Caldeirão Rachado



Já havia passado bastante tempo desde que Harry voltara da casa de seus tios para hogwarts e ele percebera que o tempo era precioso naquele ano, já que as atividades haviam aumentado nas mesmas proporções em que a carga horária havia diminuído e sem a preciosa ajuda de Hermione para concluir os trabalhos e tarefas ficava muito mais difícil. Tudo ia acumulando e agora ele tinha uma pilha enorme de exercícios para finalizar, mais por culpa de Snap do que qualquer outro professor, já que mais da metade eram parte das exaustivas detenções que recebera ao ser pego com uma caneta auto-corretiva nos exames bimestrais de Defesa contra Artes das Trevas.

Já passara da hora de dormir e a sala comunal estava vazia, exceto pela figura de óculos redondos que se encontrava debruçada encima livros e rolos de pergaminhos amassados. Depois de horas de concentração total aos estudos (coisa que nem mesmo ele acreditava ser capaz de fazer) finalmente terminara tudo e uma sensação de alívio se instaurou sobre ele no mesmo momento em que finalizava a última letra.

Depois de um tempo ordenando as páginas do trabalho, organizou os pergaminhos dentro da mochila e subiu para o dormitório dos meninos, mas já havia passado muito tempo e Harry não conseguia mais dormir.

Ficou a noite inteira pensando em um modo de flagrar Draco na Sala precisa, mas não sabia como... Já tinha tentado de tudo e com o misterioso sumiço da sua capa de invisibilidade não tinha mais como driblar os olhares desconfiados dos dois guarda costas do seu arque rival, Grabbe e Goyle. Uma infinidade de planos, que nem mesmo Harry sabia dizer de onde vinham, foram montados aquela noite. Uns tão engraçados, que não se atreveria a contar aos seus amigos Ronny e Hermione. Então, quando se deu conta, já havia amanhecido e ele não tinha dormido nada.

- Harry! – Como se tivesse sido sacudo, harry saira de seu estado de transe e ao se virar deu de cara com Neville de pé, ao lado da sua cama, com cara de espanto – Já está acordado? Você nunca acorda cedo...

- Eu não dormi... Estava pensando em um modo de pegar o Mal... O maldito que roubou minha capa de invisibilidade – Achou melhor não dizer ao amigo que estava perseguindo Malfoy, já bastava Hermione e Ronny tirando onda com a cara dele por se preocupar demais com os sumiços do sonserino – Você sabe, eu adorava aquela capa.

- Como isso pôde acontecer logo aqui em hogwarts? Quero dizer, ela nunca foi tão bem vigiada! – Neville segurava um caldeirão com uma mão e com a outra um pilha de livros que tentava, sem sucesso, equilibrar e ao se virar para se dirigir a sua cama os livros foram ao chão.

- Mas eles não estão atrás de nós, estão? E se alguém daqui, algum aluno tiver roubado?

Neville, que estava concentrado tentando formar novamente a tortuosa pilha de livros, virou com espanto para Harry encarando-o com a mesma cara que fizera ao vê-lo acordado.

- Um Aluno?

- Porque não?

- Impossível...

- Você sabe que não é... Já houve casos assim em hogwarts e nunca descobriram o “forasteiro” o que, pelas evidências, apontam para alguém do próprio castelo.

Todos acordaram com o barulho, menos Ronny. Novamente o material de Neville tinha ido parar no chão e pela careta que ele fizera, não estava disposto a juntar tudo aquilo de novo.

- Você quer ajuda com isso? – Harry parecia realmente disposto a ajudar o amigo, pois já estava ficando cômico.

- Não, obrigado, pode deixar.

- Tente carregar menos livros da próxima vez.

- Diga isso a profª. MacGonagal. Ela está me perseguindo! Toda vez depois da aula me da essa penca de livros pra ler...

- Vai ver é por causa das andorinhas assassinas que você convocou bem encima da cabeça dela na aula de Transfiguração.

- Foi sem querer! Que saco...

Depois de um tempo vigiando os movimentos de Neville à expectativa de um novo acidente, Harry se levantou ao ver que o amigo finalmente havia conseguido sair do quarto com todo o material e se dirigiu ao banheiro. Mas não ficou surpreso ao ouvir o barulho de caldeirão rachado que veio da escada segundos depois.

Seria um dia longo e cansativo, já que as aulas de Defesa contra Arte das Trevas tomariam o dia inteiro, pois Slughorn tivera que tratar de assuntos confidenciais com Dublemdore, coisa que deixava Harry muito intrigado, cedendo, para tristeza de todos, as suas aulas para Snap.

Antes de descer e se encontrar com Hermione, pois Ronny, pelos roncos, não acordaria tão cedo, resolveu, como de costume, dar uma olhada no mapa do maroto a procura de Draco. Para seu espanto, Grabbe e Goyle não estavam lá... Não estavam e Draco estava em frente à sala e então, sumira. Harry tinha certeza que ele havia entrado lá. Era a chance dele, já que não precisaria da capa para se esconder dos outros dois e sem pensar duas vezes saiu correndo em direção a sala precisa, deixando a varinha cair de suas vestes ao lado da cama de Ronny.

Ao se dirigir a sala comunal, vira hermione acenando para ele da lareira. Estava muito apressado para ir a sala precisa e achou uma péssima hora para Hermione estar acorda. Por outro lado, não seria nada educado deixa-la plantada no meio da sala e sair correndo, então, dirigiu-se a ela tentando esconder o mapa na atrás das costas. Não estava afim de interrogações sobre aonde ele ia.

- Nossa Harry, você está péssimo! – A careta de Hermione ao ver a cara de sono de Harry fez o menino esboçar um sorriso tímido. – O que houve?

- Não dormi a noite inteira... – Da mesma forma que parara antes de pronunciar o nome de Malfoy quando estava conversando com Neville fez com Hermione, mas sabia que ela era de confiança. Não que Neville não fosse, mas pelo menos ela estava a par de todos os fatos. -...Pensando numa forma de pegar o Draco. – Completou.

- Essa História de Novo? Você está a semanas investigando cada passo de Malfoy e ate agora não descobriu nada. O que faz você pensar que vá descobrir alguma coisa?

- Não começa Hermione... – Antes mesmo de ouvir o que a menina ia falar, tinha se arrependido de ter contado os motivos da pernoitada e numa tentativa de desviar o assunto perguntou o motivo dela não ter achado nada sobre o dono do sagrado livro de Poções.

- Quem disse que eu não descobri nada?

- Mas voc...

- Ontem, antes da hora de dormir, eu dei uma passada na biblioteca da Escola e achei algo muito interessante. – A garota inclinou o corpo e jogou os cabelos para traz afim de dar uma ar de “madame sabe tudo” ou “eu sou demais”. – Mas não é bom agente conversar aqui. Vamos pa... Que foi Harry, você parece aflito?

Harry achava que a conversa havia se prolongado demais e não podia perder nem mais um minuto naquela sala. Talvez ele nunca mais tivesse uma chance de pegar Malfoy sozinho sem Grabbe e Goyle lhe concedendo cobertura e, definitivamente, Hermione teria que esperar.

- Hermione, tenho de me encontrar com Hagrid... Parece que uma das formigas atômicas de sua coleção morreu e ele está muito triste.

- HARRY! Formigas atômicas? – As gargalhadas de Hermione fizeram Harry pensar que ele talvez não tivesse contado uma boa história. – Se não quer contar onde está indo é só dizer, não precisa mentir...

- Tenho que ir Hermione. – E deixou a garota, que logo depois recebeu um copo de água de Dino que olhava assustado os ataques de gargalhadas e ele poderia jurar alguma coisa sair da boca da garota parecido com “Fórmicas Nucleares”.

Harry percebeu que àquela hora do dia não havia muitos alunos perambulando pelos corredores do castelo e fora as raras exceções, poderia passear sem ser visto por ninguém. Chegou, em tempo recorde, a porta da sala precisa. Não podia perder tempo. A qualquer momento Grabbe e Goyle iriam chegar e ele deveria entrar lá antes disso.

- Draco, dessa vez, você não me escapa. – Disse baixinho. Com um olhar penetrante, Harry encarava a passagem e, sem pensar duas vezes, começou a cogitar a senha para o lugar no qual Malfoy se escondia.

“Me leve ao esconderijo de malfoy”, “Faça aparecer o lugar onde Malfoy está”, “Quero que me deixe entrar no mesmo lugar em que Malfoy está”, “Me revele o lugar em que Draco Malfoy se esconde”. Depois de inúmeras tentativas frustradas, Harry perceberá que a sala não iria abrir com frases tão simples. Precisava pensar como Malfoy. Precisava pensar como um comensal.

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Já havia demorado muito e sua barriga roncava desesperadamente por comida. Tirou o mapa do bolso na esperança de encontrar alguma resposta para seu impasse, mesmo sabendo que o mapa de nada servir iria agora. Para seu espanto duas figuras caminhavam entre os laterais em direção a ele. Harry imediatamente soube identificar as figuras. Grabbe e Goyle.

Seu tempo estava se esgotando e ele não tinha conseguido entrar na sala. Os olhos do menino percorriam o mapa ao mesmo tempo em que visualizavam o quadro que marcava a passagem e então, como última tentativa antes de se dirigir para o Salão Principal, Harry disse:

- “Um lugar onde eu possa usar magia negra”

De repente um solavanco começa a puxá-lo pela cintura ao mesmo tempo em que duas mãos pareciam empurrá-lo para uma outra dimensão; uma sensação que ele já estava habituado e, em poucos segundos, Harry se via no meio de uma sala com arquitetura desconhecida para qualquer outro bruxo, mas não para ele, que havia convivido tanto tempo com seus tios sem ao menos saber que esse mundo de magia, que agora ele vivia, existia.

Parecia um museu de arte moderna, mas era uma casa. Ele soube reconhecer, pois as obras de arte não estavam protegidas por nada. Estava no meio da sala de alguma casa trouxa.

- Haha... Har... Harry? – Malfoy engasgou ao ver o inimigo. – Como você... Como você descobriu a...

- a sala? – Completou Harry - Hora Malfoy, foi mais fácil do que você previa, não? – De repente, um barulho de vidro se espatifando ecoou pela sala, pegando Harry de surpresa. – Você não está só.

- Saia, você não é bem vindo?

- Snap... – Ao dizer o nome do professor Harry franziu a testa e uma expressão gélida emergiu em seu rosto. – Eu sabia que você e Snap estavam aprontando alguma coisa.

- Eu já disse pra sair! – Draco parecia apreensivo. Estava nervoso, e com certeza algo estava acontecendo naquela sala antes de Harry adentrar sem ser anunciado.

Harry começou a andar a procura do barulho e se dirigiu a uma porta que ficava no meio de um dos corredores que davam para o jardim da casa. Mas, sem esperar, Malfoy agarra o braço de harry com força que se vira para encará-lo, ficando cara a cara com ele, bem perto...

- Não entre ai. – Disse Malfoy que não conseguia esconder de ninguém que algo muito sério estava atrás daquelas portas.

- Você acha mesmo que eu não vou entrar? – E com um movimento brusco ele se soltou de Draco que tornou a segurar seu braço.

– Não é da sua conta, cai fora Pot... – Malfoy mal concluíra a frase e fora empurrado para traz, batendo a cabeça no pé de uma das estátuas que compunham o acervo de obras que a sala mantinha.

- Dublemdore confia demais em Snap. Eu tenho certeza que ele está ajudando Voldemort de alguma maneira a entrar aqui, ta na hora de Dublemdore saber disso também.

- Nãooo!

E sem pensar duas vezes, Harry abriu a porta.

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