Demonstrações de Carinho



Quando Harry abriu os olhos estava no alto de uma árvore, em um jardim muito familiar, um buldogue rosnando ferozmente para ele.
_Quem são essas pessoas?- Luna perguntou a seu lado, ele reparou em como ela parecia mais nova. Nova como ele também estava na memória de seus dez anos.
Se virou e viu que ela apontava para os Dursleys, que riam dele acudado no alto da árvore, por Estripador, o cachorro de Tia Guida.
_São a minha família. Meus tios e meu primo.- ele explicou, dando de ombros.
_Agora sei porque não me apresentou a eles, parecem bem desagradáveis, não é?- Luna comentou, piscando os olhos ao olhar o cachorro.
_Que bom que pensa assim.- Harry sorriu. Estar ali, ao lado de Luna, que concordava com ele, parecia tornar tudo mais fácil.
De repente, a árvore e a risada dos Dursleys desapareceram e Harry viu que eles estavam na praia, onde haviam se encontrado pela primeira vez desde a guerra.
_Ei, Harry! Olha que lindo!- Luna sorriu feliz, apontando para o mar.
_E também não é nada bom. Essa é uma memória de você, Luna.- ele resmungou.
_Então, me leve para um lugar bem secreto mesmo! Algo que você realmente se envergonhe... Harry, está me ouvindo?
A voz de Luna parecia desaparecer aos poucos, substituída por risadas e gritos. Harry estava no meio de uma roda de meninos pequenos e fortes, que o empurravam e riam dele. A turma do Duda, em sua velha escola. Em volta, outras crianças se aproximavam para ver, algumas realmente se divertindo, outras rindo para não apanharem também.
_Olhe as roupas dele!- gritavam em meio a risadas, jogando-o de um lado para o outro.
_Olhe esses óculos ridículos! - gritou Duda, pegando os óculos de Harry e os jogando no chão. As crianças em volta riram com mais gosto.
Cego pela perda dos óculos e pelas lágrimas que teimavam escorrer, Harry se ajoelhou no chão tateando em busca dos óculos. Encontrou-os quebrados ao meio, e começou a chorar com mais força, segurando-os em frente aos olhos.
_Olhe, ele está chorando!- Duda gritou, e um coro de 'chorão!' começou por toda parte.
Harry nunca sentira tanta humilhação na vida, estava vermelho de vergonha, e apenas queria desaparecer naquele exato instante. Se ao menos pudesse... De repente, sentiu uma mão segurando a sua, o levantando e puxando-o para longe.
_Oh!- as crianças riram zombando.- Ele tem uma namorada!
_O que estou fazendo?- a vozinha de Harry perguntou- O Duda não me assusta mais!
Corajosamente, Harry deu meia volta e caminhou firme em direção ao primo. Levou meio segundo apenas para levar um soco no nariz, e cair sentado no chão gemendo de dor, os óculos escapando de suas mãos. Sentiu novamente alguém puxa-lo de pé, embora não pudesse enxergar quem fosse, e leva-lo para longe das risadas e das vaias.
_Vamos Harry, não vale a pena.- uma voz meiga e fina falou, levemente familiar.
_Aquele estúpido, cara de porco!- Harry gritou, mas se deixou ser levado.
A menina o levou para uma sala de aula vazia, onde o deixou sentado em um banquinho, quieto em sua humilhação. Ele a viu se aproximar da mesa da professora, e momentos depois lhe estender os óculos emendados com fita adesiva.
_Acho que está melhor assim.- ela falou.
_Obrigado.- Harry murmurou, pondo os óculos.
Tudo entrou em foco imediatamente, e ele pode ver uma menina esquisita e familiar a sua frente, de uns sete anos. Ela tinha longos cabelos loiros, olhos arregalados cinzentos, e vestia um vestido azul e um chapéu pontudo rosa com estrelas amarelas que piscavam, em suas orelhas estranhos brincos que pareciam beterrabas.
_Estou tão envergonhado.- Harry murmurou, abaixando a cabeça.
_Tudo bem.- Luna assegurou, sentando ao lado dele e segurando sua mão.- Você era só uma criança.
_Eu queria ter te conhecido crianças, como na foto que você me deu e como você está agora.- ele murmurou.
Ela apenas sorriu, e começou a desaparecer lentamente.

XXX

Harold olhava o computador incorformado. Harry Potter havia sido encontrado, mas levara bastante tempo e dera muito trabalho. Aquilo não era para estar acontecendo, era para ser uma 'apagação' simples, como todas as outras. O que havia de diferente? Por que ele resistia tanto?
_Eu não entendo.- ele deixou escapar.- Isso nunca aconteceu antes. Ele e ela estavam em uma memória que não deviam. Simplesmente não deviam.

XXX

Harry olhou em volta, estava no litoral. Luna ao longe procurava por conchas, para fazer um novo colar. Ela cantava em voz alta, meio desafinada, mas ele adorava ouvi-la. Sempre lhe trazia uma certa paz, que ele não podia explicar. Sorriu, ao vê-la de longe. E pensar que naquele exato momento ele a estava apagando, e ela estava sendo esquecida. Todos os momentos ruins já haviam desaparecido, e agora que só restavam os bons, ele se lembrava do quanto a amara. Harry sentiu uma dor enorme no peito, o problema é que nunca deixa-la de ama-la, mas parecia que ela deixara de ama-lo. Ela o havia esquecido primeiro!
Viu-a se levantar, e erguer orgulhosa uma pesada concha redonda. Harry acenou feliz, e ela sorriu o sorriso mais bonito que ele já vira. Então, tomou uma decisão. Já haviam chegado tão longe, não iriam desistir agora. Ele se aproximou dela, segurando-a pela mão.
_Luna, temos que ir, antes que eu não me lembre de mais nada!
Mas, Luna pareceu não ouviu-lo, pulando em seus braços e o abraçando.
_Você sabe que eu te amo, não sabe Harry? Desde que te conheci, lá em Hogwarts. Apenas não podia dizer nada, por causa da Gina. Vocês pareciam tão felizes juntos.
_Nós fomos, eu e a Gina.- ele respondeu, sentindo-se aquecido com o abraço dela.- Mas, agora eu e você somos felizes, no presente. Eu só não sabia disso até um dia atrás. Por isso temos que ir embora agora, se não vou me esquecer de novo.
Ele a puxou, mas ela o derrubou na areia, e sentou em cima dele rindo.
_Mas, eu nem sei para onde vamos.- ela reclamou, brincando.
_Não importa, desde que a gente não se perca um do outro. Vamos logo!
E sem se importar com o que Luna iria pensar, ergue-se e levantou-a no colo, tentando leva-la para longe. Ela se encostou nele, fechando os olhos.
_Eu posso andar, sabe?- perguntou sorridente.- Mas, gosto daqui. Posso ouvir seu coração batendo.
E ele suspirou, cansado. Mas, era por momentos como aquele, junto dela, que ele continuava. E reunindo nova coragem, tentou leva-la para longe, a salvo em algum lugar. O problema é que ele não sabia onde.

N/A- Espero que estejam gostando. Fiz um pouco diferente do filme, um pouco mais de H/L. Fiquei inspirada hoje. Por favor, comentem para eu saber o que estão achando! Sério mesmo, é tão bom ler um comentário! Obrigada aos que comentaram, fizeram meu dia! Dedico essa capítulo à vocês, guys. Beijos, Mary.

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