2a. Parte: Muito romântico

p>N/A: Este último cap eu dedico a todos que clicaram nessa fic e a leram, mas principalmente a Anna Potter, Tyla Tonks e Mione Granger Weasley (FF.net) e Beth Weasley, Katie Bell e Belzinha Granger (Potterish), que comentaram meu 1o. cap, me incentivando a terminar essa fic. Valeu gente! Os coments d vcs foram MUITO IMPORTANTES p/ mim!!!! (e desculpem por não responder, + o meu e-mail tava de sacanagem cmg)

2a. Parte: Muito romântico

Três meses se passaram depois daquele dia fatídico em que ela brigara com Ron. Perdera totalmente o controle. Afinal não era pra menos. Depois de passar a noite mais linda da sua vida ao lado dele, ele vem com essa de que se arrependeu. Na hora sentiu-se completamente mal. As lágrimas quase vindo ao rosto, mas a raiva foi maior. Raiva por ele ser tão cafajeste, por ser casado, por não gostar dela como ela pensou que gostasse, por estragar aquele momento com o qual ela tanto sonhara, por ser tão carinhoso, por ser bom estar com ele... Ele tinha que ser tão encantador, paciente e hipnotizante???! Que ódio! Seria mil vezes mais fácil se ele fosse um cafajeste! Mas peraí, não é isso que ele era?

Raiva dela mesma também, por amá-lo demais e por causa disso ter se entregado a ele sem pensar nas conseqüências. Como fora burra! Mas não se arrependeu daquela noite, ao contrário dele. Faria tudo de novo, de novo e de novo.

Falou-lhe coisas horríveis, movida pelo ódio que sentia. Coisas como: "Eu sou pobre, mas pelo menos tenho minha dignidade. E você? Não passa de uma figurinha ridícula, tentando fazer parte do mundo dos ricos. Vou te dizer que você está quase lá... A máscara de falsidade já está quase colada na sua cara." E o que o fez ir embora: "Você só foi um cara com quem eu dormi. A noite foi ótima, agora pode ir embora."

Nada era verdade. Nada! Amar o Ron era como tocar um dedo no céu e outro no inferno. Será que ela realmente merecia isso?

Depois da briga foi direto para a casa de Harry e Gina. Não iria conseguir ficar sozinha no estado em que se encontrava. Lá ficou chorando compulsivamente o dia inteiro, com os dois desesperados querendo saber o motivo do choro, mas ela não conseguiu contar a eles.

Os dias foram passando e ela ainda tinha uma esperança de que ele aparecesse dizendo que largaria tudo pra ficar com ela. Mas o tempo passou, ele não apareceu e ela resolveu fazer de tudo para esquecê-lo. Para isso começou a sair com uma pessoa que ela tinha certeza de que a amava e que há muito tempo insistia pra sair com ela: Vítor Krum.

Aquele era um dia especial. O dia do seu aniversário. Seus pais resolveram dar uma pequena festinha pra comemorar seus 25 anos. Todos estavam lá. Amigos, parentes, namorado... Mas ela ainda sentia um vazio, falta de alguma coisa... Ou seria de alguém?






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Parecia que a cada vez que ele via Hermione, ela estava mais bonita. Naquela noite ela estava com um vestido branco e longo, mas singelo e com os cabelos presos em uma longa trança. Ele pensava que poderia casar com ela naquele momento. Bastava um simples sim.

Logo após aquela terrível briga na casa dela, Ron comprou uma briga muito mais difícil: convencer à esposa a assinar o divórcio. Passaram-se três longos meses até que ele finalmente conseguiu voltar a Londres com um papel de divórcio nas mãos e com a esperança de tê-la de volta no coração. Queria fazer-lhe uma surpresa no dia de seu aniversário, mas quem acabou sendo surpreendido foi ele. Logo que chegou, ficou sabendo por Harry que ela estava namorando o Krum há quase um mês. Ficou com muita raiva, mas não pensou em desistir do seu intuito de ficar de vez com ela. Por isso é que ele estava agora escondido por uma capa de invisibilidade, observando a festa dela pela janela e lembrando de tudo que ele passou e tudo o que sofreu até chegar ali.

O que iria acontecer dali pra frente ele não sabia, mas pelo menos tinha a certeza de estar fazendo a coisa certa. Coisa que deveria ter feito há muito tempo: assumir que a amava e correr atrás dela, mesmo que isso significasse sofrer. Ele estava disposto a tudo. E isso provocava sensações tão contrárias nele, como medo e coragem, timidez e ousadia...

Ele podia ver que ela não parava de beber e não parecia dar muita atenção à festa. Daria tudo pra saber o que se passava na cabeça dela. Até daquele nojento do Krum ela estava se esquivando... Também, ele não a deixava em paz, seguindo-a por todos os cantos. Por pouco Ron não quebrara a janela e invadira a festa pra brigar com ele quando o viu tentando beijá-la.

Ela caminhou até o Krum, falou alguma coisa no ouvido dele, beijou-lhe o rosto e saiu pela porta da frente da casa. Tinha que ser agora. Agora ou nunca mais.

If I don't tell you now

Se eu não te disser agora

I may never get the chance again

Talvez eu nunca tenha essa chance novamente

To tell you that I need you

De lhe dizer que eu preciso de você

To tell you what I'm felling

De lhe dizer o que estou sentindo

If I keep these feelings in

Se eu guardar esses sentimentos

Após esperar algum tempo, ele foi atrás dela. Encontrou-a sentada no jardim, com uma taça de champanhe na mão, olhando o céu.

Aproximou-se tentando não ser percebido e sussurrou-lhe ao ouvido:

- Lembrando de uma certa noite?






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Ao ouvir aquela voz tão conhecida, ela não pôde acreditar. Será que tinha bebido tanto assim?

Mas aí ele apareceu na sua frente e por pouco ela não deixou uma lágrima cair. Há alguns segundos atrás, estava pensando nele.

- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou tentando não deixar transparecer na voz, o turbilhão de emoções que estava sentindo.

- Vim te desejar feliz aniversário.

- Já disse. Agora vá embora.

- É isso mesmo que você quer?

- E você, Ron? O que você quer? De tempos em tempos você aparece na minha vida, enche minha cabeça de esperanças e ilusões e depois vai embora. É sempre assim e eu já cansei disso.

- Dessa vez eu vim disposto a ficar, Mione. Basta você dizer: Fica.

And if I don’t say the words

E se eu não disser as palavras

How will you hear what’s inside my heart

Como você escutará o que está dentro do meu coração?

- Vá embora... – ela disse com a voz fraca.

- Eu te amo. Sempre te amei. Sempre vou te amar. Me desculpe se te magoei... me dê só uma chance... – ele se aproximou para beijá-la, mas ela virou a cara e disse:

- Você não acredita no amor, lembra? Agora vá embora, por favor.

- Penso em você a cada minuto, preciso da tua presença. Adoro o seu jeito, até mesmo quando você fica chata ou irritada demais. Adoro o seu sorriso, seu cabelo, seu corpo, seu abraço... Tudo! Quando estou a sós contigo, como agora, a minha vontade é de te falar várias coisas românticas e de amor e te impressionar, ou pelo menos tentar, mas eu não sei falar nada disso e fico me sentindo um idiota por isso. Por ficar às vezes sem palavras quando estou com você. E você é a única que me deixa assim. Nem sei como estou falando tanto! Se isso não for amor, Mione, então eu não sei...

Ela ficou um instante calada, mas enfim falou:

- Você não sabe, então eu vou te dizer. Você não consegue me ver feliz. Só porque agora estou namorando, você aparece de novo!

- Você não parecia feliz, apesar de hoje ser seu aniversário e de estar namorando o super-Krum! – ele disse, já começando a ficar irritado.

- Pode não parecer, mas ele me deixa feliz! Ao contrário de você!






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Ele foi falar com ela disposto a tudo pra tê-la de volta. Menos brigar. Pois não é que era exatamente isso que eles estavam fazendo agora! Era incrível a rapidez com que ela o tirava do sério. E o pior é que ele não conseguia não brigar com ela. Era uma coisa natural, que quando eles percebiam, já estavam brigando. E ela ainda foi meter o nome do babaca do Krum no meio... aí ferrou tudo.

Os dois gritavam cada vez mais alto, que nem mesmo ouviam direito o que o outro estava gritando. As pessoas de dentro da casa só não ouviam porque o som estava ligado. Os gritos iam se misturando até que...

- AH, CALA A BOCA! – os dois gritaram ao mesmo tempo.

Eles ficaram se olhando espantados por um momento. Ele nunca quis tanto que esse negócio de pedido fosse verdade, porque o pedido dele naquele instante era pra ela acreditar na sinceridade das palavras dele. Então ele reparou que os olhos dela tinham se enchido de lágrimas e toda a expressão de raiva do seu rosto tinha dado lugar a uma carinha que parecia um misto de vergonha e medo. Aí ela levou à boca como se estivesse muito espantada com o que tinha acabado de dizer e desviou o olhar dele para o chão.

Ele sorriu. Não podia deixar passar essa oportunidade agora que ela estava calma! A abraçou lentamente e sussurrou no seu ouvido:

- Quero te dizer uma coisa.

- Eu não quero saber. – ela disse, também sussurrando.

- Vou te falar assim mesmo. Mas não antes de fazer uma coisa...

How will you know that

Como você saberá isso?

If I don't tell you now

Se eu não te disser agora

Ele se aproximou pra beijá-la, mas seus lábios só se tocaram por um segundo. Ela o empurrou, dizendo não.

- Por que não?? – ele perguntou.

- Porque chega uma hora na vida que sofrer cansa.

- Eu nunca te faria sofrer.

- Você não imagina o quanto já me fez...


Ele ficou sem palavras vendo-a se afastar lentamente.






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Depois que os dois gritaram a mesma coisa juntos, ela teve a sensação de que tudo se passava em câmera-lenta. Ficou assustada pois sempre que eles falavam a mesma coisa ao mesmo tempo, acontecia uma coisa boa e logo depois uma coisa ruim. Foi assim na noite da formatura e há três meses atrás, na casa dela.

Ela travou totalmente, não conseguia falar, nem se mover. Milhares de coisas passavam na sua cabeça, mas não pôde resistir a fazer um pedido.

Mas aí ele a abraçou e todos os seus pensamentos pareceram fugir de sua cabeça. Ele ia dizer alguma coisa... não... ele ia beijá-la... ela queria... fechou os olhos...

Só sentiu a boca dele por um segundo. Não, ela não ia ceder dessa vez.

Decidiu que ia parar de sofrer. E a melhor maneira de fazer isso era se afastar dele. Longe dos olhos, longe do coração. Não é o que dizem? Então o empurrou e já ia se afastando, quando...

- Peraí! – o ouviu gritar. Ele vinha correndo em sua direção. – Você acha que é só me virar às costas e acabou? Acha que se nunca mais me ver, acabou? Não acabou, Mione. Talvez nunca acabe. Se você entrar agora naquela casa, isso vai acabar muito pior. Anos se passaram e o nosso amor ainda vive. Você ainda não me esqueceu e não é me deixando pra trás que vai esquecer. Todo esse tempo longe e eu continuo te amando como a primeira vez. Como a primeira vez que eu olhei pra você e senti essa coisa estranha que eu reneguei durante tanto tempo.

- Não adianta, Ron. Já tomei minha decisão.

How will you know you're inside my soul

Como você saberá que está dentro de minha alma?

Oh it's driving me crazy

Oh, isso está me deixando maluco

Cus you don't see (You don't see)

Pois você não vê... (Você não vê)

You're that one for me

Você é a única pra mim

- O que você pediu? – ela o olhou e fez um sinal de não com a cabeça. – Vai, me diz! O que você pediu?! – ele insistiu. Ela pôde sentir o desespero na voz dele.

- Eu pedi pra acreditar no que você estava dizendo. Que você vai largar tudo e ficar comigo. Eu nunca acreditei mesmo nessa coisa de pedido... Como você pode ver, ele não se realizou. – ela disse, já andando em direção a casa novamente. Mas pôde ouvir ele falar uma última vez:

- Eu não vou desistir de você, Mione! Não vou!






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O que mais o incomodava não foi ter levado um fora. Foi a frieza da voz dela nas últimas frases que disse. As palavras ditas quase com desprezo. Mas o que tinha de mais interessante na relação dos dois era que quanto mais eles brigavam , mais ele tinha vontade de ficar com ela. Quanto mais difícil, mais gostoso. Quanto mais saudade, melhor o reencontro.

Naquele dia, chorou sim. Porém não se deixou desanimar. Ele tinha que ter um plano. Não agir mais impulsivamente. Hermione não gostava muito de surpresas, mas ele faria uma impossível de ela não adorar. Só o que tinha de fazer era pensar. Pensar muito bem antes de bolar um plano e o pôr em ação.

A primeira coisa que fez foi alugar um apartamento e tentar arrumar um emprego. Pensar, calcular o momento certo e agir de cabeça fria, não era muito a dele. Teve que se controlar muito pra não sair correndo ao encontro dela de novo. Mas teve um incentivo: dias depois, ficou sabendo que ela terminara com o Krum. Quando soube disso teve muita vontade de vê-la novamente, mas já tinha um plano na cabeça e dessa vez não queria estragar tudo.

Não se agüentou de felicidade, quando arrumou um emprego. Afinal, se queria casar de novo, era bom ter um, né... Não ganhava muito, nem chegava à metade do que ele ganhava na França, mas tinha juntado um bom dinheiro e estava se sentindo muito em casa e era isso que importava. Sempre mantinha o pensamento positivo em relação a ele e Mione (e olha que positividade era uma qualidade que ele não possuía muito). Tinha certeza de que ela ainda o amava. Ele viu nos olhos dela, naquela noite. Apesar da boca dizer o contrário, os olhos não mentiam.

Enfim chegou o dia no qual ele planejara fazer uma surpresa pra ela. Passou em uma joalheria e comprou o anel mais bonito, sem se importar como preço e rumou para o apartamento dela. Ela só chegaria à noite, então teria muito tempo para arrumar tudo.






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- 40 graus, moça. É melhor ir logo pra casa.

- Mas ainda falta uma hora para o fim do expediente!

- Você quer ter um troço aqui, trabalhando?! Vá falar com o John e tira uns dias de folga. Faz tempo mesmo que você não tá bem.

Hermione agora ia pra sala do chefe. Febre! Agora essa! Fazia quase uma semana que estava doente. Gripe. Ficou assim porque esquecera de pôr um casaco num dia quando foi trabalhar. Nesse inverno rigoroso de Londres! Agora andava assim, esquecendo as coisas. Tirar uns dias de folga até que não era uma má idéia. Mas trabalhar era a única coisa que a impedia de pirar de vez. Ficar em casa significava ficar sozinha com seus pensamentos e fantasmas, e no momento, isso era o que mais ela queria evitar.

Pediu três dias de folga e foi pra casa. Chovia uma chuvinha fina e fria, mas ela não parecia sentir. Poderia aparatar, mas se esqueceu disso. Sentia um vazio tão grande... Nos últimos dias parecia que estava fora de si mesma, vendo o tempo passar por ela, sem sentir, sem viver. Quem era ela agora? Era apenas uma garota de olhar perdido, de unhas e boca roxas pelo frio, caminhando de volta pra casa.

Estava se sentindo tão mal, tão fraca pelo resfriado que nem agüentou chegar no quarto. Quando entrou em casa o sofá pareceu tão convidativo, com um edredom esquecido em cima, que ela desabou ali mesmo. Bichento, parecendo adivinhar que ela não estava bem, foi deitar-se ao seu lado. Ah, seu velho gatinho... mais dia, menos dia, ele ia abandoná-la também.

Não conseguia dormir, embora quisesse muito. Não conseguia respirar direito por causa do nariz entupido e a cabeça latejando também não a ajudava muito. Olhou o céu. Estava todo nublado, vinha mais chuva por aí. Mas tinha um pedaço do céu que não estava encoberto pelas nuvens e por isso ela pôde ver quando uma estrela cadente passou. Fechou os olhos e lembrou que quando era criança, sua mãe costumava lhe dizer para fazer um pedido se visse uma estrela cadente. Ela nunca acreditou. Gostaria de acreditar, porque agora já não acreditava em mais nada, nem no amor que defendia tanto nas discussões com Ron... Ron...

Abriu os olhos. O céu agora já estava todo encoberto. Deixou cair uma lágrima.

Ele disse que não ia desistir dela. Mas parecia que tinha desistido, né... Duas semanas se passaram e nem sinal dele. Ela deveria se sentir feliz por isso, afinal fora ela quem escolheu assim. Mas não se sentia. Estava triste, mas fingia estar feliz. Era como a febre que a atacava: quente por fora, mas muito gelada por dentro.

Terminou com o Vítor três dias depois do seu aniversário. Não conseguia mais continuar com aquela farsa. Ela não o amava e ele a amava demais. Então achou melhor terminar, pra não magoá-lo mais ainda.

"Isso vai acabar muito pior". Ela sempre lembrava dessa frase do Ron. Parecia até praga. Será que tinha feito mesmo a coisa certa ao se afastar dele? Na hora sentiu como se tivesse a felicidade ao seu alcance, mas a deixara escapar pelas mãos.

Será que ainda dava tempo de voltar atrás? Será que não iria sofrer novamente?

Já era alta-madrugada, quando finalmente adormeceu, com esses pensamentos na cabeça.

Ao abrir os olhos, a primeira coisa que viu foi o céu, pois seu sofá ficava bem embaixo da janela. Ele estava claro, uma claridade estranha, como se estivesse amanhecendo. Ou anoitecendo. Olhou o relógio de pulso: cinco e dez. PM!!! Nossa! Tinha dormido quase um dia inteiro! Pelo menos estava um pouco melhor. Sem dor-de-cabeça, nem febre.

Pôs os pés descalços no chão e sentiu que pisava em alguma coisa estranha. Imagina qual foi sua surpresa, ao ver que pisava em pétalas de rosas brancas, suas preferidas. As pétalas faziam um caminho em sua casa, que ia dos pés dela, logo embaixo do sofá, até o quarto.

- Mas o quê é isso... – disse perplexa, pra si mesma. Sua voz estava completamente rouca.

Seguiu o caminho das pétalas e abriu a porta do seu quarto. O chão estava totalmente coberto pelas flores. Alguns móveis e a cama também. Algumas velas flutuavam no ar.

- O quê é isso? – repetiu, sorrindo. Será que estava sonhando?

Bem no meio da cama tinha uma caixinha branca, quase se confundindo com as pétalas de rosa. Um bilhete em cima dela dizia: ABRA-ME.

Podia ser por causa do sono ou por estar tonta demais com tudo aquilo, mas ela não percebeu que a letra do bilhete... era do Ron.

Dentro da caixinha tinha um anel lindo de ouro branco com diamantes.

Ela sentou-se lentamente na cama. Estava ficando com uma sensação muito grande de essa-não-é-minha-casa-essa-não-é-minha-vida, quando viu um outro papel dobradinho, dentro da caixinha. Abriu pra ler. Dizia:

"Na vida há erros que cometemos e verdades que desconhecemos.

Entre erros e verdades te amei.

Talvez, pra você tenha sido meu único erro, porém te digo que foi minha única verdade.

Entre erros e verdades ainda te amo.

Talvez, pra você seja apenas mais um erro entre tantos na minha vida, mas não vou deixar de lutar por esse amor.

Será que é tão errado assim, amar?

Nem eu, nem você escolhemos amar um ao outro, mas o destino fez nossas almas se encontrarem.

Será tão errado assim, aproveitar essa chance do destino e ser feliz?

Pra mim não é um erro, Mione. Pra mim é uma dádiva.

Vamos esquecer das coisas ruins do passado e viver o presente, inventando o futuro.

Reinventando a vida, o amor a cada dia.

Uma vez você me disse que o que faz a vida valer a pena é o agora.

Faça valer a pena.

Casa comigo."






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Ao chegar na casa dela quem teve uma surpresa foi ele. Hermione dormia a sono solto no sofá. Ron achou muito estranho isso. Ela não era de faltar o trabalho, muito menos pra dormir. Ficou preocupado, ela poderia estar doente. Porém ela parecia tão bem que ele afastou as preocupações da cabeça e começou a preparar sua "surpresinha" bem rápido, pois ela poderia acordar a qualquer momento.

Encheu a casa de pétalas de rosas, principalmente o quarto, e fez algumas velas flutuarem. Colocou a caixinha com o anel em cima da cama e pôs-se a escrever um pedido de casamento a ela. Gostaria muito de falar olhando-a nos olhos tudo aquilo que escreveu no papel, mas ela o intimidava tanto, que achou melhor escrever.

Quando acabou achou tudo muito romântico. E pra ele ser romântico era uma vitória. Nunca precisou de romantismos pra conquistar uma mulher, mas ela era diferente. Olhou em volta e sorriu. Estava feliz e confiante, mas ao mesmo tempo com um friozinho na barriga, com medo de ela dizer não.

I'm so afraid to say the way that I feel, but...

Tenho tanto medo de dizer o que estou sentindo, mas...

Sentou-se no chão desconfortavelmente, perto dela usando uma capa de invisibilidade e ficou observando-a dormir. Teve sorte do gato velho dela estar dormindo também, pois se ele o visse a acordaria na certa De vez em quando ela dava um leve sorriso. Estava sonhando com algo bom.

Horas se passaram, ele não percebeu. Ficaria a vida toda assim, olhando pra ela.

Ela abriu os olhos devagar e ficou algum tempo olhando o céu. O coração dele acelerou e seu estômago revirou. A confiança que sentia fugiu totalmente.

Ela olhou o relógio... pareceu se assustar... pisou no chão... pareceu se admirar... disse alguma coisa... foi em direção ao quarto...

Ele sentia seu coração tão pesado, que mal tinha forças pra se levantar do chão. Lá ficou uns minutos em estado de choque. Tinha vontade de sair correndo, mas se acalmou e foi em direção ao quarto também.

Quando entrou no quarto, ela abria o papel pra ler. Seu coração, disparado, batia tão rápido que tinha medo de que ela ouvisse.

Viu uma lágrima rolar pela face dela, enquanto lia. Depois outra e depois outra. O rosto dela tinha uma expressão que ele não conseguia identificar. Ela acabou de ler e pegou o anel. Ele resolveu que era hora de se revelar. Tirou a capa e disse:

- Você precisa dizer: Eu aceito.

Ela levou um grande susto e por um momento ele pensou que ela fosse gritar com ele, mas ao invés disso ela enxugou rápido as lágrimas com as costas das mãos e disse:

- Não é tão simples assim. Você é casado.

- Na verdade é muito simples. Você é que complica tudo. – ele disse, sentando ao lado dela e mostrando o papel do divórcio.

- Você não entende... eu tenho medo. – ela disse , olhando admirada pro papel.

- Eu também tô com medo. Muito medo. Mas estou disposto a arriscar.

- Nunca se sabe quando você vai se arrepender, né... Não torne as coisas difíceis. Eu não quero. Vá embora. – ele disse , olhando pro chão.

- Eu não me arrependi. Não me arrependo, nem vou me arrepender. Naquele dia eu me senti muito culpado, mas faria tudo de novo. Só que agora eu quero fazer do jeito certo. Do jeito que você merece... Olha pra mim. – ele disse, levantando o queixo dela até seus olhos se encontrarem – Diz que não quer, olhando nos meus olhos.

- Eu não quero. – ela disse séria, olhando-o nos olhos e assim surpreendendo-o – Agora vamos. – ela levantou e puxou-o pela mão, indo na direção da porta, como se estivesse o levando para fora de sua casa.

Ele estava perplexo. Não conseguia falar nada, embora quisesse falar muitas coisas. Estavam quase chegando na porta da sala, quando finalmente conseguiu falar:

- Se eu te deixar, não vai ser bom. Nem pra mim, nem pra você. Se eu sair por aquela porta é pra nunca mais voltar.

- Adeus, então. – ela disse, abrindo a porta.

Ele saiu e virou-se para olhá-la, afinal talvez aquela fosse a última vez que ele a veria. Ficaram um momento assim, um de frente para o outro, ela segurando a porta e ele do lado de fora. Ela se aproximou dele e pôs a mão em seu ombro. Ele teve a esperança de que ela fosse beijá-lo, mas ela passou direto pela boca e falou no ouvido dele:

- Não leve a mal... – e o beijou no rosto, fechando a porta, logo depois.

Ele continuou em pé do lado de fora, olhando a porta, chocado. Foi tudo muito rápido, ele não falou o que gostaria de falar. Foi estranho, eles nem sequer brigaram... Pôs a mão na porta como se pudesse assim atravessá-la e ficou olhando-a como se quisesse ver através dela. Ele não sabia, mas Hermione também estava com a mão no mesmo lugar, do outro lado.

Respirou fundo e desceu as escadas. Tudo era vazio e nada mais fazia sentido.

Saiu do prédio. Chovia muito, mas ele andava pela rua sem sentir a chuva. Lembrou dela falando ao seu ouvido, seus rostos quase colados, o beijo no rosto que ela lhe deu, a voz rouca dizendo "Não leve a mal". Como não levar a mal?! Aquelas palavras foram como uma faca enfiada em seu peito. Dor. Era isso que ele sentia agora. E raiva. Raiva por ser ele. Se ele ao menos fosse uma pessoa melhor, mais à altura dela... Mas era só Ron Weasley. Um nada na vida.

- Droga! Acabou... acabou... – gritou, chutando uma poça d’água. Sentou na calçada e desabou.

Anoitecia. A chuva caía. Ron chorava.






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Ela tinha que admitir. Aquilo foi muito romântico. A carta a levou ao choro, mas agora ela chorava muito mais. A mão na porta, como se ela fosse a única coisa que a separava de Ron. Muito mais coisas os separavam. Medo. Dúvida. Incerteza. Coisas que ela sentia quando estava com ele. Pelo menos nunca mais iria sentir essas coisas. Ele se fora pra sempre. Mas também nunca mais iria sentir seu coração bater mais forte, o friozinho bom na barriga, o perfume dele, a paz que seu sorriso trazia, o toque que a levava às nuvens, o calor do seu abraço, a alegria que a inundava só de estar ao lado dele...

- Droga! Acabou... – ela disse, dando um soco na porta. Foi aí que percebeu que ainda estava com o anel na mão.

Precisava devolver! Saiu correndo escada abaixo e ganhou a rua em questão de segundos. Chovia muito, ele já podia ter aparatado para outro lugar, mas mesmo assim ela o procurava desesperadamente. Ela não queria só devolver o anel... no fundo, talvez só quisesse vê-lo mais uma vez.

Anoitecia. A chuva caía. Hermione corria...

Até que ela o viu a uma certa distância, sentado na calçada, completamente encharcado, com a cabeça entre as pernas.

Parecia tão frágil... Aquele homem de quase dois metros de altura, chorando na calçada. Ela parou ao vê-lo. Ele estava sofrendo. Ela também. Parecia que passava um filme na sua cabeça com todos os momentos bons que ela viveu ao lado dele. Seu melhor amigo. Seu primeiro e único amor. Estava tudo errado! Como pôde ser tão burra?! O homem da sua vida fez uma coisa linda por ela, se divorciou por ela e ela o fazia chorar. O pedido de casamento mais perfeito e ela estragou tudo. Subitamente lembrou-se de um sonho bom que teve durante o sono. E no sonho, ela estava com ele. Se pudesse voltar o tempo... Não podia, mas podia fazer uma coisa: tentar.

If I don't tell you now

Se eu não te disser agora

I may never get the chance again

Talvez eu nunca tenha essa chance novamente

Ela começou a correr na direção dele, mas no meio do caminho parou e até chegou a dar meia volta. As dúvidas voltaram com força total na sua cabeça. Mas aí ela olhou pro anel, sorriu, se aproximou lentamente dele e se abaixou na sua frente.

To tell you that I need you

De lhe dizer que eu preciso de você

To tell you what I'm felling

De lhe dizer o que estou sentindo

Ele levantou a cabeça e eles se olharam por um momento. Os olhos dele estavam vermelhos e ele parecia surpreso por vê-la ali, molhada, na sua frente. Ela procurou olhar no fundo dos olhos dele, como se dentro daqueles olhos azuis, houvesse respostas para todas as suas dúvidas. Então ela viu sua própria imagem refletida no fundo dos olhos dele e pôde sentir pela primeira vez, como ele realmente a via. E o fantástico era que através dos seus olhos, ela era linda. Ela era a sua razão de viver. Ela era o seu amor.

If I keep these feelings in

Se eu guardar esses sentimentos

And if I don't say the words

E se eu não disser as palavras

How will you hear what's inside my heart

Como você escutará o que está dentro do meu coração?

Ela chegou mais perto e falou de novo ao ouvido dele. Mas dessa vez foi pra dizer:

- Eu aceito. – e deu-lhe um beijo rápido no canto da boca, e depois lhe mostrando o anel.

Ele sorriu, meio abobalhado. Uma última lágrima rolou pelo seu rosto, mas esta... era de felicidade. Levantou-se e ela também. Ele era muito maior do que ela, então a levantou pela cintura até ela ficar da altura dele e disse:

- Repete.

How will you know that

Como você saberá isso?

If I don't tell you now

Se eu não te disser agora

- Aceito... aceito... aceito! – ela disse, forçando a voz.

Ele a girou no ar , abraçando-a, muito feliz e depois a pôs no chão novamente. Os dois tinham grandes sorrisos nos rostos.

- Não acredito! O que te fez mudar de idéia? Não! Não quero saber. Você tá aqui e é isso que importa. – ele disse muito rápido. Pegou o anel da mão dela e o pôs no seu dedo. A abraçou forte e sussurrou no seu ouvido:

- Minha noiva...

- Meu noivo... – uma última lágrima caiu dos olhos dela. Era de prazer.

Como ele viu a lágrima que escorria pela face dela, se confundindo com a chuva, ela não soube, mas ele a enxugou com carinho, dizendo:

- Nunca mais te farei chorar.

Ooh... If I don't tell you now...

Se eu não te disse agora...

- Seus olhos. – ela falou.

- O quê? – ele perguntou, sem entender.

- Seus olhos me fizeram mudar de idéia. Seu olhar. Quando eu o vi agora a pouco, tive certeza que você me amava. Oh, perdão Ron... Na verdade eu sempre te amei em silêncio... – enquanto ela falava sem parar, ele a beijava carinhosamente por todo o rosto, a testa, a nuca, os ombros... – Tinha medo que você não me correspondesse e por isso nunca tive coragem pra te falar. E no final esse acabou sendo meu maior erro. Você casou e eu achei que tinha te perdido pra sempre. Perdido alguém que eu nunca tive... Mas aí aconteceu aquela noite e tudo o mais que houve depois e eu tive muito medo de sofrer, de que você me deixasse novamente e por isso eu resisti a você naquele dia do meu aniversário e hoje. Te fiz chorar. Te fiz sofrer. Você me queria e eu, burra, não vi. Por puro medo. Só quero que você possa me perdoar por isso e que não tenha dúvidas: eu realmente te amo... – o "te amo" os dois falaram ao mesmo tempo. Ele sussurrou baixinho pra ela, depois de um beijinho em sua orelha. Eles se olharam por um segundo e caíram na risada, logo depois.

- Sabe, eu sempre quis beijar alguém na chuva... – ele disse a abraçando, assim que eles pararam de rir.

- Não, Ron! – ela se afastou.

- Por que? – ele perguntou, desconfiado.

- Eu tô resfriada...

- Eu cuido de você. – ele disse, a abraçando novamente.

- Não, seu bobo! Se você me beijar, vai ficar doente também!

- Aí você cuida de mim. Se não te beijar é que fico doente...

Eles se beijaram sob a chuva e esse beijo foi o melhor de todos, pois foi o beijo do recomeço. A chuva parecia que os juntava mais, grudava mais... Eles estavam tão próximos que se alguém visse de longe, pensaria que era uma só pessoa. Porém a rua estava completamente deserta. Ele parou e disse:

- Você não faz idéia de como eu sonhei com isso.

- Acho que faço um pouco sim... Afinal eu gosto de você desde sempre...

- Eu poderia ficar assim pra eternidade. Te olhando, olhando esse sorriso lindo...

- Você pode. Você vai.

- E sou o homem mais feliz por isso.

- Desde quando você se tornou tão romântico?

Ele ficou olhando-a por um instante, sorrindo.

- O que foi? – ela perguntou, fingindo irritação.

- Você tá supersexy molhada. E nós estamos na rua.

- E o que uma coisa tem a ver com a outra? – ela já sorria também.

- Não seria legal fazer o que eu quero fazer agora, na rua...

- Que safado! – disse enquanto ele a pegava no colo. Ele jogou um beijinho pra ela.






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Pela primeira vez na vida, ele se sentiu como um adulto. Como alguém que lutou e conseguiu ser feliz. Como alguém que era alguém porque finalmente a tinha em seus braços. A mulher dos seus sonhos... Era completo. Era Ron Weasley, um cara que tinha uma casa, um emprego e em breve uma família de verdade. Só dele. Respirou fundo como se nunca tivesse feito isso. De repente parecia que o mundo todo tinha mudado. E esse mundo era o melhor.

Pela primeira vez na vida, ela se sentia como uma adolescente. Como alguém que tinha pulado de cabeça no desconhecido e tinha adorado isso. E mesmo que um dia todas aquelas sensações boas viessem a acabar, pelo menos teria vivido esse momento. E isso ninguém ia tirar dela. Era Hermione Granger, uma mulher que amava e o incrível é que finalmente era correspondida. E ia casar... Com o homem dos seus sonhos. Respirou fundo e encostou a cabeça no peito dele, sentindo como se a vida entrasse pelos seus pulmões.

- Você tá sentindo isso? – ela perguntou – É como se a vida acabasse de começar...

- Tô... E isso, Mione, é amor.

E ele a levou nos braços até em casa... Até a cama... Até as estrelas.






________________________________FIM_______________________________

N/A.2: O q vcs axaram??????????????? Comentem!!!!!!!!!!!!!!

Alguns esclarecimentos:

Eu ñ sou mt fã de HG + a Gina foi a 1a. pessoa q veio na minha kbça p/ casar c/ o Harry, então...

Aquela parte da surpresa do Ron, na casa dela, c/ as flores e talz, eu me inspirei numa cena do filme Escrito nas estrelas p/ escrever.

Naquela cartinha do Ron, pedindo a Mione em casamento, tem 2 ou 3 versos de um "poemeto" de algum autor que eu nem sei... se alguém souber me mande um e-mail, por favor.

Mais uma vez gente, MUITO OBRIGADA MESMO por lerem e comentarem. Vou fikr algum tempo s/ escrever por causa das provas na faculdade, + em junho deve ter fic nova pintando por aí. Entaum... axu q é só pessoal! Humildade sempre! Bjuz da Ju. =)

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