Mistério



O escuro, quase não o permitia enxergar muito de seu caminho patrulhado por tanto tempo, agradecendo mentalmente por uma das pessoas estarem carregando uma tocha e, muito mais, por cada passo manter silêncio, que naquele momento, julgava mais adequado, principalmente com tanto ruídos a sua volta.

A cada instante olhava para os lados, desde que havia chegado tinha a nítida impressão das criaturas selvagens escondidas atrás de cada árvore, de cada arbusto, e que a qualquer momento estava prestes atacar um de seus dois alvos, jamais seriam amigáveis.

“Em um lugar desses, qual criatura iria ser bem educada e não faminta?" ironicamente, com um pensamento desses um sorriso sombrio não deixava de passar em seus lábios frios. Seu companheiro estava tão pouco interessado nesse gesto.

Um vento batendo em seu corpo gelava toda suas partículas, e de nada adiantava apertar seu casaco improvisado por Malfoy, arraigando seu desejo por ter mais uns cinco sobre ele. O lugar era uma blasfêmia, e extramente ultrajante. Afinal, estavam no verão e naquele lugar parecia prestes a cair flocos de neve.

Entretanto, comparando Azkaban com a desconhecida selva, preferia mil vezes estar ali mesmo, sendo que, poderiam ter aparatado exatamente no lugar em que o grupo se encontrava, mas a teimosia do homem, caminhando a sua frente, foi maior, com argumento de que não havia possibilidades de aparatarem direto para lá

- Cautela vem em primeiro lugar.

A partir disso, sua paciência se preencheu por alguns instantes, depois que percebeu a espécie do lugar e de tantos calafrios, começou a se esgotar e seu maior pensamento era chegar logo, tomar uma xícara de chá e ficar em frente a chamas de uma lareira para aquecer novamente toda sua pele.

- Senhor Buffon, vejo que está inquieto. – Kahn apertou os olhos para enxergar Malfoy.

- Não faça isso, não fale alto, não vê que estamos sendo seguidos?

- Não se preocupe com elas, não atacarão o senhor – Malfoy deu uma rápida olhada para trás – Não se eu ordenar. – Comentou cético com um pequeno sorriso seco. Kahn franziu a testa.

- Você tem controle sob essas coisas? – perguntou surpreendido

Lucius deu uma parada olhando para um Buffon abismado, continuando na sua posição formal.

- São fáceis de controlar, é apenas questão de confiança. – Malfoy fuçou em seus bolsos, retirando um pequeno papel e colocando em frente a vistas de Buffon aproximando a tocha. – Uma pequena mágica faz com todas essas pessoas possam controlar, quase todos aqui podem, até você poderia controlar – Kahn manteve suas sobrancelhas arqueadas vendo cada nome presente.

- Como conseguem?

- Algo que damos a elas, em troca, nos protege e nos deixam usar essa terra como se fosse nossas. – Malfoy guardou novamente o pedaço de pergaminho e retornando a caminhar.

- E o que vocês dão a elas? – perguntou apressando os passos para acompanhar Lucius

- Um desejo, um segredo. Um dia, prefiro eu mesmo mostrar o que é essa negociação.

Kahn não respondeu, manteve-se estático, observando o arbusto frontal mexendo-se, como em um raio de luz, o vulto saiu do seu provisório esconderijo, indo correndo em sua direção apressadamente, batendo em sua perna esquerda derrubando-o no chão, com a escuridão ficou sem a mínima chance de poder ver que tipo era a criatura e a direção que havia ido. Por breve momento suas batidas cardíacas aceleraram e ficou totalmente amedrontado, mas ao sumir de sua vista, sua calma outra vez foi estabilizada.

- O que foi isso? Que criatura monstruosa foi essa?

- Uma Leucrotta, uma espécie de cervo com texugo, uma que menos se preocupa em machucá-lo.

“Uma que menos se preocupa em me machucar? Acabei de ser nocauteado.” Pensou exasperado.

- Bom, de qualquer forma essa criatura não saiu de seu habitat para me dar boas vindas. – disse sarcástico levantando-se.

- Foi apenas um reconhecimento, algo para ver se a espécie dela não corre risco com você nesse território. – Malfoy ajudou Buffon ajeitar as vestes - Na verdade, não sei como ela vive aqui, geralmente criatura assim são de terras desertas.

- Apostaria que terei mais risco do que ela mesma.

- Senhor Buffon, para ela, você é o invasor. – Kahn olhou incrédulo para Malfoy.

- Acho que terei dificuldade para fazer amizade com essa Leucrotta. – disse divertindo-se com a situação e deixando o olhar astuto em direção que a criatura havia ido.

- Terá tempo para isso. Em algumas semanas elas estarão respeitando o senhor mais do que você mesmo a elas. Garanto. – Malfoy girou o corpo, retornando, outra vez, a andar.

Kahn Buffon, rapidamente, passou seu olhar ao redor, e mostrando não havir risco nenhum, acelerou seus passos, ficando lado a lado com Lucius. Deixando o receio de novamente estarem sendo observados de todas as direções.

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O quadro da mulher-gorda girou, revelando um ruivo apressado entrando pela passagem. Rony olhou em volta da sala comunal para encontrar sua irmã, com uma grande dificuldade, havia ainda muitos alunos acordados conversando ou fazendo suas tarefas atrasadas, e seus olhos finalmente encontraram cabelos ruivos familiares, reparou que era Gina. Caminhou aceleradamente em direção a ela.

- Sabe onde Harry e a Hermione estão? – perguntou Rony sentando-se ao lado de sua irmã, próximo à lareira.

Gina levantou sua cabeça e, rapidamente, olhou para ele com repugnância.

- Não – disse voltada já com sua cabeça para sua lição. - Por que quer saber?

- Harry disse que ia circular pelo castelo, até agora não voltou, e não vejo Hermione desde de cedo.

- Devo ficar preocupada com isso?

- Você não fica porque sabe onde esses dois estão.

- Teve dia que você ficou a noite toda fora e ninguém te contestou.

- O caso foi diferente, eu não tinha saído com ninguém que tenha discutido, vai saber se eles não se encontraram e acabaram se matando. – Gina franziu a testa desconcertada.

e se tiveram outra discussão ainda mais feia?

- Pare de pensar nisso, você só quer colocar peso na minha consciência. – Rony olhou estranhado para irmã.

- Isso quer dizer que você sabe? – perguntou esperançoso. Gina fechou os olhos, ou concertava ou ela, Harry e Hermione estavam perdidos.

- Rony, não vê que estou fazendo lição? Por que não vai encher outra pessoa?

- Eu só quero saber onde eles estão – disse exasperado.

- Por que não procura na minha bolsa? Quem sabe estejam lá – disse Gina displicente, continuando atenciosa a sua lição.

- Ora Gina, isso é sério.

- Foi só uma piada, mantenha a calma. – Rony a olhou irritado.

- Sabe ou não?

- Se você não sabe, eu muito menos vou saber.

- Não se faça de vigarista, eu ouvi você e Harry combinando de ele se encontrar com Hermione.

- Andou nos espionando? – perguntou Gina deixando, ao momento, sua lição de lado.

- Não tenho culpa se vocês não sabem ser discretos, maninha. – Rony abriu um sorriso torto.

- Torço que isso tenha mantido somente com você – Gina apertou os punhos – Ou as coisas vão ficar sinistras pro seu lado.

- Mocinha, nenhuma irmã caçula pode ameaçar o irmão mais velho.

- Abro uma exceção.

- E o que vai fazer? Me azarar? – disse Rony zombando.

- Azarar um irmão fraco não me serve – replicou divertida.

- Ok! – Rony levantou-se - Desisto, já sei que não vou conseguir você me dizer onde eles estão.

- Ainda bem que se tocou – Gina levantou-se logo em seguida recolhendo o material, e jogando sua bolsa em um canto da sala – Tenho algo mais importante para fazer agora. – disse ao irmão, caminhando em direção ao quadro da mulher-gorda.

- Onde você pensa que vai à uma hora dessas? – perguntou acompanhando-a.

- Não é da sua conta, maninho. –Rony franziu sua sobrancelhas

- Boa maneira para me mandar ao inferno – Gina riu rapidamente.

- Não, Rony, é uma boa maneira de dizer: Me deixe em paz. – Rony manteu-se sério, enquanto sua irmã tinha um sorriso sarcástico no rosto. – Boa Noite! – Gina deu um beijo rápido no rosto do irmão e saiu apressada da sala comunal, deixando Rony completamente furioso para trás.


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Harry olhou ao redor, na esperança de ver Hermione feliz a sua frente, contemplando o céu admirando a rara aura boreal, em plena consciência, ao contrário de vê-la desmaiada, vendo a palidez tomar sua face. Na confusão, seus olhos fecharam-se para lamentar, e se culpar, ele jurou que não aconteceria, muito mais jurava que podia ter forças para ter evitado. Negar algo a ela seria pior do que negar jogar uma partida de quadribol.

Ajoelhou-se ao lado dela e retirou os poucos fios que cobriam os olhos de Hermione. É uma bela garota, pensou Harry, enquanto ficava daquela maneira perto se sentindo cada vez mais culpado. Lembrou que também havia ficado dessa maneira, e teria ficado, se não fosse por uma coruja passando por ali, piando mais do que seus ouvidos podiam agüentar, e na hora que abriu seus olhos, viu que outra pessoa estava ao seu lado, da mesma forma que ele, levantou muito rápido ao ver que era Hermione. E reparou que era o mesmo lugar, onde, essa garota, pediu-lhe um beijo.

Não sabia como agir, apenas ficou do mesmo jeito quando tinha aberto os olhos, Harry sentia poucas coisas diante daquela situação. Havia sido avisado, lembrou do aviso no momento, e mesmo assim, seguiu em frente. No entanto, acabaram desmaiando, Harry, conhecia o motivo. Hermione, não teria a menor idéia, e ele sabia que sofreria um questionário quando ela acordasse. Esse era o medo de Harry, não saber o que responder para as perguntas de Hermione, por isso, ficou se preparando.

Colocou uma mão na testa da garota, e outra vez seus olhos se fecharam, ficou um breve momento assim, até que os abriu, e notou Hermione fazendo o mesmo. Harry levantou, sem tirar os olhos dos dela, que matinha brilhos diferentes daqueles ao ser guardado por ele da emoção de Hermione ao conseguir coragem para lhe pedir uma coisa que nem ele mesmo tinha noção de sua coragem para atribuir o que havia sido pedido.

Por breve momento, eles só se observaram.

Finalmente, Hermione decidiu quebrar aquele silêncio constrangedor, enquanto Harry a ajudava se levantar.

- O que aconteceu? – perguntou Hermione, com sua voz fraca.

- Acho que você está com sono um tanto demais – disse Harry com ar zombeteiro.

- Diga sério, Harry – todo aquele clima brincalhão foi perdido.

- Do que você se lembra? – perguntou Harry seriamente, sem rodeios.

- Você quer que eu te descreva o percurso todo? ou a parte que nós estamos aqui, você comentando comigo sobre a Aura Boreal, você pedindo desculpas todo desajeitado, eu compreendendo... – Hermione levou a mão à cabeça, abaixando seu olhar – Uma parte ficando em branco, minha cabeça doendo, e o que eu logo vejo é você me acordando. – Ela levantou seu olhar outra vez para o de Harry. – Por que isso Harry?


Hermione estranhou os cantos dos olhos de Harry estarem com lágrimas, mas com o escuro do lugar, deixou se levar como uma ilusão. Ela sentiu as mãos de Harry serem colocadas em seu ombro e serem apertados levemente. Ele aproximou-se de Hermione, ficando a poucos centímetros, e aprofundou seu olhar ao dela.

- Sente alguma coisa, algo inexplicável? – perguntou Harry docemente.

Ela franziu suas sobrancelhas, não demonstrando reação nenhuma, sentiu seus ombros serem mais apertados, ficando adormecidos. E sobrar apenas um milímetro dos seus lábios com o de Harry. Ela riu nervosamente.

- Nada inexplicável. Uma dor nos meus ombros e confusão por estar tão perto de você. – disse Hermione constrangida – Vai me contar o que pretende?

A face de Harry tornou-se obscura e Hermione notou frieza em seus olhos, quis evitar, mas começou a sentir medo.

- Você está me assustando, sinceramente. – revelou Hermione.

- Não foi nada, Hermione. – Harry disse duramente desviando os olhos do dela – Você apenas tropeçou em um galho e bateu a cabeça no chão. Apenas isso.

Hermione o viu dar as costas e andar em direção de onde haviam vindo. Ela suspirou indignada e deu uns passos apressados, conseguindo puxa-lo pelo braço e vira-lo para si.

- Não vai querer mesmo que eu acredite nisso, vai? – perguntou Hermione impaciente.

Harry demonstrou ainda mais frieza e fúria pelo gesto de Hermione.

- Foi isso o que realmente aconteceu. – respondeu, sem olhar para ela.

- Não minta para mim, eu sei que deve ter acontecido algo antes de eu desmaiar, ou você não estaria sendo tão frio comigo, como agora. E por favor, olhe para mim – Harry não o fez.

Hermione colocou as duas mãos uma de cada lado do rosto de Harry, e forçou a olhá-la.

- Agora sim você pode me dizer o que, de verdade, aconteceu – suplicou Hermione, com suas lágrimas enchendo seus olhos. – Por favor.

Harry desmanchou sua frieza e toda sua raiva, retirando as mãos de Hermione de seu rosto, segurando as dela na sua.

- Sinto muito, Hermione, não posso – disse Harry suavemente. Ela pouco se distanciou, enquanto puxava as mãos da dele.

- Por que você não pode? – perguntou Hermione, perdendo a calma.

- É uma obrigação minha. – disse simplesmente, abaixando os olhos.

- Por uma obrigação, vou ter que ficar sem saber?

- Sugiro que vá até a ala hospitalar. – Permaneceram por um bom momento em silêncio, olhando uma para o outro. Harry viu uma lágrima escorrer pelo rosto de Hermione.

- O que aconteceu com nossa promessa?

- Nós tínhamos alguma promessa? – perguntou Harry arqueando as sobrancelhas.

- Eu sei que se lembra daquela onde eu não poderia esconder nada de você e nem você de mim. Caso fosse sério. Isso é muito sério. – Harry se aproximou.

- Um dia, acredite, isso que aconteceu aqui voltara a sua memória.

- Eu não preciso de um dia, preciso de agora. – disse Hermione, alterada.

- Hermione, olhe para dentro de você.

– Do que você está falando? - perguntou Hermione em sinal de confusão

Harry suspirou.

- Há três semanas você alegou que me amava, garantiu-me que não era mentira, brigamos por causa disso. Já era para você ter notado, depois dessa noite, que não sente nada.

Hermione olhou aterrorizada para Harry, sofrendo para dizer que ele estava errado, para bater naquela cabeça teimosa, pronta para gritar para fazê-lo mudar de idéia, mas só um rápido toque entre os dois lábios, fez com que ela mudasse totalmente de idéia.

- Precisou disso para entender, não é? – Hermione nada disse. Apenas ficou olhando-o cada vez mais espantada. Procurando qualquer sinal de que ainda sentia o que havia alegado, mas não encontrou.

- Harry, o que aconteceu comigo? – perguntou fora de si.


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Realmente aqueles dois estavam demorando muito... o que será que tinha acontecido? Pensava Gina. E se eles brigaram de novo? Será que tinham feito as passes? Ela andava pelos corredores do castelo, meio sem rumo, meio sem saber o que fazer, ou porque estava ali, só queria se livrar das inconvenientes perguntas do irmão. Sem perceber chegou aos jardins, sem mesmo temer ser pega por Filch ou qualquer monitor, caso alguém a encontrasse, estaria perdida, mas queria mesmo aproveitar um pouco a noite, que do lado de fora das grossas paredes de pedra do castelo, eram tão aconchegantes.
Sentou-se a beira do lago. Apenas um instante, pensou. Estava distraída, olhando o céu límpido e estrelado, maravilhada com a inédita aurora boreal, que nem notou que alguém vinha sorrateiramente sob sombras das altas arvores da Floresta Negra e aproximava-se dela cada vez mais.

- O que pensa que faz aqui há essa hora Wesleysinha?

Ela por sua vez deu um grito que se fosse um pouco mais alto poderia ter a certeza de que acordaria todo o castelo. Deu um pulo e olhou assustada para trás de aonde a voz fria vinha. Ela viu um par de olhos acinzentados, que a luz da lua parecia brilhar ainda mais, mas o rosto ainda estava meio encoberto pela escuridão. Ela estreitava os olhos, mas ainda não conseguia reconhecer o estranho, embora achasse a voz familiar.

-quem... quem é você? – perguntou a ruiva pondo-se de pé.

A pessoa saiu da penumbra. Um jovem alto, loiro, tão branco que se não fosse pelos olhos reluzentes, apesar de tão frios quanto a voz, teria a nítida impressão de que era um fantasma que perambulava fora do castelo.

- Não reconhece mesmo alguém de sangue realmente puro quando o vê, não é? – disse desdenhoso Draco Malfoy aproximando-se da grifinória.

- Ah, droga Trasgo Amarelo... quase me mata de susto – retalhou Gina, recompondo-se do susto e agora lembrando-se de sua impaciência tão habitual quando via o sonserino.

- O que está fazendo aqui há essa hora pequena Weasley? – pergunta novamente.

- Não lhe devo satisfações Malfoy – retrucou Gina, irritando-se ainda mais com aquela curiosidade toda.

- Acredito que deve sim. Sou Monitor não se lembra? – e mostrou o distintivo que cintilou à luz da lua.

- E... – ironizou a garota passando por ele para ir embora. – Isso não é nada grandioso.

Malfoy, no entanto a segurou pelo braço fazendo-a virar e ficar centímetros do seu rosto.

- Não seja tão mal criada Weasley ou da próxima vez que você estiver perambulando pelos jardins de madrugada não a livrarei de uma detenção, e se um lobisomem te atacar eu posso não estar aqui para lhe salvar.

- E... quem disse.... quem disse que eu quero isso? - ela esqueceu-se por um segundo com quem estava falando e sentiu-se hipnotizada por aqueles olhos. Apaixonada, e ainda próxima de Malfoy daquele jeito, só querendo fazê-la perder o autocontrole. Gina estava prestes a completar sua resposta e ir embora dali quando percebeu que para ela, Malfoy não olhava mais, viu seu olhar de preocupação e a expressão mudando para de alguém que tomaria uma atitude. Por um instante ela sentiu um puxão em seu braço e sumir atrás de uma árvore juntamente com ele – O que você...

- Calada Weasley, vem vindo alguém – ordenou Draco sussurrando, deixando Gina indignada.

- Ninguém pode me mandar ficar calada, não dei esse direito a você trasgo amarelo – respondeu agressivamente. Malfoy olhou para o céu e suspirou.

- É inacreditável que nem mesmo quando alguém quer lhe ajudar você se mostra grata.

- Eu sei muito bem agradecer uma pessoa quando ela o merece. – replicou a ruiva. Gina sentiu Draco apertar o seu corpo ao dela. – E quer fazer o favor de sair de perto de mim?

- Pode acreditar que o que eu menos queria era estar perto de você, nesse instante. – respondeu – mas Snape sabe que alguém está aqui fora e eu não quero ser pego ao lado de uma Weasley.

- Se Snape me pegar com você, vai ver que eu estou muito mais do que ao seu lado – respondeu maliciosamente, com um sorriso sarcástico em seus lábios.

Malfoy simplesmente olhou para ela sério, e voltou a vigiar. Gina voltou ao seu estado agressivo.

- Eu acho que Snape acabou de entrar. – avisou, depois de notar que mais nada andava ali por perto.

- Ótimo! Agora saia de perto de mim. – Gina o empurrou, surpreendendo Malfoy, que tropeçou em um galho traseiro, acabando por desequilibrar, mas no mesmo instante sentiu puxar algo na intenção de se segurar, contudo, levou Gina consigo, para o lago.

O som da queda a água foi escandalosa e estrondosa, e os corpos fizeram jorrar água para todo o lado, molhando-os inteiramente.
Draco e Gina submergiram completamente encharcados, as vestes grudadas a suas peles, agora frias, pela temperatura da água. Malfoy tinha o cabelo todo escorrido para trás, enquanto os cabelos ruivos de Gina ficaram escorridos para baixo cobrindo sua face e cabeça, ela tentou sair do lago, mas seus pés escorregaram por estarem lisos, caindo novamente na água, Gina submergiu, tentou, e outra vez escorregou, deixando seu humor ultrapassando os limites.
E repentinamente, Gina ouviu um nascer de risada perto de si, ela tentou enxergar a fonte, mas não conseguia, ela não ligou, tentou subir, mas, como havia previsto, caiu de novo, e por isso ouviu os risos aumentarem o tom, deixando a exasperada. Só podia ser Malfoy. Gina jogou os cabelos para trás, e exatamente enxergou Draco soltando risadas da cara dela.

- O que você está tentando fazer Wesleysinha? – perguntou Malfoy

- Subir e dar um outro pulo – disse sarcasticamente – o que você que acha que eu estou tentando fazer?

- Subir e dar um outro pulo? – respondeu mordaz.

- Muito perspicaz da sua parte – replicou ironicamente, tentando novamente sair do lago, e por fim caiu no lago, furiosa - Isso é tudo culpa sua, idiota! – gritou furiosa batendo suas mãos com força na água, Malfoy a olhou como se fosse a coisa mais engraçada de todo o mundo.

- Desculpe, mas a idiota foi você – respondeu entre risos, quase não saindo as palavras – essa foi a pior humilhação que eu já vi.

- Acha humilhações engraçadas é? – perguntou abaixando a voz, mas continuando com sua extrema raiva. Gina aproximou-se dele, a ponto de empurrar a cabeça de Malfoy para baixo da água. Ela sorriu ao o ver se debater. Gina o soltou, satisfeita. – Agora você pode rir o tanto que quiser. – E deu as costas, indo até a borda tentando arranjar algo para se segurar e sair do lago. Felizmente conseguiu dessa vez.

Surpreendentemente, ouviu novamente risadas familiares, era de Draco, que simplesmente começou a nadar de costas.

- O que há com você agora? – perguntou Gina observando o gesto de Malfoy

- Estou comemorando pobretona – disse ele, parando de rir, e sorrindo com ironia – Eu venho ajudar uma garota a se livrar de uma detenção e a proteger de Lobisomens, quando eu recebo ingratidão. Depois sou empurrado para esse lago, sou quase morto por afogamento, perdi meu distintivo de Monitor, e agora Snape vem em nossa direção, para com certeza nos das uma detenção e tirar 300 pontos de cada um de nós. A vida é maravilhosa – completou ironicamente, parando com seu gesto de loucura e olhando. Ainda sorrindo.

Gina ficou o olhando de boca aberta, achando Malfoy o ser mais louco que conhecia e acharia suas palavras absurdas, se uma luz não os tivessem focado exatamente onde estavam.

Um homem com uma capa preta esvoaçante vinha ligeiro pelo gramado em direção a eles.

- O que em nome de Merlin está acontecendo aqui? - Snape parecia furioso, e sua voz, ainda mais estridente do que o normal. – Hora perfeita para dar uma escapada e vir nadar não é Srta. Weasley – ele olhou para Malfoy, envergonhado – e Sr. Malfoy, não esperava isso de você sendo um monitor.

Mesmo pela surpresa, Draco continuou com seu sorriso, mas Gina estava surpreendida.

- Nós... – eles disseram ao mesmo tempo e se entreolharam.

Gina fez um gesto para que ele falasse primeiro.

- Eu estava fazendo a ronda quando vi alguém sair do castelo e vir em direção ao lago, mas a Srta. Weasley acabou me jogando no lago por tentar dar a ela uma detenção – defendeu-se Malfoy olhando para Gina, que mostrou ficar extremamente furiosa pela mentira.

- Professor eu... – ela pensou rápido, mesmo que nada viesse em mente, tentou inventar uma desculpa não muito esfarrapada – estava procurando... meu Mini-Pufe... ele fugiu e eu tenho certeza que ele veio por aqui... o que o Malfoy disse não faz o menor...

- Não quero saber Srta. Weasley – intrometeu-se Snape, deixando Gina emburrada.

- Maldito, ele ouve a explicação do queridinho dele, menos a minha – disse baixo para si mesma. Snape não ouviu, mas para o azar dela, Malfoy conseguiu.

- Professor – Snape voltou a atenção para Draco – ela jogou meu distintivo de Monitor no lago. Creio também que deveria colocá-la por uma semana de detenção por chamá-lo de maldito.

- Detenção por uma semana Srta. Weasley e 300 pontos a menos para Grifinória.

Malfoy sorriu orgulhosamente para Gina, para ver a vontade que ela tinha de matá-lo. Ele lhe mandou um beijo, sem que Snape visse, Gina fraquejou, mas disfarçou, e fez um gesto de nojo. Draco, sem explicação, ficou sério.

- Agora Sr. Malfoy saia desse lago e vá se secar – ordenou.

- Sim professor – em um segundo ele já estava em terra, prestes a caminhar de volta para o castelo, mas ouviu a estridente voz de Snape.

- Contudo Sr. Malfoy não pense que vai se livrar de detenção – Draco voltou-se confuso para o professor – vai juntamente com a Srta. Weasley durante uma semana e retirarei 150 de Sonserina, seria 300 se não fosse por ser monitor, tem sorte de não tirar esse cargo de você. É uma grande vergonha para eu ter que fazer isso. – Snape olhou para as vestes de Malfoy, e garantiu que não havia mais distintivo de monitor – Terão de vir aqui procurar o distintivo de monitor do Sr. Malfoy, pela manhã. Mandarei uma carta avisando o local, a data, e o horário de suas detenções quando eu me decidir. Agora podem ir. Espero nunca mais os pegar aqui. Do contrário serão expulsos. – Draco olhou para uma Gina rindo da cara dele, que percebeu o olhar do loiro e disse silenciosamente com sinal só de seus lábios.

- Justiça é justiça. Trasgo Amarelo. – e lhe deu uma piscadela, como se retribuísse ao que Malfoy a mandou, deixando o bufando com raiva.


Voltaram para o castelo, juntamente. Com uma ultima troca de olhares, rumaram para suas torres. Malfoy, parecendo meio irritado, mas estranhamente aéreo; Gina... estava completamente indignada, se já não bastasse as preocupações que a fizeram refugiar-se na borda do lago, agora teria uma semana ao lado do Malfoy cumprindo detenção e os menos 300 pontos pela bronca de Snape.

Os jovens se separaram ao chegar ao pé da escadaria principal. E chegando ao salão comunal, viu apenas seu irmão observando sério a chama da lareira, sem piscar. Gina tentou passar silenciosamente por Rony, mas infelizmente acabou por pisar no rabo de bichento, despertando Rony e levando uma arranhada na perna. Para piorar sua noite terrível.

Eu arremessaria esse gato se não fosse de Hermione – pensou Gina carrancuda

Rony tinha a boca entreaberta, observando Gina com um dedo apontado para a ela.Gina, raivosa, simplesmente respondeu:

- Não se meta!

Rumou direto para o dormitório, deu uma olhada na cama de Hermione – ainda vazia - e vestiu o pijama. Ao fechar os olhos, uma ultima imagem lhe veio à mente, um lindo frio e intrigante pares de olhos acinzentados.


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Harry segurava fortemente Hermione, que se debatia desesperadamente, socando seu peito, para que a soltasse, mas ele não faria isso, não até que ela se acalmasse.

- Fique calma Hermione – suplicou Harry – Tenho certeza de essa pequena falha na sua memória não é nada sério. O que a faz duvidar de mim? – perguntou rancorosamente. Hermione levou seus olhos vermelhos ao deles, parando de se debater.

- Eu não duvido de você, Harry – disse calmamente – Só queria que me respondesse o que há comigo.

Harry sorriu e passou os dedos pelas lágrimas que desciam pelo rosto dela.

– Escute, se eu tivesse resposta, eu lhe daria sem pensar duas vezes, mas nem livros poderiam explicar – Por um instante, Harry desviou seu olhar ao dela, logo voltou a fita-la – Mas eu juro que descobrirei exatamente o que aconteceu, mas, por favor, você agora terá de acalma-se. – Hermione deu um pequeno sorriso – Assim que eu gosto de ver.

- Promete que irá me contar quando descobrir? - Harry assentiu sorrindo, e lhe deu um beijo na testa. Acalmando-a totalmente.

- Quando eu descobrir contarei tudo que lhe for de direito – Hermione aumentou seu sorriso e o abraçou. – Mas é absoluto que isso não vai ser fatal – comentou sarcástico, fazendo Hermione rir.

- Se for fatal, terei a quem culpar. – disse Hermione sarcástica entrando no jogo do sarcasmo.

- Não me fazendo ir para nenhuma prisão, tudo bem. – replicou ironicamente.

- Obrigada – disse Hermione passando levemente seus dedos pelo rosto de Harry, deixando-o sorrir constrangido e com uma pequena vontade de fechar os olhos. – Você foi um doce comigo – ela sorriu sincera – Poderíamos voltar ao castelo agora?

- Poderia, mas depois de suas pancadas, acho que só sairei daqui se for levado a cavalinho – respondeu Harry marotamente, subindo em uma pedra e ficando posição para subir as costas dela. Hermione revirou os olhos, e depois riu.

- Não tem graça, Harry! – respondeu rindo levemente – Eu lhe levo daqui, mas só se for arrastado e a pedregulhos. E desça já daí.

Harry, rapidamente, ficou sério e desceu da pedra.

- Certo! – Harry passou apressadamente a sua frente fazendo bico e cruzando os braços sob o peito – Vou a pé mesmo. – e sorriu matreiro sem que ela visse.

Hermione balançou a cabeça negativamente, e sorrindo o seguiu.


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Kahn Buffon caminhava lentamente, ficando um pouco mais atrás de Lucius Malfoy. Ele, depois que recebeu o pequeno ataque, cautela foi o que mais teve enquanto caminhavam, seus olhos não parava de olhar para os lados, se tivesse a sua varinha em mãos as coisas mudariam.

Assistiu Malfoy olhar para um lado, depois para o outro, e retornar a andar, fazendo Buffon suspirar. Não agüentava mais, estava morto de canseira, já não tinha a resistência de vinte anos atrás, quando era um jovem atraente, poderoso, e com um belo físico. Gostava de atrair mulheres, e seguidores para todos o temer, mas isso acabou rapidamente. Depois que foi para Azkaban, com todos aqueles dementadores, seu desgaste veio rápido, e a cada dia seus sonhos eram de pessoas sendo torturada. As pessoas que ele havia torturado.

Buffon bufou, raivosamente.

- Por favor, Sr. Malfoy, diga-me que estamos chegando.

Malfoy o olhou, e calmamente olhou para um tronco velho, extenso e largo que se encontrava no chão. Sorriu.

- Sr. Buffon, nós estamos quase lá. – Malfoy aproximou-se, colocando uma perna em cima do tronco, e fez sinal para ele se aproximar também, apontado algo no chão, atrás do velho tronco.

Kahn vagarosamente foi andando até ele, e finalmente viu o que Lucius apontava.

- Você está de brincadeira, a sede de vocês é em uma caverna? – perguntou arqueando as sobrancelhas, sem acreditar.

Malfoy o olhou sério, e balançou a cabeça negando o que Buffon havia acabado de perguntar.

- Nossa sede não é em uma caverna, nossa sede é o que está dentro dela.

Buffon olhou outra vez, tentando enxergar algo dentro dela, mas só estava nítida a escuridão.

- E como você pretende descer? Pulando? – perguntou sarcástico.

Lucius olhou ao redor, ficando feliz que haviam deixado o que tinha pedido a outros comensais. Mesmo que odiasse métodos trouxas, era o modo mais fácil. Ele aproximou-se, e pegou duas armações de escalada, no meio de um arbusto.

Quando Buffon viu, ele deu uma risada seca, como se fosse uma piada.

- Você quer fazer de jeito trouxa, Sr. Malfoy? – perguntou divertido – Sempre achei que odiasse tudo que fosse dos trouxas. – Malfoy o fuzilou com o olhar.

- É humilhante para eu ter de usar método trouxa, eu teria aparatado a muito tempo se houvesse jeito, mas as melhores magias defende este lugar , só podemos descer por esta caverna com isso – disse levantando nas mãos as armações. – Agora, você desce primeiro e me espere até que eu desça, caminharemos por mais três quilômetros até a sede – Malfoy viu Buffon suspirar desanimado. – Tomará cuidado, há coisa dentro dessa caverna que você nunca desejaria ver outra vez. – Malfoy jogou uma armação para Buffon que havia uma sobrancelha erguida.

- Depois do que vi andando por essa floresta, qualquer coisa é menos amedrontadora. – Malfoy permaneceu calado, enquanto ajeitava os suportes para as cordas.

Os dois permaneceram em silêncio para ajeitar os suportes em suas cinturas e colocar o gancho diretamente com a corda. Buffon estava preparado, com os dois pés apoiado na borda, mas antes Malfoy o segurou.

- Já fez isso, Sr. Buffon?

- É claro que eu já fiz isso – confirmou.

Malfoy o soltou, e deu sinal para que pudesse descer.

- Te vejo lá embaixo – e Kahn finalmente se soltou e começando a descer. Sob o olhar de Lucius, até que o visse ser sugado totalmente pela escuridão.


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