Desculpa?!



O dia passava tranqüilamente na O.B.W, e os garotos já estavam bem mais à vontade. Norah, muito simpática, havia mostrado toda a casa e apresentado todas as garotas, que eram cerca de umas vinte e cinco.

Enquanto os outros jogavam pôquer, só que uma versão bruxa, mas não deixando de lado a regra de que quem perdesse tirava uma peça de roupa, Harry teve uma súbita vontade de ir ao banheiro...

- Com licença - disse chegando perto de um grupinho de garotas e dando seu melhor sorriso.

- Claro gatin... quer dizer... Harry! – disse Samantha, uma garota aparentemente tímida, mas que Harry adorou. (Aliás... quem q esse galinha naum adora?)

- Bom... alguma de vocês poderia me dizer aonde é o banheiro?

- É só subir a escada principal, seguir por um corredor à direita, dobrar a esquerda, que você dará de cara com o banheiro... – pausou pensativa – precisa de ajuda?

- Não, obrigado!

- Ok!

Harry foi à sala, subiu a escadaria de mármore claro forrada com um carpete rosa choque e seguiu pelo corredor direito, e ao olhar para o lado, viu uma porta aberta. Pela fresta, via-se Vicky sentada na penteadeira com os cabelos soltos, que eram mais lisos perto da raiz e ia ficando ondulado até se encher de cachinhos mais nas pontas. Ela estava se maquiando, passando lápis no olho, quando foi interrompida por uma batida na porta...

- Pode entrar! – assentiu curiosa.

- Oi, licença...

- Ahh, é você Potter?!

- Desculpe, mas naquela hora eu...

- Você...

- Eu na verdade não sei o que eu fiz para você sair nervosa daquele jeito da sala de música.
- Não foi você e...
- Eu sei que às vezes... Bom, eu sei que sempre flerto com todas as garotas, mas ninguém ficou desse jeito!
- Esse é o problema! Eu sou alguém. E com licença... eu preciso ir! – exclamou irritadiça.
- Mas...
- Tchau. – e assim ela saiu do quarto com Harry em sua cola.
- Desculpe?! – ela pausou.
- Desculpe você, é que eu estou nervosa. Ontem eu terminei com meu namorado e... – ela continuou falando, mas Harry estava se ocupando com outra coisa em sua mente. De certa forma, ficara feliz com a notícia.
- Tudo bem, eu só espero que você melhore e que sejamos amigos!
- Espero o mesmo! – e dizendo isso, ela se aproximou dele e lhe deu um beijo na bochecha e logo saiu pela porta que levava à sala de pôquer, deixando Harry pensando...
- Bem que o Rony disse que conversar às vezes pode ser legal... – e dizendo isso, também seguiu para a sala de pôquer, com segundas intenções na cabeça...
- Oi Harry – disse Rony – Onde você esteve?
- Por aí... – disse observando ao longe Vicky.
- Tem certeza? Hehehe.
- Absoluta!
- Bom, estávamos pensando em ir embora, afinal já estamos aqui há um bom tempo...
- Pode ser...
- Você encontrou o Colin?
- Não, por quê?
- Eu acho então que ele está se divertindo, hehehe.
- Com quem? – perguntou Harry espantado.
- Com a Samantha...
- Uau! Tem certeza?
- Acho que sim, então? Esperamos?
- Não! Deixa rolar...
Dizendo isso, eles foram se despedir das garotas, que os convidaram para ir mais vezes lá, e foram embora.
***
Três dias se passaram e Gina também resolveu se hospedar na casa de Harry. Nas duas últimas noites eles foram a duas discotecas badaladas da cidade e se divertiram muito juntos em parques e lanchonetes. Harry estava experimentando sensações e coisas que nunca tivera a oportunidade de viver por causa do Dursley. Mas mesmo com tanta diversão, Harry não pode deixar de notar que Sirius a todos os momentos que estavam juntos ficava um pouco distante...
- Sirius... – chamou Harry quando estavam sozinhos.
- Harry? – respondeu depois de três chamados do afilhado.
- Você anda muito estranho ultimamente! É falta de mulher, não ehh? – zombou.
- Você é bem parecido comigo quando eu era jovem... tudo era mulher. – Harry riu.
- Mas, falando sério... O que esta acontecendo?
- O contrário do que você falou.
- Obaaa! Tem mulher sobrando?! Passa pra mim? – brincou novamente, mas recebeu um olhar reprovador do padrinho.
- Eu recebi uma carta...
- Uma carta?
- Sim, uma carta...
- E era de quem?
- Você não conhece, mas acho que vai conhecer logo, logo.
- Fala... era de alguém importante?
- Era da minha ex-mulher...
- O QUEEÊ?? Você tinha mulher? – perguntou de boca aberta. Sirius + casamento, não combinavam definitivamente. Era como matéria imiscível.
- Sim! E não é só isso.
- O quê mais?
- Eu descobri que na verdade, a minha afilhada, é minha filha...
- Você tem uma outra afilhada? Como? Me explique como você teve uma filha.
- Quer mesmo que eu te explique como? – zombou.
- Não, obrigada... Mas continuando?
- Na época que a gente namorava, ela começou a ficar um pouco estranha e separou de mim por um motivo que até eu receber a carta eu não entendia.
- E qual era?
- Espere, deixa-me continuar. Aí, cerca de um ano depois eu encontrei a irmã dela com uma filha. E como a Joanne era minha amiga, ela me convidou para ser o padrinho de Lindsay.
- Então Lindsay é sua filha com Joanne?
- Nãão... Lindsay é minha filha com Christine, e as duas criaram a menina escondendo isso dela, e de mim até hoje... até hoje ela acha que eu sou seu padrinho.
- Mas por que Christine quis esconder a menina de você?
- Achava que eu não ia querer mais ficar com ela...
- E por que agora?
- Disse que já era hora do reencontro... mas sabe de uma coisa? Eu não tenho raiva dela.
- Não?
- Acho que foi até melhor... pelo menos agora eu posso garantir uma boa vida a elas.
- Espere um pouco...
- O quê?
- Elas vão vir para cá?
- Olha Harry desculpe... eu sei que a casa é sua, mas...
- Não é isso! Não estou falando disso... calma. Você vai resolver! Acredite, tudo vai dar certo!
- Obrigado Harry!
- De nada! – e assim ia saindo da sala, mas antes... – Sírius?
- Harry?
- Sua filha é gatinha?
Sírius rosnou feito cachorro, zombando com a cara de Harry, e o mesmo saiu da sala correndo para ir encontrar e contar para seus amigos a novidade...

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