Compensando
(Vo dedicar o cap pra vc, Fred...já valeu pela paciência de ler...)
- Malfoy !!!Malfoy !!!
Draco virou-se para ver quem o estava chamando em meio aquela multidão que deixava o salão principal. Draco encarou o par de grandes olhos azuis que o olhavam fixamente. Luna Lovegood.
- Hum...oi, Lovegood - disse um Draco totalmente confuso. O que aquela garota poderia querer com ele? Na certa, não era nada pessoal. Mal a conhecia.
- Ah, oi...Dumbledore me pediu pra avisar foi marcada uma nova reunião de monitores.
- Ah, é? Pra quando? - Para qualquer outra pessoa, Draco teria respondido com toda a arrogância e grosseria que conseguisse reunir.Mas com Luna era diferente. Draco não conseguia tratar mal aquela garota.
- Pra hoje.
Como Draco odiava ser monitor. Quando recebeu a lista de materiais junto com o distintivo de monitor, adorou a idéia; poderia se aproveitar ainda mais dos colegas. Mas agora eram outros tempos. O garoto ouvia as pessoas sussurrando quando ele passava, dizendo que ele não tinha moral alguma para dizer o que era certo ou errado, e isso o deixava mortalmente irritado.
Draco viu que Luna estava se afastando, e incontrolavelmente, a chamou. Não sabia o porquê daquela reação inesperada, e quando parou para pensar no que acabara de fazer, já era demasiado tarde.
- Sim?
- Ah...é...pra onde você está indo? - perguntou o garoto, totalmente desconcertado.
- Ah, eu vou pra biblioteca, se você quiser ir junto - disse ela, dando de ombros.
- Hum...certo - disse Draco, acompanhando a garota, e totalmente aliviado por ela ter perguntado se ele queria acompanha-la
Draco e Luna se sentaram em uma mesa afastada, que Luna disse que costumava ocupar, por ser isolada, e Luna começou a fazer seu trabalho de poções.
- Sabe, eu adoro poções - disse a garota de repente- a única coisa que estraga é o professor.
Draco ia dizer que gostava de Snape, quando se lembrou de que ele dizia ser amigo de seu pai, mas fazia parte daquela maldita Ordem da Fênix de Dumbledore, que o havia capturado.
- Concordo - disse ele, sem emoção.
- Pensei que você gostasse de Snape.
- Nunca gostei - mentiu ele.
Os garotos logo repararam que tinham muito mais em comum do que o gosto por poções. À aquela altura, o trabalho de Luna já havia sido esquecido, e os dois conversavam como se fossem velhos amigos .Draco se sentia confortável perto daquela garota sonhadora, que nunca fazia perguntas constrangedoras.Luna achava que Draco não era tão mal quanto diziam por aí. É claro que o garoto era meio arrogante e um tanto quando convencido, mas Luna era tão desligada que nem reparava nas características ruins do garoto.
Quando se deram conta, os garotos já tinham perdido a primeira aula que teriam de tarde.
- É melhor irmos, Lovegood, ou podemos receber uma detenção.
- Certo. Te vejo na reunião, Malfoy! - disse ela, acenando.
- Ei! Lovegood! - chamou Draco -Você não me disse a que horas é a reunião.
- Oito. Na primeira sala ao lado da estátua da bruxa vesga.
- Oito? - Draco sentiu o estômago despencar. Tinha treino de Quadribol aquela hora, e Quadribol era uma das únicas coisas que o deixava menos deprimido. Quadribol era sua única válvula de escape. Resolveu então perguntar a Luna o porque de uma nova reunião, se já tinham se reunido no expresso de Hogwarts. Se não fosse importante, o garoto pretendia arranjar alguma desculpa para não ter que comparecer.
- Ah...bem...é que a garota que Dumbledore escolheu para ser a monitora do quinto ano pediu transferência de Hogwarts, então Dumbledore me escolheu para ficar no lugar dela, e como não estava nada decidido ainda eu não participei da reunião do trem...
- Por sua causa eu vou perder o meu treino de Quadribol, sabia? - disse Draco, sorrindo. Era incapaz de se zangar com a garota.
- Ah...é? Pode deixar, eu te compenso.
- Mas você não joga Quadribol...
- Vai ser outra coisa então - disse Luna, sonhadoramente.
- E o que vai ser então, Lovegood?
- Surpresa... - respondeu ela sorrindo,e, virando as costas, subiu as escadarias para a aula de feitiços.
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"Que garota estranha", pensou Draco na manhã seguinte, quando uma enorme coruja pousou em cima do suco de laranja do garoto, trazendo um bilhete de Luna, dizendo apenas a hora e o local que em que ela pretendia "compensa-lo".
- O que será que essa garota está aprontando? -murmurou o garoto para si mesmo enquanto ia em direção aos jardins de Hogwarts.
- Eu, Malfoy? -Perguntou uma conhecida voz sonhadora as suas costas.
- Lovegood? Ah...não, estava falando de uma vizinha minha, sabe? -mas logo se arrependeu de ter dito isso.Draco Malfoy não dava satisfações a ninguém.Draco Malfoy não suportava pessoas intrometidas.
- Sei, sei -disse Luna, dando de ombros.
- Então, o que pretende fazer, Lovegood? Para compensar eu ter perdido o Quadribol?
- Larga de ser curioso, Malfoy - disse a garota, se afastando -Não esquece.Nove horas.Jardim.
- Pode deixar, não vou esquecer.
A garota sorriu e foi andado em direção ao lago.
- Lovegood? -chamou Draco.
A garota se virou e o encarou.
- Me conta, vai.
Luna balançou a cabeça, sorriu, e continuou a caminhar, deixando Draco e sua curiosidade parados na frente da entrada do castelo.
Draco aproveitou a ausência de seus colegas de quarto para poder se arrumar tranqüilamente para ver Luna. Era estranho, mas ele queria que Luna o visse impecavelmente arrumado.Havia dezenas de camisetas espalhadas pelo chão do dormitório, e Draco estava experimentando o décimo terceiro penteado quando viu que não estava sozinho no quarto.
- Vai se encontrar com alguma garota, Draquinho?
- Isso é da sua conta, Pansy?
- Ai, também não precisa ser tão grosso, Draco, só perguntei.Sou sua amiga, quero saber sobre os seus encontros.
- Não é encontro.
- Não?Então por que você está se arrumando desse jeito?
- Não lhe devo satisfações.
- Ótimo.Não sei se você reparou, eu sou uma das únicas pessoas que continuam a falar com você, e é desse jeito que você me trata?
Pansy tinha razão.Somente ela se importava com ele.Não podia perde -la.
- Desculpe, Pansy.
- Tá certo. Dessa vez passa. Então, não vai me contar com quem você vai se encontrar?
- Já disse que não vou me encontrar com ninguém!
- Então porqu...
- Chega, Pansy! Você está me atrasando, depois eu te conto! -disse Darco.Assim teria mais tempode pensar em uma boa desculpa.não tinha a menor intenção de contar a Pansy que iria se encontrar co "Di-lua" Lovegood.
- Conta mesmo?
- Conto, conto, agora me dá licença, vai.
Pansy lhe lançou um olhar desconfiado.
- Eu já disse que conto, sua intrometida! Prometo. -disse ele, sorrindo.Pansy sempre atendia seus pedidos quando ele sorria.
- Certo, certo...então...com que camiseta eu vou? -perguntou ele para a sua própria imagem -Voltamos ao velho dilema.
Quando Draco chegou ao jardim, estava quase quinze minutos atrasado.Finalmente tinha se decidido por uma camiseta preta, da mesma cor da capa.
- Você está atrasado, Malfoy. -informou Luna. Certamente elke não tinha passado horas na frente do espelho, pois sua aparência era tão desleixada como sempre fora.
- Certo. Mas estou aqui, não estou?
Luna deu de ombros, pegou Draco pela mão -uma atitude que fez Draco sentir uma arrepio esquisito -e o levou na direção da cabana de Hagrid.
- Aqui estamos. -disse Luna apontado para um lençol estandido em uma das paredes da cabana de Hagrid.
- O que é isso? -perguntou Draco, surpreso.
- Ah, é uma coisa de trouxa.Elae adoram isso.
- Hum...você...você por um acaso...é...trouxa? -perguntou Draco, receando a resposta que Luna poderia dar.
- Ah, não...Meus pais são bruxos, sabe?Mas eu simpatizo com os trouxas, por isso eu faço Estudo dos Trouxas -respondeu ela, para o alívio de Draco.- Senta aí, Malfoy, vou ajustar esse negócio aqui, acho que se chama "câmbera"...
O garoto se sentou na grama e esperou por Luna.O lençol de repente ficou preto e começou a exibir algumas imagens.
- Uau! -deixou escapar Draco.
- Legal, né? Os trouxas chamam isso de filme. Esse filme é legal, vi na aula.É sobre um super-heroi trouxa.
Draco gostou do filme.Era sobre um super-heroi que amava uma garota, mas não podia ficar com ela, porque ele era perseguido, e não queria que nada de ruim acontecesse à sua amada. Draco pensou se seria assim com ele se um dia ele se apaixonasse.Mas não conseguiu pensar realmente sobre isso, pois quando olhou para o lado, reparou que Luna estava chorando.
- Lovegood? Você...você está bem? -perguntou ele, se aproximando da garota meio sem jeito, pois nunca tinha consolado ninguém antes.
- Ah, sim -disse ela, limpando as lágrimas nas costas da mão -É só que...eu...não gosto de mortes. Me faz lembrar...da minha mãe.
- Sinto muito. Não sabia que...
- Tudo bem, Malfoy, tudo bem -interrompeu ele, vendo que estava deixando Draco constrangido.
- Certo...então...tudo bem com você mesmo? -Perguntou Draco, mei sem jeito.Era a primeira vez que se importava com o bem-estar de alguém.
- Tudo.Tudo ótimo -respondeu Luna, forçando um sorriso.
- É melhor...é melhor irmos, Lovegood.Está chovendo.
- Certo...Pode...pode ir, Malfoy, vou ficar um pouco mais.Gosto da chuva, ela não me atrapalha.
- De jeito nenhum. Você pode ficar doente -disse Malfoy, surpreendendo a si mesmo. Que raios estava fazendo? Não era problema dele se Luna ficasse doente. Mas Draco percebeu que não era bem assim. Ele se importava com Luna.- Hum, certo...olha, vai ser difícil chegar ao castelo sem ser ensopados, então acho melhor nos ficarmos embaixo do telhado das estufas, é mais perto.
- Hum...certo -respondeu Luna surpresa. Draco não era tão ruim assim.
Os garotos correram até as estufas e se sentaram na grama. Era impressionante como Draco mudava quando estava perto de Luna. Nçao era mais o garoto arrogante e mimado que sempre fora, agora ele demonstrava ter sentimentos.
- Hum...me desculpe. Não queria ter estragado a noite falando sobre os meus problemas familiares.
- Lovegood...
- Luna, por favor.
- Certo. Luna. Você não precisa ter vergonha dos seus sentimentos...Eu...não sou bom em conselhos, mas...acho que você se sentirá melhor se desabafar com alguém.
- Certo -disse ela sorrindo. -Farei isso...Depois.
- Como quiser.
- Toma...você está tremendo -disse Draco, tirando seu casaco e entregando à Luna.
- Não, não precisa! Mesmo. Eu estou bem, Malfoy...
- Draco.
- Draco...
- É melhor que você coloque, ou vai...
- Sabe,você fala como o meu pai- disse Luna, sorrindo.
- Mesmo? -perguntou Draco, erguendo a sobrancelha.
- É. É sempre "Não fique no sereno , Luna"
ou "Luna, se agasalhe, filha! Você pode se resfriar!"
- Ele se preocupa com você -disse Draco, tristemente. Seu pai nunca se preocupara com ele.
- É.
- Sabe, eu vou te contar uma coisa, Malfoy...Draco. Você me promete que não conta a ninguém? -perguntou a garota.
- Prometo.
- Quando a minha mãe morreu, todos falavam no "Menino-que-sobreviveu".-Draco não estava gostando daquilo. Estava tudo tão bom sem a menção ao nome de Potter! -E eu...meio que...bom, não ria por favor, eu sei que é patético. Eu meio que me apaixonei pelo "mito-Potter", sabe? Acho que eu precisava de algo para me fazer esquecer daquela dor que eu sentia, então eu me agarrei a um mito, algo que eu descobri que não existia.
- Você...ainda sente algo por ele?
- Ah, não, claro que não!
- Certo - disse Draco se sentindo estranhamente aliviado -Olha, eu...
- Draco!- interrompeu a garota -Parou de chover!
- Ótimo, é melhor entrarmos então, já he muito tarde, se Filch nos apanha...
- Vamos logo! -Disse Luna puxando Draco em direção ao castelo.
Chegando ao castelo, Draco reparou que não queria voltar ao dormitório da Sonserina. Tinha sido tão bom ficar ao lado daquela garota! Draco nunca havia se sentido assim.
- Boa noite Draco -desejou ela.
- Boa noite...
Novamente, Draco a chamou impulsivamente quando viu que ela estava se afastando, mas dessa vez sabia o porquê.
- Sim?
- Sinto muito pela sua mãe. Eu sei o que você sentiu com o Potter. Quando perdemos alguém, precisamos achar algo ou alguém para preencher o vazio que aquela pessoa deixou em nossao coração - disse Draco, pensando no vazio que sentira quando vio o pai em uma cela.
- Isso foi bonito.
- O que?
- O que você disse.
- Obrigado. Boa noite Luna.
O que estava fazendo? Ele nunca havia dito coisas bonitas antes, nunca tinha se importado com alguém antes, nunca tinha se preocupado com os sentimentos de ninguém! E agora, Luna Lovegood, a louca, a lunática Luna Lovegood o tinha forçado a fazer tudo aquilo! E pior, ela não o deixava ficar triste! Só de olhar naqueles olhos esbugalhados Draco já se sentia reconfortado, seguro. Não conseguia nem pensar em seu pai quando estava com ela. Será que...como ele dissera...
- Draco!
Draco se virou para encarar Luna.
- Você...já achou algo ou alguém para preencher o vazio do seu...
- Do meu pai?
- É...você já..?
- Não, Luna, ainda não - respondeu ela sorrindo. -Boa noite.
Mas Draco achava que isso não era verdade. Alguém já havia preenchido aquele vazio.
"Você, Luna, você. Você preencheu meu vazio"
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