Voltando para casa

Nota das autoras:
Como os seres que nos acompanham desde o começo devem saber, a fic Dois Passados foi lançada em 2001 e a sua continuação em 2002. Com o lançamento do quinto livro em 2003, podemos dizer que o enredo da DP já está ultrapassado. Mas como a Dois Passados Tembras, lançada oficialmente em nosso site em Junho de 2005, é a última parte dessa nossa série, não temos mais como colocarmos elementos de A Ordem da Fênix ou O Príncipe Mestiço nela. Então spoilers permanecem até HP04 e recomenda-se que sejam lidas as duas primeiras partes antes dessa.
A Dois Passados foi crescendo juntamente com a LAP e o site, não tínhamos a menor idéia de como ela acabaria em 2001. E hoje, lendo tudo o que já escrevemos e lembrando dos apuros pelos quais passamos para escrevê-las, temos orgulho total de nossas personagens e da nossa trilogia! As vezes meio capenga, mas sempre superando as nossas expectativas! 
Por isso a LAP agradece sinceramente, de todo os nossos corações, quem nos aturou até hoje e quem ainda está na indecisão se atura ou não! Graças a vocês nosso trabalho sempre trouxe resultados positivos!
Por isso, Divirtam-se! Fanfics servem puramente para isso!
LAP
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Emily caminhou lentamente pelo gramado verde do lugar, passando rapidamente pelas elevações no chão. O sol batia de leve no chão coberto com folhas amareladas que caíram com a proximidade do outono.
Ela parou em frente a uma elevação e agachou-se para colocar as flores que carregava. A lápide estava limpa e ela podia ver claramente a foto de uma menina de cabelos castanhos curtos e olhos extremamente negros. Sorriu tristemente e a garota acenou alegre.
Fazia seis anos que Catherine morrera, mas Emily nunca deixava de visitar o túmulo dela. Sentia uma falta imensa da amiga. Levantou-se e, dando uma última olhada na lápide, saiu caminhando entre os túmulos.
Seguiu para um carro escuro parado na frente do cemitério bruxo de Londres e entrou.
_Podemos ir? – perguntou uma voz entediada vinda do lado dela. _Claro – Emily respondeu e colocou o cinto. _Então liga esse negócio que estamos atrasadas. Não sei como consegue mexer com essas coisas trouxas – ela revirou os olhos. _Porque você não quer aprender! – Emily girou a chave e em alguns segundos começaram a andar – O Fred tentou te ensinar! _Ai, Emily. Até parece que você não conhece o Fred. Ele faz de tudo só para me ver nervosa ou atrapalhada...
_Também! Você fica nervosa por qualquer coisa, Charlotte!
Charlotte encarou a amiga, séria, e olhou para o banco traseiro do carro, esticando os braços para lá.
_Pelo menos o Gareth dormiu – ela puxou a coberta do bebê loiro que dormia profundamente em sua cadeira/cama no banco traseiro – E aonde você deixou o Malthus? _Está com Draco – Emily murmurou enquanto observava as placas trouxas do local. _Com meu irmão? Você tem noção do que é deixar seu filho com o Draco? – Charlotte virou-se para a amiga com a boca entreaberta. _O filho é dele também, Charlotte.
_Sim, mas você viu o que aconteceu com o Gregory da última vez que você deixou ele com Draco.
_Aquilo foi um acidente. Essas coisas acontecem...
_Claro! Quem não pula de uma janela gritando "Eu sei voar" com a varinha do pai nas mãos?
Emily limitou-se a olhar com reprovação a amiga.
_Diz que não é verdade? – Charlotte ergueu uma sobrancelha. _Chegamos – Emily parou o carro em frente ao Caldeirão Furado e as duas desceram, com Charlotte carregando Gareth no colo. A loja da Madame Malkin estava anormalmente movimentada naquele Sábado. Alguns julgavam que era por causa da grande liquidação de roupas da moda passada (que estava discretamente anunciada em púrpura berrante na vitrine da loja). Mas a maioria sabia qual era a verdadeira razão.
Aquela noite seria realizada uma grande festa da sociedade bruxa na mansão Malfoy. Era aniversário da caçula da família, Chrisbell e seria comemorada também a volta de Draco Malfoy, consagrado um grande Curandeiro, com sua família que estava há mais de seis anos na França. A festa seria um grande evento social que reuniria grandes figuras que, como convêm à qualquer bruxo, não perderiam a oportunidade de se exibir.
_ Eu disse para ela que não precisava disso. Mas acha que ela me ouve? _ Charlotte entrou reclamando na loja acompanhada de Emily _ E o pior de tudo é que Chrisbell é uma perfeita mini Narcisa!
_ Eu sou o quê, Charlotte?! _ uma voz esganiçada soou do fundo da loja e uma cabeça loira surgiu entre os clientes que circulavam pela loja.
_ Oh-ou, esqueci da praga!
_ Que praga? _ perguntou Emily, curiosa, enquanto observava a pequena Chrisbell, que na opinião dela era uma mini-Charlotte com a personalidade de madame da mãe.
_ Uma maldita praga de orelhas quentes que ela aprendeu naquelas revistas para adolescentes. Agora sempre que eu falar mal dela em um raio de duzentos metros, ela ouve!
_ De novo, Charlotte?! _ a menina, com o rosto vermelho, parou na frente delas erguendo as barras das suas vestes novas e não ajustadas para não arrastarem no chão _ Será que você não fica um minuto sem falar mal de mim para os outros? Ah, oi Emily!
_ Oi querida. E não se preocupe, a Charlotte sempre foi assim. No fundo ela te adora! Não é mesmo grande irmã?
Charlotte revirou os olhos e resmungou alguma coisa inaudível seguindo para o fundo da loja, onde Narcisa experimentava cores diferentes em suas vestes novas.
_ O que me diz desta, Charlotte? _ perguntou ela mudando a cor para azul _ Combina com os meus olhos, não acha?
_ Acabou seu tempo, Narcisa! Decida-se imediatamente que nós temos que ir.
_ Como assim? _ ela começou a rir _ Acha que eu voltaria para casa naquela coisa trouxa barulhenta? Nada disso!
_ Então por que nos chamou aqui? _ perguntou Charlotte indignada.
_ Ora para quê, filha! _disse Narcisa mudando a cor novamente _ Seu vestido. Emily não falou?
_ Não. _ ela lançou um olhar furioso para a amiga, que acenou alegremente da onde estava, e voltou-se para mãe no mesmo tom _ Não preciso de um vestido novo!
_ Claro que precisa, querida! Por favor. _ ela chamou a sua atendente _ Aquele que eu havia separado, certo?... E sem reinações, Charlotte! Faça isso por seus irmãos! Ah, e não se esqueça de pegar o que eu separei para o seu marido. A família dele pode não exigir muito nessas ocasiões, mas hoje ele vai estar representando a nossa casa.
_ Mas... _ Charlotte tentou reclamar.
_ Já disse! Faça pelos seus irmãos! A festa é para eles. Agora vá experimentar. É lindo, você vai ver!
Charlotte seguiu a atendente sem esconder a irritação.
Emily se divertia com a cena. Não gostava de irritar a amiga, mas sabia que no fundo ela obedeceria a mãe de um jeito ou de outro. Ela nem sempre teve uma mãe que se preocupa-se com o que ela vestia.
_ Sua irmã não foi criada como você, Chrisbell. _ ela disse de repente para a menina ao seu lado _ Ela pode parecer ou ser cruel às vezes, mas ela já percebeu há muito tempo que vocês é quem são a verdadeira família dela...
_ E sei de tudo o que aconteceu com ela.
_ Tudo mesmo?
_ ...É!
_ Você pensou antes de responder.
A menina empinou o nariz e agora Emily reconheceu um mini-draco.
_ A Charlotte pode ter sido qualquer coisa, mas nada justifica ela ainda ser assim. Já faz muito tempo e ela devia ter aprendido a ser como nós!_ Chrisbell voltou com passos decididos para a atendente terminar de ajustar as suas vestes, deixando uma cunhada sorridente para trás.
Emily consultou seu relógio e olhou em volta. Charlotte estava inutilmente tentando descobrir onde ficava o começo e o fim das vestes que sua mãe havia escolhido, Narcisa ainda não havia decidido a cor e Chrisbell falava com a atendente:
_ Esse está realmente bom... _ comentou ela subindo em um banquinho _ Mas será que você não tem um mais, hum... rosado?
_ É... acho que elas vão demorar. _ Emily disse para si mesma e resolveu esperar fora da loja.
Era um dia quente de início de verão e bruxos e bruxas aproveitavam o final de semana para as compras, o que tornava o Beco Diagonal mais turbulento do que o normal.
Emily olhou para as tantas lojas familiares e sentiu um aperto no coração. Lembrava nitidamente de quando vira essas lojas pela primeira vez, quando viera com Susan comprar os materiais da irmã para o primeiro ano em Hogwarts. E com um suspiro ela lembrou quando retornara para comprar seus próprios materiais. Lembrou-se da primeira vez em que vira Harry e como suas cicatrizes denunciavam que eram irmãos. Também se lembrou da tarde alegre antes do seu sétimo ano, quando se encontrou com a filha de seu padrinho. E ao pensar em Lune seu coração apertou-se ainda mais.
Naquele ano já havia perdido Catherine e foi um grande choque para ela receber a notícia de que não veria mais a amiga. Remo Lupin havia voltado para a França naquela mesma semana, desiludido por perder a filha quando mal a havia encontrado, e raramente entrava em contato com ela. Apenas havia mandado uma carta no seu casamento, ao qual não compareceu, e quando Gregory nasceu, mas nunca revelando onde estava.
O tempo que passou na França fora, sem dúvida, proveitoso. Draco conseguiu sua especialização em estética mágica, e tornara-se um profissional de nome consagrado, apesar da pouca idade. Agora, finalmente eles podiam voltar para o seu país e criar os seus filhos perto dos tios e avós.
Ela queria que Gregory e Malthus crescessem em meio aos grandes bruxos que ela conhecia, como o seu irmão, que se tornara um auror respeitado por todo o mundo bruxo e Charlotte, que como agente temporária da divisão WIB, ajudou a acabar com os últimos comensais.
_ Ficou lindo, Chrisbell! _ Emily sobressaltou-se quando as três Malfoys irromperam da loja da Madame Malkin cada uma com seus pacotes.
_ Obrigada, Emily. _ disse Charlotte ainda com sua típica expressão de poucos amigos. _ Pode deixar que eu não vou esquecer de retribuir esse seu favor.
_ Se você cumprisse metade das ameaças que me faz, Charlotte, eu estaria na ala das causas irrecuperáveis do St. Mungus!
_ Ora, vamos meninas. Temos muito que fazer em casa! _ Narcisa apressou-as. _ Você não tem que pegar o Gareth no Caldeirão furado, Charlotte?
Charlotte tomou um choque assim que entrou no salão de festas da mansão Malfoy. E, ainda paralisada com a visão, sussurrou:
_ Por Merlin!
_ E então? _ perguntou Narcisa entrando logo atrás dela _ Não está lindo? Foi sua irmã quem escolheu a decoração...
Diante do salão inteiramente rosa néon com balões luminosos espalhados por todos os lados, Charlotte limitou-se a balançar a cabeça positivamente abobada.
_ É claro que aqui será a festa dela. O outro salão será para os adultos. Os elfos estão trabalhando há dois dias para deixar tudo impecável. Ah! Olha quem está aqui! _ Narcisa voltou-se em direção a porta onde uma menininha de cabelos vermelhos, também surpresa com a decoração, estava relutando a entrar _ Dá um abraço na tia, Meggy linda!
_ Ai, vó, não me aperta! _ a menina engasgou-se tentando se livrar da avó.
_ Já te falei que vó é feio. Fala tia Narcisa.
_ Mãe! _ a menina encarou Charlotte com olhinhos suplicantes _ Socorro.
_ Narcisa, solta ela, por favor. _ pediu ela suspirando.
_ Só se ela prometer que não vai mais me chamar de avó.
_ Ok _ disse a menina simulando um sufocamento.
_ Fiquem a vontade que eu vou ajudar a Chrisbell com o cabelo, sabe, com os lacinhos. _ e saiu sorridente.
_ A vó Narcisa vai castigar a tia Chrisbell, mãe?
_ Não, Meggy. Acontece que a tia Chrisbell gosta de lacinhos e, por favor, chame a sua avó de tia quando está aqui, ok?
_ Ok, mãe!... Mãe? Não conta para a vó... tia Narcisa mas _ ela abaixou o tom de voz _ esse salão está muito, muito, muito feio.
_ E seu pai deve estar muito, muito, muito perdido. Por que não vai procurá-lo? _ a menina sorriu e saiu correndo pela porta do salão _ E cuidado para não quebrar...
CRASH!
_ ... nada dessa vez... _Charlotte suspirou revirando os olhos.
_ Até que para uma ex-comensal você tem paciência de sobra com ela _ Charlotte ouviu uma voz familiar e logo seu irmão entrou no salão _ Mas pela cor do cabelo dela eu diria que essa paciência não irá durar muito tempo.
_ Draco?
_ Quem você esperava para ser o centro das atenções dessa noite? O Papai Noel?
_ Seis anos longe e ainda não aprendeu como se comportar...
_ É bom te ver também, maninha! _ ele abriu os braços a saudando.
_ Não espere abraços e beijinhos de mim, vá pedir para a Chrisbell.
_ Como se essa idéia passasse pela minha mente!... Ainda não conhecia a coisinha ruiva que derrubou o vaso.
_ A coisinha ruiva tem nome e é Meggy, sua sobrinha!
_ Charlotte! _ Lúcio quase atropelou Draco na porta entrando com um bebê agarrado nos seus cabelos _ O inútil do seu marido não consegue soltá-lo.
_ Gareth, solta.
Instantaneamente o menino soltou o avô e esticou os bracinhos na direção da mãe.
_ Ele me lembra muito alguém quando era criança _ disse Lúcio lançando um olhar rápido para Draco.
_ Gostei dele! _ comentou Draco chegando mais perto do bebê _ Ele tem o cabelo igual ao nosso.
O bebê agarrou os cabelos do tio no mesmo instante em que Meggy entrou correndo no salão derrubando tudo no caminho, seguida de perto por um menino de cabelos negros um pouco maior que ela. Logo atrás deles entrou uma Emily um tanto decomposta e furiosa segurando outro bebê.
_ Segura ele! _ ela entregou o bebê para Draco no mesmo instante em que Charlotte conseguia soltar as mãozinhas de Gareth da cabeça do irmão.
Emily jogou um feitiço paralisante nos outros dois que ainda corriam pelo salão.
_ Lá fora vocês dois! _ ela ajeitou os cabelos e respirou fundo para se acalmar _ Duplinha terrível! E isso que eles só se conhecem há um dia.
_ Eu juraria que ele era teu sobrinho quando o vi ontem _ disse Charlotte _ Pelo visto cabelos loiros agora são recessivos na nova geração, não é irmãozinho? _ ela lançou um olhar triunfante para Draco que encolheu os ombros e fez um sinal de cabeça para o bebê que segurava.
Malthus era loiro como o pai, tinha os olhos verdes como os da mãe e vivia sorrindo para todos. Ao contrário de Gareth, o bebê de Charlotte, que tinha a seriedade de mãe e os olhos castanhos do pai. Já Meggy era uma réplica de Fred, tirando os olhos azuis e o fato de ela ser menina, é claro. E Gregory, primogênito de Draco, era um mini Harry Potter com os olhos cinzentos dos Malfoys.
Meggy entrou novamente na sala aos soluços e começou a resmungar para Charlotte.
_ Olha o que ele fez com a boneca que a tia Gina me deu, mãe! _ ela mostrou uma lesma gorda e gosmenta.
Gregory também entrou e se escondeu atrás das vestes da mãe.
_ Foi ela quem começou! _ ele também resmungou tentando esconder uma varinha atrás de si.
_ Gregory! Pegou a varinha de seu pai de novo?
O menino balançou a cabeça negativamente para a mãe tentando esconder mais ainda a varinha.
_EI! _ Draco protestou _ Não é a minha varinha! Ela está... é ... ok, é minha. _ e disse para o filho _ Como você pega as coisas do papai assim, garoto? Eu já não te falei que é perigoso usar a varinha sem saber?
_ Eu sei usar varinha!
Draco estendeu a mão e o menino, um tanto relutante, entregou a varinha. Draco destransfigurou a lesma para boneca e devolveu para a Meggy.
_ Só por que você tem a cara do seu tio não precisa ser igual a ele!
_ Draco! _ Emily o repreendeu.
_ O quê?
_ O Draco é que é um bobo e não sabe esconder a varinha dele! _ disse Gregory agarrando as vestes da mãe.
_ Gregory! _ Emily tentou repreender o filho _ Não...
_ Ele tem razão! _ disse Fred entrando _ Você não deve castigar o garoto por ser esperto. _ todos o olharam calados e ele perguntou _ Uma reunião de família e ninguém me chamou?
_ Pai! _ Meggy correu até ele _ Minha mão está suja e não lembro mais aonde que eu posso ir lavar. Essa casa é enorme e grande! Viu os jardins lá fora, papai? Eu estava tentando pegar os gnomos, mas ele não deixou _ ela apontou para Gregory que mostrou a língua para ela _ Ele acha que pode usar varinha, mas nós temos que ir para Hogwarts antes, não é papai? Daí nós podemos usar varinhas. Eu posso ir na casa do vovô pegar os Gnomos dele?
_ Mas nós estamos na casa do vovô, Meggy. _ disse Charlotte fazendo sinal para o marido sair com a menina.
_ Não desse vovô. O vovô Arthur tem uns gnomos legais que falam besteiras quando a gente pega eles e tem uns que mordem também. A vovó Molly faz muitos, muitos, muitos bolos para mim. O Gareth não pode comer os bolos da vovó, ok? Por que ele é muito pequenininho e guloso e vai ter dor de barriga...
_ É, filha _ disse Fred saindo da sala com ela ainda tagarelando.
_ É... ela não se parece muito com você, Charlotte. Leva ele para o berço, Draco. _ Emily entregou o filho, que havia adormecido para o marido, que saiu também, acompanhado de Lúcio.
_ Ela tem muitos tios Weasley que gostam de ouvir suas histórias _ disse ela colocando Gareth no chão para que ele pudesse engatinhar livremente.
_ Sabe uma coisa que eu queria ver desde que eu sai do país? Suas fotos de casamento!
_ As fotos? _ Charlotte engasgou-se _ Anhm... estão no álbum!
_ ... E eu posso ver o álbum, Charlotte?
_ Ah, que pena Emily! Eu o deixei em casa. Se eu soubesse que você queria ver ele...
_ Não seja por isso, Charlotte _ disse Narcisa entre sorrisos voltando _ Eu também tenho um álbum com suas fotos. Está lá na biblioteca.
_ Que bom, Narcisa... _ ela murmurou nada animada.
_ Não vai escapar dessa, Charlotte. Eu tenho o direito de vê-las, afinal, fui sua madrinha!
_ Seu pai estava um pouco nervoso, não acha?
_ Um pouco?! As palavras deserdar, torturar e família de sangue-impuro fora mencionadas várias vezes antes do casamento. Isso sem contar com o Não quero mais ver vocês depois disso! Que ele sussurrou quando entravamos pelo tapete...
_ Pelo jeito ele não cumpriu a promessa...
_ É, _ disse Charlotte virando as páginas do álbum _ depois que a Meggy nasceu ele se conformou um pouco. Agora com o Gareth ele desistiu de não aceitar, mas aqui... ele só não se dá muito bem com o Fred ainda.
_ Hum, ainda bem que ele só conhecia o Gregory por fotos... Ah! Essa ficou muito boa! _ exclamou apontando para a foto que mostrava Charlotte andando com o pai sobre um tapete verde _ Olha os convidados dos lados! Uma parte ruiva e outra loira... tirando algumas exceções, como eu, aqui e ali...
_ Essas são as individuais com os noivos... Mais de uma hora para tirar essas fotos.
_ Com os pais dos noivos... até em fotos e o seu pai e o sr. Weasley não se dão.
_ Mas teve um momento raro na festa depois do casamento.
_ Ah, sim! _ Emily começou a rir _ Você está falando do final da festa quando os dois tinham bebido além da conta e choravam e cantavam juntos?
_ É... _ Charlotte virou rapidamente essa página _ Só não lembra isso para eles, ok?
_ Não se preocupa. Olha! Eu e você aqui! Você quase deu um sorriso inteiro!
_ Mãe!_ Meggy entrou ofegante na biblioteca _ A vó, ops... tia Narcisa está chamando. E, mãe, tem muitos, muitos, muitos docinhos lá no salão! Mas a vovó, ops de novo, a tia falou que nós não podemos mexer em nada. Não podemos mexer em nada por quê?
_ Porque são para a festa.
_ Mas por quê?
_ Por quê o aniversário da sua tia Chrisbell e ela não quer ninguém bagunçando na festa dela.
_ A tia Chris é muito chata.
_ Não fale para ela e não bagunçe na festa, certo?
_ Ok!
_ Então chega de perguntas e quietinha agora.
_ Ok! Ops...
_ Quem diria que Charlotte Riddle Malfoy, temida monitora da Sonserina e comensal, teria tanta paciência com seus filhos! _ admirou-se Emily.
_ Agora eu sou uma Weasley também. E vamos dizer que eu tenho um palpite que a Meggy é uma Grifinoriana comportada. Já não posso esperar o mesmo de Gareth... Bom, vou ver o que a tia Narcisa quer. _ e saiu.
_ Ei, você é a mãe do Gregory, não? Ele é um chato, sabia? Ele fica correndo no jardim e gritando e espantando todos os gnomos. E ele também puxou a cauda da Obliviate e se não fosse pelo tio Draco ele estaria sem cabeça agora... Não dava para trancar ele no quarto, não?
_ E por que você não tenha se juntar a ele nas brincadeiras, tipo, correndo também?
A menina olhou em volta e sussurrou para que apenas Emily pudesse ouvir.
_ É que a tia Narcisa sempre fica zangada quando eu sujo a minha roupa, mas meu pai falou que quando eu chegar em casa posso correr o dia inteiro se eu quiser! _ ela voltou ao tom de voz normal _ Agora eu vou ver se a festa já começou, ok? Eu vou comer docinhos!
Emily riu e a menina retribuiu com um sorriso antes de sumir pela porta da biblioteca. Charlotte tinha falado que a filha pegara a mania de repetir os muitos e de pedir Ok para os outros, e que esperava que essa mania passasse logo. Mas Emily achava que essa "mania" só demonstrava como a garotinha era esperta para apenas três anos. Gregory estava quase com cinco e preferia não demonstrar que sabia falar.
Ela levantou-se do sofá e foi guardar o álbum no seu lugar. Então uma coisa lhe chamou a atenção. Pegou outro álbum e o abriu. Eram as fotos da sua formatura. Lá estavam todos os seus colegas de Hogwarts acenado alegremente, menos Charlotte (que preferia ficar observando o céu ao invés de olhar para frente) e Jorge, que nem ao menos sorria.
Esse era mais um amigo seu que parecia querer se esconder dela. Desde a formatura não o vira mais e Fred procurava desviar do assunto do irmão sempre que era interrogado. Charlotte disse que a última notícia que tiveram dele era a de que iria para a América trabalhar em pesquisas e depois disso, não se sabia mais nada.
Ela virou a página e lá estava a foto em que todos jogavam e re-jogavam os seus chapéus pontudos para o alto. Emily suspirou e olhou para a janela sorrindo.
_ Como é bom voltar para casa!...

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