Desculpas, Provas e... Férias!

Rony e Hermione estavam correndo em direção aos dois adolescentes. Imediatamente, ambos afastaram-se. Rony, quando chegou bem próximo, levantou Gina e recolheu as muletas que jaziam no chão. Já Hermione, auxiliou o amigo de óculos redondos a pôr-se em pé.
--- Eu...Eu tropecei. – Falou Gina, tentando acreditar que essa desculpa seria engolida pelo irmão.
E foi...
Logo depois, os quatro alunos rumaram até o castelo.
A refeição foi, de certa forma, vergonhosa para Harry e Gina. Seus olhares, em raros momentos, se encontravam por mais de cinco segundos. A comida pousada no prato parecia mais interessante do que nunca naquele momento.
Virgínia foi a primeira a sair do salão. Hermione pediu para que Harry a acompanhasse até o Salão Comunal. O rapaz, por sua vez, não conseguiu formular uma desculpa a tempo e acabou tendo de fazer o que a amiga pedira.
Ao chegar no quadro da Mulher Gorda...
--- Harry, aqui está bom. Não precisa me levar lá dentro. – Falou a irmã de Ronald, olhando para o chão. – É...Eu queria que qualquer dia a gente pudesse ter a oportunidade de conversar sobre o que aconteceu hoje...
--- Gina, eu estou muito preocupado com você. – Declarou Harry.
--- Por quê?
--- Gina, eu quero que você me esqueça...
--- Por quê?????
Ignorando Virgínia, Harry respondeu calmamente:
--- Você está em ano de N.O.Ms...Você tem que me esquecer, se não, vai se atrapalhar nos estudos...
Virgínia afastou-se abruptamente do rapaz.
--- Harry, se você atrapalhasse os meus estudos, eu não estaria com as boas notas que estou no meu boletim mágico. Você nunca me atrapalhou nem nunca vai me atrapalhar! Isso não é desculpa.
--- Gina, eu não estou inventando desculpa nenhuma!
--- Não? Imagina Harry! – Retrucou a garota, com ironia. – Primeiro a morte de seu padrinho, depois o singelo fato de que sou 1 ano mais nova que vc e agora as provas?!? Não, vc não está me enrolando com desculpas!
--- Gina, eu não estou certo dos meus sentimentos! Não posso dizer que sinto algo, se não sinto...
--- Harry, EU tenho mais do que certeza do que sinto! Será que isso não basta?
--- Basta, se você se conformar em amar sozinha. – Respondeu rudemente.
Por um momento, a garota não soube o que dizer. Abriu sua boca, mas nenhum som foi emitido. Passados alguns momentos, ela deu as costas para Harry e adentrou no Salão Comunal, sem dizer nada.
* * * *

Os N.O.Ms dos alunos do 5o ano passaram na velocidade da luz. Os resultados, como sempre, sairiam nas férias. Harry não vira Gina a mais de três dias.
--- Rony, vc tem visto sua irmã? – Perguntou Potter, tentando fazer essa pergunta soar o mais normal e displicente possível.
--- Ah, ela deve estar ocupada. Quando tento falar com ela, diz que está muito atarefada.
--- Eu também vivo tentando conversar com ela...- Completou Hermione, enquanto lia seu exemplar de “Poções Muy Fuertes” pela trigésima vez. – Mas como o Rony disse agora mesmo, ela parece nunca ter tempo...
Harry, todavia, era o único que tinha uma idéia, mesmo que fosse vaga do que podia estar ocorrendo.
* * * *
Finalmente as tão desejadas férias chegaram. O trem partia de manhã, depois do café, no Salão Principal.
--- Gina! Adivinha! – Exclamou Rony, quando viu sua irmã sentar-se ao seu lado. – Harry vai passar as férias inteirinhas na nossa casa!!
“ Ah não!” – Gritou a consciência da menina. - “Se não bastasse o ano todo eu tendo de” topar” em ver aquele grosso na escola, agora vou ter de agüentá-lo na minha casa as férias inteiras?”
A garota fez questão de viajar a 3 vagões de distância dos 3 amigos (Harry, Rony e Hermione). Eles, por sua vez, resolveram não falar nada e viajaram como se nada tivesse acontecido.

Ao chegar na toca, como sempre, Molly fez uma calorosa recepção a Harry. Virgínia deu um beijo rápido nos pais e subiu correndo as escadas.

--- Harry, por favor, querido, chame a Gina para jantar. – Pediu Molly, enquanto colocava a mesa em ordem.
A contragosto, o rapaz subiu as escadas e viu a porta do quarto da menina entreaberta. Ele, curioso, olhou para o interior do aposento. Pequeno, singelo, com ar de menina. As cortinas vermelhas, porém, mostravam que Gina havia crescido apesar de Harry pensar que ela ainda era aquela garotinha de 11 anos. Ele abriu a porta devagar e viu que a menina estava sentada no peitoril da janela, olhando tristemente para o jardim do lado de fora.
--- Gina, sua mãe pediu para descer. O jantar está pronto. – Falou o garoto, tenso.
A adolescente sequer olhou para a porta. Séria e fria, respondeu:
--- Não estou com fome.
--- Gina, você não pode ficar assim por causa do que eu disse!
A garota olhou raivosamente para Harry e retrucou:
--- Eu somente estou fazendo o que vc me disse.
--- O quê?
--- Eu estou Amando sozinha.
Após isso, Gina tornou a fitar o jardim. Harry esperou mais alguns minutos, mas desistiu. Desceu as escadas e inventou qualquer desculpa para justificar a ausência da garota.

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