Jure pra mim



Quando Harry abriu os olhos reparou que estava num lugar nunca antes visto. Tratava-se de uma espécie de ara cheia de pilares. Um odor fétido emanava de cadáveres recente e um arrepio pecorreu a espinha dorsal do rapaz. Harry segurou a varinha com força:
_ Lumus.
O brilho da varinha focou Gina, amarrada ao pilar principal e Draco na frente dela, um tanto nervoso.
_ Gina! _ Harry correu em direção a ela, mas algo o repeliu e o lançou para trás _ Ah!
A sombra do abismo novamente apareceu, entretanto de forma mais lenta. O rosto oval, liso, maquiavélico. Os dedos compridos de aranha e a face deformada. A cicatriz de Harry ardeu mais do que nunca fazendo-o se contorcer de dor. Gina permanecia desmaiada e amarrada enquanto Voldemort caminhava de modo macabro.
_ Harry Potter.
_ Vol... Demort... _ murmurou o rapaz com voz fraca, mas sem largar a varinha.
_ Enfim você descobriu meu esconterijo. Uma antiga ara pré-colombiana. Satisfeito?
_ Solte ela.
Voldemort parou curioso. Olhou de Gina para Harry interessado.
_ Solta-la?
_ É a mim que você quer. Deixe-a em paz.
_ Negativo. Ela tem sangue puro.
Os olhos de Harry pareceram ficar cada vez mais verdes e ele se levantou com dificuldade, tentando ignorar a dor que cortava seu rosto.
_ Entenda, Potter, meus comensais invadiram Hogwarts para liquidar de uma vez meus inimigos, visto que a maior parte estava lá. Foi difícil quebrar o feitiço que impedia as pessoas de aparatar, mas eu sou o Lord da trevas. Entretanto_ disse a meia voz_ não achei que você encontraria a chave do portal. E ainda trouxesse uma vítima para mim.
_ O que você quer com ela?_ Perguntou quase gritando_ Nem pense em machucá-la!
_ Machucá-la? Não. Bem, talvez. A energia dos sangue-puros me deixam mais fortes e além do mais _ um sorriso vingativo desenhou-se em sua face_ ela é a sua protegida não é?
Harry sentia-se como uma estatueta frágil sendo quebrada. Voldemort mostrou-se triunfante após o dito. Sabia que Gina não era apenas uma sangue-puro, mas sim, algo mais.
_ Por favor... Solte ela_ murmurou mais uma vez _ Eu faço qualquer coisa, mas solte ela.
_ Eu sei que você faria qualquer coisa.
_ ...
_ É tão desprezível que não consegue entender seus próprios sentimentos, Potter?
Harry Potter, pela primeira vez, abaixou a cabeça vencido. Perdera muitas pessoas queridas, mas Gina poderia ser a mais querida de todas. Quando levantou a cabeça, Voldemort dera meia volta.
_ Ver Harry Potter sofrer pode ser bem divertido _ falava enquanto apontava a varinha para Gina _ Aveda Kedavr...
­­_ NÃO!
Harry partiu para cima de Voldemort numa atitude desesperada, corajosa, ousada e burra.O Lord das trevas o empurrou para longe e foi logo ditando:
_ Crúcio!
_ Estupefaça!­
Os feitiços se colidiram e se anularam espantosamente. Draco respirou fundo e, sem pensar, vendo que Harry corria em direção à Gina, tentou desamarrá-la para levá-la embora.
_ GINAAAA!
_ Não me ignore, Potter! Impérius!­
_ Arrrr...!
Harry se deixou levar pelo feitiço, embora reagisse.
_ É incrível como o desepero fazem as pessoas perderem a concentração.
_ ME SOLTE!_ Gritou ele com raiva, conseguindo se desprender do feitiço_ SOLTE ELA, MALFOY!_ Gritou correndo novamente em direção a garota.
Voldemort o encarou com uma expressão de surpresa e adimiração.
_ É melhor parar antes que eu mire na garota, Potter!_ Ordenou mirando Gina de longe.
Draco gelou. As chances de Voldemort atingir ele ao tentar matar Gina eram grandes. Harry parou, praguejando o amor que sentia pela garota, e voltou-se para Voldemort. Se o amor era algo que diferenciava Harry de Voldemort, naquele momento parecia ser desvantagem para o garoto. Ou será que não...
Harry levantou a cabeça decidico enquanto Malfoy ficava estático, com Gina nos braços.
_ Você me tem aqui, Voldemort_ Falou entre os dentes_ É melhor acabar logo comigo e deixar Gina em paz, pois até agora sou inofensivo.
_ Não_ falou lentamente apontando a varinha para Harry_ Eu quero vê-lo sofrer. Lançaria a maldição Cruciatus em você, mas seria muito fácil... Sei que é um bruxo resistente.
_ Não acerte ela_ pediu Harry como se adivinhasse os pensamentos de Voldemort.
_ E o que pode fazer?
_ Andei treinando... Treinei para defender pessoas como Gina. Para defender Gina!
_ Ora...
_ Não me aborreça... Senão eu ganho forças pra acabar com você!_Gritou ele de repente.
_ AVEDA KEDAVRA!
_ PROTEGO!
Voldemort quase deixou cair os ohos quando percebeu que Harry rebatia uma maldição imperdoável de modo a ter a reação dos relâmpagos. O Lord das trevas finalmente percebeu o erro que tinha cometido, mas algo dizia que já era tarde demais. O Aveda Kedavra foi brutalmente anulado pelo Lord na hora que foi rebatido, mas não percebeu que Harry usou o meio tempo para disparar outro feitiço, enquanto seus cabelos chicoteavam a própria cara.
_ Sucção!
Foi como se um buraco negro se abrisse no ar e sugasse tudo que vinha a tona, inclusive Malfoy (carregando o corpo de Gina).
_ NÃO!...AR..._ Voldemort perdera a varinha para o vento e se agarrava à terra, enquanto Harry mais a frente se mantinha preso ao chão com dificuldades_ QUE RAIOS É ISSO?_ Trovejou
_ EU DISSE QUE ANDEI TREINANDO! SE EU MORRER, VOCÊ VAI JUNTO!
Malfoy rolou no chão segurando o corpo de Gina como se ela fosse segurá-lo. E de fato foi, já que Harry a agarrou pela cintura enquanto Malfoy se mantinha em terra firme porque segurava o braço da garota.
_ NÃÃÃÃÃO!_ Gritava Voldemort puxando sem querer o pé de Malfoy.
_ Não! Me solte!
Harry reuniu forças para puxar Gina de Draco enquanto Voldemort era cada vez mais "engolido" pelo buraco negro. Draco gritava horrorizado, sentindo Gina escapar-lhe entre os dedos.
_ Não! Me solte! Eu quero viver! Solte-me!
"O lorde das trevas não pode morreeeeeeeeer!"
Um raio partiu o céu e parte do templo pegou fogo. Um terremoto pairou sobre a terra e Voldemort fora absorvido sem deixar Malfoy, que gritava desesperado, vivo. Quando o buraco se fechou a ara começou a desmoronar e Harry carregou Gina nos braços e começou a correr enquanto tudo. De repente um pilar partiu e cortou o caminho dos dois, também quebrando as pernas de Harry quando este saltou para passar pelo bloqueio.
_ Ar!
Gina acordou com a queda. Estava coberta por parte do corpo do rapaz.
_ ... Ha... Harry... _ Falava com voz sonolenta.
_ Gina, me perdoe. Não era pra acabar assim.
_ Do... Do que está... Falando?
_ Eu estava tão confuso... Fui um burro. Gina... Sempre pessei que tudo poderia acabar amanhã... Queria protegê-la...
Gina fechava e abria os olhos fracamente, mal notou as lágrimas que começavam a se formar no rosto de Harry.
_ Vamos sair daqui... Eu juro _ Dizia ele a abraçando_ Reaja. Reaja para eu reagir, por favor.
_ Você... Jura?
_ Juro. Juro pra você. Por tudo que é mais sagrado, eu cuidarei de você até não sobrar ar nos meus pulmões.
Ela sorriu serenamente e enxugou as lágrimas de Harry fracamente. Tentou manter-se acordada, mas não conseguiu. Fechou os olhos sibilando as palavras quase inaudíveis:
_ Eu... Amo... Você.
_ Eu também, Gina. Não me deixe, por favor.
Quando Gina desmaiou, Harry desabou em lágrimas. Enterrou seu rosto ao lado do pescoço da garota chorando e gritando por seu nome. A poeira o sufocava e os pedaços do lugar caíam sobre sua cabeça. Estava decidido a morrer ali. Com Gina, depois de ter derrotado Voldemort.
_ GINAAAA!
Primeiro sua visão embaçou. Depois viu esboços, sombras, e depois tudo escureceu.


.......................................................


" Estou morto?"
Harry se encntrava num local embaçado e duas manchas na sua frente. Colocou os óculos e identificou a enfermaria. Rony e Hermione estavam em sua companhia.
_ Você é louco, Harry_ Hermione o abraçava_ Ficamos tão preocupados.
_ Gi... Gina..._ Falou com dificuldades.
_ Ela está bem. Os aurores chegaram a tempo para acabar com os comensais e Moody sou o Imperius para Lúcius confessar onde se encontrava Voldemort. Enfim, deu tudo certo mas achavamos que você não ía sobreviver.
E olhou de Harry para Rony. O ruivo apenas fitava Harry, como se quisesse dizer alguma coisa. Hermione sorriu:
_ Em todo caso, tenho que ir... Arrumar minhas coisas. Vou deixar vocês dois a sós.
_ Mione... _ Rony murmurou nervoso.
Ela descansou a mão no ombro de Rony lançando-lhe um sorriso radiante e beijando-lhe o rosto antes de ir embora. O ruivo corou e esperou ela sair, para depois voltar a encarar Harry.
_ Hum... Você ainda está com raiva de mim? _ Indagou Harry tentando parecer natural.
_ Se não tivesse salvado minha irmã eu estaria.
_ Que bom.
_ Mas não chegue perto dela _ rematou, Rony, virando as costas para se retirar.
_ Rony, espere! Pare de ser tolo!
_ Tolo? Você brinca com os sentimentos da Gina como brinca com os de Parvati e eu sou o tolo?
_ Não estou brincando com os sentimentos dela. Eu amo sua irmã!
Rony arregalou os olhos e permaneceu inerte. Depois virou-se para Harry assustado, conhecia-o muito bem e sabia que Harry nunca falara aquele tipo de coisa para alguém. Harry empalideceu, mas tentou permanecer firme.
_ Eu fui um idiota ao não assumir o que eu sentia por ela e mais idiota ainda de tentar esquece-la simplesmente porque eu não queria machucá-la... Mas Voldemort sabia que eu a amo!
_ ...
_ Não sei quando comecei a perceber que, para mim, ela não era só sua irmã. Não consigo dizer quando esse sentimento surgiu, mas, querendo evita-lo, fiquei com a Parvati
_ É... Sei como é isso_ murmurou Rony baixando a cabeça_ Mas Voldemort morreu agora, não? Morreu de verdade.
_ Sim.
_ E... Você vai ficar com a minha irmã?
_ Com ou sem sua permissão.
Rony abriu um sorriso tímido, aquilo já bastava para Harry.
A marçaneta da porta girou e Hermione colocou a cabeça para dentro.
_ Mione? _ Rony a fitou _ Não ia arrumar suas coisas?
_ Rony, vem aqui um minutinho? Preciso... Hum... Da sua ajuda para... Ah, venha cá, por favor.
Rony olhou para cima e acenou dando um "tchau" para Harry, contudo, para a surpresa do paciente, Hermione abriu mais a porta mostrando Gina ao seu lado. Quando Rony a viu abriu a boca, mas Hermione a selou com a mão e o puxou pelo cotovelo.
Harry e Gina ficaram a sós.
_ Você está num estado melhor que o meu_ Harry falou sentindo seu coração bater mais forte.
_ Isso porque você me protegeu.
Gina não pensou antes de dizer aquela frase, quando se tocou do que dissera disfarçou mudando de assunto rapidamente:
_ Parvati deve está preocupada com você_ disse imediatamente.
_ Eu já terminei com ela _ rematou ele sentindo as batidas do coração na garganta.
_ Terminou?
_ Sim. Resolvi ser sincero comigo mesmo. A... Me ajude a me levantar _ pediu ele fazendo força para se apoiar nos cotovelos.
_ Você não pode ficar de pé. Fraturou as pernas.
_ Só quero me sentar.
Ela sentou-se na beira da cama dele e passou os braços pela suas costas o ajudando a se sentar. Harry pôde sentir o perfume da garota naquela hora.
_ Pronto.
_ Obrigado.
_ Por nada. Não é nada perto do que você fez por mim _ confessou descansando as mãos sobre os ombros dele _ Já é a segunda vez que me salva.
Harry balançou a cabeça decidido. Tirou as mãos de Gina dos seus ombros e se aproximou de seu rosto, escorregando as mãos pelos braços da garota até chegar ao pescoço.
_ H... Harry? _ Gaguejou ela muito vermelha _ Eu...
_ Eu prometi, Gina_ Ele tocou suavemente no seu rosto. Ficou feliz por ver que Gina não o desviou _Eu prometi que eu estaria lá para salva-la. E prometo que sempre estarei.
_ Prom... Prometeu. Eu sei.
_ Sabe por que? Porque... Porque você é muito importante pra mim.
Ela fechou lentamente os olhos enquanto as maçãs de sua face ficavam cada vez mais rosadas e sua respiração acelerava.
_ Eu amo você, Gina_ segredou ele no ouvido dela_ Eu a amo muito.
_ Verdade?
_ Verdade absoluta.
Um sorriso meigo despontou no rosto corado de Gina e Harry a beijou, sem Voldemort e guerras para separá-los e sem Rony para atrapalhar aquele momento. Estavam finalmente a sós.

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