em sua cabeça como se uma doce voz lhe sussurrasse ao ouvido. Hibrida... ela murmurou,tentava lembrar das palavras do diário,mas só a palavra hibrida vagava em sua cabeça.


Não sabia dizer quanto tempo ficara pensando, mas assim que lembrou das palavras, ela levantou os olhos encontrando o olhar perdido e atordoado de Harry, seus olhos marejaram, ele a odiava só em pensar que ela era filha de seu pior inimigo ele já a odiava, ele via claramente a batalha dentro dele, lagrimas deslizaram por seu rosto, a ruiva viu a mão branca e asquerosa de Voldemort tentar tocá-la mas ela afastou o rosto do toque repulsivo dele.


Ela não iria se juntar a Riddle, ela era uma Weasley, uma hibrida, a sétima filha de uma sétima filha, começou murmurar o encantamento que ela lera no diário de sua mãe, Voldemort certamente ouvira pois se enfureceu e as cobras se agitaram, Gina soltou um urro de dor e agonia quando ele lhe lançou a Cruciatus, sentiu que seus ossos seriam quebrados um a um, e então algo começou a queimar dentro dela, mas era um calor agradável, diminuía a dor da tortura.


Amor, a doce voz voltou a sussurrar em seu ouvido. A chave para libertá-lo é o seu amor. A voz dizia.


-NÃO! -o grito do grifinório despertou algo dentro dela, ela podia sentir cada parte de seu corpo pulsando com aquele calor que aliviara a dor da sua tortura.


-Quieto Potter! -a cada segundo Virginia tentava se concentrar nas palavras do diário.


-Você é minha filha Virginia. Minha herdeira, entenda e aceite,minha menina... aceite ou morra. -Riddle a ameaçou. Ela olhou para Harry, a última vez que o veria e sorriu ao saber que ele ficaria a salvo, adeus, ela murmurou e em seguida permitiu que sua magia e seu amor saíssem de seu corpo em uma luz branca. E então tudo sumiu... as palavras antes em sua mente agora eram murmuradas por ela e pela voz suave que ela ouvira antes.


-Criança fui, inocente e decidida, Mulher eu sou, amo mas nunca gerei a , nunca serei mas enfrento tudo de cabeça ã, não sou mas seguirei a morte sem reservas e sem apego. Entrego a magia, a alma, o amor e minha vida, só peço por aqueles que amo e que deixo em vida. Justiça por amor e amor pela justiça.


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Abriu os olhos, tudo que conseguia ver era branco e mais branco a sua frente, olhou em volta e viu algo pequeno, negro e disforme a uns poucos passos -se cambaleante sem dificuldade, aproximou-se o máximo que o mal cheiro que a coisa exalava permitia, parecia-se com um feto mal formado e que se desfazia em uma poça de lama e sangue, o ser chorava baixo e tentava arrastar-se para algum lugar.


-Deixe-o. -ele ouviu uma voz forte e rouca dizer, virou-se para saber quem havia dito e sentiu o coração perder o compasso ao ver seus pais a apenas dois passos a sua direita. -Deixe-o Harry, ele já não tem salvação. -James Potter disse, estendendo a mão para ele, ao que ele aceitou de imediato, sendo logo em seguida puxado para um apertado abraço entre o casal Potter.


-Senti tanto a falta de vocês. -ele disse.


-Nós sabemos meu querido. -Lilian disse beijando-lhe os cabelo em seguida. -Mas ainda não é sua hora. -ela completou. -Você tem que voltar, eles precisam de você agora mais do que nunca.


-Mas há tanta coisa que eu quero perguntar. -ele disse afastando-se levemente para olhá-los.


-Como o que por exemplo? -James perguntou com um sorriso maroto. -Ai, amor, isso doeu! -ele reclamou quando Lilian deu um tapa na nuca.


-Olha o que você vai dizer pro nosso filho James, se não eu passo os próximos mil anos sem falar com você! -a ruiva brigou.


-Certo,certo. -o maroto disse, tirando-os de perto da coisa preta que agora parecia se contorcer em dor e agonia.


-O que é aquilo? -Harry perguntou olhando de soslaio para o ser disforme.


-Um pedaço da alma de Voldemort. -Lilian disse com nojo. -Ela estava... -ela parou e relutante completou. -...dentro de você. No dia que morremos o feitiço que aquele monstro usou acabou transformando você em uma... horcrux. -ela disse, Harry guardou bem aquele nome na sua cabeça, não podia esquecer.


-Onde estamos? -ele perguntou olhando em volta.


-Estamos em lugar nenhum e ao mesmo tempo em todos os lugares! -James disse com ar de sabe tudo, mas ao ver a cara de interrogação de Harry soltou um suspiro e voltou a falar. -Aqui não é um lugar especifico, você pode estar em qualquer lugar que queira. Por exemplo... onde você se sente mais seguro, mais livre ou mais amado? -o moreno perguntou para o mais novo.


-Na casa dos Weasley's. -ele respondeu sem titubear.


Então de repente tudo começou a se encher de cores e formas, ele sentiu o calor acolhedor e o cheiro familiar, até podia ouvir as vozes dos moradores, olhou em volta seus pais sorriam pra ele, cada um segurava em um ombro. Andaram juntos até a cozinha e ele pode ver Gina sentada na pia olhando para o jardim, um sorriso sereno brincava em seus lábios. Os cabelos vermelhos caiam em largos cachos pelas suas costas, ela tinha galhos, folhas e flores pintados com uma tinta avermelhada nos braços e mãos, ele tentou aproximar-se mais seus pais o impediram.


-Ela não pode te ouvir. -Lilian disse.


-Quanto tempo faz que eu estou com vocês? -ele perguntou, sem entender o que sua mãe quis dizer com ela não poder ouvi-lo.


-O tempo aqui é inexistente. -Harry ouviu seu pai responder. -Você deve voltar Harry. Eles vão precisar de você. -ele disse olhando novamente pro jardim.


-Por que ela está aqui? -ele perguntou sentindo o peito doer.


-Ela está esperando, filho. -Lilian disse. -Diferente de você, ela não decide se volta, não depende dela.


-Por que não? -ele perguntou com a voz embargada aproximando-se dela com seus pais. -Gina... você está me ouvindo? -ele perguntou e tentou tocá-la, mas sua mão a atravessou.


-Filho...ela fez um feitiço antigo, ela sacrificou a própria vida para proteger você, a familia e a todos que ela ama. -James disse.

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