No Beco Diagonal
_ Acorda Rony, acorda.
_ Ah não mãe, deixa eu dormir mais um pouquinho.
_ Ronald, sou eu, acorda logo, já são seis e meia. Todo mundo já acordou.
Realmente a voz que ele ouvia não era de sua mãe, era uma voz doce e ao mesmo tempo mandona. Foi abrindo os olhos com dificuldade, ainda despertando de uma maravilhosa noite de sono, até perceber que quem falava era Hermione. Virou-se para o lado e viu Harry já aprontado, rindo disfarçadamente.
_ Vai, agora levanta, vou sair pra você se trocar. Sua mãe pretende sair ás sete e meia.
Aguardou até que Hermione saísse para se levantar da cama.
_ Porque você não me acordou? Porque deixou que ela me acordasse? Eu levei o maior susto!
_ Mas eu tentei te acordar, você não se lembra? Só que você ficava chamando por ela...
_ E você foi chamar ela pra me acordar? – disse Ron assustado.
_ Não, claro que não, ela que entrou aqui no quarto que nem um furacão e sem bater na porta, ainda bem que eu já estava vestido, aí ela parou em frente à sua cama e falou, ou melhor, ela gritou: “Não acredito que o Ronald ainda não se levantou.” – disse Harry com voz de imitação.
Os dois riram muito.
Depois de escovarem os dentes, desceram para tomar café. Na mesa, todos já estavam reunidos. Depois de alimentados, se dirigiram até a lareira, a cada um a Sra. Weasley oferecia um pouco do pó de flu e sempre fazendo questão de lembrar que o pronunciamento de “Beco Diagonal” deveria ser perfeito, para não correrem o risco de pararem em outro lugar.
A chegada era por uma pequena lareira no canto da rua principal do beco, que quase passava por despercebida.
A primeira parada seria na livraria Floreios e Borrões. Estava lotada.
_ Puxa vida, achei que se a gente viesse mais cedo não encontraríamos esse tumulto todo. – disse Molly passando entre a multidão com dificuldade.
_ Parece que todos tiveram a mesma idéia esse ano! – disse Arthur.
Harry ficou aliviado de não ter visto Malfoy na livraria. Após todos comprarem seus livros, rumaram e direção à porta. Hermione já folheando o “Livro padrão de feitiços (Quinto Ano)”. Dali por diante, se separariam para comprar o resto dos materiais e se encontrariam ao meio-dia no Caldeirão Furado. Rony foi com Harry procurar os ingredientes para as aulas de poções. Molly e Arthur foram com Gina e Hermione comprar materiais de manuseio com a terra para as aulas de herbologia. Fred e Jorge apenas avisaram que iriam terminar de comprar o que estava faltando em suas listas, mas não falaram nem em que lojas, é claro que iriam dar uma passadinha em alguma loja de logros, pois agora os planos deles entavam prestes a serem postos em prática, com o fim do ano em Hogwarts estariam livres.
Completando a lista, Harry e Rony foram procurar alguma loja que vendesse pulseiras. Já era quase onze horas quando avistaram uma placa que na qual podia-se ler: “Encantos Dourados”, escrito com letras grandes de ouro. A loja era enorme e luxuosa e se destacava entre as outras, que na maioria eram muito simples. A vitrine era esplêndida. Colares, pulseiras e até coroas a enfeitavam, reluzindo com suas pedras preciosas, deixando os garotos hipnotizados. Ficaram um pouco intimidados de entrar lá, mas como era a única loja que haviam encontrado onde havia pulseiras resolveram entrar.
Lá dentro, o chão era feito de mármore branco puro. Haviam várias estantes de vidro espalhadas pela loja, onde em cima delas se encontravam as mais belas jóias.
Uma mulher alta, muito magra e bem vestida veio na direção deles.
_ O que desejam? – perguntou ela. Pelo tom de voz e pela expressão do rosto, a primeira impressão que Harry teve sobre ela foi a mesma que teve sobre Narcisa, mãe de Malfoy. Com certeza era uma mulher que prezava o poder e a riqueza, pois além de tudo, seu nariz grande e pontudo era tão empinado e parecia ter bosta embaixo dele pela cara de nojo com que olhava para os meninos, como se eles não fossem dignos de estar ali. A vontade que tiveram foi de sair correndo, mas aguentaram firme.
_ Eh... a senhora poderia nos mostrar algumas pulseiras por favor? – disse Rony.
_ Me acompanhem. – disse a mulher.
Eles obedeceram.
_ Quanto você tem? – perguntou Harry baixinho.
_ Dez galeões. Espero que seja o suficiente. – disse Ron mais baixo ainda, temendo que a mulher escutasse.
Chegando ao balcão, ela espalhou algumas pulseiras sobre ele.
_ Vocês tem alguma preferência? Aqui temos pulseiras de ouro branco, dourado, prata, pulseiras de pérolas e as trabalhadas com pedras preciosas como diamantes, rubis e safiras. Esmeraldas e águas-marinhas estão em falta.
Os garotos ficaram admirados com a beleza das jóias, mas Rony sabia que eram caras e que não poderia pagar tanto.
_ Elas estão em que faixa de preço? – quis saber Ron.
_ Bom, temos vários preços. As pulseiras, neste caso, vão desde 18 galeões – apontando para uma pequena de pérolas – até 100 galeões – apontando para uma grande de diamantes.
Harry percebeu que o amigo não ia conseguir comprar nada lá, precisava ajudá-lo, mas sabia que se oferecesse dinheiro à ele, Rony se sentiria muito ofendido. Foi aí que teve uma idéia.
_ Ron, acho que vi a Hermione ali fora, vai dando uma olhada aí enquanto eu vou lá distrair ela. Se ela te vir aqui vai estragar toda a surpresa. – mentiu Harry. E rumou para a saída da loja.
Lá fora encontrou Fred e Jorge.
_ Olha, preciso pedir um favor à vocês, mas não me perguntem pra que eu estou fazendo isso.
_ OK Harry, pode pedir, desde que você nos deu aqueles mil galeões ainda não encontramos uma forma de agradece-lo. – disse Jorge.
_ Vão até aquela loja e entreguem esses onze galeões ao Rony. Falem que foi a mãe de vocês que mandou. Ah, e também não perguntem ao Rony porque ele está lá dentro, por favor.
_ Pode deixar, Harry. Sem perguntas. – disse Fred.
Harry vigiou até que entrassem na loja e os viu entregando o dinheiro a Rony, que pela cara, ficou bastante surpreso. A expressão do amigo fez com que Harry sentisse que havia tirado uma tonelada de cima das costas, e isso era muito bom.
Esperou um pouco depois que os gêmeos saíram e entrou novamente.
_ Harry, você não vai acreditar. Mamãe me mandou onze galeões. Olha a pulseira que eu comprei pra Mione.
Era uma pulseira com três fios de ouro dourado formando uma trança, e pendendo dela, várias safiras pequenas.
_ Realmente Mione vai gostar muito. – disse Harry.
Rony pagou à vendedora que embrulhou a pulseira.
_ Esse dinheiro veio muito a calhar, eu já estava pronto a dar a desculpa de que eu queria uma pulseira de esmeralda. Como estão em falta eu ia Ter que procurar em outro lugar.
_ Só você, Rony. – disse Harry rindo.
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