O Feitiço



Capítulo 1 – O Feitiço
Uma menina ruiva descia as escadas com um estilo próprio, os cabelos longos e lisos eram balançados pelo vento que fazia com que a saia curta, mas solta, da menina dançasse, deixando ver as pernas bem torneadas da Weasley mais nova.


Na outra extremidade do corredor, um loiro atraente, de 1 metro e 85 centímetros, caminhava arrancando sorrisos maliciosos das meninas que tentavam fazer a voz mais sensual quanto possível quando o cumprimentavam.


“Draco... Oi...”, diziam elas, pausadamente, com os lábios carnudos com batom vermelho chamativo e convidativo para qualquer garoto, mas não para aquele. Infelizmente.


Ele passou a mão pelos cabelos prateados, enquanto com um sorriso malicioso via a ruivinha descendo a escada, abraçando alguns livros. Não pôde deixar de perceber que os mesmos sorrisos maliciosos que ele arrancava das meninas, ela arrancava dos meninos.


Ela chegou ao patamar, e olhou para os lados, quando algumas meninas se aproximaram, dando sorrisos tímidos que misturavam um pouco de respeito e inveja e a cumprimentaram com beijinhos falsos na bochecha.


“Olá Gina!”, elas disseram, e quando viram Draco olhando para a cena com um sorriso debochado no rosto, mandaram beijinhos para ele, como se ele fosse dar alguma bola para elas, algum dia.


Gina se afastou, balançando os cabelos enquanto andava em direção ao Salão Principal, Draco Malfoy aproveitou que ela estava sozinha para começar o seu dia com o pé direito e fazê-la ter a impressão que havia começado com o pé esquerdo.


“Weasley!”, disse ele, apressando-se a medida que a menina apertava ainda mais o passo.


Foi quando ele, por puro divertimento, empurrou ela contra uma das paredes e a prensou, olhando-a no fundo dos olhos castanhos que transbordavam desprezo. Ele deu um sorriso de deboche.


“Sabia que é falta de educação não cumprimentar os outros?”


“E você, sabia que é falta de educação ficar prensando garotas pelos cantos?”, ela perguntou, erguendo uma sobrancelha num sorriso irônico que quase desbancou o loiro.


“Você gosta de mim, eu sei.”, ele disse, provocante, roçando seus lábios nos dela.


“Credo!”, fez ela, tomada de nojo, empurrando-o para longe e passando a manda da blusa de lã sobre os lábios bem desenhados e desprovidos de batom ou gloss “Nunca mais se aproxime de mim desse jeito, seu nojento!”


Com essas palavras, a ruivinha saiu caminhando deixando um Malfoy com um sorriso de deboche se espalhando pelo rosto.



XxXxX



“Gina...”, disse Harry, beijando a amiga na bochecha, o que arrancou muitos suspiros exasperados de alguns garotos que olhavam a ruivinha se sentar ao lado de Rony e de Harry.


“Onde está Hermione?”, perguntou Gina, percebendo que a morena não se encontrava junto com a dupla de rapazes atraentes.


“Escrevendo para o Vitinho...”, disse Rony, com voz exasperada “Vê se pode...”


“Ciumento...”, disse Gina, com um sorrisinho, enquanto cutucava o irmão com o cotovelo.


“Eu só acho desperdício! Ela poderia estar estudando... ou trancada em um quarto bem longe de todo e qualquer homem.”, a última frase foi dita num sussurro, mas Gina ouviu e não pôde evitar uma gargalhada que fez com que todos os meninos da mesa olhassem para ela, maravilhados.


Os cabelos ruivos balançavam junto com o corpo branco como porcelana que se movia devido a longa gargalhada.


Gina ficou conversando com Harry e Rony sobre quadriboll e quando deu por si, estava atrasada para a aula de poções.


“Oh, meu Deus!”, ela berrou, se pondo de pé em um salto “Estou atrasada”.


Ela sai correndo do Salão, arrancando olhares de todos, isso incluiu os olhos azuis acinzentados de um loiro que estava sendo agarrado por uma loira de olhos verdes e cabelo chanel.


“Pansy...”, ele disse, começando a ficar incomodado com os beijos no pescoço que a menina começava a lhe dar “Eu... Pára...”


Ela pareceu emburrada, quando afastou os lábios do pescoço branco do menino, que acompanhou a ruiva saindo com os olhos. Gina era muito linda, com os cabelos lisos, o sorriso perfeito, as sardas que lhe faziam parecer uma boneca e os olhos castanhos, que outrora foram escuros, mas que com a adolescência clarearam tornando-se quase verdes.


A ruivinha descia as escadarias de Hogwarts, dando de cara com Hermione e Luna.


“Bom dia, Gina.”, disseram as duas.


“Bom dia, meninas... Desculpem, estou atrasada! Vejo vocês no almoço.”


Gina voltou a correr pelos corredores.


“Bom dia, Gina.”, todos que ela encontrava pelos corredores a cumprimentavam, e Gina se detestou por ter que deixá-los sem resposta.


Chegou na classe junto com Snape que, relutante, deixou-a entrar e se sentar ao lado de um menino que deu um sorriso de orelha a orelha ao vê-la ao seu lado.


“Gina!”


Ela se assustou com o grito e levou as mãos ao peito, sentindo o coração bater rapidamente.


“Colin! Oi!”, ela disse, quando teve sua voz de volta.


Snape interrompeu a conversa, Gina se sentiu eternamente grata, enquanto continuava a tentar prestar atenção na aula.



XxXxX



Quando a noite chegou, Gina se sentou perto da janela e resolveu tirar sua máscara de garota maravilhosa, não humana, que está sempre feliz. Tirou a máscara para ver a velha Gina refletida no seu reflexo da janela.


De dia, seus cabelos eram brilhosos, os olhos tão vivos que pareciam ter vida própria, as sardas eram perfeitamente espalhadas, de noite, o cabelo ficava com um brilho opaco, os olhos se enchiam de lágrimas e as sardas pareciam horríveis.


“Vivo num mundo onde todos fingem ser o que não são...”


Ela olhou para o lago, parecia tão convidativo. As margens brilhavam à luz da lua, ela suspirou e quando deu por si, estava colocando um casaco de Rony que ficava parecendo um vestido – era maior que a saia que usava – e descendo as escadas descalça.


Quando sentiu a terra úmida tocando os pés brancos como porcelana, fechou os olhos. Era quase como se ela estivesse se lembrando das férias na Toca, de tudo o que havia feito de bom lá.


Caminhava de costas, olhando para a Lua e apreciando o momento, quando trombou com alguém.



XxXxX



Draco havia se levantado no meio da noite, vestido uma blusa larga e foi tomar uma água na cozinha. Soltou um suspiro quando se debruçou, olhando pela janela, quando viu a Lua, estava convidativa.


Resolveu que ia dar uma volta pelos jardins, só para ver se ficava com algum sono.


Enquanto estava caminhando, sentiu que algo esbarrou em suas costas, não era algo, era alguém.


Se virou ao mesmo tempo que a pessoa. A ruiva o olhava com desprezo e ele não se assustou ao perceber que seu olhar não era diferente para ela, embora os cabelos dela continuassem ruivos, o corpo continuasse perfeito e a blusa preta que ela usava ainda dava mais contraste a pele branquinha, mas ele não era o tipo de cara que ligava para isso.


“O que você tá fazendo aqui, Weasley?”


“O mesmo que você, Malfoy.”, ela disse, arisca.


“Hum...”, disse ele, fingindo estar interessado “E o que eu estaria fazendo?”


“Armando planos para soltar seus parentes de Azkaban?”, ela disse, em um tom de sugestão.


Draco deu um risinho irônico.


“E você? Pensando em como vai fazer para alimentar todos os seus coelhos? Digo... Irmãos?”


“Ora, seu...”, disse ela, se jogando em cima dele.


Os dois saíram rolando pelo gramado do jardim, até que eles pararam, Draco deitado de bruços e Gina ajoelhada sobre ele, estava puxando o braço dele para trás, mas ele parecia completamente insensível, independente da força que ela usasse.


“Esse é o seu máximo, ruiva?”, perguntou, com desprezo, e, quando deu por si, estava imobilizada pelo loiro.


“Me solta, seu nojento!”, resmungou Gina, lutando para sair da posição em que estava.


“Só se você...”, ele estava pensando em algo para desafiá-la, quando a menina girou, se soltando e saltou sobre ele, novamente.


“Eu vou arrancar os seus dois olhos fora!”, ela berrou.


Os dois estão quase se estapeando, quando alguém pigarreia. Os dois se viram e dão de cara com um ser que aparenta ser uma garotinha de sete anos, cabelos ruivos cacheados e olhos azuis.


A menina murmura algumas palavras estranhas em alguma língua morta, e os dois se sentem zonzos.


“Sinto muito, mas não há outra maneira... Vocês têm trinta dias para se entender, caso contrário, o feitiço não poderá ser revertido.”


“Trinta dias?”, perguntou Gina, então percebeu que sua voz estava grossa.


“O que você quer...?”, Draco parou no meio da frase quando se deparou com uma voz fina e aveludada saindo de seus lábios.


A menina ruiva olhava para tudo com uma incrível satisfação.


Draco e Gina se debruçam sobre o lago.


“Oh, Meu Deus!”, berrou Gina, no corpo de Draco “Eu sou você! Que nojo!”


“Como se eu estivesse muito feliz com isso!”, retorquiu Draco, com a voz e no corpo de Gina.


“E o que nós fazemos?”, perguntou Gina, choramingando.


“Eu sugiro que passem um bom tempo juntos.”, disse a voz da menina, mas eles se viraram e ela não estava mais lá.


Gina começou a choramingar.


“Minha vida acabou! Eu sou um loiro repugnante que se acha o gostoso-o-o-o...”, choramingava, infeliz.


“Como se eu estivesse vibrando de felicidade”, disse Draco, com sarcasmo, mexendo na barra da blusa de Rony, enquanto suspirava, nervoso.


“Tá certo, como é que nós vamos fazer agora?”, perguntou Gina.


“Não sei... Aquela peste tinha cabelos ruivos! Deve ser da sua família. Sua família idiota.”


“Não fale assim da minha família!”, berrou Gina “Além do mais, você agora faz parte dela!”


“Não faço, mesmo!”, resmungou Draco, mexendo nos cabelos ruivos de Gina “Aquele bando de pé rapados da sua família! Eu vou acabar passando fome naquela merda de família.”


“Não fale assim da minha família!”, berrou Gina, novamente.


“Você quem sabe...”, fez Draco, dando de ombros.


Os olhos azuis de Gina fitavam a si mesma, mas com a alma de Draco, ele ergueu a camiseta e olhou para dentro.


“Que maldição!”, disse ele, decepcionado “Você tá com roupa de baixo... Bom... Você vai ter que tomar banho, não é mesmo?”, ele perguntou, com um sorriso malicioso.


NÃO ouse encostar em mim, seu nojento!”, berrou Gina “Eu te odeio.”


“Foda-se. Eu não dou a mínima. Eu só quero o meu corpo de volta!”, retorquiu Draco “Mas dar um banho no seu corpo...”


“Temos trinta dias.”, Gina interrompeu, sem querer ouvir o resto.


“É, eu ouvi.”


“Ou ficaremos assim para sempre.”


“O puta merda, eu ouvi! Não sou surdo!”


“O que vamos fazer?” – perguntou Gina, angustiada.


“Nós, eu não sei, mas você vai parar de falar como uma menina enquanto estiver com o meu corpo.”, disse Draco, sério.


Continua...
N/A: O primeiro capítulo! Nossa, amei escrever, fala sério!
Até o próximo capítulo e eu quero reviews, viram?
Ah, e não vai ter um fim dramático, como a Miss Simpatia, ouviram? XDD
Beijos.
Gi

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