Potter de Castigo!



Capítulo 27
POTTER DE CASTIGO!


A sexta feira estava chuvosa e o inverno chegava com mais força do que nunca. O cenário mudava gradualmente e, pouco a pouco, as últimas folhas amareladas se desprendiam das árvores secas.

Cinco dias se passaram desde o ataque de comensais na floresta proibida, mas a Madame Ponfrey ainda não tinha dado alta para Harry que estava com o pé em talas numa das macas da ala hospitalar. Gina ia visitá-lo a cada intervalo de aula, Rony e Mione visitavam-no uma ou duas vezes por dia e os outros visitavam-no um dia sim, outro não.

Mione fazia questão de levar todas as tarefas para Harry fazer enquanto descansava na ala hospitalar e, enquanto isso, eles discutiam sobre um problema interessante: Sr. Crable e o Sr. e Sra. Goyle, que tinham sido capturados e presos por Hagrid, Rony, Neville e Luna no início daquela semana.

Os três comensais estavam agora desarmados e passando a pão e água em uma das masmorras de Hogwarts sendo vigiados por Godwin, Lupin e, esporadicamente, por RAB. Harry não gostava disso pois ele desconfiava de Godwin. O professor era sempre grosseiro e arrogante em contraste a sua aparência excêntrica.

- Não se pode aparatar dali, Harry. – Disse Mione em uma de suas visitas – Eles estão bem presos.

- O meu problema é confiar em Godwin! – Resmungou Harry.

- Aliás, eu descobri que ele se tornou o diretor-provisório da Sonserina... – Comentou Rony que, até agora, tinha estado anormalmente quieto. – Ele é o único Sonserino entre os diretores, segundo a professora McGonnagal.

- Viram! Sonserino!

- Até aí, a Denetra também está na sonserina, Harry, – Lembrou Mione relembrando as aulas de feitiços defensivos e azarações - e tem se mostrado uma ótima aliada.

- Eu não sei se confio plenamente na Denetra. Ela é da Sonserina e além do mais... Pode ser uma espiã. – Comentou Rony, mas Harry não concordou completamente.

- Eu já cheguei a desconfiar da Denetra, sabem? No início, eu só dei o anel a ela porque Lupin a conhecia e ela era ótima em Defesa Contra Artes das Trevas. Mas depois que eu soube que ela é neta de RAB... Eu confio completamente em RAB, porque Dumbledore confiava.

- Harry, - Disse Rony meio angustiado – eu sei que é chato falar isso, mas... Dumbledore também confiava em Snape.

A chuva começou a cair lá fora.

Por um tempo, as palavras de Rony martelaram na cabeça de Harry. Será que Dumbledore também tinha se enganado em relação a RAB? Será que ela também era uma comensal disfarçada? Não poderia ser! Ela lhe dera tantos conselhos importantes e destruiu as Horcruxes na sua frente. Não, Harry confiava em RAB. Harry confiava completamente nela e, portanto, em Denetra.

Alguns minutos se passaram e, após um largo silêncio, eles voltaram a conversar sobre coisas menos importantes até que Gina chegou acompanhada de Denetra, Neville, Hagrid e Luna. Além deles vieram RAB, Godwin, Tonks e Lupin trazendo os prisioneiros.

- Eu não sei o que há, Harry – Comentou Gina baixinho para ele, Rony e Mione – RAB me pediu para reunir a Rosa aqui.

- Sim, meu querido, eu pedi – Confirmou RAB postando à frente de Harry, três cadeiras e prendendo os prisioneiros em cada uma delas – Porque, diante de você, nós decidimos tomar uma medida um tanto... Punk!

- Punk? – Espantou-se Harry que não se acostumara a ouvir professores falando gírias.

- Eu quis dizer... Drástica! Eu, Godwin, Lupin e Tonks tentamos arrancar desses montes de merda alguma coisa que prestasse, mas é claro que não conseguimos porcaria nenhuma! De modo que decidimos usar uma Veritasserum preparada por mim mesma com ajuda de Godwin para ver se arrancamos algo sobre Horcruxes ou coisa parecida. No entanto, achei melhor fazer isso diante de vocês... Pode aplicar professor Lupin.

Lupin tirou do bolso um grande frasco com uma poção verde e fez cada um deles engolir um terço da poção do frasco. Obviamente eles relutaram um pouco, mas enfim acabaram tomando.

- O que queriam na floresta seus bunda-moles? – perguntou RAB cômica como de costume, mas comum ar enérgico.

- Nós estávamos em busca de Clabertos. O Lord precisava de sangue de dragão. – disse Goyle.

- Para quê?

- Nenhum de nós sabemos. – disse Crable resmungando.

- Alguém sabia?

- Narcisa! Ela chefiava a busca.

- E para que tantos comensais para buscar um bicho? – Perguntou Denetra ao que RAB abriu um sorriso orgulhoso e murmurou “ótima pergunta”.

- Narcisa queria se vingar de Potter.

- Como sabiam que nós íamos estar lá? – Indagou Mione curiosa.

- Não sabemos. Narcisa chefiava, ela tinha o plano. – respondeu a Sra. Goyle que atendia pelo nome de Ursula.

- Horcruxes. O que sabem sobre elas? – Perguntou Harry da cama.

- Só sei que estão escondidas, não sei em que lugar. Os Comensais Chefes guardam cada Horcrux então eles sabem. – Informou Crable.

- Sei o mesmo que ele. – Depois de uma breve pausa e olhares penetrantes, Goyle disse com uma voz sufocada – Mas sei também... Que minha mulher é uma das Comensal Chefe.

Todos entreolharam-se espantados e voltaram a encarar Ursula.

- Diga o que sabe Ursula. – Disse Tonks em tom autoritário – Qual das Horcrux você guarda?

- Guardo a taça de Hufflepuff, – Disse Ursula tremendo – mas não conte a ele que eu informei! Não conte!

- Cale-se! – Gritou Gina impondo-se e fazendo todos os olhares recaírem sobre ela. O clima naquela ala hospitalar estava tenso, mas como Harry era o único paciente, madame Ponfrey não reclamava do barulho. – Diga-nos onde está a Horcrux e como pegá-la.

- A Horcrux está num lugar onde jamais ninguém imaginaria. No território do inimigo. A taça está na Mansão Potter.

Todos se congelaram.

Mas como? Como poderia estar na mansão dos Potter? Então Harry tinha estado muito mais perto da Horcrux que jamais tinha imaginado! Todos encararam Ursula. Por um momento, Harry achou que o efeito do Veritasserum já tinha passado. E então as palavras de Rony voltaram a sua cabeça: “Dumbledore confiava em Snape do mesmo jeito que confiava em RAB”. RAB e Godwin tinham preparado o Veritasserum, lembrou Harry.

Harry estava muito desconfiado. Desconfiado de que aquilo que os três tinham tomado não fosse veritasserum e de que aquilo tudo fosse mentira! Mas não podia manifestar suas desconfianças, afinal tudo aquilo era muito incerto ainda.

- Eu estive muitas vezes naquela manão! – Indagou Lupin com a voz trêmula – Onde está a Horcrux?

Todos perceberam a insegurança de Lupin que parecia ter tido o orgulho ferido. O crápula havia colocado sua alma na mansão dos Potter! Na casa do seu melhor amigo!

- Eu não sei onde está. O Lord nunca revela o lugar exato... Só me disse que está na casa. E eu a vigio a muito tempo. Sempre quando os inimigos se aproximavam eu avisava o Lord, mas ele disse que eu só devia me preocupar se entrassem no porão. Nesses dezessete anos nunca ninguém entrou no porão!

- Só há coisas velhas lá... Dumbledore sempre me disse para que eu não mexesse nas coisas que tem lá porque eram particulares de Potter e Lilian...

- O que mais você sabe, bruxa? – perguntou Mione exaltando a palavra “bruxa” tão intensamente como se fosse uma expressão vulgar e tosca.

- Sei que Ele escolheu a mansão porque é um lugar onde ninguém imaginaria. Antes de matar os Potter ele pediu para o Rabicho esconder a Horcrux lá. O rato escondeu num lugar impossível de se achar a menos que se procure muito minuciosamente, segundo o Lorde.

Por isso a presença dele era tão forte lá, pensou Harry.

Quando Harry entrara na porta do fim do corredor, revivera completamente a cena da morte de sua mãe e da queda de Voldemort e, pensava Harry, que isso só tinha sido possível porque, afinal de contas, de alguma forma, a presença de Voldemort era muito forte naquela mansão. Uma parte da alma dele residia a alguns metros abaixo dos pés de Harry.

Infelizmente Crable, Goyle e Ursula não sabiam de mais nada. Na mesma noite, Lupin e Tonks ficaram encarregados de mandá-los para Azkaban. Os adultos esvaziaram o quarto e logo Madame Ponfrey os estava pedindo para se retirarem alegando que Harry precisava descansar. Graças ao carisma incontestável de Luna e Gina, a Rosa Branca consegui mais dez minutinhos com Harry.

- Precisamos ir até a Mansão esta noite – Disse Gina assumindo um ar de liderança.

- Gina tem toda razão. Não podemos mais perder tempo algum! – Disse Denetra apoiando o braço nos ombros da ruiva que ficou orgulhosa de si mesma.

- Eu estou com a perna quebrada, lembram-se? – Disse Harry indicando as talas da perna e os remédios “Eskellecresce” ao lado de sua cama.

- Harry, sinto muito! Dessa vez você fica. – Disse Gina seriamente ao que Harry olhou para ela admirado e, ao mesmo tempo, desarmado – Harry, escute: a batalha final é toda sua e está na profecia. Você ainda vai ter muito o que lutar, mas tem que entender que é preciso agir depressa. Além do mais, você não se sentirá bem naquela casa.

- E temos que agir antes que Voldemort pense em reforçar as proteções na mansão ou até mesmo... Tirar a Horcrux de lá! Afinal, Harry... – Disse Luna tentando estabelecer uma relação concisa entre os fatos – Se Ursula era quem guardava a Horcrux e nós a capturamos, Voldemort sabe que nós temos meios de descobrir o lugar onde está escondida a taça.

Harry estava sem reação. O que Luna e Gina diziam faziam completo sentido. Como um general de combate, Gina instruiu Denetra que fosse avisar RAB da partida deles e depois disse a Hagrid que ficasse em sua cabana e os invocasse de volta para Hogwarts dentro de quatro horas. Mione e Luna foram instruídas a irem até o quarto de Harry para pegar emprestadas a capa de invisibilidade e a Firebolt enquanto Neville e Rony iam até o armário de vassouras pegar algumas. Gina ficou sozinha com Harry por alguns últimos instantes no quarto, o menino estava odiando tudo aquilo.

- Eu quero ir com vocês, Gina! Quero lutar!

- Eu sei disso, Harry – disse ela carinhosa dando-lhe um beijo na testa – Mas agora não é a hora. Seus amigos mostrarão seu valor, Harry, eu mostrarei o meu valor, porque eu te amo Harry Potter. – Lágrimas invadiram o olhar de Gina.

Uma pausa que naquele momento pareceu uma eternidade se seguiu, mas Harry quebrou o silêncio.

- Gina... Desculpe-me por tudo. Eu não queria envolve-la em tudo isso. Voldemort pode...

- Dane-se Voldemort! Danem-se os comensais! Nem que você não quisesse me envolver, eu já estou envolvida nisso desde que entrei nessa escola. Desde que Ele me seduziu com aquele diário e desde que eu me apaixonei por você eu já estou envolvida nisso, droga! – Limpando as lágrimas do rosto rubro ela continuou: - Não importa Voldemort! Não importa mais nada! Eu te amo Harry Potter! Te amo e vou morrer para te proteger! - A menina agarrou o corpo parcialmente imóvel do menino e deu-lhe um beijo na boca. O mais ardente e apaixonado que Harry já tinha recebido. Harry saiu do ar por alguns instantes, mas logo que o beijou terminou pode ver de novo o rosto de sua amada – E eu decreto que, por hora, você está de castigo!

A menina irrompeu pela ala hospitalar e saiu. Harry estava imóvel. Por alguns momentos ficou dopado com o efeito daquele beijo maravilhoso, mas logo recuperou os sentidos e lembrou-se que agora ela e seus amigos corriam sérios riscos e ele estava de mãos, ou melhor, de pés atados!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.