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Na rua dos Alfeneiros, Surrey, tudo parecia imóvel; até o gato mais espevitado da Sra. Figg havia se rendido ao mormaço: deitado de barriga para cima no gramado bem cuidado de Petúnia Dursley, lambia a pata direita sem cerimônias. Mal começara a manhã do último dia de férias e o calor insuportável, típico da época do ano, invadia o quarto de visitas do número 4 na forma de pequenas ondulações vagarosas. Bom, isso se aquilo pudesse ser chamado de quarto de visitas. No cômodo apertado, os mais variados e estranhos objetos estavam espalhados por todos os cantos, como se um furacão tivesse passado por ali. E em meio a essa bagunça, alheio à tudo, um garoto magricela, de expressão cansada e grandes olhos verde-vivo (que obviamente estava passando pela típica pela fase do estirão da adolescência), encontrava-se largado em sua cama desarrumada. Esse garoto, por mais trouxa que pudesse parecer, era o lendário Harry Potter.
Harry soltou um grande suspiro e desviou os olhos do teto à janela. Estava sentindo-se muito mal desde que voltara para a casa dos Dursley, a fim de passar as férias e esperar por mais um ano em Hogwarts. Hogwarts! Essa era a única palavra que trazia felicidade para Harry desde que tudo aquilo acontecera no torneio Tribruxo. A morte de Cedrico Diggory, à volta de Voldemort... Tudo de uma vez só. E o mais estranho era que, desde que se reerguera, Voldemort não dera sequer sinal de sua existência! Harry esperava ansioso, todos os dias, pelo Profeta Diário, em busca de qualquer coisa que pudesse lhe dar um indício do bruxo maligno. Mas, a cada vez que lia e relia os jornais, era com decepção que via a mesma monotonia diária. Essa rotina já estava cansando Harry. As cartas de Rony e Hermione só lhe traziam mais tristeza, porque não poder vê-los era uma espécie de tortura para Harry. Rony cogitara algo sobre chamá-lo para terminar as férias na Toca, mas logo o assunto foi esquecido.
Os Dursley estavam se fazendo os mais insuportáveis possíveis na presença de Harry. Por sorte (se isso pudesse ser chamado de sorte), Tio Válter mais uma vez aprisionara Harry no quarto, prometendo soltá-lo apenas no dia da volta a Hogwarts; por isso, Harry não precisava passar longos períodos agüentando grandes humilhações.
Harry se levantou e caminhou até a gaiola de Edwiges; a coruja soltou um piado agudo e encarrapitou as penas. Harry a cariciou, e Edwiges lhe deu uma bicadinha carinhosa. Nesse mesmo momento, uma bela coruja-das-torres, que Harry conhecia muito bem, entrou pela janela escancarada. Ela se aproximou de Harry e estendeu a perna.
Depois da coruja partir, Harry agarrou o Profeta Diário que ela trouxera e deixou-se sentar na cama. Ao desenrolar o jornal, se deparou com um grande letreiro mágico, que ocupava quase toda a primeira página.

Dumbledore abre uma exceção a Caleb Black. Será que o diretor de Hogwarts fez isso porque preza sua amizade com o mais poderoso bruxo do Ministério, ou porque está adotando uma doutrina de Puros-sangue?
Por Hibilda Pokins

Harry estranhou. Conhecia Caleb Black de longa data através de manchetes em jornais e revistas bruxas, mas nunca o vira pessoalmente. Muito menos junto a Dumbledore. Pelo que sabia, o diretor de Hogwarts não gostava muito de Caleb e que reprovava suas atitudes (talvez até suspeitasse de sua bondade). Então, porque tal notícia? Harry virou a página e começou a ler.

Pois é, meu caros amigos bruxos, a cada dia nos surpreendemos mais, não é mesmo? Chegou aos meus ouvidos esta manhã que, Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts, aceitou em sua instituição a filha de Caleb Black, mesmo sabendo que ela já passou da idade da seleção e que é ex. aluna de Durmstrang. Shane Black deve adentrar em Hogwarts esse ano. Agora, uma pergunta fica: Por quê?
Shane Black é uma moça extremamente fascinante, honra seu sangue-puro e seu nome nobre em todos os sentidos. Além de ser uma eximia feiticeira, é praticante de Quadribol (joga como apanhadora para os Smeltings Joggins), recebeu os melhores N.O.M.s da história de Durmstrang e já trabalha com seu pai no Ministério, apesar da pouca idade que tem. Isso sem contar que é uma moça de beleza exuberante. E, para completar, é uma garota que segue à risca todas as tradições de sua família puro-sangue. Sorte maior tem o filho de Lúcio Malfoy, Draco, que tem a mão da moça prometida desde que nasceu, graças à proximidade de seu pai com Caleb. Atualmente os dois namoram, mas, conforme perguntamos a Lúcio, eles irão se casar depois de se formarem.

Harry, dessa vez, não pode conter seu espanto. O Draco têm mesmo uma namorada!, deixou escapar em voz alta, ainda incrédulo. Uma vez Draco dissera isso a Harry durante uma de suas típicas brigas pelos corredores de Hogwarts, mas é claro que Harry não havia acreditado. Quem poderia querer namorar um garoto tão estúpido como Malfoy? Ainda embasbacado, Harry pulou algumas folhas do jornal (que apenas elogiavam Shane, sem dizer mais nada de importante), indo direto ao final da manchete.

Bom, mas voltemos à questão principal, meus bruxos. Porque Dumbledore violou uma própria regra para aceitar Shane? Seria por causa de sua grande amizade com Caleb? Talvez sim, pois é muito comum vê-los discutindo acaloradamente pelos corredores do Ministério quando o diretor é solicitado. Ou será que Dumbledore está seguindo a linha Slytherin e adotando uma casta sangue-puro para sua Escola? Afinal, Dumbledore está meio caduco (dizem as más línguas) e por isso podemos esperar qualquer coisa. A única coisa que posso afirmar é que isso é uma má notícia à Hogwarts, que atualmente é povoada em grande parte por alunos mestiços. O próprio Harry Potter é um. Agora só nos resta esperar para ver.

Harry terminou de folhear o jornal e, sem encontrar mais nenhuma manchete interessante, jogou-o em cima da pilha de edições passadas. Como um milagre, seus pensamentos se desviaram de Voldemort por algum tempo, enquanto ele tentava absorver a notícia. Harry não conseguia pensar em nenhuma justificativa para o ato de Dumbledore. Sabia muito bem que o diretor não excedia regras. E ainda mais aceitar uma garota que tem parte com os Malfoy? Não era aplausível. Depois de se cansar à procura de uma resposta para a pergunta de Hibilda, Harry agarrou um pedaço de pergaminho, mas logo mudou de idéia. Não adianta escrever para Rony ou Mione. Vou vê-los amanhã, disse a si mesmo, balançando a cabeça numa negativa. Sem poder fazer mais nada a respeito da manchete do Profeta Diário, Harry deixou-se levar pela preguiça que o dominava, voltando a se deitar na cama quente. Mas seus pensamentos, na verdade, estavam muito longe dali. E sua cicatriz, mas nítida do que nunca, formigava estranhamente.


No dia seguinte, Harry acordou cedo, ansioso por voltar à Hogwarts e se livrar da curiosidade que se apoderara de sua mente na noite anterior. Afinal, se Harry conhecia bem os redatores do Profeta Diário, a namorada de Draco Malfoy devia ser horrorosa, muito ao contrário da “beleza exuberante” que Hibilda escrevera em sua matéria. E para o deleite de Harry, isso seria um ótimo pretexto para insultar Malfoy e seu orgulho. Com esse pensamento maravilhoso, Harry pôs-se a arrumar seus materiais, assoviando uma música feliz.
Tio Válter não tardou a mostrar sua caraça feia. Exatamente às dez horas, o tio de Harry escancarou a porta do quarto de visitas com um estrondo. Parecia muitíssimo aborrecido com alguma coisa, esmagado em um conjunto esportivo.
- Já está pronto, moleque? Hoje eu estou de mau-humor, por isso não vou tolerar que você se atrase. – bufou ele, o suor escorrendo pelas têmporas latejantes.
- Grande novidade... – murmurou Harry, arrastando o malão de Hogwarts com esforço.
- Você disse alguma coisa? – Tio Válter aguçou os ouvidos e fitou Harry com raiva crescente.
- Claro que não! – respondeu Harry, passando por ele em direção as escadas.
No hall, Tia Petúnia e Duda esperavam o chefe da família, com cara de poucos amigos. Duda parecia cada vez maior, e agora, espremido em calções de golfe, parecia um leitão amarrado. Tia Petúnia continuava a mesma mulher intragável de sempre, exceto pelo ridículo laço bordô que usava no cabelo e que a deixava parecendo uma versão brega da Minnie.
- Graças à Deus estou livre desse garoto por mais um ano! – disse ela, em voz alta, enquanto Tio Válter entrava no carro. Duda soltou uma risadinha que mais parecia um grunhido.
- Eu que o diga, Petúnia, eu que o diga! – concordou Tio Válter, ligando o motor com violência.
- Ora Válter, você tem que se acalmar! – Tia Petúnia encarou o marido como numa súplica. – Eu sei que o Dudoca não passou no teste da natação... Mas outras oportunidades virão!
- Como você quer que eu me acalme, Petúnia? – Tio Válter desferiu um soco no volante. – Meu filho foi considerado gordo demais para o clube de natação, sendo acusado de mais afundar do que nadar! Isso é um insulto! Onde você está vendo gordura ali? Duda só tem músculos! Puxou tudo de mim!
Harry fez um esforço descomunal para não rir. Aliás, toda a viagem até King’s Cross foi assim. Tia Petúnia e Tio Válter discutiram a forma física de Duda durante todo o percurso, enquanto o mesmo se entupia de rosquinhas. Ao chegarem na estação, Tio Válter praticamente jogou Harry carro afora com seus pertences e apenas disse “espero não te ver tão cedo”, antes de partir novamente.
Harry recolheu seu malão e a gaiola de Edwiges e foi caminhando em direção à plataforma 9 ¾, sem pressa, pois ainda faltavam quinze minutos para a partida do Expresso de Hogwarts. Pouco antes de atravessá-la, um grito o fez virar para trás.
- Harry! Espere por nós!
Hermione e Rony vinham correndo em direção à Harry, arrastando seus malões. Harry abriu um grande sorriso. Em poucos segundos, os três amigos estavam unidos novamente, para felicidade de Harry. Em meio a muitas risadas, tomaram o caminho à plataforma.


- Vieram sozinhos? – perguntou Harry, enquanto eles procuravam uma cabina onde se alojarem, já dentro do Expresso vermelho.
- Que nada! – Rony balançou a cabeça. Ele parecia ter crescido, no mínimo, mais uns cinco centímetros desde o ano anterior. Estava mais desengonçado do que nunca. – Papai nos trouxe, mas teve que ir embora. Foi fazer umas batidas numas casas de uns bruxos que andaram aprontando por ai.
- Agora, onde é que está a Shane Black? – Hermione ergueu a cabeça, procurando entre os alunos que se misturavam pelo corredor. – Estou louca para conhecê-la!
- A Mione falou nessa garota durante as férias inteirinhas! – Rony soltou um suspiro aborrecido. - Meu Deus vou acabar enlouquecendo com isso! A Mione sabe mais da vida da garota do que a própria!
- Ai que exagero Rony! – Hermione balançou a cabeça. – A Black é simplesmente fascinante! A garota é uma bruxa incrível!
- E blá blá blá... – Rony deu de ombros. – O que essa garota tem de mais? Uma varinha super dotada?
Depois de mais alguns minutos procurando, Rony encontrou uma cabina para os três, bem no último vagão do Expresso.
- Vocês viram a matéria que saiu no Profeta ontem? – perguntou Harry, logo que os três sentaram-se.
- Sobre a entrada da Black em Hogwarts? – Hermione fez cara de indignada. – Tudo besteira! A Black foi aceita por puro talento! Ridículas as teorias dessa Hibilda!
- Bom, meu pai me disse algumas coisas suspeitas... – Rony abriu os braços. – Mas tenho até medo de falar na frente da Mione!
- A única parte que eu acredito é a do Malfoy. – Harry se recostou no banco. – Acho até que o diretor não gosta do Caleb. Sei lá, talvez por ele se misturar com o Malfoy...
- Que nada Harry! Pesquisei muito sobre ele também! – Hermione ergueu as sobrancelhas. – O Caleb é um bruxo do bem, daquele tipo que doa milhares de galeões para hospitais bruxos, essas coisas, sabe?
Harry e Rony trocaram olhares significativos, contendo risadinhas.
- Bom, o que a Mione disse é lei, cara! – disse Rony, com ironia, e Harry conteve uma gargalhada. Hermione cruzou os braços, começando a ficar irritada.
- Ai Rony, você é tão bobo! É por isso que não conhece nada do mundo em que vive! – esbravejou. Harry aproveitou a deixa.
- Então conta mais coisas sobre a família Black, Mione!
- Ah não! Lá vou eu escutar a mesma ladainha outra vez! – Rony se deixou largar no assento, desanimado. Hermione fingiu não ouvir.
- Bom... – começou ela, cruzando as pernas e se ajeitando no banco estofado da cabina. – A família Black é a segunda família mais antiga e nobre do mundo bruxo, ficando atrás apenas da família Merlin. Isso sem contar que é a segunda mais rica. Os Malfoy estão em terceiro, pelo que eu sei. Caleb Black é um dos bruxos mais respeitados do Ministério da Magia, mas ninguém sabe ao certo qual é o seu cargo e...
- O papai me disse que ele é um auror... – Rony interrompeu Hermione, que revirou os olhos, impaciente. – E também disse que ele é o maior dissimulado... Harry, papai acha que o Caleb é um servo de você-sabe-quem, um Comensal!
- Pura besteira! – retrucou Hermione, brava. Rony continuou, sem dar atenção.
- Ele me contou que em todas as missões que Caleb participou, importantes aurores morreram misteriosamente... – Rony parecia muito excitado agora. – Papai acha que o próprio Caleb os matou, a mando de você-sabe-quem... E sua fama acabou encobrindo os fatos e que também...
- Ora, cala a boca, Rony! – esganiçou Hermione, pondo-se de pé num pulo. – Nunca vi tanta bobagem junta!
- Você não quer ver a verdade! – Rony também se levantou, encarando Hermione. – Você está obcecada por essa família de bruxos idiotas! Eles são bruxos malignos!
- Você é mais burro do que eu imaginava! – Hermione abaixou a cabeça e voltou a se sentar, deixando Rony sem reação. – Eu vou contar para o Harry o que eu sei sobre os Black, porque ele, pelo menos, não fica falando lorotas sem sentido pra ninguém...
Antes de tornar a se sentar, Rony fez caretas pelas costas de Hermione, obrigando Harry a fingir um acesso de risadas para que a garota não percebesse que estava rindo. Hermione, pouco atenta, voltou a cruzar as pernas e se virou para Harry, com o rosto muito afogueado e os cabelos mais volumosos do que antes.
- Onde eu estava?... Bem... Como eu te disse Harry, Caleb trabalha no Ministério. Logo no início de sua carreira misteriosa, Caleb conheceu uma bruxa muito bonita e algum tempo depois se casou com ela. – Hermione franziu a sobrancelha, pensativa. – Acho que o nome dela era Violinty Blakeson, enfim, era uma bruxa desconhecida. Areias correram e os dois se separaram, nessa época Shane tinha acabado de nascer. E por ironia, nesse mesmo período, a amizade entre Caleb e Lúcio Malfoy se fortaleceu tanto a ponto de ambos unirem seus filhos numa tradição bruxa muito antiga, primordial e que não pode ser desfeita. Violinty se mudou para um vilarejo bruxo desconhecido com a filha e Caleb se dedicou ao trabalho. Até que, no início desse ano, Violinty faleceu numa tragédia mágica e Shane voltou a morar com o pai. Por isso toda essa história da entrada em Hogwarts.
- Mas então, o que essa garota tem de tão especial? – Harry estranhou. Essa história estava muito comum para o seu gosto.
- Harry, a Shane é a bruxa mais inteligente e completa que já vi! – Hermione arregalou os olhos, com entusiasmo. Enquanto isso, Rony se distraia embaçando o vidro da cabina e desenhando o símbolo da Grifinória em seguida. – Ela sabe fazer todos os feitiços ensinados até o quinto ano com perfeição, sem contar com os extras que aprendeu com a leitura! Sabe conjurar um patrono corpóreo como você e aplicar outros feitiços de ataque e defesa incontáveis! Sabe a teoria de tudo que você perguntar! Joga quadribol como nenhuma garota que já vi e de quebra, tirou os maiores N.O.Ms em poções da história de Durmstrang! Harry, essa garota é um prodígio!
- Puxa, dessa vez ela economizou palavras! – comentou Rony, com sarcasmo, apoiado no braço. – Mas pensa comigo Harry, essa garota não deve ser bonita... Ela deve ser uma Pansy da vida! Ninguém pode ser tão perfeito assim!
- É aí que você se engana, Weasley... – uma voz arrastada e muito conhecida invadiu os pensamentos de Harry como um despertador. – A minha namorada é a mais bonita de Hogwarts!
Draco Malfoy, mais imponente do que nunca, estava agora postado no lado de fora da cabina, acompanhado por Crabbe, Goyle e uma garota completamente desconhecida. O queixo de Harry caiu involuntariamente. Agora estava claro que, tanto Harry quanto Rony haviam se enganado completamente! Shane Black era a garota mais bonita que Harry já vira na vida, mais bonita até mesmo que Cho Chang! Alta, de corpo avantajado para sua idade, tinha compridos cabelos cacheados avermelhados e fascinantes olhos violeta, num tom que Harry já mais vira em olhos humanos. Ela abriu um sorriso de dentes retos e bem cuidados, ao mesmo tempo em que Hermione abria outro ainda maior.
- Então esse é o tão famoso Harry Potter? – exclamou, numa voz suave, se aproximando de Harry em passos leves. – Ele é do mesmo jeito que você havia me dito, Draco! Não tem nada demais, você é muito mais lindo do que ele. Se o visse na rua, passaria batido.
Crabbe e Goyle caíram na risada (o que mais parecia uma convenção de porcos grunhindo), enquanto Draco abria um sorriso desdenhoso. Harry sentiu as bochechas esquentarem. Era a primeira vez que uma garota tirava sarro de sua cara.
- Viu só, Potter? – Draco se aproximou de Shane e passou a mão por sua cintura. – Não sou só eu que te acho um verme insignificante! Pois pra mim, você não passa disso, um sangue-ruim com uma cicatriz imbecil na testa...
- Porque você não fica na sua, hein Malfoy? – Rony se levantou, cerrando os pulsos. – Se o Harry é tudo isso que você disse, imagina você... Um loiro aguado, metido a besta, que pensa que pode tudo e que é melhor que os outros só porque é sangue-puro... Mas o que é mais importante você não tem... Coragem e honra... É o maior covarde que já conheci!
- Cala a boca, Weasley! – Draco pareceu sentir a ofensa. Rony atingira seu ponto fraco. – Porque você não vai tirar os fiapos da manga da sua veste de quinta mão, que por sinal é um trapo velho, e me deixa humilhar quem eu bem quiser?
A risada do grupinho foi geral. As orelhas de Rony, de tão vermelhas, pareciam querer incendiar-se a qualquer instante. Harry sentiu o sangue ferver, mas queria evitar uma briga. Não estava com cabeça para isso no momento.
- Sai daqui, Malfoy! – disse, tentando se controlar. Draco voltou a sorrir, satisfeito.
- Demorou a se pronunciar dessa vez, Potter. O que aconteceu? O gato comeu sua língua?
- Não... Eu só não estou a fim de gastar saliva com quem não merece nem um pingo da minha atenção! – retrucou Harry, mas, antes que Draco pudesse responder, Shane o interrompeu.
- Mas vejam só! Não é Hermione Granger, a bruxa sangue-ruim mais inteligente de Hogwarts? – disse ela, e Hermione pareceu encolher, tamanha decepção. – Pode se preparar, Granger. Seu reinado acaba a partir de hoje. Porque, além de inteligente, eu sou bonita, coisa que não acontece com você...
Hermione ficou sem reação, também não era para menos. Draco deu a mão para a namorada, e encarou Harry novamente, sorrindo com prazer.
- Nos vemos em Hogwarts, Potter. – disse. – Esse ano eu vou fazer da sua vida um inferno.
- Eu também, Malfoy. – Harry desdenhou.
- Tchau Potter! – Shane acenou. – Foi um prazer conhecer você e a sua cambada!
E com essas palavras, os quatro saíram gargalhando pelo corredor. Rony voltou a se sentar, aparentemente mais calmo. Virou-se para Hermione e disse, sarcástico:
- Essa Black não é... Simplesmente fascinante?


(CONTINUA...)
PS: galera, se vcs curtiram o primeiro capítulo, please, me mandem um e-mail comentando e pedindo o próximo capítulo, bjus!!!

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