Filosofia na Alcova




Londres/Hogsmeade
(Janeiro de 1978 – novembro de 1978)


Pedro acabara de entrar na sala escura que era o salão de visitas da casa do Lorde das Trevas, se perguntando por que ele não o havia chamado no escritório como costumava fazer. Era como se realmente fossem tratar de assuntos pessoais e não apenas profissionais.
Bateu na porta. A voz fria soou do outro lado mandando que ele entrasse. Engolindo em seco, Pedro entrou.

“Sente-se, Pettigrew” – Disse Tom, num tom quase gentil.
Pedro sentou-se, encarando insistentemente os próprios pés. De repente eles haviam adquirido um interesse incrível.
“Uma coisa que está me intrigando muito, Pettigrew, é que eu até agora não entendi por que você resolveu se alistar à Ordem das Trevas.”

Pedro estremeceu. Será que o Lorde das Trevas ainda achava que ele era um espião?

“Eu sei que você não é um espião.” – Falou Tom baixinho – “Você veio a mim buscando proteção, Pettigrew. Você não sente vergonha de estar traindo seus amigos?”

Tom observou, satisfeito, um tom vermelho-tijolo colorir as faces gorduchas de Pettigrew. O grifinório parecia ter engasgado com uma bola de bilhar.

“Bem, eu...”
“Snape me contou como você admirava-os. Potter, Lupin e Black. Três dos mais recentes membros da Ordem da Fênix, estou correto?”
“Sim, senhor”
“Pois você terá a chance de provar sua lealdade ao Lorde das Trevas, Pettigrew. Ou Rabicho, não é assim que seus amigos o chamavam?”
“É como me chamam, senhor.” – ele concordou ainda de cabeça baixa.
“Bastante apropriado” – Disse Tom, sorrindo maliciosamente – “Bem, você terá de me trazer qualquer um de seus amiguinhos. Sua missão. Obtenha sucesso, e você será aceito. Se não... Veremos.”
“Um de meus... amigos?” – sussurrou Rabicho apavorado – “Meu senhor, não seria melhor... Mais seguro... Digo, para mantermos o meu papel de espião... Se capturarmos algum desconhecido?”

Tom gargalhou alta e sinistramente, fazendo Rabicho se encolher na cadeira. Por que ele ainda mantinha esse vínculo forçado de uma suposta amizade, se acabara de trair seus amigos tão descaradamente?

“Você não está preocupado com seus amigos, está, Rabicho?”
“Não!” – exclamou Rabicho – “Apenas que seria mais fácil... Sirius, James e Remus são o trio de ouro de Dumbledore, são tão difíceis de capturar...”
Tom tornou a rir.
“Você contará com a ajuda de um velho colega seu... Snape. Poderão fazer isso quando atacarmos Hogsmeade no próximo final de semana. Suponho que vá haver alguma espécie de reunião dos membros neste final de semana, não?”
“É, o noivado de James e Lily.” – Ele murmurou melancolicamente.
“Então atacaremos. Esteja lá, Rabicho. Se você falhar... Se você nos trair...”

E naquele momento ocorreu a Rabicho que Lord Voldemort não precisaria de sequer uma varinha para garantir a lealdade de seus súditos, bastaria um de seus olhares mais intensos.

[...]

Hogsmeade estava em festa. Mais precisamente, o Três Vassouras. Madame Rosmerta havia juntado meia dúzia de mesas, e agora algo próximo a vinte bruxos e bruxas do tipo mais barulhento e alegre estavam sentados ao redor delas e brindando canecas e mais canecas de cerveja amanteigada a todo tipo de coisa. Dos bodes de Aberforth à moto de Sirius, passando por...

“...ao incrível e inegável charme de James Potter” – brindava Sirius já um tanto alto – “Esse filho da mãe que conquistou a garota mais cobiçada da escola!”
“Ora vamos, Sirius!” – falava Lily, um tanto corada – “Eu sei que não era isso que você dizia ao James quando ainda estudávamos juntos.”
“É, você preferia reforçar o quanto o nariz dela era grande e o quanto as sardas a faziam parecer doente...” – disse James, também um tanto alto – “Mas eu sempre dizia: Sirius, meu amigo, você ainda vai ter de conviver muito com esse nariz e essas sardas por que ela vai ser minha pelo resto da vida...”
Lily sorriu e beijou o rosto do noivo.
“E você, o que falava de mim?” – Perguntou James, retribuindo o beijo com carinho. Lily riu alta e debochadamente.
“Depois de tantos anos, achei que você já deveria saber todo o discurso de cor.”
“Oh, claro... Cafajeste, tirano e arrogante...” – Respondeu James imitando a voz fina e aguda da noiva.
“Eu não falo assim!” – Exclamou Lily, divertida
“Mas...” – interrompeu Sirius antes que o casal recomeçasse a brigar – “Tudo acabou bem no final, não? É, acho que as coisas sempre acabam bem... Estamos no olho da tempestade, mas logo a calmaria virá.”
“E aí você vai finalmente arrumar uma pra você, não é Almofadinhas?” – insinuou James.
“Nah, você sabe como eu sou...” – retrucou Sirius, sob o olhar indignado das mulheres da mesa. – “Prefiro pensar que quem vai agarrar o buquê será o Aluado aqui...” – E puxou Lupin para mais perto, passando o braço sobre seus ombros.
“Você sabe que...” – começou Lupin, corando.
“Você é um idiota, Aluado, sabe disso, não sabe?” – Falou Sirius em tom de brincadeira – “Pode ter qualquer garota que quiser, eu sempre disse isso.”
“Guarde seu papo de casamenteira, Sirius. O Aluado aí está esperando sua princesa encantada” – Disse James, piscando
“É, mas na verdade... Não é só o Aluado que está solteiro na praça, não é?” – respondeu Sirius
“Como assim?”
“E o Rabicho? Acho que não o vejo com uma garota desde... desde...” – Ele fez uma expressão cômica de quem se esforçava muito para pensar – “Espere aí! Nunca o vimos com garota alguma!”
Sirius e James desataram a gargalhar, sob o olhar reprovador de Lily e risadas discretas de Remus.
“E por falar nisso... Onde será que ele se meteu?” – Perguntou Sirius vagamente.
“Ele disse que ia se atrasar.” – respondeu James igualmente vago. Sirius deu de ombros.
“Devíamos checar do Madame Puddifoot, Pontas. Quem sabe Pedrinho finalmente não arranjou algo mais interessante para fazer?”

Os três marotos se entreolharam e tornaram a rir.

[...]


Tom passava os olhos na fileira de Comensais, todos com o aspecto mais sinistro possível. Ele sorriu satisfeito e recomeçou a falar:

“Vocês acham que viram o que é poder até agora? Eu não lhes mostrei nada do que sou capaz, nada do que vocês poderão usufruir quando vencermos essa guerra. Aquela vila está cheia de sangues-ruins e amantes dos trouxas. Eles tentarão deter vocês, mas vocês estarão em vantagem numérica e de poder. No mês passado, nós atacamos a Londres trouxa e implodimos a ponte. O Ministério da Magia continua a se recusar a nos passar o poder. Veremos o que acharão de um ataque a Hogsmeade, agora. O mundo está imerso em caos, agora, mas isso não deve durar. O caos precede a ordem, e não há ordem sem caos. É necessário haver mudança, ou a sociedade entrará em estagnação, e a estagnação por si só é o caos imerso em inércia, aumentando, piorando, apodrecendo de dentro para fora, até que não restará mais nada além da escória mais suja dominando o mundo. O que estamos buscando não é a desordem ou as Trevas por si só, muito pelo contrário, nós estamos buscando a pureza, a preservação do que existe de mais precioso em nós. Somos revolucionários, sim, meus caros. Lutamos por um ideal e buscamos o que achamos que é o melhor para nós e nossos filhos. Nossa única diferença em relação àqueles a quem chamamos de inimigos e que buscam deter o que é impossível deter - ou seja, nós – é que nós não temos o que eles chamam de escrúpulos. Para nós, os fins justificam os meios. Mas o que vocês preferem; ter de matar alguns infelizes indignos sequer de existirem para atingir sua meta, para concretizar seu ideal, ou abaixar a cabeça e seguir adiante como se nada estivesse acontecendo, enquanto vêem nós, uma raça superior, se misturando com a ralé trouxa? Lembrem-se disso.”

Tom parou para absorver o impacto de suas palavras. Era como se tivesse injetado ânimo em cada um deles, que agoram sorriam de orelha a orelha, mostrando determinação e ostentando cada qual um olhar da mais pura rebeldia obtinada.

Bellatrix adiantou-se, saindo da aglomeração de bruxos encapuzados, se aproximou e beijou-o na boca; um beijo que longe de demonstrar luxúria ou desejo, transbordava de admiração e respeito. Snape prostrou-se ao seu lado, junto com um trêmulo Rabicho – o único que parecia não ter sido afetado pelas palavras de seu Mestre. Um por um, eles desaparataram.

[...]

Onde está o Rabicho?” – Bufou James pela enésima vez.
“Estou começando a ficar preocupado” – Disse Lupin.
“É, isso é sério. Ele pode ter sido capturado ou algo assim. Nunca foi bom duelista. De qualquer maneira, acho que já está na hora de irmos embora.” – ponderou James, sério. – “Vamos, Sirius, seu cão: você está caindo de bêbado.”
Sirius riu e sacudiu negativamente a cabeça e disse com a voz enrolada:
“Acho que Pedrinho se deu melhor do que nós esta noite, Pontas. O Madame Puddifoot já fechou...”
“Talvez por que sejam duas da manhã?” – Sugeriu Lupin, enquanto ajudava o amigo a se levantar. – “James, você devia ir para casa com Lily. O turno de vocês já acabou.”
“É, amigo, aproveite seus últimos dias como um homem livre...” – Disse Sirius, ainda mais tonto.
“Oh, cale-se Sirius! Não dê idéias ao meu noivo. Já não bastou aquela festinha sórdida no último final de semana?” – Retrucou Lily, meio séria, meio risonha – “Ainda não consegui restaurar o piano por completo.”
“Foram só algumas duendes fantasiadas...” – Ele murmurou, encostando a cabeça no ombro do amigo que o apoiava.
Lily olhou incrédula para James.
Duendes fantasiadas?” – Sussurrou. James riu e deu de ombros.

O grupo saiu do bar cantarolando alegremente – Sirius o mais animado deles:

Darling you´ve got to let me know… Should I stay or should I go? If you say that you are mine…
I'll be here 'til the end of time!

“Onde você aprendeu essa música, Sirius?” – Perguntou Lily, surpresa.
“Em algum lugar... Mas ouça, ouça só: So you got to let know… Should I stay or should I go? Always tease tease tease… You're happy when I'm on my knees!
“Sirius?” – chamou James
“Ãhnnn?” – Ele resmungou
“Você canta muito mal, cara.”
“Obrigado! Você também é um esplêndido cantor, meu caro... Vamos lá, cante comigo: One day is fine, next is black… So if you want me off your back… Well come on and let me know… Should I Stay or should I go?

James, Remus e Lily se entreolharam, revirando os olhos, e desataram a rir do amigo que continuava a cantar:
Should I stay or should I go now? Should I stay or should I go now?… Êpa, peraí, isso não está certo!”

De repente, Sirius ergueu-se num salto, deixando de lado a postura de bêbado. Ele moveu-se muito rápido, a varinha em punho, olhando para os lados alucinadamente, como se procurasse algo que deveria estar por ali. O restante do grupo olhou-se confuso.

“Sirius, o quê...?”
“Shhh!” – Ele exclamou, pedindo silêncio com um gesto.
Sirius embrenhou-se num pedaço de mato desfolhado, andando com cautela, decididamente buscando por algo.
Estupefaça!” – Ele gritou, e ouviu-se um gemido e o som de um corpo tombando no chão. – “Ah-há!” – Exclamou, feliz, e arrastou o corpo para fora do mato.
“Reconhece?” – Perguntou para James, que sacudiu a cabeça negativamente. – “Ele tem a Marca Negra, veja...”
E no antebraço esquerdo do homem desmaiado, de fato havia o macabro símbolo do crânio com a língua de cobra.
“Espere aí, eu conheço esse cara!” – Exclamou Lily, evitando olhar para a marca – “Karkaroff! Ele é professor de Durmstrang, uma escola de magia alemã! Saiu no jornal outro dia, fugiu sem dar notícia há umas semanas...”
“Bem, parece que agora sabemos o porquê.” – Disse Sirius, afastando-se do corpo – “Vamos pessoal, antes que apareçam mais desses por aqui...”

Mas era tarde demais para que fossem embora: assim que tomaram a estrada de terra em direção ao ponto de Aparatação – a segurança em Hogsmeade e nas proximidades de Hogwarts havia sido bastante reforçada no verão anterior – um grupo de bruxos encapuzados surgiu ao redor dos quatro, lançando feitiços tão rapidamente que apenas James – auror treinado do Ministério e Sirius, exímio duelista, tiveram tempo de se abaixar e evitar os jatos de várias cores que os quase dez Comensais da Morte lançaram contra eles. Remus, por sorte, estava exatamente atrás de um grande carvalho que absorveu o feitiço e irrompeu em chamas imediatamente, tombando por cima do teto de palha de um presépio que havia restado do último natal, tocando fogo na pequena choupana. Lily, no entanto, não foi rápida o suficiente para evitar o jato vermelho do feitiço estuporante e caiu desacordada entre os amigos.

“Lily!” – James gritou, jogando-se no chão para evitar um jato verde em sua direção.
Ele rolou, ainda fora do alcance dos feitiços e conseguiu atingir o Comensal mais próximo com uma Azaração das pernas Bambas.
Enervate…, acorde, Lily… Expelliarmus!” – E a varinha de um outro combatente voou longe.
“Ela não vai acordar, Potter!” – Gritou um dos Comensais encapuzados que acabara de ser atingido por um Tarantallegra lançado por Remo – “É Arte das Trevas! Ela só vai acordar quando assim meu mestre o quiser!”
“Mestre...?” – Perguntou James; a boca aberta num esgar de supresa ao se deparar com uma figura alta e de olhos vermelhos se aproximando. – “Não!”
Avada Kedavra!” – gritou Tom, ao mesmo tempo em que rebatia o feitiço lançado por Remus.
James tornou a se jogar no chão, protegendo o corpo da noiva com o seu.
Avada Kedavra...! Avada...” – Exclamou James, ofegando, mas o que saiu de sua varinha não foi nada além de faíscas verdes.
Tom riu malignamente: Esses aurores eram incapazes até de lançar uma Imperdoável?
“Entregue-se a mim ou eu levarei sua noivinha!” – Tom gritou ameaçadoramente.
“Nunca! O que você quer comigo, seu maligno?”
“Só vou avisar mais uma vez: Entregue-se ou eu matarei sua noivinha!”

James olhou para os lados, numa busca desesperada por ajuda, mas Sirius e Remus estavam ocupados demais lutando com outros dez Comensais da Morte para perceberem sua situação delicada.
“Me leve, então, mas deixe-a em paz!”
“Eu a deixarei viva, Potter. Pelo menos por enquanto...”

Tom agarrou o braço de James e aparatou para uma das caverna nos limites de Hogsmeade, onde não poderiam ser vistos nem ouvidos. O auror tremia e gritava descontroladamente, procurando se livrar, mas assim que chegaram na caverna, foi amarrado por cordas invisíveis que o impediam de realizar qualquer movimento.

“Muito bem, Potter. Eu vou perguntar só uma vez: Onde fica a sede da Ordem da Fênix?”
“Eu não sei e não lhe diria se soubesse!”
“Resposta errada... Crucio!”

James gritou horrivelmente, debatendo-se contra suas cordas invisíveis

“Então vou mudar de pergunta, Potter. Quais são os membros da Ordem? Quero nomes.”
“Nunca!”
“Resposta errada novamente, meu caro... Crucio!
“Vá se foder, seu verme maldito!” – Ele xingou, entre seus próprios urros de dor
“Tsc, tsc, tsc... Pense melhor, Potter. Você poderia passar a noite toda sofrendo até enlouquecer... Ou talvez, para ser mais prático, eu devesse descer lá e matar sua noivinha...”
“Não! Não, Lily não!” – Ele gritou, num assomo de desespero – “Deixe-a em paz, não!”
“Então fale, Potter. Quais são os membros da ordem da Fênix?”
“Dumbledore...” – Ele murmurou sofridamente.
Crucio!
“Eu-não-sei!”
“Não minta para Lord Voldemort, Potter!” – urrou Tom, furioso.
“Me deixe em paz! Eu não sei de nada! Ou então me mate! Me mate! Mas eu não direi uma palavra, jamais...”
Tom gargalhou alto, jogando a cabeça para trás. Tolo!

“Eu não vou te matar, Potter, se é isso que você espera. Eu prefiro... Sangues-ruins...” – E seus olhos brilharam de malícia.
“Deixe-Lily-em-paz!”
“Ahhh você a ama, Potter?” – perguntou Tom; o brilho maníaco no olhar aumentando em intensidade – “Você trairia seus amigos e poria a vida de dezenas de pessos em risco para salvar seu amor?”
“N-não... Deixe-a em paz...” – James soluçou. Estava chorando.
“Então você prefere que eu a mate? A escolha é sua, Potter. Você tem cinco minutos...”

[...]

Lily estava abriu os olhos lentamente. Com um assomo de terror, percebeu que estava cercada por dezenas de bruxos de aspecto sinistro encapuzados.

“Onde estou?”. – perguntou, mas não obteve resposta.
“A sangue-ruim acordou, Rodolfo.” – Disse a voz excitada de Bellatrix Lestrange.
“Não podemos mata-la, você sabe...” – Disse Rodolfo para a esposa.
“E quem falou em matar? Vamos nos divertir um pouquinho, que tal?” – Sugeriu Bellatrix, animada.
“Você é quem sabe...” – Rodolfo deu de ombros
“Onde estou?” – Lily repetiu, semi-inconsciente.
Crucio!” – Exclamou Bella.
Lily gritou e se debateu, sentindo a absurda dor penetrando suas entranhas, rasgando-a, devorando-a por dentro...
“Você gosta disso, Sangue-ruim? Onde está o seu cavaleiro grifinório da armadura brilhante para lhe salvar, agora?”
“Me deixe em paz...” – ela murmurou, ainda tonta.
Crucio!
E novamente o ar de Hogsmeade se encheu dos gritos doloridos de Lily Evans.
“Bellatrix!” – chamou uma voz jovem de repente.
“O que é, Snape?” – Respondeu Bella rispidamente.
“Estão precisando de reforços do outro lado; chegaram uns aurores. Deixe que eu tomo conta da Sangue-ruim. Você também, Rodolfo”.
Bellatrix resmungou resignada e foi embora, deixando Severo e Lily sozinhos, abrigados da neve que começara a cair de repente sob um paredão de pedra escarpada. Assim que se viu sozinha com seu raptor, Lily gritou indignada:
“Você, Ranhoso?! Seu fedelho nojento, seboso, cruel, malévolo...!”
“Shhh!” – ele implorou por silêncio, enquanto olhava para os lados como se checando se havia alguém obervando.
Então murmurou um encantamento que mais parecia uma canção em outra língua, e alguns minutos depois, Lily estava liberta de seu torpor.
“Por quê...?” – Ela indagou, confusa, mas antes que completasse a frase, seus lábios foram selados pelos de Severo.
Ele a apertou fortemente contra o paredão de roha com o próprio corpo, impedindo-a de machuca-lo com os movimentos bruscos que fazia ao tentar se libertar. Finalmente, quando Severo a soltou, houve um barulho riscando o ar e um tapa atingiu em cheio seu rosto.
“Seu garoto perverso, bastardo maldito...!”
“Cala boca, não vê que eu estou salvando sua vida?!” – Ele gritou, nervoso. – “Pegue essa varinha e me estupore, senão vão pensar que eu a deixei fugir!”
“Mas...”
“Agora!” – Ele ordenou, e no segundo seguinte caía desmaiado na terra enlameada.
Lily fugiu espavorida, chorando e derrapando na lama até o ponto de aparatação que por sorte estava completamente vazio.

[...]

“Cinco minutos já se passaram, senhor Potter. Qual é o seu veredicto?” – Perguntou Tom tediosamente.

Francamente, estava perdendo seu tempo com aquele tolo amante, podendo se dedicar a coisas mais emocionantes!

“L-Lily...” – Ele gaguejou, ainda com lágrimas nos olhos
“Você escolheu a vidinha da mulher?” – Perguntou Tom, surpreso, erguendo uma sobrancelha.
“N-não...” – Ele murmurou.
“Finalmente alguém de bom-senso no meio desses aurores!” – Disse Tom, sorrindo – “Agora, se me dá licença, eu tenho alguém para matar...” – falou cantando, e desaparatou.

E naquele momento, James sentiu como se toda a sua vida tivesse sido roubada, e se limitou a gritar o mais alto que pode, até sua garganta rasgar, ferir, e não poder fazer nada além de ajoelhar no chão, chorando e chorando lágrimas de sangue...

[...]

“Onde está a sangue-ruim, Bella?” – Tom perguntou em tom de conversa para a Comensal.
O grupo estava todo reunido em frente a uma das poucas construções resistentes ao incêndio.
“Snape disse que alguns aurores tinham chegado... Mas não vi nenhum deles por aqui.”

Amaldiçoando a incompetência de seus servos, Tom voltou-se para o outro lado da vila, onde enxergou
o vulto escuro de Snape desmaiado.

“Snape?” – Tom chamou, furioso. – “Acorde, seu moleque inútil!”
Subitamente, Severo se endireitou, encarando o Mestre, trêmulo.
“Mestre...” – Ele choramingou – “A Sangue-ruim me atacou e fugiu, mestre! Juro que tentei impedi-la, mas ela tinha uma varinha escondida nas vestes! Eu...”
“Silêncio!” – Ordenou Tom rispidamente – “Eu lhe dei um voto de confiança, Snape, e você o traiu. Se isso acontecer novamente, você será morto, está entendido?”
“Eu...”
“Olhe para mim, Snape!” – Exclamou, forçando o Comensal a manter o contato visual. – “Você está mentindo para mim.”
“Eu, mentindo? N-nunca, mestre...” – gaguejou Severo, recuando contra a pedra.
“Você acha que é capaz de deter o maior Legilimens do mundo com essa sua pobre Oclumência? Não, Snape, não...”
“Eu...” – Disse Snape, arregalando os olhos negros cheios de pânico.
“Levante-se e vá para casa, Snape. Não posso provar que você está mentindo, não é? Mas jamais traia minha confiança, do jeito que for. Acho que já lhe disse isso várias vezes.”

E virou-se sem dizer mais nenhuma palavra, abandonando o jovem trêmulo de medo, que só voltou a respirar tranqüilamente depois que viu seu Mestre desaparatando do outro lado junto com o restante dos comensais.

[...]

“E a resposta do Ministério, Mestre?” – Perguntou Lúcio Malfoy na manhã seguinte, quando tornaram a se reunir para discutir os próximos passos.
“Nada ainda. Preferem fingir que nada aconteceu, porque não houveram mortos.”
Do outro lado da sala, Bellatrix bufou irritada; os braços cruzados no peito e uma expressão de puro mau-humor.
“Qual é o seu problema, Bellatrix?” – perguntou Lúcio.
“Os gigantes estão acuados nas montanhas e não poderão vir em nosso auxílio como planejado. Os aurores...” – respondeu Tom – “Os aurores estão interceptando cada vez mais nossos planos. É preciso agir rápido, pois os últimos combates não têm tido sucesso. Nosso próximo passo será grande, muito grande.”
“Eu suplico... Conte-nos, mestre” – Falou Bellatrix, baixinho.
“Gringotts.” – Respondeu, simplesmente.

Lúcio deu um muxoxo discrente e virou-se para sair...

“No que você está pensando, Malfoy?!” – Perguntou Tom, sentindo uma fúria incrível o atingindo – “Não ouse dar as costas para mim!
“N-não, senhor...” – Ele gaguejou, surpreso, enquanto era suspenso e encostado contra a parede com agressividade.
“Não ouse duvidar de mim novamente!” – E o soltou.

De repente, se dera conta da enorme frustração que se instalara em seu peito.
Uma vontade de fazer algo estupidamente grandioso martelava em sua cabeça...

[...]

“Vamos por aqui.” – Tom sussurrou por baixo do capuz de sua capa, apagando a luz da varinha, tornando a imergir na mais completa escuridão.

Uma nova nuvem de poeira foi lançada para fora da lareira da Borgin&Burkes quando mais três comensais surgiram do espaço apertado entre a porta dos fundos e uma prateleira que escondia o buraco meio desmoronado da lareira..

A Travessa do Tranco se revelou à sua frente, exibindo os tentadores caminhos de ruelas e becos escusos de onde emergiam ruídos dos mais suspeitos. Tom achou até ter ouvido um uivo de lobisomem ao passar pela entrada de um beco particularmente escuro e fétido.

Quando passaram pelo Beco Diagonal, a escuridão pareceu diminuir um pouco, embora às duas da manhã nada estivesse aberto. A única luz provinha de dois postes exatamente na entrada de seu alvo: O Banco Gringotts.
Com uma explosão surda, abriu as correntes fortemente protegidas e os portões de ferro transformaram-se em minúsculos cacos cortante como se não fossem nada além do vidro mais frágil.
Eles entraram

“Malfoy, Lestrange, Snape e Crouch, fiquem por aqui, guardando a entrada. Avisem se vier alguém. Bella, Rabicho e Rookwood vêm comigo.”
Barty Crouch ofegou ansioso. Sua primeira missão como Comensal da Morte.

Eles atravessaram o grande bureau onde mais cedo os duendes estiveram contando e recontando incansavelmente as moedas de ouro; os passos ecoando nas paredes de mármore.

“Não toque nisso!” – Disse rispidamente para Rabicho que enfiava uma saca de ouro no bolso.
“Veja só!” – Bella sussurrou, apontando para o grande túnel escuro que descia indefinidamente. – “Deve ter quilômetros de profundidade!”

Desceram pelo túnel escuro através dos trilhos escorregadios – o pequeno vagão que normalmente transportava os clientes tinha se recusado terminantemente a subir dos confins da enorme cratera que abrigava os cofres.
O primeiro cofre se revelou vazio, exceto por um pequeno embrulho encardido do tamanho de um pedregulho.
O próximo, de segurança máxima, quando aberto, revelou um conteúdo bem mais generoso – montanhas e montanhas de ouro dourado e reluzente.

“Excelente!” – Exclamou Rabicho, ganancioso, entrando no cofre e mergulhando na pilha dde moedas douradas.
O ex-grifinório riu bobamente e atirou punhados de ouro para o lado, feliz.
“Não viemos pilhar os cofres!” – disse Tom, enojado.

Rabicho parou imediatamente, exibindo uma expressão frustrada.

Os próximos cofres que se seguiram também continham apenas dinheiro, e apesar dos protestos de Rabicho, não apanharam nada do ouro.
Quando se proximaram mais do fundo do grande poço – e já podiam enxergar coisas que lembravam muito labaredas de fogo emergindo de bocas de dragões furiosos (Tom se perguntava se realmente haviam dragões no fundo), finalmente acharam algo que parecia vagamente interesante.

O trilho corria pelo chão como se estivesse suspenso no vácuo, e ao lado dele, circundando as portas e mais portas, uma estreita faixa de terra pedregosa permitia o acesso aos cofres. Um deles, o de número seiscentos e sessenta e seis, estava especialmente protegido. Nenhum dos feitiços mais poderosos e obscuros foi capaz de abri-la.

“Espere aí...” – Disse Rookwood; uma expressão curiosa no rosto – “Eu reconheço essa porta.
Temos muitas delas no Departamento de Mistérios. A gente encaixa a mão aqui e ela se abre se reconhecer um funcionário.”
“E o que acontece se ela não reconhecer?” – Perguntou Rabicho.
“Ela te engole.”

Rabicho soltou uma exclamação assustada e se afastou conforme Rookwood se aproximou da porta. Ele hesitou por um momento e encaixou a mão na abertura que lembrava uma estrela de cinco pontas, onde cada dedo se encaixou numa ponta. Por um momento, nada aconteceu. Mas assim que Rookwood retirou a mão, a estrela prateada brilhou intensamente, e então transformou-se numa maçaneta, aberta com facilidade.

O conteúdo do cofre os ofuscou por um momento. Quando finalmente Tom pôde enxergar, o que viu foram pilhas e pilhas de pequenas esferas de vidro empoeiradas.

“São profecias!” – exclamou Rookwood – “Profecias já cumpridas!”
“Não toque, mestre, pode ser perigoso!” – Disse Bella quando Tom abaixou-se para apanhar uma das esferas.
“Tem meu nome aqui.” – respondeu, apanhando a profecia – “A.H.B para T.S.R. - Lorde das Trevas e Richard Benson.
“Richard Benson...?” – perguntou Bella, mas calou-se ante o olhar severo de Tom.
“E tem uma aqui com o meu nome!” – Exclamou Rabicho, mostrando uma das bolinhas. “M.M.J para S.S – Rabicho e (?) Queda do Lorde das Trevas
“Queda?” – perguntou Tom, nervoso – “Quero ouvir.”

Rabicho suspendeu a esfera acima da cabeça e a soltou. A esfera rompeu-se no choque com o chão, e dela saiu uma névoa branca e espiralada que pairou no ar até assumir a forma de uma velha gorda coberta de chales, lembrando a Tom vagamente as velhas cartomantes trouxas que liam mãos em feiras. A mulher falou, naquela voz áspera que ele havia ouvido uma vez:

... aquele que trair seus amigos será o elo da cadeia. O ciclo terminará com sua traição, e começará com sua traição, e o sangue daquele que foi traído correrá para sempre nas veias do Lorde das Trevas... O elo da cadeia surgirá como um superior, e sua traição será para sempre maldita aos olhos da Luz e das Trevas, mas será como inferior que ele aguardará no limbo por um julgamento próprio, enquanto sua alma arde em culpa e desgraça... Aquele que trair seus amigos será o elo da cadeia...

Os outros três ocupantes do cofre se entreolharam, trocando olhares significativos. As faces rosadas de Rabicho tinham adiquirido um tom de verde-pálido e ele tremia ligeiramente, nervoso.

“Quem é M.M.J?” – Ele perguntou baixinho.
“O mais importante, em geral, não é o vidente.” – Voldemort respondeu, em tom igualmente sério. – “Mas a quem ele faz a profecia.”
S.S... Quem será?”
“Não faço idéia. Mas é melhor irmos. Também não viemos aqui para escutar profecias.” – Tom respondeu, tornando a abrir a porta para sair.
Eles saíram, em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos e interpretações da profecia.

E de repente, todo o chão do Gringotts tremeu.

Um som de repetidas explosões soou quilômetros acima, na superfície onde os outros quatro comensais aguardavam, e diversas rochas se desprenderam do teto, soterrando metade do caminho até a entrada para o hall.

No largo e brilhante hall de entrada do banco, Malfoy , Snape, Crouch e Rodolfo Lestrange duelavam cada qual com meia dúzia de aurores. Furioso, Voldemort tomou a frente: um só feitiço e três aurores caíam mortos, abatidos com ridícula facilidade, enquanto uma cratera era aberta no chão com a força do feitiço, atingindo os encanamentos dezenas de metros abaixo. Um cano particularmente grande explodiu, levando um grosso jato de água, denso como uma cachoeira, inundando o salão até o tornozelo daqueles que combatiam.

Bella duelava com facilidade contra dois membros da Ordem da fênix que Tom reconheceu vagamente como Frank e Alice Logbotton. Um jato verde voou de sua varinha e teria atingido Alice, se ela não tivesse se jogado no chão. No segundo seguinte, um outro combatente – este não usava o sóbrio uniforme amarelo dos aurors, mas vestes negras comuns e uma ridícula máscara que cobria seus olhos, como se pretendesse ser uma espécie de herói de quadrinhos trouxas – se reuniu aos Longbotton, e Bella não pôde mais lutar sem se encontrar em óbvia e grande desvantagem.

“Tudo bem com você, priminha?” – gritou o mascarado.
Sirius!” – Gritou Bella em resposta, com uma fúria indignada.

Malfoy lutava, para variar, com Arthur Weasley, e mais uma vez eles pareciam ter esquecido a utilidade de suas varinhas, e se ocupavam em uma selvagem luta repleta de golpes baixos.

Bella, vá para o outro lado, deixe que eu cuido desses dois!” – Gritou Tom, sendo atingido por um esguicho de um outro cano que acabara de surgir na superfície da cratera.

Bella virou-se, e nesse momento, uma azaração de Sirius passou voando por sua orelha esquerda, atingindo a coluna de mármore que sustentava precariamente uma das paredes. A parede desmoronou com um barulho ensurdecedor, jogando pedras de mármore em todas as direções, até que um pequeno muro de destroços separava Voldemort e o casal Longbotton do resto do combate.

Furioso, Tom ergueu a varinha em direção ao casal, que arregalou os olhos, apavorados e sem ação.
Se preparava para lançar a maldição, quando um novo cano pareceu brotar da terra, criando uma cortina de água separando-os.

Um dos dois aurores, cujo vulto Tom foi incapaz de reconhecer, ergueu a varinha e conjurou uma barreira de proteção ao redor da barreira aquática que erguia-se imperativa entre eles.

O feitiço de Tom explodiu contra a barreira, lançando cacos de algo que parecia água quente solidificada, que ao baterem nas paredes desmoronadas, explodiram como pequenas bombas, lançando labaredas em todas as direções, como uma chuva de fogo. O incêndio se alastrou pelas mesas repletas de pergaminhos, até se deparar com um novo jato de água e ser extinto, levantando uma densa nuvem de vapor sufocante, impedindo qualquer um de enxergar direito.

Um jato verde passou ao seu lado, vindo de trás, e Tom virou-se para encarar Alice Longbotton, mas no momento que ergueu a varinha para lançar seu próprio Avada Kedavra, algo aconteceu.

Um ser de brilho lácteo e perolado, algo que lembrava um pássaro colorido, cujo belíssimo canto mais lembrava um lamento, veio se aproximando de Tom.

Nesse momento, Tom sentiu como se tivesse sua própria alma arrancada do corpo; como se tivesse arsênico injetado nas veias...

[...]

Uma conhecida cabeleira negra e acetinada se aproximou de seu rosto e Tom sentiu o contato macio contra sua pele. Bellatrix se debruçava sobre ele, e uma de suas mãos veio pousar em sua testa, como se verificando sua temperatura. Ela se afastou, olhando-o do alto, com uma expressão preocupada. Mordeu os lábios e cruzou os braços, pensando no que deveria fazer em seguida. Então tirou das vestes um embrulho prateado e posou-o na cabeceira ao lado da cama em que Tom se via deitado. Bella ainda pensou por um momento, decidindo se estava fazendo certo, e então dirigiu-se para a saída.

Antes que ela saísse, porém, Tom segurou seu pulso e Bella virou-se assustada.

“Mestre, o senhor está bem?”
“Estou bem.” – Respondeu, sentando-se na cama – “O que aconteceu?”
“Não sabemos ao certo ainda” – Ela respondeu hesitante – “Mas Dumbledore chegou e tivemos de ir. Achamos o senhor desmaiado ao lado de uma fênix prateada.”

Uma lembrança vaga perpassou por sua mente.

“É o patrono de Dumbledore.” – disse baixinho – “É estranho que isso tenha acontecido. É como se o patrono tivesse o efeito inverso. O que é isso?” – apontou para o embrulho prateado na cabeceira.
“Chocolate. Achamos que talvez fosse um ataque de dementadores; foi bem parecido.”
“Não preciso de chocolate.” – disse, ligeiramente constrangido – “É mesmo estranho que isso tenha acontecido. Não vejo como um patrono poderia ter efeito inverso, como se eu fosse um dementador.”

Bella não respondeu. Seu olhar vago estava perdido em algum ponto da paisagem visível através da janela. Ainda era noite alta e apenas a lua cheia iluminava um pouco a rua lá fora, e uma única vela estava acesa ali dentro. Tom se pegou pensando no quão atraente ela lhe parecia nas vestes enxarcadas e rasgadas que ainda vestia após a batalha.
“Bella, venha cá.” – Ele chamou baixinho. – “Não preciso de chocolate para me recuperar desse ataque.”

Bellatrix virou-se, sem saber o que dizer, ou que tipo de olhar sustentar. Aproximou-se até que pôde se certificar do olhar cheio de volúpia que ele lhe dirigia, e então sorriu e deitou-se na cama, deixando que os braços dele a envolvessem.

...amáveis devassos que desde a juventude não conheceram outro limites além de seus desejos e que são governados apenas por seus caprichos... Vão tão longe se desejarem viajar pelos caminhos floridos que vossa luxúria vos prepara; estejam certos de que é apenas explorando e alargando a esfera de vossos gostos e fantasias; é apenas sacrificando tudo ao prazer dos sentidos, que esse indivíduo, que nunca pediu para ser lançado neste universo de desgraça, que essa pobre criatura chamada homem, poderá semear umas poucas rosas sobre o espinhoso caminho da vida...
“Shakespeare?” – Bella perguntou, afundando nos braços fortes que a acariciavam.
“Marquês de Sade.” – respondeu, e apagou a vela.


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Bom-dia/Boa-tarde/Boa-noite/Boa-madrugada, caros leitores!
Desculpem pela demora de quase dez dias em postar esse novo capítulo, mas eu estive (mais uma vez) sofrendo de um daqueles horríveis bloqueios mentais. Bem, mas aí vocês o tem, capítulo 39, um capítulo recheado de coisas!
Primeiro, espero que não tenham se importado em quase metade do capítulo ser do ponto de vista dos marotos. Mas é que, como todos sabem, eles têm um papel crucial na história posterior, que tem uma grande ligação com esta.
Vocês gostaram do discurso do Tom? Sei lá, eu não gostei nem desgostei, ficou até bonzinho. Queria que fosse algo bem “Hitler” e ao mesmo tempo algo que tivesse lógica, fizesse sentido? E como esse capítulo prometeu ser meio filosófico, enão... Na verdade, continuem lendo essa nota de autora absurda e vocês vão entender também porque o nome do capítulo é esse hehe...
O Sirius ficou particularmente engraçado, eu pelo menos achei hehe... A música que ele cantava é um clássico punk do The Clash, chamado “Should I stay or should I go?”. É muito legalzinha!
Temos Potters vs.Voldemort #1 e Longbottons vs. Voldemort #2. Snape apaixonadérrimo por Lily, até salvou a vida dela, Tom torturando o pobre James que ficou crente que a Lily tinha morrido. Um ataque ao Gringotts que praticamente demoliu o prédio e o patrono de Dumbledore atacando a parte das Trevas da alma (ou do que sobrou dela) do Tom. Lembrem-se de que patronos não repelem apenas dementadores, mas energias maléficas em geral.
E então... Tchan-tchan-tchan-tchan!! A primeira vez Voldy/Bella. Eu preferi não descrever a cena por dois motivos:
1 – Se você estiver a fim de NC-17 com o casal, vá ler na minha outra fic, oras!
2 – Eu deixei bem implícito o que aconteceu, não deixei? Aliás... a cena toda vai ter muuuuuuito mais graça se você souber quem é Marquês de Sade. Quem já viu “Contos Proibidos do Marquês de Sade” faz uma vaga idéia; quem já (como eu, que estou traumatizada até agora) leu algum livro dele, faz uma idéia BEM mais exata de porque eu preferi não descrever a cena.
O trecho que o Tom recita para a Bella é da introdução de “Philosophy in the bedroom” que significa exatamente “Filosofia na Alcova”. Como eu não achei esse livro em português em lugar nenhum (mentira, eu não queria era gastar dinheiro, daí baixei em e-book =P), peguei a versão inglesa dele e traduzi (muito mal) o seguinte trecho original:
“And you, amiable debauchees, you who since youth have known no limits but those of your desires and who have been governed by your caprices alone […] Go as far if you too would travel the length of those flowered ways your lechery prepares for you […] Be convinced it is only by exploring and enlarging the sphere of his tastes and whims, it is only by sacrificing everything to the senses’ pleasure that this individual, who never asked to be cast into this universe of woe, that this poor creature who goes under the name of Man, may be able do sow a smattering of roses atop the thorny path of life.”
*suspira*
Entããããoo… Meu inglês é uma coisa triste, não esperem uma tradução perfeita =P
Obrigada pelos comentários (só não agradeço cada um porque essa nota da autora está realmente grande demais).

Beijos,

Lillith

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