A Vingança de Draco
Capítulo 31
A VINGANÇA DE DRACO
As vassouras sobrevoaram o céu perseguindo os trilhos do Expresso de Hogwarts. Harry estava na frente pois a Firebolt era mais rápida entre todas. Ele tentava observar o trem ou algum rastro de sua amiga, mas só o que via e sentia era vento, neve e chuva. Uma voz ou outra, um trovão cortava o ar fazendo um barulho que amedrontava Harry então chegou a um trecho entre montanhas e começou a ver a frente, a longa locomotiva que estava parada nos trilhos. Harry então viu várias vassouras acima dele: estavam lutando.
Harry viu vários comensais lutando contra Lupin e Tonks, mas logo Denetra, Gina, Neville e Luna foram ajudar. Rony e Harry estavam procurando Mione e então encontraram uma abertura pela lateral do trem. Entraram e depararam-se com Lúcio Malfoy e seu filho Draco apontando a varinha para uma Mione debatendo-se amarrada ao lado de seus pais.
- Ora, Ora... O que temos aqui?
- Potter e Weasley vieram salvar sua querida amiga, Sangue- ruim. - Disse Draco impondo-se com a varinha.
- Por que o trem está parado? – Perguntou Harry corajosamente.
- Porque o meu pai o parou, Potter! Para nós nos divertirmos com suas queridas amigas.
Rebecca e Magnólia estavam amarradas a um canto tremendo e chorando. Mione estava a frente delas. Draco apontava a varinha para Harry e Lúcio para as Granger. Harry, que estava ao lado de Rony, murmurou de forma que só ele escutasse: “Não aja, reaja.” Rony entendeu a mensagem.
- O que você está falando aí, Potter?
- Nada que te interesse, seu imundo! – Reagiu Harry provocando-o. – O que foi? Está com medo de quase morrer outra vez?
- Sectus...
- Refleccis! – Berrou Rony.
O escudo do menino fez a quase maldição de Draco voltar contra ele, mas Draco não foi atingido: Lúcio foi. Malfoy pai foi disparado para trás caindo num vagão e enquanto Draco olhava se o pai estava bem, Harry gritou: “Finite Incantatem” e o trem começou a andar novamente a todo vapor. Draco agora voltava do vagão onde estava seu pai.
- Você vai me pagar por isso, Weasley! – Disse Draco com a voz chorosa.
- Não foi eu quem lançou aquele Sectusempra, Malfoy. Foi você!
- Accio! – Gritou Harry recuperando do bolso de Malfoy a varinha de Mione. – Agora pegue o seu pai e vá embora, Malfoy! Estamos a menos de dez minutos de Hogwarts!
- Estupefaç...
- Protego! – Gritou Harry, mas o feitiço não era para ele: era para Rony. O amigo desviou-se, mas lançou seu braço contra uma engrenagem do primeiro vagão.
Harry e Draco ficaram ali, insultando-se e apontando um a varinha para o outro durante alguns minutos. Enquanto isso, Rony agonizava de dor no chão e as Granger estavam presas. Harry não podia nem pensar em libertá-las: se desviasse a varinha para tentar um Diffyndo, Draco o atingiria.
- Já posso ver o castelo! O castelo daquele idi...
- Não ouse insultar Dumbledore na minha frente, Malfoy!
- IDIOTA! Era isso que não queria ouvir?
- Cale a boca!
- Quer saber? Ainda bem que ele se explodiu!
- Estupefaça! – Gritou Harry com raiva enquanto o trem parava na estação de Hogsmeade.
- Protego! – Gritou Malfoy desviando o feitiço de Harry. – Bombarda!
A lateral do expresso de Hogwarts explodiu e Draco pode deixar seu pai sair. Enquanto Draco ajudava o pai, que saia pela abertura que ele tinha feito no trem, Harry usava o Diffyndo para libertar as Granger e devolver a varinha de Mione. Rapidamente, Harry, Magnólia, Rebecca e Mione saíram do trem e essa última ajudava Rony que tinha um largo ferimento no braço.
Desceram todos na estação e viram Hagrid chegar correndo ao lado de RAB para recebê-los. Nem sinal de Lupin, Tonks ou o resto da Rosa Branca. Lúcio Malfoy aparatou deixando Draco ali sozinho a poucos metros de distância de Harry e dos outros.
- Agora você vai ver, Potter.
- Acho que não, Malfoy, seu merda! – Disse RAB impondo-se.
– Dê o fora daqui antes que eu te mate!
- Eu não consegui matar aquele velho, mas matar você será bem fácil! – Disse Draco ameaçando com a varinha. RAB estava desarmada.
- Você não encosta um dedo em... – Disse Hagrid entrando na frente de RAB.
- Avada Kedavra! – Berrou Draco enquanto um jorro de luz verde atingia o peito de Hagrid e o disparou para trás.
Draco aparatou, sumiu.
- NÃÃÃÃOOOO HAGRID! – Berrou Harry em desespero correndo para o meio gigante. Os olhos dele ainda estavam meio abertos.
- Draco nunca foi muito bom em feitiços, Harry... Mas acho que esse ele aprendeu bem – A voz do meio gigante estava fraca enquanto deitava a cabeça no colo de Harry. E o resto da Rosa Branca aproximava-se vinda do ar junto a Tonks e Lupin. Hagrid tirou então seu anel do dedo e disse. – Dê a quem um dia já fez parte da Rosa, Harry... Ele pode te ajudar muito... Sua mãe ia gostar disso, Harry... Ela amava você.
Hagrid fechou os olhos. Caiu.
Lágrimas escorreram pelo rosto de todos enquanto o meio gigante jazia ali no meio daquela estação. Lupin abraçou fortemente o gigante caído ali, Gina abraçava Harry com toda força enquanto lágrimas escorriam como sangue de um ferimento aberto. RAB e Denetra também choravam.
Rony gritava de dor, mas não a dor do seu ferimento no braço: uma dor que era mais profunda. Uma dor que vinha do fundo de sua alma. Mione estava agarrada ao namorado e ambos estavam sentados num banco da estação enquanto o corpo do meio gigante jazia ali.
A chuva estava fraca agora. Não havia mais neve caindo, só havia a neve no chão que rodeava a tristeza e o pranto de todos eles. Draco Malfoy tinha conseguido a sua vingança.
- Eu juro, pela alma dos meus pais, Voldemort: ESSE FOI O ÚLTIMO CORPO QUE CAIU ENTRE EU E VOCÊ! – O choro confundiu-se com a voz de Harry. A tristeza fincou-se em sua alma. Harry achou, naquele momento, que nunca mais voltaria a sorrir.
Aquele fora o Dezembro mais negro de toda a vida de Harry. Hagrid, o seu melhor amigo, tinha tido uma morte horrível e Harry não podia fazer nada quanto a isso. O enterro foi na manhã seguinte e Bicuço e Canino vieram para olhar o corpo do meio gigante pela última vez.
Harry achou inclusive ter visto algumas aranhas, filhas de Aragogue, por perto, mas se tinham estado ali, não passaram das fronteiras da Floresta proibida. Nos dias que se seguiram, Magnólia e Rebecca ficaram caladas, segundo Mione elas estavam se culpando em parte pelo que tinha acontecido a Hagrid. Para conversarem, RAB marcou com todos uma reunião da Rosa Branca na cabana de Hagrid. De início, Harry não queria comparecer, mas no fim Rony e Gina acabaram por convencê-lo.
A cabana de Hagrid não era mais a mesma.
Apesar de cada um dos objetos continuarem exatamente no mesmo lugar, ela estava vazia. A presença de Hagrid ali era o fazia aquele lugar melhor e mais aconchegante. Agora, ela estava seca. Como se toda vida tivesse se emanado dela e, mesmo com a lareira acesa, o frio era intenso. Além da habitual Rosa Branca, RAB estava ali. Ela queria falar com todos.
- Não adianta eu dizer que eu sinto muito pelo o que aconteceu ao Hagrid. Na verdade, agora não adianta mais nada porque ele se foi e, infelizmente, a morte é irreversível e nem as mais antigas e poderosas magias podem curar a morte. A morte vem como conseqüência de se estar vivo, sabem?
- Mas ela é má.
- Não, Harry, a morte em si não é. Mas o motivo pelo qual ela chega para alguns, pode ser muito cruel. Os bruxos pagãos acreditavam que a morte era um dom da natureza, tal como a vida, e alguém que é capaz de tirar a vida de alguém é uma pessoa condenada para sempre.
- Condenada? – Indagou Neville.
- Sim. Condenada. A natureza e só ela, tem a permissão para levara a vida das pessoas porque só ela conhece o momento certo. Quando uma pessoa tira a vida de outra ela está tentando igualar seu poder ao da natureza e isso é tão mal, que a natureza rompe ao meio a alma dessa pessoa. Isso não é mágica, meus queridos... Acontece com os trouxas também. Quem mata uma pessoa com intenção de fazê-lo, rompe sua alma tão cruelmente que ela nunca poderá ser regenerada nem com a maior das provas de arrependimento.
- Por que está nos dizendo isso?
- Porque, Rony meu querido, quero que entendam que não caberá a você punir Draco Malfoy. A vida se encarregará dele assim como se encarregou de Belatriz que, tão cruelmente, matou Sirius Black.
- O que devemos fazer agora? – Perguntou Harry cujas palavras carregavam um pesar muito grande. - A Rosa se partiu.
- Sim, Harry. A Rosa Branca se quebrou. – Harry então se lembrou da imagem da penseira: a rosa de vidro caindo no chão e se quebrando em três. - Não deixe a rosa se partir, Harry. Se a rosa se partir, reconstitua-a. Não deixe a Rosa se partir. Você se lembra dessas palavras?
- São as palavras que eu ouvi na fonte. “Se a rosa se partir, reconstitua-a”. – Harry leva sua mão ao bolso e retira o oitavo anel. – Hagrid me disse que eu tinha que dar esse anel a quem um dia já fez parte da Rosa... Será que ele se referia... A minha madrinha? A Girassol?
- No momento certo, você saberá a quem dar esse anel, Harry.
- Vovó? – Chamou Denetra enquanto ela pensava em se virar. – Eu sei que é incômodo perguntar isso, principalmente num momento triste como este, mas... Porque Hagrid não caiu logo quando foi atingido? Porque ficou um tempo ainda vivo... Quero dizer... A maldição suprema tira a vida na hora, certo?
- Como Hagrid mesmo disse... Draco nunca foi muito bom de feitiços... Agora vou deixá-los a sós... A Rosa precisa conversar...
- Antes me diga uma coisa... Quem será o novo guardião das casas? Com quem ficará essa cabana, Canino e... Bicuço? – Perguntou Harry olhando os detalhes da cabana a seu redor.
- Essa casa não pertence a Hogwarts, Harry. Nem Canino e nem Bicuço... Ela eram de Hagrid... Não cabe a mim decidir com quem ficará essa casa... Antes tenho que ver o testamento de Hagrid.
Harry voltou a olhar a lareira.
As chamas crepitavam sobre a lenha afastando o frio, afastando o medo. As chamas nunca paravam de crepitar e Harry viu como elas nem tinham sentido a ausência de Hagrid. As chamas trazem a luz e nunca ficam tristes... As chamas não tem memória... “Eu queria ser como as chamas”, pensou Harry depois de um longo suspiro, e afundando-se na enorme poltrona meio gigante.
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