Despedida
Morgan despertava com um sorriso nos lábios, o cabelo negro como a noite caia sobre suas costas até a altura da cintura, os olhos também negros tentavam se acostumar à claridade repentina. Hoje seria seu último dia na Escola Nox, na França, seu refúgio desde pequena. Havia sido mandada para lá quando ainda era um bebê, sua mãe era uma comensal da morte e a abandonara. Isso era tudo o que sabia sobre sua mãe. Seu pai havia sido preso injustamente e ela havia sido mandada para lá, até hoje, já que a guerra tinha acabado e um tal de Harry Potter havia destruído o Lorde das trevas, seu pai tinha sido solto e ela iria embora estudar na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Foi tirada de seus devaneios por soluços que vinham da cama ao lado. Era Vittoria Vetra, uma loira muito bonita e principalmente, sua melhor amiga.
- O que foi Vick? Conte-me o que aconteceu. – falava enquanto se dirigia à amiga.
- Nada Morgan, esquece. Deixa pra lá. – disse Vittoria enquanto limpava às lágrimas.
- Ei, olha pra mim. Ninguém chora por nada, ok? Agora me conta.
- Por que eu nunca consigo esconder nada de você?
- Talvez porque nos conhecemos desde crianças. – respondeu Morgan com um sorriso no rosto.
- Eu estava chorando porque você vai embora. Não sei quando iremos nos ver novamente, se é que algum dia voltaremos a nos ver. Me sinto perdida, sabendo que minha única e melhor amiga vai estudar em outra escola e bem longe daqui. – falava rapidamente enquanto limpava algumas lágrimas teimosas que insistiam em cair. – Não sei se meus pais me deixarão te visitar nas férias. E também tenho medo que você arrume amigas melhores que eu e me esqueça. – finalizou permitindo que as lágrimas escorressem à vontade.
- Vick, - respondia Morgan, também chorando – eu também estou muito triste por ter que partir sem te levar comigo. Eu realmente espero que algum dia nos vejamos novamente, que possamos fazer tudo o que gostamos. Eu estou com muito medo, pois não sei se gostarei do meu pai, afinal nos vimos poucas vezes, não sei se gostarei da escola e das pessoas de lá, não sei se terei amigas e caso eu consiga ter uma lá, quero que saiba que eu jamais esquecerei de você. Sempre me senti feliz aqui, mas achava que estava faltando um pedaço de mim, e esse pedaço era a família, mas agora vou ter a família e não terei a melhor amiga. Agora entendo por que dizem que não se pode ter tudo o que quer. Eu jamais te esquecerei se seus pais não deixarem você ir me visitar, eu juro que nas férias eu virei, nem que para isso tenha que fugir de casa. – terminou oferecendo um sorriso sincero à amiga.
- Jura? – perguntava uma Vick um pouco mais tranqüila.
- Juro, por tudo que é mais sagrado.
As amigas se abraçavam se despedindo e buscando forças para sobreviver a essa separação, eram anos de convivência que seriam rompidos. Vittoria ajudou Morgan a terminar de arrumar suas coisas, trocaram ursos de pelúcia enquanto diziam:
- Quando tiver com saudades de mim, abrace o urso e depois me escreva uma carta. – falou uma Vittoria com o rosto inchado de chorar.
- Faça o mesmo quando estiver com saudades de mim.
- Nas cartas, não esqueça de falar como são os garotos de lá.- falava com um sorriso maldoso – Não seja egoísta, não queira com todos eles só para você.
- Pode deixar Vick.
- Do jeito que você é, todos eles só terão olhos para você, aposto que vai ser tão ou mais popular com os garotos do que aqui, mas você como sempre fará o coração deles em mil pedaços.
- É isso aí! – ria Morgan
- Convencida nadinha, em senhorita Black?
- Eu sou de mais! Os que derem em cima de mim estarão mortos.
- Quero só ver, ou melhor ler. Duvido que não se apaixone por nem uma deles.
- Eu nunca vou me apaixonar, ouviu bem? Nunca. – falou Morgan em um tom que encerra a conversa.
- Ta, não está mais aqui quem falou. E sua mãe? Será que você vai conhecê-la?
- Ela ta presa, por ser uma das seguidoras do tal Lorde. E eu realmente não quero vê-la nunca. Eu a odeio. O que ela fez comigo não se faz, eu sou gente e não um objeto que se joga em qualquer esquina, droga! – falou visivelmente chateada.
- Mas vai ver que ela não teve escolha a não ser te deixar com o seu pai.
- Não, Vick. Nenhuma mãe que se preze abandonaria o seu filho. A minha sorte foi que ela me deixou com o meu pai e não com um estranho. Eu às vezes também tenho raiva do meu pai, ele não precisava ter me mandado para tão longe.
- Acho que ela achou que era melhor para você, ele queria te proteger de guerra e agora que tudo acabou, ele mandou virem te pegar, para minha infelicidade.
- Mesmo assim, ele só pensou em me proteger, não pensou se eu gostaria ou não.
- Vamos esquecer isso, você agora tem que ir descendo com as suas malas, logo a carruagem vai chegar para te levar para o trem.
- Você está certa, vamos esquecer isso e descer, ainda quero me despedir do pessoal.
- Você quer dizer, dos garotos né?
- Cala a boca, Vick!
E desceram as escadas rindo e aproveitando os seus últimos momentos como amigas inseparáveis que agora teriam que se separar. As duas se aproximavam do Salão Principal quando Vittoria cochichou no ouvido de Morgan:
- Aquele não é Cris O’Donnel? O cara com que você ficou antes de ontem?
- É sim. Por quê?
- Ele está vindo para cá!
Quando Morgan virou, deu de cara com Cris O’Donnel, um moreno alto de olhos azuis, que foi logo falando:
- Morgan, é verdade que você vai embora daqui a pouco?
- Sim, por quê?
- Vittória, se não se importa, eu vou roubar sua amiga um pouquinho.
Morgan olhava para Vittória como se implorasse para ela dizer que se importava, mas ela apenas disse:
- Ok, pode levar, mas trás ela inteira. – falou com um sorriso zombeteiro.
O garoto apenas sorriu e antes que Morgan pudesse se manifestar, ele a puxou pela mão, a levando para uma sala escura. Morgan começava a pensar o que ela queria com ela, eles tinham combinado que haviam ficado sem compromisso, mas pela segunda vez no dia foi tirada de seus devaneios. Cris estava começando a beijar seu pescoço, ela já ia empurrá-lo, mas lembrou-se de que aquele era seu último dia n’aquele lugar, então era melhor aproveitar.
Cris estava com uma mão em sua cintura e a outra em sua nuca, os corpos se aproximavam gradativamente, os narizes roçavam um no outro e as bocas se aproximavam cada vez mais quando Cris falou:
-Vou sentir saudades, me escreva.
- Também vou sentir saudades e sim eu lhe escrevo – respondeu baixinho.
As bocas finalmente se encontraram, Morgan havia aberto a boca, permitindo que a língua de Cris se encontrasse com a dela, estava muito bom quando Vittoria chamou do lado de fora da sala:
- Morgan, desculpa interromper, mas a carruagem chegou.
- To indo.
Morgan podia jurar que havia escutado Cris soltar um palavrão baixinho quando Vittoria chamou. Apenas sorriu.
- Preciso ir. Adeus.
- Ainda vamos nos ver? – Cris perguntou
- Você quer?
- Muito.
- Então vamos nos ver.
- Como?
- Não importa como, o importante é que vamos nos ver. Você pode ir me visitar na hora que quiser. Talvez qualquer dia desses e venha visitar você e a Vick.
- Ta. Boa sorte em sua nova escola – falou antes de beijá-la demoradamente.
- Tchau.
- Tchau.
Morgan virou de costas e saiu rindo levemente. Não sabia quando iria encontrar Cris O’Donnel novamente, mas sabia que aquele garoto mexia com ela. Se aproximava agora de uma Vittoria com os olhos rasos em lágrimas. Estava começando a ficar com vontade de chorar novamente, mas tratou de se mostrar firme e forte.
- Quem sabe nos encontramos novamente, Morgan.
- Nós vamos nos encontrar, Vittoria.
E com um abraço de despedida cheio de saudade e de lágrimas, as duas amigas se separaram. Já estava dentro da carruagem que a levaria para o trem quando escutou Vittoria gritar:
- Boa sorte!
- Para você também! – gritou de volta.
A viagem de carruagem foi calma e tranqüila, ao chegar no trem, percebeu que de passageiro só tinha ela, e sentiu-se repentinamente só. Começou a ler algumas revistas que havia trago, quando percebeu algo pesando no bolso da sua saia, retirou de lá uma correntinha que identificou que era de Cris e que ele havia dedo à ela. Na correntinha havia apenas um nome gravado: Cris O’Donnel. Colocou a correntinha no pescoço, prometendo que aquela seria sua lembrança do seu “amigo” que queria ser mais que amigo. Estava começando a ficar entediada, resolveu então deitar e dormir um pouco. Acordou com uma senhora de idade lhe dizendo:
- Chegamos, há um carro com motorista lhe esperando para levá-la em segurança para casa.
- Tudo bem. – foi tudo o que conseguiu responder.
O motorista a levava para casa em um carro espaçoso, de longe avistou uma enorme mansão, onde tinha um portão enorme com um “B” escrito na frente. O motorista falou então pela primeira vez: “finalmente – pensou – já estava começando a achar que essa cara não tinha língua”
- Seja bem vinda a mansão dos Black, senhorita Balck.
NA: Espero realmente que tenham gostado, essa vai ser a primeira fic que estou postando aqui, comentem, me dêem opiniões construtivas, casa ache que necessitem, só irei continuar se vocês tiverem gostado e comentado. Obrigada.
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