Sonho de uma noite de Natal
Sonho de Uma Noite de Natal
Noite da véspera de Natal.
A neve cobria a grama como um sutil tapete de veludo. Estava espessa, fazendo com que a garota afundasse suas pernas até seus joelhos. As botas da garota e uma parte de sua calça estavam encharcadas por causa do tempo que ficara ali, andando, e finalmente sentara-se em um balanço. O que ela fazia ali? Não deveria estar na Sala Comunal, como todos os outros, bebendo um chocolate quente cuidadosamente feito pelos elfos? Ou esquentando-se perto da lareira, conversando com as amigas? Mas ela não queria encontrá-lo.
Ele, que era seu sonho desde algum tempo. Como ela queria que ele fosse dela, só dela, de mais ninguém...
O som de passos se afundando na neve despertou-a de seus devaneios.
— O que a senhorita faz aqui? — a voz severa da professora McGonnagall chamou-lhe a atenção. — Não seria melhor a senhorita estar lá dentro?
Ela caminhou até os degraus de mármore e, quando a professora não estava mais no jardim, voltou correndo ao balanço. Ela queria ouvir a doce voz dele. Se ainda acreditasse nisso, pediria ao Papai Noel que desse ele para ela.
Jogou a cabeça para trás, os olhos fechados. Quão grande não foi sua surpresa quando abriu os olhos e viu aquelas íris castanho-esverdeadas fitando-a.
— Oi — ele disse. — O que faz aqui?
Sua voz doce ecoou pelos ouvidos dela.
— Nada — ela respondeu. — E você, o que faz aqui?
— Vim te procurar. Estava preocupado com você.
— Já me encontrou, pode ir embora agora.
— Não, eu não vou.
Ele parou em frente a ela, e pegou sua mão. Ele a levantou do balanço.
— Me diz... — ele começou. — O que você pediria para o Vovô Noel se ele existisse de verdade?
— Não é vovô, é papai — ela corrigiu.
— Que seja — ele disse. — Eu não me dou bem com essas lendas trouxas. Então, o que você pediria?
Ela engoliu em seco. Não podia dizer a ele que o queria como presente de Natal.
— Pediria algo que eu já tenho... — ela fez uma pausa. — Mas que o mesmo tempo não tenho. E você?
Ela deduziu que ele tivesse achado melhor não questioná-la, pois apenas respondeu:
— Eu quero o que está na minha frente agora.
Ela corou. Ele agora estava perigosamente. O coração dela se acelerou. Um centímetro de distância a menos e sua razão iria embora, assim como o dia havia ido. Ela sentiu seu estômago dar cambalhotas alegres quando ele venceu a distância que havia entre eles.
Eles se beijavam apaixonadamente no meio dos jardins de Hogwarts, a neve alcançando seus joelhos.
— Me responda certo… o que você pediria?
Ela sabia. Ele não desistira.
— Você — ela respondeu, dando um novo beijo nele. Desta vez, o beijo fora interrompido pelo “beep-beep” do relógio dele.
— Meia noite — ele disse. — Feliz Natal, Lily.
— Feliz Natal, Tiago.
— Você é meu sonho — ele disse, carinhosamente. — Meu sonho de uma noite de Natal.
— Você também é — ela disse.
Entraram no castelo abraçados, sem se preocupar com o que os outros pensariam. Provavelmente seus amigos fariam comentários, mas pouco lhes importava. O amor dos dois era tão grande que não cabia na universal felicidade daquela noite.
Não cabia na universal felicidade de uma noite de Natal.
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