Formatura



O último mês em Hogwarts havia passado muito mais rápido do que eles queriam. Mas com tantos acontecimentos, isso parecia inevitável. Logo no começo dele, os mais envolvidos com os acontecimentos do intercâmbio foram chamados pelo diretor para os últimos esclarecimentos.
Ele explicou que Lune fora treinada por muito tempo para ter capacidade de manipular uma magia muito forte e antiga. Mas mesmo com todo o treinamento, e com alguma ajuda de licantropia herdada do pai, a resistência de Lune não foi suficiente. Ela não sairia tão cedo de hospital para acidentes mágicos.
Voldemort perdeu totalmente a memória, e também foi mandado para uma ala especial do hospital. Ele perdera definitivamente a capacidade de usar magia, era agora praticamente um aborto.
Sara, depois de duas semanas no St. Mungus, voltou recuperada para terminar o ano da escola. E Hermione, entre lágrimas, jurou que levaria mais a sério o que ela falasse de agora em diante.
O professor Orange estava enfrentando um inquérito no mundo trouxa pela morte de Andrew. Mas com a intervenção do ministério bruxo, ele conseguiu provas suficientes para provar que foi um acidente. E tanto as famílias de Andrew como de Catherine foram informados de tudo o que aconteceu, e que o verdadeiro culpado era Voldemort. Os dois alunos ganharam prêmios de menção honrosa em suas memórias da escola
Mas isso foi só o começo do mês...
*******
Emily estava no salão principal, estudando para as provas finais. Astronomia era a prova da vez, e ela estava um tanto perdida:
_ Huum... Marte vai ter uma entrada aqui... acho... Ah! Não dá certo!
_ Tenta contar as estrelas da esquerda para a direita, e... seu mapa está de ponta cabeça.
Emily virou-se para ver quem olhava seu mapa por cima do seu ombro e se deparou com Kira.         
_ Oi! _ cumprimentou Emily dando espaço para a garota se sentar _ Acho que não tem ninguém que entenda melhor esses mapas do que você. Obrigada pela ajuda!
_ De nada. E como você está agora?
_ Muito melhor!... Pelo menos agora eu sei que o Lord das Trevas não representa mais perigo algum. Mas e você? As provas não me deixaram tempo de falar com ninguém.
_ Não está sabendo ainda? O Harry não te contou?
_ Não pude ver Harry essa semana. Ele também está com estudo e treinos acumulados.
_ É que logo que vocês saíram para o intercâmbio, Pedro Pettigrew começou a sofrer de delírios em Azkaban.
_ E ele ficou louco?
_ Ele contou tudo. Tudo sobre os comensais, sobre os planos de Voldemort e sobre todos os seus crimes, entre eles, eu.
_ Como assim?
_ Eu tinha certeza disso, mas agora ele confirmou: eu não sou e nunca fui uma Pettigrew.
_ Mas... então...?...
_ Ele me seqüestrou quando eu era bebê para me usar contra meus pais, mas meu pai deu um jeito nele antes disso.
_ Quem?
_ Sirius Black! _ respondeu Kira com um sorriso imenso.
_ Mas ele nunca falou nada!
_ Por que ele não sabia. Minha mãe já era fora dos padrões. Você talvez conheça o estilo dela... _ disse Kira encarando os mapas.
O queixo de Emily caiu e ela olhou para a amiga abobada:
_ Kira, não me diga...
_ Kira agora é o meu apelido. Meu verdadeiro nome é Raven, Raven Trelawney Black. Mas antes que você pense absurdos, a Sibila é minha tia. Minha mãe foi morta por comensais logo antes de Sirius ser preso. Ela se chamava Morgana, e Sirius falou que sou igual a ela. Por isso o escândalo da Sibila no baile... Sirius falou que ele e minha mãe haviam brigado e ela saiu do país, foi quando eu nasci. Quando voltou, decidida a contar tudo para ele, Sirius já havia sido preso. Logo os comensais a pegaram também.
_ Puxa! Quem iria imaginar!
_ Mas... _ disse Kira se levantando _ Pode continuar me chamando de Kira, e não de prima! Como o seu irmão insiste em fazer.
*******
Charlotte estava atolada em livros, tentando terminar seus três metros de pergaminho sobre poções. Como eles iriam fazer um curso de verão para os septanistas terem condições de passarem em seus NIEM´s, os professores tiveram que aplicar trabalhos e mais trabalhos de fim de ano para os alunos do intercâmbio.
De repente, ela ouviu um ruído na janela e Obliviate voou de seu costumeiro cantinho em cima do armário rosnando. Era um coruja negra que arranhava o vidro da janela com o bico.
_ Lúcio? _ Charlotte murmurou correndo para abrir a janela, derrubando metade dos livros _ O que será que aconteceu?
Ela pegou a carta da coruja que partiu sem esperar uma resposta. Charlotte abriu o envelope e arregalou os olhos na medida em que a lia.
_ Ora, ora! _ ela riu _ O Draco vai adorar isso!
*********
_ O QUE?! 
_ Sem escândalo, Draco. _ pediu Charlotte.
_ Mas... eu... menina?
_ Sim. _ Charlotte releu um trecho da carta em voz alta _ Seu nome é Elizabeth Chrisbell... Só pode ter sido a Narcisa quem escolheu... Vocês vão conhecê-la na formatura...
_ Até que é um nome bonito para a minha nova irmãzinha.
Charlotte revirou os olhos e entregou a carta para o irmão:
_ Por Merlin! Dá licença que agora eu tenho aula!
_ Sério! Eu gostei! _ ela ainda ouviu Draco falar. _ O que você queira? Charlotte júnior?
*******
Mas a volta para Hogwarts não era repleta de boas notícias. Havia um problema sério, que foi agravado pelo tempo: Jorge Weasley.
Emily estava pensando nisso na aula de feitiços enquanto observava os dois irmãos. Fred parecia já ter esquecido daquela briga feia. Agora vivia ao lado de Charlotte e, ela notou sorrindo, a amiga não se incomodava com isso como antes. Enquanto ao Jorge, procurava exilar-se ao máximo.
Eles já não eram tão idênticos como antes. E embora Fred e os outros irmãos tentassem convencê-lo de parar de bancar o “durão”, ele não ouvia. Emily suspirou desanimada e voltou aos seus rabiscos e anotações no seu pergaminho. Mas ela ainda lamentava profundamente não poder ajudar os amigos nessa situação.
******
Finalmente as provas de NIEM’s haviam acabado, e primeira coisa que Charlotte fez com seu tempo livro foi buscar Obliviate com Hagrid. Emily e Fred a acompanharam fazendo piadinhas sobre como o alagatus deveria estar depois de uma temporada entregue aos cuidados do guarda caça. _ Será que o Hagrid conseguiu amansá-lo? _ Emily perguntou.
_ Ah, com certeza! _ riu Fred _ O Hagrid deve te ensinado a ele como dar a patinha!
_ Se ele pelo menos aprendeu o que significa pega o Draco, para mim está bom. _ comentou Charlotte.   
_ Você não deveria incentivar o seu bichinho a atacar o seu irmão ,Charlotte. _ reclamou Emily batendo na porta da cabana.
_ E por que não?
Hagrid abriu a porta os recebeu alegremente. Mas foi com um sorriso amarelo e um expressão culpada com que ele falou com Charlotte:
_ Eu precisava mesmo falar com você?
_ O que foi? _ ela preocupou-se _ O que aconteceu com o Obliviate?
_ Anh... acho melhor ver você mesma. Venha aqui.
Ele os levou até um amontoado de panos coloridos, conde estava enroscado um monte de pêlos negros e com suas grandes assas cobrindo a cabeça.
_ Ele está doente? _ perguntou Emily curiosa.
_ Não é bem isso.
_ Obliviate! _ Charlotte chamou, e fez menção de chegar mais perto.
Mas Hagrid a impediu dizendo:
_ Não é um boa idéia.
Nisso as assas começaram a se mexer e ouviu-se gemidos vindo do monte de panos.
_ O que aconteceu com... _ Charlotte, surpresa, não conseguiu terminar a pergunta.
Uma cabecinha branca surgiu entre as assas de Obliviate e logo foi seguida por mais três cabecinhas rajadas de cinza.
_ Filhotinhos! _ exclamou Emily sorrindo.
_ Eu acho que você nunca reparou muito bem no seu bichinho.
_ E como eu poderia? _ defendeu-se Charlotte boquiaberta _ Ele... ela vivia em cima do armário!
_ Bom, parece que ela descobriu algum amiguinho quando caçava na floresta proibida. E aí está o resultado.
_ Que legal, Charlotte! Você tem filhotinhos!
Charlotte ainda olhava para seu bichinho, que agora havia acordado e se esticava toda, deixando seus filhotes de asas amassadas e orelhas pequenas se arrastando entre os panos.
_ Eles tem uma semana. _ disse Hagrid _ É melhor você registrá-los logo ou podem tirá-los de você.
_ Filhotes... _ Charlotte repetiu _ Quatro filhotes... O que eu vou fazer com eles?
_ Eu aceito um! _ disse Fred.
_ Que surpresa pra sua dona, heim Obliviate! _ Emily riu coçando a cabeça da Alagatus.
******
Finalmente o dia da formatura chegou.
Como de costume, ela era feita um dia depois do jantar de encerramento de ano, para que os pais pudessem participar sem se perderem em meio a avalanche de alunos de vestes negras.
As mesas das casas foram retiradas do salão. Cadeiras foram dispostas nos lugares de cada casa, enfrente a mesa principal, no número equivalente ao número de formandos. E logo atrás, mais cadeiras para os familiares e convidados.
Quando o céu de verão passava pelos vários tons de azul claro para um tom lúgubre os convidados se organizavam no salão.
Os Weasley em peso já estavam sentados logo atrás das cadeiras dos formandos da Grifinória. Logo depois os Haileys chegaram escoltados pela prof Minerva e sentaram-se ao lado da numerosa família ruiva. Os Malfoys já haviam chegado com sua mais nova filha, que dormia ao lado do irmão. Sirius também estava presente, acompanhando de Kira, que agora era Raven, e de Harry, que aguardavam ansiosamente pela entrada da irmã.
Quando todos os convidados já estavam presentes e tinham se acomodado, os formandos entraram no salão seguidos dos seus diretores de casa, e sentaram-se em seus lugares. O diretor iniciou a cerimônia com seu discurso de agradecimento aos pais e depois se dirigiu aos alunos:
_ Espero que os senhores estejam saindo daqui com as cabeças muito menos vazias do que quando entraram. E espero sinceramente que saibam aproveitar e engrandeçam o mundo mágico com os dons que desenvolveram aqui. De agora em diante, a escola não tem mais importância, mas sim tudo o que os senhores aproveitaram dela. Seja os ensinamentos, as amizades, as inimizades e as receitas dessas fantásticas refeições que vocês desfrutaram durante todos esses anos... Agora vamos a entrega das suas varinhas devidamente autorizadas. Os professores de cada casa irão chamar seus alunos e vocês deverão vir até aqui na frente, por favor...
As casas foram convocadas em ordem alfabética: primeiro os alunos da Corvinal, depois os da Grifinória, Lufa-lufa e Sonserina. Eles receberam suas varinhas com o número de registro talhado no cabo, os certificados de Hogwarts e o de aprovação nos NIEM´S entre as palmas dos convidados.
Um representante escolhido pela turma como orador foi chamado para declamar seu discurso. Emily levantou-se entre palmas e assobios dos amigos e dirigiu-se para frente de todos:
_ Boa noite a todos!... Como oradora, digo o que todos nós, alunos, estamos pensando hoje: Nossa! Como esses sete anos passaram rápido!... E apesar de tantos acontecimentos inesperados, alguns alegres, outros tristes; colegas que poderiam estar agora aqui conosco e não estão; todos esses anos foram maravilhosos! Foram os nossos anos de Hogwarts que nós sempre iremos lembrar com saudades. Agradecemos nossos professores. _ ela olhou para a mesa principal, onde os professores estavam e ficou vermelha quando viu Snape _ ...anh... Também ao nosso grande e sem igual diretor, Alvo Dumbledore, que sempre nos apoiou e pensou no melhor para todos aqui! Aos nossos pais, que são os grandes responsáveis por nós existirmos e termos chegado a esse dia... enquanto muitos não puderam... Hogwarts sentirá nossa falta tanto quanto nós sentiremos dela! Obrigada!
Emily voltou ao seu lugar em meio às palmas e gritos de aprovação dos colegas. Depois que as palmas amenizaram, o diretor voltou a falar:
_ Todos nós aqui presentes _ ele indicou os professores sentados ao seu lado _ Sentimo-nos orgulhosos dos senhores! _ os alunos irromperam e palmas e o diretor esperou, sorrindo, para continuar. Então ele começou como em tom de advertência _ Confiamos a vocês segredos preciosos sobre a magia, e também os alertamos e damos exemplos de como lidar com ela diante dos trouxas e outros seres mágicos. Então usem-na sabiamente... _ ele abriu um imenso sorriso e disse abrindo os braços _ Hogwarts nunca abandona aqueles que lhe são fiéis! E lembrem-se: Draco Dormiens Nunquan Tittillandus!
O salão inteiro explodiu em aplausos e os formandos, como de costume, jogaram sus chapeis cônicos para o alto e lançaram jatos de fagulhas coloridas de suas varinhas, cruzando com inúmeras cores o negro encantado que havia no teto.

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