Considerações



A palavra para definir aquele Sábado de Halloween era ‘tensão’. Lily recusou-se a sair do dormitório, e não havia ninguém que pudesse tira-la de lá. O resto da escola obviamente já sabia do ataque e sabia das mortes, o que deixou o castelo em um silêncio não-usual, pois no dia seguinte teria Hogsmeade, e normalmente os alunos do terceiro ano para cima estariam conversando animadamente sobre a visita ao povoado. O mais estranho naquele dia de Halloween eram os quatro Marotos sentados silenciosamente na Sala Comunal, bem, nem todos os quatro estavam silenciosos. Remo lia um livro, Pedro comia fazendo muito barulho, e Sirius tentava convencer um Tiago pensativo a irem aprontar alguma. Mas Tiago parecia alheio a tudo. Desistindo, Sirius, Remo e Pedro saíram e foram em direção aos Jardins.

O que deixava o Maroto pensativo como estava não eram as mortes, ou os ataques dos Comensais, mas Lily. Não sabia explicar, mas quando a abraçou, quando sentiu o suave toque da pele dela, quando o inebriante perfume dos cabelos da ruiva chegou a ele, sentiu que o tempo parou. Há cerca de dois anos que Tiago sabia que realmente gostava dela, mas quando abraçou a ruivinha pela primeira vez, sentiu algo muito mais profundo. Colocou o rosto entre as mãos, desolado. Estava apaixonado pela garota que já expressara muitas e muitas vezes que o odiava e o achava a pior criatura do mundo. Estava apaixonado pela garota geniosa, pela monitora teimosa e cabeça-dura, mas também pela garota doce e meiga, a ruivinha compreensiva e simpática, mas ela jamais agia assim com ele. Com ele eram apenas gritos, as comuns explosões de raiva, mas de alguma forma isso mudou, e mudou no dia em que Lily descobriu a verdade sobre Remo, no dia em que Tiago salvara a vida dela. De repente as brigas não ocorriam mais com tanta freqüência, só ocasionalmente quando Tiago azarava o Snape, mas nem isso mais acontecia. De repente, como se um eterno véu de inimizade que a ruiva tinha com ele havia desaparecido, e Tiago percebeu o quanto a amava.

Levantou-se da poltrona e olhou na direção do dormitório feminino. Como queria ir até lá e abraçar Lily novamente, mas dessa vez não a soltar mais. Era de certa forma assustador o que ele estava sentindo, pois sabia que faria qualquer coisa por ela, sabia que arriscaria a sua vida por aquela ruivinha que agora chorava pela morte do pai. Desistindo de tentar ir ao dormitório feminino, pois sabia por experiência que a escada viraria uma rampa, sentou-se novamente, perdido em pensamentos, na vazia Sala Comunal.

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Enquanto isso, no dormitório feminino das alunas do sétimo ano, uma certa ruivinha, que era o motivo do tormento do Maroto na Sala Comunal, estava deitada em sua cama olhando para o teto com o cortinado fechado. Sua lágrimas já haviam se esgotado, e Lily sabia que isso era um bom sinal. Passara a manhã inteira chorando e relembrando todos os momentos em que passara com o pai, e quando Camille e Diana vieram chamá-la para almoçar, a garota fingia que dormia. Agora, já com os olhos secos, o lado racional do seu cérebro começava a tomar o controle novamente e Lily passava a aceitar tudo. Sabia que o tempo que passara com o seu pai fora maravilhoso, e sabia que o pai a amava, assim como sabia que ele sabia que ela o amava e, de alguma forma, isso fazia sentido na sua cabeça.

Mas o motivo que não fazia a garota sair do dormitório era um certo Maroto que naquele momento estava na Sala Comunal. Há algum tempo que Lily re-pensava os seus conceitos sobre Tiago, ainda assim não conseguia acreditar que ele realmente mudara, em parte porque não queria acreditar. Seu maior medo era machucar-se. Lily tivera apenas um namorado, um Corvinal chamado Matt, no terceiro ano, ela realmente gostava dele, aquela paixão pré-adolescente, que deixou o seu coração em frangalhos quando ele a trocou por outra sem mais nem menos. Era esse o seu medo em relação a Tiago, afinal, sabia do passado do rapaz e por mais que ele parecesse sincero em relação aos seus sentimentos, Lily tinha medo de arriscar-se para fora daquela muralha que tinha construído ao seu entorno. Mille e Di sabiam disso, por mais que a ruiva jamais tivesse contado, elas sabiam, mas nem mesmo elas conseguiam convencer Lily a correr o risco. Mas afinal de contas, que mal havia em dar ao rapaz uma chance? Está certo de que ela não pensaria assim não fosse o modo gentil como ele a tratara de manhã. De alguma forma, o abraço que recebeu do moreno foi o empurrãozinho que faltava para a garota. Quando estava aquecida nos braços de Tiago, Lily sentiu-se segura, como se nada pudesse machuca-la ou mesmo atingi-la quando estava ali. Aquilo só podia significar uma coisa, uma coisa que a garota tentou ao máximo adiar: estava gostando de Tiago.

De certa forma resignada, Lily levantou-se e rumou decidida para a porta do dormitório.

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Tiago estava prestes a ir aos Jardins para arejar as idéias quando como que atendendo aos seus pensamentos, Lily desceu as escadas. A garota só percebeu o rapaz em pé quando já havia descido as escadas e então estacou surpresa. Tiago tinha consciência que o seu próprio rosto também devia ser uma máscara de surpresa, mas não disseram nada durante alguns minutos até que Tiago quebrou o silêncio.

- Como... Como você está?

A garota deu um tímido sorriso e suspirou. “Arrisque-se Lily Evans” disse para si mesma.

- Melhor.

Tiago pareceu aliviado e ia sair quando a suave voz da garota saiu timidamente.

- Hum... Tiago? Obrigada.

O rapaz a olhou meio surpreso e aproximou-se dela.

- Essa foi a primeira vez que você me chama pelo primeiro nome. – Sorriu ao observar a ruiva ficar vermelha como os cabelos. – Não há de quê, Lily.

A garota abriu um sorriso, o mais lindo sorriso que Tiago já vira, antes de dar um tímido beijo na bochecha do maroto e sair da Sala Comunal. Passado o primeiro momento em que Tiago permaneceu como em estado de choque, saiu correndo atrás da garota.

Viu a ponta da capa de Lily desaparecer no final do corredor e correu até lá. Mas ao chegar, viu uma porta entreaberta com a sua ruivinha colada na parede ao lado. Sem dizer nada, com um gesto Lily o chamou e fez sinal para ficarem em silêncio para ouvirem a conversa que se desenrolava dentro da sala.

- ... Um ataque brilhante na minha opinião. – a voz inconfundível de Bellatrix Black soou.

- Sem dúvida, mas o Lorde tem uma nova tarefa para nós. – Lúcio Malfoy dizia. Tiago tentou aproximar-se mais da porta mas foi impedido por Lily. – Ele não quer que apenas treinemos novos servidores e que lhe demos informações sobre as famílias dos sangues-ruins, agora poderemos finalmente atacar. O que me dizem de amanhã, em Hogsmeade?

Tiago arregalou os olhos e olhou para Lily ao seu lado a garota estava extremamente pálida. Quando os dois ouviram os outros componentes da ‘reunião’ concordando, Lily rapidamente calculou o número de vozes e chegou á conclusão que eram em torno de quinze. Quando viram que a ‘reunião’ tinha acabado, Tiago tratou de puxar Lily o mais rápido possível para longe dali.

Já a corredores de distância, Tiago finalmente parou de correr e Lily encostou-se cansada em uma parede.

- Aquilo era o que eu acho que era? – Perguntou Lily com a voz um pouco trêmula.

Tiago assentiu com a cabeça e Lily deu um riso nervoso.

- Que pergunta idiota. – Disse ela arrancando um sorriso do rapaz.
Tiago foi até ela e pegou a sua mão.

- Nós temos que...

- ... Avisar Dumbledore. – Completou ela.

E os dois lá se foram correndo novamente... de mãos dadas.

N/A: Ok, eu estou com vergonha demais para me ronunciar durante muito tempo. Olhando os meus arquivos do Word, percebi que há cerca de um mês eu já tinha este cap pronto e esqueci de postar. De qualqeur forma, acho que vou aposnetar a minha pena, acho que estou perdendo o jeito, mas gostaria da opinião de vocês leitores sobre isso. Claro, terminarei BmQMmQ e HPeaGL antes da aposentadoria, mas ainda assim gostaria da opiniãode vocês. Beijos, Torfithiel

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