PRESOS!



CAPÍTULO 8:


Se porventura Harry e seus amigos achavam que os túneis fediam, eles pareciam dutos de ar puro e balsâmico de montanhas floridas perto de onde estavam agora, as masmorras de Orthanc, com suas celas de toscas barras de ferro, insetos e sujeira que faziam as masmorras de Hogwarts parecerem belas salas de estar.

Sem varinhas e com o moral lá embaixo, estavam divididos em duas celas que eram divididas por mais barras de ferro uma da outra. Pelo menos os amigos podiam trocar palavras entre si.

Na cela das garotas, além de Hermione e Luna, ainda tinham colocado Dobby, que no momento estava desacordado de tantas cabeçadas tinha desferido contra as barras de ferro, se culpando por eles terem sido capturados. Por mais que Hermione e os outros tentassem acalmar o elfo doméstico, o resultado fora que depois da décima cabeçada este se encontrava agora totalmente apagado colocado com carinho pelas duas garotas num canto da cela.

A reação de Dobby provocara gargalhadas entre os mini Orcs que assistiram a cena, mas agora, com o cair da noite os dois que estavam de vigia, já davam cabeçadas de sono devido a ingestão de grande quantidade de bebida. Assim sendo, a turma pode conversar com um pouco mais de tranqüilidade.

- E agora, Harry. O que faremos? – Perguntou Rony preocupado. – Que enrascada que nos metemos...

Neville com ar de desespero completou:

- Quando minha avó souber que quebrei a varinha vai acabar comigo.

- Ah vamos, Neville – falou Hermione. – Se sairmos dessa vivos e inteiros, justificar a sua varinha quebrada vai ser fácil, fácil.

Harry, que se mantivera calado desde que fora colocado na cela, levantou os olhos para Hermione e falou:

- Hermione, temos que primeiro analisar a situação que estamos e o que está de fato acontecendo por aqui. – e levantou-se. – Vocês não acham muito estranho que até agora o Saruman não tenha vindo até aqui nos ver, muito menos os Malfoys tirarem onda com a nossa cara?

Mesmo num aperto como esse, Fred não pode deixar de gracejar:

- Ô Harry, tá pensando que isso aqui é Hogwarts ou qualquer comunidade bruxa normal, que se preocupa como vai a sua majestade toda poderosa que derrotou você-sabe-quem quando tinha um aninho de idade?

- E ainda por cima é melhor apanhador do time de Quadribol da Grifinória nos últimos dez séculos? – complementou George.

Mas o rosto de Hermione começou a tomar aquela expressão séria que fazia quando estava prestando exames de Aritmancia em Hogwarts:

- Gente, Harry tem razão. Saruman é muito orgulhoso em suas conquistas, e os Malfoys não deixariam nunca passar uma oportunidade de nos tripudiar nessa nossa situação. – Parou pensando um pouco e continuou em seguida: - Tem alguma coisa realmente errada por aqui...

- É nisso que estou pensando, pessoal. - atalhou Harry. – Sabem realmente o que eu estou achando? Acho que Saruman não está em casa. Por algum motivo saiu. O que estou realmente estranhando é a não presença dos Malfoys aqui. – Virou para os outros e perguntou: - Alguma idéia?

Foi Luna quem respondeu:

- Sabe, Harry, você não leu o “Senhor dos Anéis”, logo não sabe o que está acontecendo nesse momento. Não consegue se lembrar Hermione?

A amiga pensou, pensou mas não conseguiu chegar a nada:

- Não Luna, acho que o medo que estou sentindo está afetando um pouco a minha memória.

Rony virou-se para Harry:

- Milagre típico da Terra-Média tão cheia de surpresas. A “Sra. Memória Fotográfica de Milhões de Páginas” não consegue se lembrar de algo que leu, é um prodígio...

- Vamos Rony, não nos interrompa com gracinhas. – falou Harry sério e virou-se novamente para a loirinha, - Continua Luna. O que está acontecendo no livro agora?

Luna continuou:

- Essa deve ser a hora que Saruman está no embate com Gandalf, possuindo o rei Théoden. Daí ele deve estar em alguma parte da torre, trancado e super concentrado no que está fazendo, ou até quem sabe, já perdeu essa luta e deve estar com um pouco de dificuldades para se restabelecer...

- É. – completou Hermione, dando o tradicional tapa na testa. – É por isso que ele não está sabendo da nossa presença por aqui. Como é que não lembrei disso antes...

- E segundo o que você contou sobre o livro, os Orcs partiram todos para a tal batalha do Abismo sei lá das quantas. – disse Harry.

- E pelo visto só ficou por aqui esse bando que não tem tamanho para guerrear. Devem ser mesmo a escória deles – completou Rony.

- E sendo comandados pelo grandão – ajudou Neville.

Harry agora andando de um lado a outro da cela, uma vez que os dois Orcs estavam dormindo de babar, não tinha problema em fazer movimentos nas celas:

- O que me deixa confuso é por que os Malfoys não apareceram ainda...

- Está com saudades de mim Potter? – aquela voz arrastada e anasalada era inconfundível. – Veio salvar a sua princesinha e se deu mal. Que grande herói você é, hein, Potter Podre?

Entrando pelo corredor das masmorras, vinha Draco acompanhado pelos asseclas de sempre Crabe e Goyle. O seu eterno ar fanfarrão de superioridade transparecendo em seu rosto com um sorriso triunfal.

Os Gêmeos correram para as grades enfiando os braços pelas mesmas tentando alcançar Malfoy:

- Venha aqui seu vermezinho engomado – gritou George. – Me deixa fazer você entrar para cá sem abrir as portas da cela.

- Vamos fazer picadinho de excremento de explosivim com você Draco – completou ainda mais frenético Fred.

Mas Malfoy não perdeu tempo, apontando sua varinha:

- Ora, ora, se não é a turma da ferrugem velha dos Weasleyzinhos em peso aqui. – gracejou arrancando risadas dos seus comparsas. – Cheguem para lá seus pobretões, filhos de adoradores de sangue-ruins.

Hermione não se abalou com o insulto e mandou de volta:

- Você só tem coragem de ameaçar, porque está com sua varinha e nós não. – disse tranqüilamente. – Se você abrir essa porta prometo lhe dar um segundo soco na cara, ainda melhor do que aquele de três anos atrás...

Rony pegou no ombro da amiga:

- Calma Hermione. Não estamos em posição de ameaçar ninguém...

- Uhu! Weasleyzinho, - provocou Draco. – Defendendo sua namoradinha sangue-ruim, é? A que nível você desceu...

Agora foi a vez de Rony se pendurar na grade de gritar.

- Seu bosta de pulga de dragão de uma figa. Chega aqui mais perto para ver se não lhe arrebento todo.

Mesmo estando em situação difícil, Hermione sentiu um ardor no rosto, corando de satisfação ao ver seu querido Rony defendê-la com tamanha veemência.

Harry perguntou para Draco.

- Onde está seu papaizinho esnobe, aquele bandido execrável do Lucio?

Ora, ora Harry. – Draco virou sério para Harry lhe apontando a varinha. – Você não o fez parar em Azkaban depois daquela derrota dos Cemensais da Morte lá no Ministério da Magia a algumas semanas atrás, Potter? Já esqueceu?

E foi para o lado da cela dos garotos juntamente com Crabe e Goyle para poder destilar toda a sua raiva encarando os amigos bem de frente.

- Mas meu pai já tinha me ensinado como vir para cá ter com seu amigo Saruman, meu padrinho. Seqüestrar aquela ruivinha sapeca no pátio em frente a seu barracão foi mole, Weasleyzinho. Você não sabe o prazer que me deu lançar aquele feitiço Prende-Língua nela, amarrá-la e trazê-la para cá, não foi rapazes? E agora encontro essa cambada toda presa aqui sob o meu poder...- Riu-se de novo – É bom dem...

Mas nesse momento todos foram surpreendidos por duas vozes gritando:

- Estupefaça!

E ao mesmo tempo que Crabe e Goyle se esborrachavam de encontro as grades, Draco era empurrado em direção às mãos dos Gêmeos...


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