O navio e a volta a Hogwarts
Capítulo Quatro
O Navio e a volta à Hogwarts
Um esplendoroso almoço fora servido. Havia pratos de todos os tipos, Harry, Hermione e Collin comiam realmente satisfeitos. Estava um clima amistoso, afinal, os testes haviam acabado e todos se sentiam mais tranqüilos. Dois perus recheados com ervilha e presunto estavam servidos acompanhados de arroz temperado com ervas. Um vinho tinto fabricado no povoado bruxo de Amélia Fiori, na Itália fora posto à mesa. Cho, visivelmente chateada e envergonhada, sentou-se isolada de Harry e os outros, ao lado de Flóris. Harry soube por Collin que o jovem auror também havia ajudado-a.
_Ela deve ter ficado realmente aborrecida com seu fora, Harry. _Hermione disse, com um sorriso afetado.
_O que ela esperava? Que eu traísse a Gina?_Harry murmurou, incrédulo. Era mais fácil ignorá-la agora que não estava num minúsculo corredor com a garota.
_Nem podia, né?_Hermione disse misteriosa. _Você até desmaiou por um simples...
Mas ela não continuou a frase ao dar de encontro com o olhar curioso de Collin Creevey.
Harry não respondeu, não fora bom desmaiar, mas isso lhe fizera perceber como era que as coisas funcionavam. Ele agora estaria preparado para empurrar Cho ou qualquer outra garota entes mesmo que o beijassem.
_Se ela não tivesse se atrapalhado com a saída teria chegado antes da gente._Hermione falou ainda sobre Cho.
_O pior foi eu que fui o primeiro a chegar, mas sem nenhuma medalha. Insuficiente, eu sou uma piada. _Collin falou, desapontado.
_Ah, Collin...
Mcgonagall também comia com eles, e a todo momento virava-se para olhar orgulhosamente para Harry e Hermione.
_Grandes aurores vão ser vocês._Disse ela depois do almoço._Agora arrumem-se, vocês voltarão para o ministério para assinar uma papelada em dez minutos.
Harry não pensara que sentiria algo sentimento nostálgico em relação àquela barraca, mas a verdade é que já até de algum modo se acostumara.Arrumou as coisas no malão e junto a Collin e a Hermione foi até o local onde uma imensa corda, que era a chave do portal, estava estendida.
_Quando eu disser já..._Disse um dos aurores._Já!
Harry segurou na corda, sentindo um gancho puxá-lo pelo umbigo e pouco tempo depois já estava no salão do ministério da magia.
_Harry! Hermione!
Entre outros familiares e amigos dos outros candidatos estavam Gui, Gina e Rony, ambos com enormes sorrisos nos rostos. O garoto sentiu uma dorzinha fraca no estômago ao lembrar-se do beijo que trocara com Cho. “Mas eu resisti no final...Foi só por alguns segundos, não foi traição”, pensou.
_Harry...Ah, Harry, quanta saudade._Gina disse, abraçando-o.
O garoto sentiu o cheiro dos cabelos da namorada e ficou mais tranqüilo, ainda não sabia como dizer a ela o que havia acontecido, mas ele tinha certeza que ela iria entender, não fora culpa dele afinal.
_Também tava morto de saudades, Gina. _O garoto falou, corando.
Rony abraçava e beijava Hermione que tentava a todo o custo desvencilhar-se, vermelha como um tomate.
_Eles já sabem, Mione._Rony falou.
_Ah, mas...Rony, tenha modos._Ela falou tentando sorrir.
_E aí, Harry?_O garoto perguntou._Como vocês foram lá? Acham que vão ser aurores? Porque se não forem eu estava falando com a mamãe e ela acha que a Mcgonagall deixa vocês voltarem a Hogwarts e...
_Não ligue pra ele, Harry._Gina disse, fazendo cara feia para o irmão._Está torcendo pra que vocês não sejam aurores só pra não se separar de vocês.
_É claro que não..._O garoto disse corando.
_Aposto que vocês foram muito bem._Gui disse._Agora acho que vocês tem que ir para aquela fila lá, esperamos por vocês aqui.
_Tá legal._O garoto confirmou.
Os papéis eram referentes a total aceitação do cargo de auror no caso de aprovação nos testes. Harry não leu até o final a papelada porque estava muito cansado, no entanto, Hermione leu palavra por palavra e dando-se por satisfeita encorajou o amigo a assinar sem mais delongas. Collin, ao lado do irmão Dennis e do professor de feitiços, também assinava o contrato. Harry acenou para o professor que retribuiu com um sorriso.
_Obrigado, rapaz. Com certeza você será um de nós._Disse um dos aurores que mantinha guarda no ministério e estava auxiliando o funcionário encarregado pelas assinaturas.
Era quase pôr-do-sol quando todos chegaram ao Largo Grimmaud nº. 12. O garoto observou a vermelhidão do céu com um aperto no peito, era a primeira vez que voltava na casa depois que o padrinho se fora. Fazendo o mesmo truque de sempre(pensando no endereço da casa) eles puderam visualizar a porta escalavrada de sempre, com o verniz se soltando da madeira nobre e as janelas foram aparentemente recentemente limpas, no entanto, ainda guardavam um aspecto de fuligem e poeira. A casa não estava muito melhor que esteve quando servia de sede da Ordem da Fênix, pelo contrário, agora parecia mais triste e sombria que nunca. Talvez porque tivesse perdido o seu último herdeiro legítimo, Sirius Black.
Gui deu uma leve batida com a varinha na porta e depois de uma sucessão de ruídos metálicos, a porta se escancarou, rangendo. O hall estava imerso em escuridão, o cheiro de poeira e decomposição ainda era sentido ali, e por um momento, Harry esperou ouvir a voz rouca do padrinho, mas ele sabia que não poderia ser assim.
_Harry, já era hora!!!_Disse a senhora Weasley assim que o garoto pôs o primeiro pé dentro da casa, tirando o menino de seus devaneios._Pensei que estariam aqui mais cedo...Oh, vocês estão muito magros, queridos.Não é para menos, todas as provas tem sido reportadas no Profeta Diário, todo o tipo de coisas. Como puderam colocá-los seis horas lutando com uma fera? Loucos, esse pessoal do departamento de aurores...
Era bem verdade, Harry notara que as suas calças estavam mais largas que nunca e Hermione parecia mais fraca e abatida. Depois de receber um abraço muito apertado da Sra.Weasley, Harry finalmente percebeu que havia mais pessoas que ele esperava ali. Lupin, Tonks e Quim pareciam fadigados e estavam acomodados em cadeiras recentemente postas ali.
_O Arthur organizou uma reunião com todos os aurores, às nove em um campo aberto aqui próximo._Ela explicou._Não só aurores, mas todos que...
_Que acham que o Percy está sendo influenciado por você-sabe-quem._Gina completou.
_Papai tem encontrado muitas coisas estranhas no ministério, quer debater isso com os aurores e funcionários._Rony disse.
_Mas não falemos mais sobre isso, a reunião é só as nove da noite, venham, venham jantar vocês dois._Disse a Sra.Weasley para Harry e Hermione.
_Então, quero comunicar algo a vocês._Gui disse, de repente no meio do jantar._Eu e a Fleur queremos comunicar isso, não, meu amor?
Fleur que estava sentada ao lado do marido sorriu e concordou.
_Nóss vamoss terrr um babê!!!_Ela disse eufórica.
_UMA BABÊ?_Gina perguntou, esganiçada._Quero dizer, um bebê? Que legal! Meu primeiro sobrinho...
A Sra.Weasley parecia esperar ouvir que o filho e a nora iriam comprar um fogão novo porque não emitia curiosidade, no entanto, quando ouviu a palavra “ babê”, deixou a taça com suco de abóbora cair sobre a mesa molhando a toalha branca.
_Por Merlin, vocês não estão brincando, estão?_Ela perguntou, com os lábios tremendo.
_Acha que brincaríamos com algo assim, mãe?_Gui perguntou jovialmente.
Extremamente alegre o Sr.Weasley abraçou o filho e a nora, logo depois foi a vez da Sra.Weasley, ela quase amassou a pobre Fleur. Harry e os outros apenas sorriam contentes, mas não os abraçaram. No entanto, Harry reparou no olhar sugestivo de Tonks a Lupin.
_Não já estamos morando juntos?_Lupin perguntou, baixinho._Tudo ao seu tempo.
_Tudo bem, meu amor, estava só brincando, não levo muito jeito mesmo._Tonks disse enrolando uma mecha de cabelo lilá(Que hoje ia até os ombros e estavam impecavelmente lisos) com o indicador.
O quarto úmido e desagradável em que Harry se hospedara nas férias de verão do quarto ano ainda possuia o mesmo ar desagradável. Harry, no entanto, não iria mais dormir ali, e sim no quarto principal, que pertencera a Sirius Black. Ele chegara a insistir em dormir no mesmo quarto de sempre, mas os outros insistiram que ele deveria pegar o melhor quarto da casa.
O quarto de Sirius não era apenas a melhor, mas a maior suíte. Ficava exatamente no segundo andar, no último corredor. A porta um tanto deteriorada, ainda guardava, contudo um brasão de uma enorme serpente, e o garoto não entendeu o porquê, afinal, Sirius pertencera à grifinória.
O garoto girou a maçaneta da porta(que era em forma de cabeça de dragão) e visualizou o cômodo, inspirando meio quilo de poeira. A Sra.Weasley lhe prevenira que achara melhor não limpar o quarto de Sirius, achou melhor esperar a decisão dele sobre o que deveria ou não ser posto no lixo, consequentemente fazia mais de um ano que o quarto estava trancado.
Harry apalpou a parede fofa(os cupins estavam fazendo um bom trabalho) e ligou a luz do quarto. Com um pequeno estalido, o lustre de cristal, estranho cheio de pequeninos hipogrifos voando. Era um quarto muito esquisito aquele, parecia que pertencera a um garoto há muito tempo atrás e de repente fora ocupado por um adulto, pois havia objetos de ambas as idades.
Duas camas de largas e cobertas de colchas de seda estavam postas lado a lado. Um grande armário negro se estendia por toda a parede esquerda às camas. Um baú de ferro ficava encostado ao armário, havia uma escrivaninha com duas cadeiras e uma estante cheia de livros. Na parede à direita da porta, havia uma outra porta que dava para um amplo banheiro decorado com azulejos verdes, uma banheira enorme(maior até da que havia no banheiro dos monitores em hogwarts).
Harry foi até a cama e sentou-se lá, pensando no que faria com tudo que tinha ali quando a porta se abriu e a Sra.Weasley entrou com um vidro cheio de uma poção verde-musgo.
_Posso limpar os móveis com isso, querido?
_Mas Sra.Weasley, já são quase nove..._Ele disse olhando para um enorme relógio de ouro na parede._É melhor a senhora deixar que eu cuido disso.
_Ah, se você não se importa, querido._Ela disse lhe entregando a poção e uma flanela.
_Não demore, você também deve participar da reunião.
Harry começou a esfregar o pano úmido na estante de livros, uma camada grossa de poeira se impregnara no tecido. Aquele armário estava imundo. Um livro lhe chamou atenção: “Estórias infantis para pequenos bruxos”. Era engraçado pensar que o padrinho alguma vez pudesse ter tido um livro com aquele. O garoto o tirou da estante, admirando a capa cuja a imagem em preto em branco mostrava seres fantásticos em movimento. Em seguida, abriu a capa, e na contra-capa esta escrito em letras caprichosamente infantis:
Pertence aos irmãos Sirius e Régulo Augustus Black.
Harry sabia da existência de Régulo, ele era o irmão mais novo do padrinho, só não imaginava que os dois conviviam em união. Harry voltou a folhear o livro, vez ou outra detendo sua atenção em alguma figura em movimento, alguns títulos também chamavam sua emoção, O estranho bruxo do vilarejo da caveira...O segredo da chícara enfeitiçada...S.A.B e R.A.B...O quê? S.A.B e R.A.B? Como assim, onde Harry havia visto isso? Voltou a folhear o livro e encontrou, escrita com a mesma tinta negra da contra-capa, estas iniciais ao lado de um dos títulos dos contos. Seu coração quase parou de funcionar, estava mais próximo do que jamais havia estado do tal R.A.B.
Não demorou muito para que o garoto ligasse o nome Régulo Arcturus Black às inicias R.A.B e quando finalmente fez isso, soltou uma exclamação muito audível.
_Harry?_Gina perguntou assustada com o grito do namorado, estava ao portal.
O garoto fechou o livro e o segurou sonsamente, tentando parecer que havia se assustado com uma pequenina barata que acabara de atravessar a estante em direção ao chão.
_Que livro é esse?_Ela perguntou, curiosa.
_Estórias infantis, devem ser do Sirius quando ele era criança._Ele disse, tentando parecer normal.
_Ah..._Ela falou desinteressada._Então, todos já chegaram, estão te aguardando.
_Tudo bem, vamos._Harry disse colocando o livro na estante e acompanhando a menina.
_Como vai, Potter?_Cumprimentou-lhe a profa.Mcgonagall.
Ela, Alastor Moody, Quim Shacklebolt e os gêmeos estavam no hall de entrada da casa. Minerva estava impecavelmente vestida num conjunto negro e sóbrio, parecia arrumada para um grande julgamento.
_Algo muito importante o que vamos fazer hoje, Sr.Potter, talvez seja a volta da Ordem da Fênix...
_Mas a senhora disse que..._Harry iniciou, surpreso.
_Sei o que disse, mas o Sr.Weasley me fez ver algumas coisas que eu ainda não via e a necessidade da reestruturação da ordem. Também acho que Dumbledore gostaria...
_Neste caso..._Harry não sabia muito bem o que dizer, não conseguia decidi se a reestruturação da ordem poderia atrapalhar sua busca pelas horcruxes ou adiantá-la.
_Gina, você se possível dizer cresceu ainda mais este verão._Disse Mcgonagall com um sorriso nos lábios._Enquanto o Ronald ao meu ver finalmente parou de crescer.
_Está muito bonita esta garota._Moody disse com o olho mágico fitando a garota._Não dava muito a ela ainda aquele ano em que Sirius estava entre nós aqui na ordem.
Gina ficou vermelha, mas pareceu orgulhosa com os elogios.
_Minha maninha finalmente conseguiu o seu queridinho Potter, por isso está tão bonita._Disse Fred, sorridente.
_Ah, é...Aposto que todas as noites ela se belisca pra ver se é verdade._Debochou Jorge.
_Então estão mesmo juntos, não?_Perguntou Mcgonagall, uma sobrancelha levantada._Nunca pude supor...Bom, foi uma boa escolha, contudo.
Neste momento, Rony e os outros chegaram ao hall. E então eles finalmente decidiram ir. Resolveram ir a pés, o campo não ficava tão longe. Rony, Hermione, Harry e Gina deixaram-se ficar para trás. Rony tinha um braço sobre o ombro de Hermione enquanto Harry segurava a mão de Gina enquanto andava.
_Tem idéia do que eles vão fazer?_Harry perguntou a Gina.
_Ah, acho que eles querem reunir esforços com o pessoal._Ela disse ficando próxima a Harry por causa do frio.
_ Então, Como vocês vão fazer pra ir ao dia da abertura do testamento?_Gina perguntou a Hermione e a Harry.
_ Temos que falar com a pessoa responsável pelo departamento de aurores, tenho certeza que eles não irão se opor._Respondeu Hermione.
_Isto é, se vocês passarem, né? Ainda não tem nada certo..._Rony disse displicentemente.
Hermione olhou penalizada para Rony e deu-lhe outro pequeno beijo na bochecha. O ruivo ficou vermelho.
O campo na verdade era perfeito para uma conferência. A grama era baixa e era totalmente cercado por árvores, e mesmo que houvesse chance de um trouxa ir até o local, ele seria intimidado pelos feitiços anti-trouxa.
Harry se espantou com a quantidade de gente que já aguardava devidamente sentados em seus lugares. Deviam ter pelo menos duzentas pessoas ali. O Sr.Weasley pediu que se sentassem junto aos outros, enquanto ele, Mcgonagall, Tonks, Lupin, Moody e Quim subiram num pequeno palco montado. O Sr.Weasley então aumentou a voz com o feitiço”Sonorus” e iniciou o discurso:
_Boa noite a todos vocês, Meu nome é Arthur Weasley, todos vocês me conhecem, eu suponho, do ministério. Todos vocês também são pessoas que inspiram muita confiança a mim, caso contrário não estariam aqui hoje._Ele disse polidamente._Mas vamos direto ao assunto. Estamos aqui para falar sobre as possíveis fraudes no ministério. Um assunto de grande preponderância a todos nós. Gostaria de começar com o Sr.Quim Shacklebolt, grande auror, atualmente a serviço no ministério trouxa.
Quim se dirigiu então ao público com o mesmo feitiço para aumentar o volume da voz.
_Como Arthur já explicou, estou em Londres num posto de vigilância no ministério trouxa. Sendo assim, presenciei, num certo domingo o Sr. Percy Weasley chegar acompanhado de Dolores Umbridge ir ter com o primeiro-ministro trouxa. Eles alegaram que o Sr.Scrimgeour estaria muito mal de saúde e que Percy seria o novo ministro bruxo. A questão é que o Sr.Scrimgeour morreu alguns dias depois disso. Então, como poderiam a Sra.Dolores, que passou algum tempo no hospital St.Mungus por se meter em uma encrenca com centauros, como ela poderia simplesmente saber, assim como o jovem Percy, que haveria uma substituição no cargo do ministério?_Quim perguntou muito sério.
Harry ouviu várias pessoas cochicharem, mas não conseguiu definir se elas estavam ou não acreditando na grande revelação que Quim fizera.
_Calma, senhores e senhora._Pediu o Sr.Weasley._Houve uma apuração secreta no ministério sobre a morte do ex-ministro. Homens honrados como o Sr.Hornkliver, por exemplo, insistiram em uma maior investigação do caso. Escutem só o laudo dos investigadores contratados pelo ministério, está cheio de falhas. Diz aqui por exemplo que o Sr.Scrimgeour era supostamente um comensal de morte...Que foi morto por vingança de algum outro comensal e...
_Eu conheci o Scrimgeour, era um homem de calibre, nunca fora um comensal, não se sujeitaria a isso, o Rufo. Ser um mero coadjuvante de você-sabe-quem..._Moody disse, esganiçado e com os olhos perdidos, como se estivesse relembrando coisas há muito esquecidas._Mas continue, Arthur.
_O que eu dizia é que eles se baseiam que Rufo tenha sido morto por algum acerto de contas, por um próprio comensal, eles explicam que mais ninguém conseguiria abrir a porta da sala do ministro que é altamente guardada por encantamentos,e por tanto, seria alguém que Rufo conhecia, que ele próprio tenha deixado entrar. No entanto, ninguém que trabalhasse no ministério porque ninguém saiu mais cedo àquele dia. Mas isto de modo algum é explicação, o assassino pode ter continuado a trabalhar normalmente, com sangue frio. O que nós conseguimos apurar em nossas próprias investigações é que, Percy Weasley, infelizmente meu filho, vinha tendo diversas discussões com Rufo desde que este assinara a lei de permissão ao uso de maldições imperdoáveis em comensais. Percy não parecia contente, assim como Dolores, eles acreditavam que devia-se continuar com a proibição porque alguém poderia se usufruir desta brecha para utilizar uma maldição imperdoável contra um bruxo bom.
Harry percebeu que a Sra.Weasley estava muito incomodada com a fala do marido.
_Bom, a verdade é que Percy e outros bruxos da alta estirpe do ministério, não estavam contentes com Rufo. O que sabemos é que o ex-ministro não era comensal, ele não possuia a marca negra em nenhuma parte do corpo, nem em seus pertences foi encontrado nada que fizesse pensar que ele fosse...
_Sim, foi encontrado! Cartas de você-sabe-quem a ele..._Contestou um dos presentes.
_Sim, é verdade, mas todas estas cartas são muito antigas. Suponho que houve uma época, antes de Voldemort se tornar o bruxo que é, que Scrimgeour o apreciava, fosse seu amigo. Não é novidade para ninguém que Scrimgeour não fosse tão levado por sentimentos de união entre nascidos-trouxas, bruxos de sangue puro e trouxas. Ele também apreciava a pureza do sangue mágico e pertenceu à Sonserina, foi até mesmo contemporâneo a você-sabe-quem. Mas este cortou relações com ele assim que percebeu o bruxo das trevas que se tornara. No entanto, nem como auror ou como chefe do departamento de aurores, ou mesmo como ministro da magia, jamais Scrimgeour fez grandes esforços contra aquele-que-não-deve-ser-nomeado, talvez pelo respeito à antiga amizade, talvez por medo. Mas a pressão era muito grande, trouxas morrendo, famílias bruxas sendo atacadas, ele acabou tendo de assinar esta lei de permissão ao uso das maldições imperddoáveis...
_Eu não sabia que elas já eram permitidas._Disse uma bruxa de voz hesitante.
_Pois é, os tradicionais do ministério impediram que houvesse qualquer propaganda. Eles não queriam que ninguém tomasse conhecimento. Convenceram Rufo a não punir ninguém que se utilizasse da lei, no entanto, não incentivá-los.
_Então já podemos utilizar as maldições imperdoáveis?_Perguntou alguém.
_Na verdade, a Imperius ainda é restringida ao uso no pelo ministério, no entanto, as outras duas são sim permitidas. Mas não vai ser por tanto tempo se não fizermos algo. Percy já está motivando forças para anulá-la sem o conhecimento de ninguém.
_Mas você acha digno que um bruxo a utilize?_Perguntou uma velhinha, de rosto bondoso.
_Ninguém aqui está fazendo apologia ao uso destas maldições, senhora._Quim respondeu._No entanto, os comensais podem invadir sua casa a qualquer momento, e muitas vezes apenas feitiços estuporantes não são o bastante. Devemos ter o direito de usá-las se precisármos, até que você-sabe-quem esteja derrotado.
_Continuando, o que nós queremos é formar uma aliança com vocês, não contra o ministério, mas contra os grandes nomes involvidos em toda esta sujeira e contra Percy...Weasley, meu filho. Procurar mais provas contra eles e exigir as suas demissões._Disse o Sr.Weasley.
_Apoiado!_Tonks berrou e um coro se juntou a sua voz.
_Bem, para isso, como disse o Sr.Weasley, precisamos de uma aliança com vocês. Teremos de formar comissões diversas para um fim único que é limpar o ministério da magia e fortalecer o departamento de aurores cotra o ministério. Todos vocês devem lembrar-se do lastimável ataque à cabana de candidatos a aurores, não? O que acreditamos é que o ministério tenha facilitado a entrada de muitos jovens para que os comensais pudessem atacá-los desprevenidos, enfraquecendo o departamento de aurores. Todos vocês sabem que praticamente todos os jovens seriam mortos não fosse por Harry Potter, Hermione Granger, Collin Creevey e um guardião misterioso._Mcgonagall disse, tentando-se sobrepor a gritaria que dizia “apoiado”._O Sr. Lupin estará presidindo, junto ao Guilherme Weasley a comissão de união entre criaturas mágicas, feras e bestas, quem tiver interesse em ajudá-los procure o Sr. Remo Lupin na saída. A nossa aurora Ninfadora Tonks e o auror aposentado Alastor Moody estarão na presidência da comissão de inteligência de aurores, o primeiro esquadrão da nossa aliança, todos os aurores interessados devem se juntar a ela e a Moody. Eu estarei na presidência da comissão para alerta e instrução de jovens contra as trevas, vários colegas de Hogwarts estarão junto a mim nesta empreitada, no entanto, mesmo que não sejam professores, se quiserem me ajudar, não há problema, procurem-me na saída. Arthur Weasley estará na comissão de relações e trocas de informação do ministério, profissionais do ministério da magia por favor o procurem. Molly Weasley estará na comissão para segurança doméstica, qualquer interessado a procure também, por favor e Quim estará junto a comissão de guarda aos trouxas, se alguém se interessar. Não é novidade a ninguém que esta reunião deve ser mantida em segredo absoluto, não?
_Como vamos no chamar?_Perguntou um jovem quase no final do campo, berrando.
_A Ordem da Fênix..._Disse Mcgonagall, misteriosa.
Neste momento Tonks fez aparecer no ar uma enorme fênix, uma brisa estranha fez arrepiar os cabelos de Harry. Todos suspiraram admirados.
_Em homenagem aos esforços de Alvo Dumbledore contra as forças do mal._Disse Lupin, que estava muito calado.
_Todos que não tenham se interessado por nenhuma comissão estão dispensados, aos outros, podem formar fila aqui próximo ao palco para as inscrições._Arthur disse, entusiasmado.
_Meninos, podem se escrever depois, isto aqui vai ficar uma louucura._Disse a Sra.Weasley antes de ir correr para fazer as inscrições dos candidatos a sua comissão.
Ao contrário dos gêmeos, que resolveram fazer logo as inscrições deles na comissão de Lupin e Gui, Harry e os outros voltaram para casa. O garoto estava faminto, parecia que o jantar fora há séculos.
_O que acham de fazermos um lanche?_Perguntou.
_Hey, Harry, agora a casa é sua, você é que manda._Disse Rony, seguindo-o até a cozinha.
_Então, em qual comissão vocês vão se escrever?_Rony perguntou com a boca cheia de sanduíche de frango.
_Acho que temos que ficar com Moody e Tonks, né, Hermione?_Harry perguntou.
_É, acho que sim._Ela respondeu.
_Acham que eu também posso? Mesmo não sendo auror?_Rony perguntou._Quer dizer, vocês também ainda não são e...
_Acho melhor ficármos com a Mcgonagall, Rony._Gina disse, pacientemente._Vamos estar em Hogwarts de qualquer forma.
Harry estava muito orgulhoso da namorada. Ela parecia estar compreendendo todo o conflito que Rony estava vivendo e o estava ajudando. Era melhor vê-la assim do que quando ela estava sempre pegando no pé do irmão, isso demonstrava que ela também havia crescido psicologicamente, não só fisicamente.
Como passara muito tempo e os outros não chegaram, eles resolveram ir dormir. Assim que chegou no quarto, Harry foi direto à estante de livros. Não pegara aquele de estórias infantis, mas outro sobre vassouras.
Ali estava escrito: Régulo Augustus Black.
Harry sentiu mais uma vez o coração disparar.
E mais embaixo rabiscado numa letra diferente tinha: Rég, você pode tentar, mais nunca será melhor artilheiro que eu.
Era a letra de Sirius, um pouco diferente, mas era a letra dele.
Será que poderia ser? Régulo Black seria o tal R.A.B? Aquele que deixara um bilhete dentro do medalhão que Dumbledore advinhara ser uma das horcruxes de Voldemort?
_Sinceramente, Harry, esta é uma história cheia de “se”._Disse Hermione, quando Harry conseguiu ficar a sós com ela e Rony, no quarto dele._Claro que poderia ser o Régulo porque no bilhete dizia que o tal R.A.B já estaria morto quando a tal horcruxe fosse encontrada. Mas o tal R.A.B deu sinal de vida próximo a casa do Rony, lembra? Então ele não poderia estar morto...
_A não ser que alguém estivesse se passando por ele._Rony falou, entusiasmado enquanto folheava os livros de Sirius e do irmão.
_Rony, esses livros agora são do Harry, você devia pedir permissão para ficar bagunçando..._Hermione falou._E como mais alguém poderia conhecer o R.A.B além de Harry e Dumbledore? E por que este R.A.B resolveu dar sinal de vida matando aquele comensal? São tantas questões...
_Mas só pode ser ele, Mione._Harry disse desejando que Rony não rasgasse um dos livros de folhas muito frágeis._O Régulo se encaixaria...Com certeza.
_Mas porque ele iria querer tirar uma das horcruxes de você-sabe-quem?_Rony perguntou, confuso._Quer dizer, ele era do mal, não? Olha, aqui tem uma foto.
Harry e Hermione observaram por cima dos ombros de Rony uma foto amarelada. Eram dois jovens. Um era bem pequeno, cabelos negros e lisos caindo pela testa, o outro era bem mais velho, mas era idêntico ao menor a não ser as feições mais maduras e o cabelo mais comprido. Era Sirius o mais velho, devia estar com catorze ou quinze anos, Harry reconheceu imediatamente, consequentemente o mais novo deveria ser Régulo. Não parecia mal, pelo contrário, seu rosto estava um tanto tímido e tentava se esconder detrás das vestes do irmão mais velho, que sorria a valer com o comportamento do caçula. Devia ser o primeiro ano de Régulo em Hogwarts, sim o local era devidamente a escola de Magia e Bruxaria. O garoto sentiu algo incômodo no estômago ao ver mais uma vez aquele rosto despreocupado sorrir para ele. Quem diria que Sirius um dia seria assassinado sem qualquer piedade...
Tonks voltara para suas atribuições, Harry e Hermione haviam feito suas inscrições na comissão dela, mesmo sem saber se seriam aceitos como aurores. Era uma tarde quente do dia 19 de agosto, o garoto jogava xadrez com Rony. De repente o som de correntes se fez ouvir. Era Lupin, mas não apenas ele, uma moça branca de cabelos levemente castantos e ondulados que caíam até a cintura, olhos amarelados e vestida como uma perfeita trouxa hippie estava ali com ele.
_Harry, esta é Annie Karlson. Annie, este é Harry Potter, seu afilhado.
O garoto sentiu um turbilhão confuso no estômago. Não era como se desejasse o tempo todo conhecer a madrinha, mas mesmo assim, ouvir o nome dela assim llhe fizera sentir engraçado. Antes de se levantar, Harry reparou na cara atônita que Rony fez.
Ele, apenas por educação, sorriu e apertou a mão da madrinha, mas na verdade, não tinha realmente a mínima idéia do que deveria fazer naquele momento.
_Eu realmente queria conhecê-lo..._Ela disse, segurando a bolsa artesanal que carregava com nervosismo._Era muito amiga de sua mãe...E adorava seu pai.
_Er...Também queria muito conhecê-la, a senhora deve saber muito sobre meus pais.
_É, mais de sua mãe, na verdade.
_Foi uma sorte encontrá-la, Harry._Disse Lupin, contente._Venha, Annie, vamos até a cozinha, tenho certeza que a Sra.Weasley adorará lhe servir um chá.
Mas a Sra.Weasley tomou um tremendo susto ao ver uma trouxa na cozinha, alguém que ela nunca vira na vida e cheia de enormes cordões de contas e tatuagens. Harry contara pelo menos três no caminho até a cozinha, uma no tornozelo, outra no pescoço, e outra na mão esquerda.
_Ar...Lupin, por Merlin, é uma trouxa?_Ela perguntou, deixando cair uma louça no chão._O que ela está fazendo aqui, este deveria ser um local secreto...
_Calma, Molly, esta é Annie, ela é a madrinha do Harry.
_Oh, uma bruxa. Parece tanto com uma trouxa, mil perdões...
_Na verdade sou trouxa._Ela disse, sorrindo com a confusão da Sra.Weasley._Amiga de infância de Lilian.
_Ah, sim...É que nunca havia ouvido falar da senhora.
_Não tem problema._Disse a outra.
_Mas sente-se, vou lhe servir algo...
Rony encarregou-se de chamar todos os presentes para ir dar uma espiadinha na madrinha de Harry. Hermione foi a que reagiu melhor, Gina também fez cara de espanto ao saber que havia uma trouxa na casa dos Black .
_Eu era quem avisava Lilian de que ela podia ser uma bruxa, sabe?_Ela explicou._Já tive alguns na família, infelizmente não sou, mas posso fazer algumas coisinhas interessantes. Lílian pensava que era tudo invenção minha até receber a carta de Hogwarts, eu a ajudei a falar com os pais também. Disse que a escola era segura, que ela iria aprender muito e etc. Depois passamos a nos encontrar apenas nas férias de verão, passávamos os dias juntas, éramos realmente muito amigas, eu e Lilian. Então, ela disse que não iria mais voltar porque estava em busca de emprego. E quando voltei a ter notícias dela já estava casada e grávida, me convidou pra ser madrinha do Harry. O batizei e então algum tempo depois resolvi me juntar a um grupo de hippies, desde aí não tive mais muito contato com ela...
_Como não a vi em nenhuma foto?_Harry perguntou.
_Eu nunca gostei...De fotos._Ela disse, sinceramente.
_Annie, não acha que Harry também gostaria de saber da relação que você teve com Sirius?_Lupin perguntou, calmamente.
Annie ficou escalarte. Olhou para o tampo da mesa e bebeu um longo gole de chá. Todos os presentes(Gina, Hermione, Sra.Weasley, Lupin, Rony e Harry a olhavam atentamente).
_Eu...Foi muito rápido. Nos conhecemos no dia do seu batizado, Harry. E depois ele me convidou para tomar um sorvete. Ficamos juntos por pouco mais de um mês, mas era o auge do Voldemort...Ah, desculpem, não lembrava que não posso dizer o nome dele, bem, era o auge daquele bruxo...Sirius e eu estávamos sempre com os nervos a flor da pele, foi muito difícil. Acabávamos sempre discutindo, eu não queria que ele se metesse em encrencas, temia por ele, e então numa das nossas discussões a gente percebeu que era muito difícil uma relação entre uma trouxa e um bruxo, nos separamos e nunca mais nos vimos. Eu algum tempo depois soube da morte de Lilian e Thiago...E sobre Sirius só vim a saber algum tempo atrás, que ele estava foragido, quase não acreditei, matar trouxas!
_Claro que não, Annie._Lupin falou._Sirius era inocente.
_E onde ele está agora?_Perguntou a mulher.
_Morto, assassinado, por um comensal da morte. Você sabe que você-sabe-quem retornou, não?
_Não, Lupin, quer dizer, imaginei que algo de ruim estivesse acontecendo, mas não tenho muito acesso ao meu único parente bruxo que ainda é vivo, não tinha como saber. Ah, meu Deus, pobre Sirius..._Ela disse, com os olhos ficando vermelhos.
E Lupin deu a ela o cenário de tudo que já ocorrera. A mulher prestava muita atenção em tudo, vez ou outra observava a casa, não devia fazer a mínima idéia que estava na casa dos pais de Sirius. Ela era realmente um figura excêntrica. Era esbelta e tinha uma bandana vermelha na cabeça, usava uma saia longa de pano fino e Harry olhou espantado que ela possuía um piercing na língua. Não era muito jovem, já possuía algumas rugas, mas ainda tinha um ar muito jovial.
_Como foi que se encontraram?_Harry quis saber.
_Na verdade eu estou vendendo artesanato próximo ao Ministério da Magia._Ela informou, mostrando a bolsa cheia de peças artesanais._Lupin passou e eu percebi que o conhecia de algum lugar, e então lembrei. O chamei e ele me convidou para vir até aqui para vê-lo. Não preciso dizer que você é a cara do seu pai e tem os olhos da sua mãe, né, Harry?
_Não, todos dizem isso..._Harry falou sorrindo._Mas vai ficar lá trabalhando, né?_Harry perguntou._Quer dizer, não vai se mudar com o grupo de hippies, vai?
_Acho que não, por enquanto. Estamos em um abrigo aqui próximo.
_Estive pensando, Harry, se não seria bom ela vir morar aqui com você. Você não estava me dizendo Annie, que anda um pouco cansada de viagens?
_Bom...Mas não precisa, eu me arranjo._Ela disse, constrangida.
_Ora, mas a casa é muito grande e eu quero saber mais sobre meus pais._Harry falou sinceramente._Seria muito bom se você viesse morar aqui sim, só que teria que ter mais cuidado ao sair e também não poderia dizer nada a nenhum de seus amigos.
_Eu ficaria muito honrada com o convite, mas a Sra.Weasley pode não...
_Mas a casa é de Harry, senhorita._Disse a Sra.Weasley amavelmente._Ele herdou esta casa do padrinho.
O dia vinte de dezembro amanheceu frio, chuvoso e cinzento. Harry que junto a Hermione esperavam ansiosamente o resultado dos testes de auror, revesava-se com a amiga para dar uma olhada na janela à espera de alguma coruja. Passou do meio-dia e nenhuma delas havia aparecido. Os garotos começavam a ficar ansiosos, no entanto, Rony parecia ainda mais preocupado que os dois juntos. As unhas foram comidas até o talo, e o garoto balançava a perna esquerda sem controle todo o tempo.
A Sra.Weasley preparava ovos e frango ao molho pardo para o almoço. A madrinha de Harry, Annie, acabara ficando lá na casa sem data para ir embora. Ela tentava como podia ajudar a Sra.Weasley, mas esta muitas vezes, sem o dom da magia, mais atrapalhava que adiantava o almoço. Gina e Hermione tentavam por ordem no resto da casa enquanto Harry revistava as coisas de Sirius para superar o nervosismo. Não encontrara nada muito mais importante ali desde a foto dos irmãos, e estava começando a achar que talvez pudesse ser apenas uma mera coincidência, mas quando procurou a opinião dos amigos, estes não estavam tão certos disso quanto ele.
_Pense bem, Harry._Disse Hermione passando um pano úmido no baú ao lado da cama de Harry._Não deve haver ninguém com tanta probabilidade de ser o tal R.A.B que Régulo. Ele é filho de uma das mais influentes famílias de bruxos antes da derrota de Voldemort, ele foi um comensal, ou seja, tem muitas informações de Voldemort...
_Hermione, dá pra parar de ficar repetindo este nome?_Rony perguntou roendo o cantinho da unha ainda não comido totalmente.
_Então, como eu dizia..._Ela continuou com um olhar de impaciência para Rony._Ele pode ter sido morto justamente por ter roubado a horcurx, não pode? Vocês lembram o que o Sirius disse uma vez?
_Hermione, como podemos simplesmente nos lembrar de todas as frases de Sirius?
Mas Harry lembrava, passara muito tempo tentando relembrá-las depois da morte dele, e este exercício permaneceu gravado em sua memória. Com certeza Hermione falava sobre a vez que Sirius mencionara o irmão...
_Que ele fora muito fraco ou covarde e quis deixar Voldemort depois...Foi isso. Então, como Voldemort não aceita que ninguém desista de seus trabalhos...
_Ele o matou._Disse a garota._Mas escute, Harry...É, talvez seja mais provável que Voldemort não tivesse sabido que Régulo teria lhe roubado a horcrux senão já teria mandado averiguar antes, não?
_Hermione, você tá se esquecendo de uma coisa._Rony falou olhando impacientemente a paciência que Hermione estava tendo para limpar entre os contornos do baú._Quem foi então o cara que fez a marca R.A.B naquele comensal lá perto de casa?
A menina parou de limpar, jogando a flanela sobre o chão. Havia uma marca de sujo em seu nariz, e se possível seu cabelo estava mais desgrenhado que nunca.
_Talvez Régulo não tenha morrido de verdade..._Ela falou._Talvez tenham pensado que ele morreu, como Rabicho. Ou então a história vazou de alguma forma, Harry, alguém leu aquele bilhete e quis, sabe-se lá porquê se passar por ele.
_Ainda tem o mistério do cara lá que ajudou vocês..._Rony disse.
_É verdade..._Harry falou sentindo que já era hora de dizer a verdade._Eu já o vi antes. Pelo menos acho que já o vi. Foi na noite que fui para sua casa, Rony, não olhei direito, mas se parecia muito com o cara que nos ajudou, Hermione. Nunca quis contar porque pensei que talvez fosse uma ilusão, sei lá.
_Harry!_Esganiçou-se Hermione de repente levantando-se do chão e indo se sentar na cama que os amigos estavam sentados.
_Vai falar ou não?_Perguntou Rony, impaciente.
A menina tinha as mãos na boca.
_Já pararam pra pensar como as coisas se encaixam?_Ela falou depois de muito tempo._Harry não foi atacado nenhuma só vez durante todo tempo em que esteve na casa dos tios...Estranho, não? O cara vestido em trapos estava lá também, não? E se ele estivesse impedindo comensais de se aproximar da sua casa? E se ele fosse como seu guardião? Ele te defendeu na casa dos Rony também, afinal aquele foi um dos comensais que te atacou...E por fim ele o ajudou na barraca. É perfeito!
O bom de tudo havia sido que a madrinha pôde contar a Harry, muitas histórias sobre sua mãe. Como quando ela descobriu que era uma bruxa e toda a raiva(?) que sentia de Thiago Potter antes de passar a namorá-lo. O quadro da mãe de Sirius, contudo, não parecia gostar nada da nova hóspede: Trouxa de sangue vil, deixe esta casa...Limpe seus pés, sua porcaria ignóbil. Berrara uma vez quando fora assustada por Annie que havia quebrado um vaso.
_Receberão um salário agora, tem de pensar bem o que fazer com ele._Disse a Sra.Weasley.
_Mas ainda não sabemos se vamos ficar..._Hermione falou.
_E também o salário é o que menos importa._Harry disse._ O que é...
_Claro que não importa pra você, que já tem montes de galeões, mas se fosse pra mim..._E então Rony se calou.
Bichento subira em cima do colo de Hermione e começava a remexer o rabo de escovinha.
_Ah, não, Hermione, eu tenho alergia...à SNIFF, pêlos de gato._Rony falou, emburrado.
A mesa já estava servida e todos apenas esperavam pelo Sr.Weasley para fazerem a refeição quando o barulho do ranger de correntes anunciou a chegada deste. Ele entrou todo encharcado pela chuva fina que fazia do lado de fora, ao lado dele estava Tonks com uma camisa preta da banda de rock bruxo, As Esquisitonas.
_Trouxe Tonks._Ele disse sorrindo, ao entrar na cozinha, sentando-se à mesa._Ela foi deixar uns relatórios no ministério da magia. Vai ficar hoje em Londres, não é Tonks?
_Vou sim, Arthur._Disse esta, que àquele dia estava com os cabelos encaracolados e louros até os ombros, ela também estava molhada._Estive preparando um relatório sobre as dificuldades de comunicação com os gigantes... O meu grupo está quase todo ferido, por sorte de ser mulher eu não sou tão visada. Se Hogwarts não tivesse tantos problemas agora, pediria a ajuda de Hagrid, afinal, ele é meio-gigante.
_Sente-se Tonks._Pediu a Sra.Weasley oferecendo uma cadeira.
_Desculpe não avisar, Molly.
_Ora o que é isso! Quantos ovos você quer?_Perguntou._Está tão magrinha...
_Dois, por favor.
_Aqui estão o resultado de vocês, meninos._Disse o Sr.Weasley de repente tirando algo do suéter molhado._ Eles não sabiam para que endereço enviar, então, me procuraram.
Harry pegou o envelope endereçado a ele enquanto Hermione ansiosamente, e fechando os olhos segurou o outro trêmula.
_V-você primeiro, Harry, por favor._Ela pediu segurando o dela contra o peito.
Harry então forçou o seu, que estava úmido e sujo do molho que estava impregnado aos dedos do Sr.Weasley. o envelope tinha um selo azul, que demonstrava uma varinha emitindo fogo e nele estava gravado em letras minúsculas: Departamento de Aurores, desde 900 d.m.
_D.M?_Harry perguntou mostrando o selo a Hermione, que sentava-se ao seu lado na mesa.
_Depois de Merlin._Ela disse._Eles começam a contar os anos no mundo bruxo depois de Merlin.
Destacando finalmente o selo o garoto tirou de lá o pergaminho muito cuidadosamente dobrado. Em seguida o desdobrou, sentindo pontadas enjoadas no estômago.
Caríssimo Sr.Potter,
É com imenso prazer que declaramos que vossa senhoria possui todas as qualidades para fazer-se um auror. Estaremos esperando pelo senhor, dia 25 de agosto às nove horas da manhã para o primeiro dia de treinamento, no Ministério da Magia, quartel-general de aurores, em Londres. Favor levar esta carta consigo.
Atenciosamente,
Benjamin Haickel.
_Eu...Passei._Ele falou, quase sem voz.
_Yeah, Harry, eu sabia que conseguiria!_Tonks falou entusiasmada._Bem vindo, colega. Abre logo esta carta, Hermione. Acha que uma bruxa inteligente como você não vai ser aprovada? Que piada!
Ela se demorou apenas alguns segundos, e então virou-se com os olhos brilhando para Harry.
_Eu também...Também passei.
_Meus parabéns, Hermione._Disse o Sr.Weasley._Na verdade, os dois estão de parabéns, é realmente muito importante novos jovens no Departamento de Aurores, vocês sabem. E Haickel é um bruxo muito sério, podem confiar nele.
Os dois foram felicitados por quase todos, até mesmo pela Sra.Weasley que não sabia ao certo se estava alegre ou preocupada com o feito, exceto por Rony, que chateado deixou a cozinha, espatifando um ovo com o garfo.
_Deixa que eu vou atrás dele._Hermione falou, muito séria.
Harry já ia levantar-se e segui-la quando foi surpreendido por Gina.
_Deixe eles a sós, Harry. Eles precisam conversar...
No dia vinte e cinco de agosto, Harry e Hermione foram juntos ao Sr.Weasley até o ministério. Este se separou deles desejando boa sorte na porta do quartel-general. A sala ainda possuía inúmeros pôsteres de bruxos procurados. O rosto de Severo Snape e Belatriz Lestrange eram os mais retratados. O recinto estava totalmente vazio exceto por dois bruxos, Flóris e um outro mais velho e vestido elegantemente. Este outro possuía pequenos olhos negros, como os de Hagrid, barba cerrada e cabelos castanhos. Era alto e parecia ter sido muito musculoso algum dia. Possuía uma expressão agradável e Harry sentiu-se feliz quando este se anunciou como Benjamin Haickel o chefe do Departamento de Aurores.
_Como vai, Potter? Tenho ouvido falar muito de você, o imaginava mais magricela...Felizmente o senhor parece ter adquirido mais massa muscular, não? Isto ajudará no ofício..._Disse este sorrindo a apertar a mão de Harry.
_Ah, obrigado._Disse o garoto, um pouco acanhado.
_Senhorita...
_Granger, Senhor._Disse ela, corando.
_Ora, que incrível dupla! Tenho ouvido falar de você também, Granger. Sim, meus juízes ficaram realmente satisfeitos com suas notas, devo dizer que as melhores notas que já tive em mãos.
Alguém bateu na porta, Haickel abriu-a com um feitiço. Uma garota de cabelos negros e brilhantes entrou na sala, era Cho.
_Harry, Hermione._Ela cumprimentou brevemente, os garotos retribuíram com sorrisinhos amarelados.
_Deve ser...
_Cho Chang, senhor._Disse jogando a cabeleira por trás dos ombros.
_Ótimo, Srta. Chang. As aulas de vocês já vão começar...Por aqui, por favor._Disse Haickel abrindo uma passagem na parede da sala para uma outra sala muito mais ampla e cheia de almofadas.
A semana de treinamentos correu normalmente, embora muito cansativa. Eles tiveram aulas com bruxos renomados de outros países, e aprenderam novos feitiços e técnicas. No final da semana, Harry sinceramente achou que havia aprendido mais ali que em todos os seus anos juntos em Hogwarts. No último dia, ele e Hermione resolveram pedir ao chefe do departamento de aurores uma licensa para estarem dia primeiro de setembro em Hogwarts, para a abertura do testamento de Dumbledore.
Haickel possuía uma sala especial no ministério, Harry e Hermione foram guiados por Flóris, que estava de guarda lá. O rapaz estava realmente satisfeito que os dois houvessem passado nos testes. Infelizmente, Harry soubera que Collin Creevey não havia passado nos testes.
Harry e Hermione bateram na porta de madeira lustrosa com uma placa: Chefe do Departamento de Aurores. Não tardou e a porta foi aberta. Haickel estava sentado a uma enorme mesa, cheia de papéis, parecia muitíssimo ocupado, mas sorriu ao vê-los.
_Como vão vocês, hein?_Perguntou assinando um papel e jogando-o por cima de uma pilha deles.
_Bem, senhor._Apressou-se em responder Hermione._Quer dizer, nós temos que lhe fazer um pedido, por favor.
_Um pedido?_Haickel perguntou levemente intrigado._Mas façam, então.
_É que no dia primeiro de setembro eu e Harry temos um compromisso inadiável...
_Sim, um compromisso com o Departamento de Aurores, é o dia da posse de vocês, não? É o primeiro dia de trabalho também.
_Não, senhor._Harry respondeu._Precisamos ir a uma abertura de testamento, senhor.
_Ah...Desculpem-me meninos, mas não podem simplesmente adiar a data da posse, vocês terão que está aqui sim no dia primeiro de setembro quanto ao outro compromisso...
_Mas senhor, será a abertura do testamento de Alvo Dumbledore...Precisamos estar no navio para Hogwarts às onze nesse dia._Hermione respondeu, incomodada.
Então de repente Haickel sorriu.
_Ok, tudo bem... Estarão nesse navio às onze, mas antes devem passar aqui para a posse, não esqueçam.
_Certo, então._Harry disse._Estamos indo, até logo.
_Até, Harry. Tem lido o profeta diário?_Perguntou.
_Não, senhor. É que nos mudamos e...Acho que está sendo difícil para as corujas nos encontrar.
_Que estranho, as corujas raramente ficam perdidas, Sr.Potter._Ele disse, curioso.
Então Haickel remexeu na gaveta e tirou de lá um exemplar amassado do profeta diário. Uma foto enorme de Harry e Hermione estava estampada. Hermione tinha um enorme livro de poções, que usara na barraca, parecia entretida entre as páginas. Harry, no entanto, encontrava-se de braços cruzados numa posição desafiadora.
Melhores alunos de Hogwarts, Hermione Granger e Harry Potter se tornam a nova promessa do Departamento de Aurores
Hermione Granger sempre foi conhecida como a melhor aluna da nova geração de Hogwarts pelos colegas e professores da escola. Harry Potter, que por muitos é considerado como o escolhido para derrotar aquele-que-não-deve-ser-nomeado, sempre salvou a si mesmo e à escola de ameaças como o roubo à pedra filosofal, em seu primeiro ano; salvou uma garota, atual namorada, da câmara secreta e do terror que lá continha; ao terceiro ano descobriu que Sirius Black, não era, como pensávamos o assassino que o condenaram ser; Ao quarto ano presenciou a ascensão deste que não-deve-ser-nomeado; ao quinto participou de uma luta contra comensais no ministério da magia e finalmente ao sexto, presenciou a morte de Alvo Dumbledore e tentou deter se assassino, contudo, não teve muita sorte. No entanto, o jovem bruxo tem características de sobra para ser, ao lado da amiga, a nova promessa. Talvez, ainda vislumbremos os velhos tempos em que Alastor Moody prendeu, com perspicácia, dezenas de comensais.
Talvez, finalmente, possamos chegar ao fim de você-sabe-quem.
_Acho que exageraram um pouco._Disse Harry._Mas com certeza eles têm bastante informações sobre mim.
_É, verdade._Haickel falou recebendo o jornal de volta._Soube o que eles estão fabricando para crianças, não soube?
_N-não...
_Bonecos seus, diz frase legais como: Serei eu quem vou derrotar aquele-que-não-deve-ser nomeado, porque eu sou o Escolhido.
_Ah, não._Harry falou sentindo corar.
_Ora, Harry e Hermione, deviam sentir-se contentes, isso demonstra a confiança popular em vocês. As crianças vão adorar os bonecos, Harry, e não vão sentir-se tão angustiadas com a situação atual.
_É, mas...Quem disse que Harry vai realmente conseguir derrotar Voldemort? Ele não quer quebrar a expectativa de ninguém..._Hermione respondeu.
_Você também diz o nome dele?_Haickel perguntou um tanto amedrontado._Nada mal, nada mal. Podem ir agora, até mais.
Harry tentava manter os cabelos penteados para o lado, era o dia da posse. Ele vestira um suéter azul escuro e calças pretas. Sentara-se na cama para amarrar os cadarços quando alguém bateu.
_Pode entrar.
Era Gina, ela trazia uma limonada para Harry.
_Mamãe mandou. Dia quente, não?_Ela perguntou, sentando-se ao lado dele._Harry, escute, nós precisamos conversar...
_Claro, eu também preciso fazer umas perguntas..._Harry disse, pensando no que acontecera na caverna._Eu quero saber exatamente o que houve entre nós, porque eu não relembro com clareza.
Ela sorriu, e segurou o queixo do menino.
_Harry, acha realmente que o que aconteceu importa? O que aconteceu foi apenas para selar o voto, nada mais.
_Mas, Gina, eu...
_Harry, se você não se lembra, como pode se sentir culpado por qualquer coisa?
_Eu não entendo como...
_Não se preocupe, já disse._Ela falou.
_Okay._Ele falou mais aliviado._Então, como vamos fazer agora que você vai para Hogwarts e eu vou ficar trabalhando?
_Fizemos o voto, não fizemos?_Ela perguntou._Isso vai garantir que haja o que houver ainda estaremos juntos.
_Ótimo._Ele falou._Ah, eu tenho uma coisa pra te dizer. É sobre Cho.
_O que tem?_Ela perguntou.
_Ela me beijou...
_E você?
_Eu a soltei logo que pude._Ele respondeu depressa._E depois eu desmaiei.
_Harry, me desculpe...Eu não fazia idéia._Ela disse, visivelmente constrangida._Não pensava que era tão sério.
_Não se preocupe, acho que nada semelhante vai voltar a acontecer e então, com certeza, não vou mais precisar desmaiar.
Ela riu.
_Vou visitá-la em Hogwarts quantas vezes puder, está ok?
_Claro. Vou ficar esperando, eu esperei tanto tempo, é claro que sou capaz de esperar mais algum temp-o por você. Me escreva sempre. Faz tempo que Edwiges não dá nenhum passeio.
Era verdade, a coruja branca como neve e de enormes olhos cor de âmbar que se encontrava comendo o alpiste deixado por Harry em cima da borda da janela, parecia estressadíssima.
Se formara uma fila no hall da casa dos Black para despedirem-se de Harry e Hermione, que também dera um jeito nos cabelos. O garoto recebeu um abraço apertado da Sra.Weasley que estava sempre dizendo: Por favor, tomem cuidado. A madrinha do garoto lhe deu de presente um cachecol que ela mesmo fizera. Gina lhe dera muitos beijos antes de ir e agora não faltava mais ninguém além de Rony.
_Ele ainda está muito aborrecido._Gina falou._Achava que vocês não deviam ter continuado na seleção depois que ele não foi aceito...
_Vamos lá falar com ele, Harry?_Hermione perguntou.
Harry a seguiu até o quarto do garoto. O quadro vazio ainda estava lá, Harry sabia que Fineus Niggelus, tetravô de Sirius, podia ter acesso a ele. Rony estava esparramado na cama, com cara de quem chupou limão azedo.
_Rony, eu não acredito que você ainda tá deste jeito._Hermione disse, consternada.
_Cara, vamos dar um jeito de estar sempre em contato contigo._Harry disse sentando-se na cama em que dormira quando ficara hospedado na casa dos Black da outra vez.
_Pensei que formávamos um trio..._Ele falou._E, Hermione, pensei que erámos um casal agora.
_E você não pensou errado, Rony._Ela falou, aproximando-se dele._Ainda somos um trio...E t-também somos um c-casal.
_Eu vou esperar lá embaixo, ok?_Harry disse sentindo que deveria deixá-los a sós.
_Espera, cara._Rony falou, levantando-se._Desculpa aí, cuide bem da Hermione, ok?
_Claro, Rony. Nem precisava pedir, e você cuide bem da Gina.
_Claro que vou cuidar, antes de tudo ela é minha irmã, não é?
Os treze candidatos aprovados estavam no quartel-general àquele dia para a posse. Haickel entregou a cada um deles um pergaminho enrolado em uma fita vermelha. Harry e Hermione abriram os deles.
Sr.Harry James Potter
Empossado na Missão de Guarda ao Castelo de Hogwarts
_H-Harry, eu vou ficar de guarda em Hogwarts!_Hermione disse esganiçada.
_Eu também! Acho...Isso é tão perfeito, não é?
_Talvez tenha o dedo da Mcgonagall, né?
_Pode ser, mas nem quero saber._Harry falou sentindo-se extremamente feliz_ O importante é que vamos ficar perto da Gina e do Rony...as coisas vão ser muito mais fáceis.
_Bem, não sou eu que direi o regime de trabalho de vocês. Ao chegarem aos seus devidos postos, haverão pessoas encarregas a lhe dizer isto._Haickel falou._Sejam bem vindos ao Departamento de Aurores. Por favor, tomem as devidas chaves de portais.
E então Flóris mostrou a eles cinco chaves. Uma dizia "Para Hogwarts" em letras pintadas à tinta vermelha. Era uma lata de alumínio. Harry e Hermione pareciam terem sido os únicos a serem designados para a escola porque foram os únicos a se adiantarem para lata. Os dois tocaram nela ao mesmo tempo e...
Harry sentiu as coestelas racharem, acabara de cair em cima de talos grossos de carvão. Toda a sua roupa estava agora da cor de breu. Hermione, que tão cuidadosamente dera um jeito no cabelo, agora estava com eles mais lanzudos que nunca.
_Eles não podiam ter escolhido um lugar melhor, não?_Ela perguntou levantando-se impacientemente.
Estavam em um pequeno cômodo cheio de carvão e apenas iluminado por uma lamparina.
_Harry, acho que já estamos dentro do navio._Ela falou limpando-se com um feitiço, que não teve tanta eficiência assim.
Os dois deixaram o pequeno cômodo por uma salinha estreita e seguiram por um enorme corredor de ferro enferrujado que deu num imenso salão. Havia muitos alunos de Hogwarts ali, eles tomavam uma poção esquisita que era entregue por elfos domésticos magros e abatidos. Harry percebeu o olhar de censura da amiga. Um elfo doméstico se adiantou até eles, havia feridas em seu corpo.
_Poção anti-enjôo, senhores._Falou com a voz fraca.
_O que houve com você?_Hermione perguntou, olhando horrorizada para os cortes.
_Não tenho limpado o convés direito, senhorita._Disse o elfo, baixnado a cabeça._Eu mereço isto.
_É claro que não merece._Disse Hermione.
Harry sabia que a amiga ia retornar ao seu discurso contra a escravidão de elfos quando eles ouviram as vozes de Gina e Rony. Os dois pareciam surpresos com o estado das roupas dos amigos e também com a presença deles ali.
_O que diabos vocês estão fazendo aqui?_Rony perguntou, abraçando Hermione._Pensei que vocês só iam para Hogwarts mais tarde, pra abertura do testamento...
Então Hermione abraçou Rony e lhe disse:
_Vamos ficar em Hogwarts. Nossa missão é guardar a escola, Ron.
_Harry...!!! Isso é simplesmente maravilhoso..._Gina disse iluminando-se.
O elfo doméstico foi embora resmungando algo como: Bruxos, depois que sentem enjôo botam a culpa em nós, nem quiseram tomar a poção.
Neville e Luna vinham a paços largos para saudar os amigos.
_Oi, pessoal._Disse Neville._Último ano em Hogwarts, hein? Mal dá pra acreditar...
_Não vejo a hora de ver Dumbledore._Disse Luna com seu ar aéreo de sempre._O que foi? Vocês não engoliram essa que ele realmente morreu, engoliram? Vejam só, o maior bruxo de todos os tempos ser morto por um Avada Kedrava...Aposto que está fazendo uma surpresa pra gente.
Ninguém teve a ousadia de questionar aquela afirmação. Mas Harry reparou em como ambos estavm diferentes, Neville e Luna. O rapaz, apesar de continuar a ter um rosto redondo e gorducho, começara a parecer mais maduro com uma pelugem rala no queixo. Luna estava mais crescida, parecia que havia esticado dez centímetros. Na verdade estavam todos maiores. Harry, no entanto, sabia que eles não cresceriam muito mais que aquilo, já estavam chegando na fase adulta, todos eles. Era engraçado lembrar do primeiro encontro que Harry tivera com a família de Rony, Gina era só uma pirralhinha. Rony era bem menor também e mais sardento. Hermione tinha a voz mais esganiçada e os cabelos eram mais volumosos, ela era mais mandona e sabichona também. Todos melhoraram, e muito.
_O navio Arccha vai começar a afundar._Disse um marinheiro.
Harry sentiu uma pressão invadir o seu peito, as pernas dobraram e ele caiu no chão, vários alunos também. Em seguida algo o puxou pra cima.
_O navio Arccha está emergindo._Anunciou o mesmo marinheiro.
O ar lhe voltou aos pulmões, mas junto a ele um enjôo terrível, desejava agora ter bebido até a última gota daquela poção. Todos desembarcaram do navio no lago da escola. Era a primeira vez que chegavam tão cedo lá, ainda era dia. As inúmeras torres e torrinhas brilhavam no céu. Harry sentiu-se um pouco melhor.
_Esse navio Arccha é como o navio da Drumstang...Vocês lembram?_Rony perguntou.
Mas Harry havia acabado de reparar em uma coisa, havia pouquíssimos alunos para o número que deveria ter. Com certeza muitos pais optaram em não mandar seus fihos de volta a Hogwarts. Uma visão reconfortante vinha correndo em direção aos alunos, era Rúbeo Hagrid, seus olhos negros como bezourinhos fechando-se a abrindo no esforço que era correr para um homem daquele tamanho todo.
_Potter, Granger, não esperava encontrá-los aqui._Disse com o peito arfante.
Então entregou um saco, que devia conter dinheiro, ao marinheiro do navio. E guiou os alunos pela grama até a porta principal do castelo. Pelo caminho Harry teve de explicar a todos qual era o real motivo pelo qual ele e Hermione estavam na escola. Todos pareceram um pouco desapontados que os dois não fossem continuar o último ano com eles.
_O que vou fazer sem a ajuda da Mione?_Neville perguntou, angustiado.
_Quando precisar é só me chamar, vou estar por aqui._Respondeu Hermione pacientemente.
Hagrid os levou diretamente para o salão principal, que não estava decorado como nos outros anos, pelo contrário, as velas que ficavam supensas no ar acima das cabeças deles estavam quase totalmente derretidas, o teto estava idêntico ao céu lá fora, mas havia algumas falhas, de modo que pela primeira vez Harry vira o teto de Hogwarts como ele verdadeiramente era. Hermione pusera a mão no rosto tristemente, Rony resmungou algo como: Que diabos, parece que Hogwarts estava abandonada. Então, Mcgonagalll que estava sentada onde antes costumava ficar Dumbledore levantou-se e disse:
_Acomodem-se como puderem todos. É com imenso prazer que os recebo mais uma ano na Escola de Magia e Bruxaria de Howgarts._A sua voz era pausada e melancólica._Todos conhecem o que aconteceu nesta escola ainda ano passado e, nenhum de nós devemos querer esquecer, pois isso demonstra o quanto os bruxos e o seres humanos de modo geral podem ser pervesos quando agem apenas imbuídos de egoísmo e interesses particulares. Este ano, extraordinariamente, não teremos cerimônia de seleção nem divisão entre casas. De modo que os alunos novatos podem escolher dormir no dormitório que acharem melhor. De modo também que todas as competições ou torneios foram anulados em Hogwarts.
_QUÊ?_Rony e Gina perguntaram, abismados.
_Isto mesmo, Sr. e Srta.Weasley, se desejarem jogos de quadribol deverão tê-los de modo livre, sem nenhum apoio da escola às competições entre alunos. Esta foi uma medida sugerida pelo ministério e que a nossa assembléia de professores resolveu acatar.
O ideal é manter os alunos em clima de união, sem suscitar disputas por causas irrelevantes.
_Ah, que bobagem..._Resmungou Gina.
_Eu não acho, Gina. Sempre pensei que jogos de quadribol causavam mesmo muitas disputas...
_Claro, Hermione, você não dá a mínima pra quadribol._Gina disse, irritada._Este ano vai ser muito entediante, já estou prevendo.
_ Vocês, alunos novos, também devem saber que a floresta proibida tem este nome porque nenhum aluno deve visitá-la senão em presença de algum professor. Temos ainda dois professores novos este ano, Remo Lupin que ensinará Defesa contra a Arte das Trevas e vai retornar a escola, muitos de vocês já o conhecem, mas ele só chegará daqui a uma semana. Está um tanto ocupado. E Jason Wodja que veio diretamente da Irlanda para ensinar poções a vocês.
Um bruxo muito jovem de cabelos castanhos e lisos que escorregavam até os ombros levantou-se, era muito alto e seus olhos muito verdes. Ele sorriu, e quando o fez, todos bateram palmas. Rony virou-se imediatamente para Hermione enquanto Harry olhava rapidamente para Gina, que parecia chocada com a beleza do rapaz. Harry sentiu uma confusão dentro do peito.
_Eu não to olhando feito boba pra ele nada, Rony._Resmungou Hermione.
_Ah, não...Acho que desde Gilderoy Lockhart você nunca tinha ficado tão boba ao ver um professor.
_Que idiota!_Hermione falou, colocando os cotovelos na mesa._Ele nem ao menos é o meu professor...E você acha mesmo que algum dia este cara aí ia dar a mínima pra mim?
_Então você acha mesmo que ele é o bambambam._Resmungou Rony ficando vermelho.
_Ah, Rony, deixa pra lá._Ela falou voltando-se sua atenção para a mesa dos professores onde o jovem bruxo começava a discursar, para desepero de Rony.
Para combinar com sua forma física perfeita, Mackenzie também possuia uma voz muito agradável. Todas as meninas estavam pasmas e Harry sentia cada vez mais ciúmes de Gina. Até mesmo pequenos deslizes na pronúncia ou no sotaque do novo professor fazia as meninas darem risadinhas e suspirarem. Finalmente, o jovem sentou-se mais uma vez e fechou a boca.
_Bem, o banquete será servido em instantes._Disse Mcgonagall._Antes, o chapeu seletor gostaria de cantar uma de suas autorias.
Hagrid colocou o chapeu em cima de um banquinho. Este pigarreou um pouco distribuindo poeira pelo salão antes de começar.
_Alvo Dumbledore, Alvo, Alvo, Alvo
Puro sois vós, Puro sois.
O homem mais nobre que o mundo já viu
Depois do caro Merlin,
Alvo com destreza dirigiu
esta escola com veneração
Nunca esqueceremos seus feitos,
Sabemos que estais em um bom lugar
Permita-nos que vinguemos,
A sua morte ainda, oh
Porque a sua confiança não devia ser traída
Grande homem
de grandes feitos.
Enquanto ele cantava, não houve bruxo naquele salão que não voltasse seu pensamento para a pessoa de Dumbledore, porque não havia ninguém ali que não conhecesse algo sobre aquele homem, por mais ínfimo que fosse. Mcgonagall conjurou uma enorme imagem de Dumbledore com seus oclinhos de meia-lua que ficou pairando no ar até o início do banquete.
Não fora nem de longe o banquete que eles costumavam ter quando Dumbledore era o diretor. Na verdade, Harry sentia que nada mais voltaria a ser como antes e que por mais que Mcgonagall se esforçasse, ela não conseguiria transformar aquela escola triste e fúnebre no mesmo lugar emocionante e alegre que abrigara Harry no seu primeiro ano lá. Mas Harry sabia, não era culpa dela.
_Pelo menos duas coisas boas aconteceram._Rony falou terminando a sobremesa, sorvete de limão._O Snape finalmente deixou esta escola e a gente não vai mais ver aquela cara debochada do Malfoy.
Mcgonagall se aproximava com o toc-toc de seus sapatos. Tocou no ombro de Harry e disse:
_Preciso de você, do Sr.Weasley e da Srta.Granger.
Os três se levantaram imediatamente, sabiam do que deveria se tratar. Gina pareceu levemente desapontada por não ter sido chamada também.
_Gina, vejo você no salão comunal._Disse Harry.
_Sem problemas._Ela falou voltando sua atenção para o sorvete de limão._Eu definitivamente não gosto de sorvete de limão...
_Era o preferido de Dumbledore._Disse Mcgonagall melancolicamente antes de deixar o salão sendo seguida pelos três garotos.
Os três a seguiram até a gárgula de pedra no meio do corredor. Havia duas pessoas encostadas ali, as duas Harry já conhecia. Eram Rita Skeeter e seu fotográfo.
_Como vai, Mcgonagall?_Ela perguntou._Nós queremos uma manchete de capa com a abertura do testamento de Dumbledore.
_Rita..._Hermione falou entre os dentes.
_Como vai, Granger? Acho que vou voltar à ativa, sabe como é._Disse Rita com o olhar malicioso.
_Espero que não nos meta em nada, pois senão...
_Eu sei com que estou lidando, Heminone.
_Hermione._Corrigiu a menina.
_Desculpem, mas eu não quero manchete alguma._Disse Minerva com os lábios brancos de cólera._Vocês não estão pensando que vão cobrir qualquer coisa, não é? Dumbledore a proibiu de entrar em Hogwarts, eu também a proíbo, Rita.
A mulher sorriu maliciosamente e deu meia-volta.
_Adeus, Então, queridos. É realmente uma pena...
_Flã de chocolate._Murmurou Mcgonagall.
A sala de Dumbledore estava um pouco empoeirada, mas ainda conservava o jeito dele. Em uma das paredes num quadro de moldura muito bonita, estava ali a pintura do diretor. Este tinha os óculos de meia-lua caindo pelo nariz torto e estava dormindo profundamente.
_Um pouco cansado, não, Dumbledore?_Murmurou Mcgonagall delicadamente.
Então os olhos extremamente azuis se tornaram visíveis, e um sorriso maroto tingiu o rosto pálido do diretor.
_Acho que esperava que viessem. Meu testamento, com certeza, não? Como vai, Potter, Granger e ah...Sr.Weasley?
_Bem, senhor._Disse Rony com as orelhas vermelhas.
_Em uma carta anexa Dumbledore explicou de quem se trataria o testamento, se referiria a vocês três, a mim, ao irmão dele e a Hagrid. Dumbledore também diz que eu posso ser a juiza da cerimônia com imparcialidade. Então, só temos que esperar que Hagrid traga Albeforth. Sentem-se, por favor.
Harry, Hermione e Rony sentaram-se de frente à diretora que acabava de ler uma folha de papel. Harry não reparara muito porque estava olhando para o quadro de Dumbledore. A pintura demonstrava apenas seu busto, e o diretor caíra no sono outra vez. Dois segundos depois Hagrid entrou acompanhado do bruxo, que tinha alguma semelhança com o irmão.
_Como vai, Albeforth?_Perguntou Mcgonagall._Sente-se.
_Muito obrigado, senhora, mas prefiro ficar em pé mesmo._Disse o homem, num resmungo.
_Ora, antes você que eu._Disse Hagrid sentando-se em uma das cadeiras, que rangeu.
_Ótimo, todos estando presentes, vamos à abertura.
Mcgonagall tirou um envelope de papel pardo de um armário. Em seguida deslacrou-o e o leu:
Por meio deste venho delegar meus bens em ocasião de minha morte, eu, Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore.
Delego, pois, todas as minhas propriedades ao meu irmão, Albeforth Dumbledore.
Delego ainda todos os meus objetos, livros e obras ao serviço da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts com exceção de uma penseira que se encontra em minha sala, esta entrego ao Sr.Harry Potter, e somente a ele.
Delego ainda um quarto de todo o meu ouro ao serviço e manutenção de Hogwarts. Outro quarto ao Sr.Rúbeo Hagrid por todos os serviços e ajudas que já me prestou. Outro quarto ao Sr. Ronald Weasley e outro quarto, finalmente, a Srta.Hermione Granger.
Faço assim meus últimos desejos.
Assinado Alvo Dumbledore.
Testemunha de minha sanidade e vontade própria, professora Minerva Mcgonagall.
_Por que ele me daria um terço do ouro dele? Dumbledore tava maluco?_Rony perguntou.
_Rony, tenha modos. _Esbravejou, a diretora._Foram os desejos de Dumbledore, respeite-os.
_Mas diretora, eu não preciso do ouro dele...Eu vou doar à escola._Disse Hagrid, muito emocionado.
_Nada disso, Hagrid. Na ocasião da preparação deste testamento, Dumbledore me fez prometer que faria de tudo para seguí-lo às riscas. Se ele quisesse que a escola tivesse metade de todo o seu ouro ele teria ordenado assim, isso serve ao Sr.Weasley e a Srta.Granger. Podem me procurar amanhã para irmos ao Gringotes apanhar o ouro vocês três. Por favor, se não se incomodarem podem deixar eu e Potter a sós?
Todos saíram, Albeforth parecia satisfeito com o que herdara, Dumbledore deveria possuir muitas propriedades.
_Harry, depois de seu expediente, pode vir pegar a sua...Penseira._Mcgonagall falou._Sabe que se quiser compartilhar as memórias de Dumbledore com a ordem será muito bem vindo.
_Desculpe, professora._Disse Harry um tanto constrangido._Mas acho que se o Dumbledore quisesse que toda a ordem conhecesse suas lembranças, não teria deixado a penseira em meu nome.
Mcgonagall levantou a sobrancelha ameaçadoramente, no entanto, baixou o olhar segundos depois e disse:
_Acho que você e Dumbledore sabem o que fazem, não, Potter?
_Sim, senhora.
_Ótimo, está liberado. Sabe o que tem de fazer, o Sr. e a Srta.Granger, não?
_Rondar o castelo, sim senhora._Disse Harry eficientemente.
_Exato. Deverão ficar aqui durante a semana, podem se ausentar aos fins-de-semana. Podem escolher qualquer dormitório da casa para utilizarem, sim? Ah, podem usar também os banheiros dos monitores.
O antigo salão comunal da Grifinória estava praticamente vazio quando Harry e os outros foram até lá. Simas Finnigan, por exemplo, não havia voltado a escola aquele ano. E muitos dos alunos novos que a escola deveria receber, simplesmente não apareceram.
_Você quer dizer que ganhou um terço do ouro de Dumbledore? Estamos ricos._Disse Gina, eufórica.
_Ah, não...Não sei se Dumbledore tem todo esse ouro._Disse Rony, coçando o queixo enquanto apanhava um sapinho de chocolate que um dos poucos alunos novos oferecia a ele._Eu nem sei o que vou fazer com ele...Quer dizer, eu já tenho uma vassoura, gostaria muito de uma thinbonne, mas...
_Rony, acho que Dumbledore não entregou este dinheiro a nós de graça._Disse Hermione de repente._Acho que tem um motivo e devíamos passar a tentar descobrir.
_Claro que tem um motivo, Hermione._Disse Gina._Vocês são os melhores amigos do Harry, que era como um filho ou um neto pra ele.
_Pode ser..._Disse a garota, incrédula._Mas quem mais ganhou de nós três, foi com certeza o Harry.
Não fora difícil o primeiro dia de trabalho. Ele e Hermione se revesaram em fazer a guarda em torno do castelo.
_Olha só, cara. Um sanduíche. Foi a Gina que pegou lá com os elfos domésticos..._Disse Rony ao entregar um sanduíche à tarde para Harry._Está morrendo de pena de você, diz que você já deve estar cansado de andar pra cá e pra lá, mas eu que estou cansado. Primeiro dia de aula e a Mcgonagall já nos deu uma aula de transfiguração.
_Deve ser por causa dos N.I.E.M.S._Disse Harry dando uma mordida no sanduíche de frango._Já é quase de noite, acho que vou pedir a penseira para a Mcgonagall.
_Quer que eu vá com você?_Perguntou Rony._Acho que devíamos chamar a Hermione também. Podíamos dar uma olhada na lembranças de Dumbledore, todos juntos.
_É, vamos chamá-la.
Os três garotos foram até a gárgula mais uma vez, e hesitaram se deviam dizer"Flã de chocolate" e simplesmente entrarem, mas Mcgonagall resolveu o dilema ao surpreendê-los.
_Ah, sim. O expediente acaba às seis e meia, Potter, ainda são seis e dez, mas de qualquer forma, vamos pegar a penseira.
A pintura de Dumbledore continuava dormindo. Harry sentiu um pouquinho de aborrecimento, seria bem melhor ouvir qualquer coisa do diretor. Mcgonagall abriu o armário que costumava ficar a penseira.
_Onde irá guardar, Potter?_Perguntou Mcgonagall._Tem de ser um local que poucos tenham acesso.
_O que acha da sala precisa, Harry?_Hermione perguntou.
Harry sentiu uma pontada no estômago, deixara o livro de poções que pertencera a Snape lá.
_A sala precisa é uma boa idéia, temo que a penseira não vá aparecer para ninguém que não precise dela._Disse Mcgonagall._Mas tem uma coisa, Potter, acho que ninguém além de vocês devem ter conhecimento que ela está guardada lá.
_Muito bem pensado, Mcgonagall._Disse a pintura de Dumbledore de repente despertando.
Harry arrastou a penseira muito pesada com um feitiço, Hermione conjurou um feitiço de invisibilidade nela que os permitiu levá-la em segredo e segurança até o local onde devia estar a sala precisa. Pensando com muita força: Eu preciso de um lugar para guardar a penseira". E então uma porta apareceu no corredor. Os três entraram, aliviados. Uma sala mediana com prateleiras cheias de pergaminhos, tinta e penas novinhos apareceu ali. O chão era encerado e havia um apoio para colocar a penseira, ao redor dela haviam três almofadas muito confortáveis nas quais os garotos sentaram-se depois de apoiar a penseira.
_Harry, você tem certeza se quer dividir isto com a gente?_Hermione perguntou.
_Claro, uma vez Dumbledore me disse que poderia dividir tudo com vocês. Acho que Dumbledore tem algum motivo especial pra ter me deixado a penseira, e vocês devem me ajudar a desvendá-lo.
E então os três deram as mãos, e deixaram os rostos mergulharem no líquido prateado e gasoso, sendo imediatamente sugados para a sala do diretor mais uma vez. Dumbledore estava lá, sentado em sua cadeira, cantarolando uma canção.
_É incrivelmente real...Eu pensava que as memórias fossem como flashes, mas não, é perfeito!_Disse Hermione dando um giro de 360 graus.
_Nem dá pra acreditar que ele morreu._Rony falou, passando o braço dentro do corpo de Dumbledore.
_Pare com isso, Rony._Disse Harry levemente aborrecido.
_Podem entrar._Disse a voz suave de Dumbledore.
E então dois jovens entraram na sala. Ele tinha cabelos rebeldes e olhos castantos, ela tinha cabelos acaju e olhos verdes. Ambos muitos jovens, eram os pais de Harry.
_Não estava esperando que viessem tão cedo._Disse Dumbledore levantando-se e cumprimentando-os com apertos de mão._Sentem-se, por favor.
_Resolvemos terminar antes do esperado a nossa lua-de-mel quando recebemos seu chamado.
_Oh, Thiago, esta não era a minha intenção, perdoe-me, por favor._Disse Dumbledore levemente preocupado.
_Não é nada demais, Diretor._Disse Lílian._Estávamos no Brasil, muito calor esta época do ano. Já era hora de virmos se eu não quisesse pegar uma insolação.
_Brasil, passei algum tempo lá em minha juventude..._Disse Dumbledore._Um belo país, bruxos muito inteligentes lá.
_Mas qual é o motivo de ter nos chamado, Dumbledore?_Thiago perguntou, remexendo em um objeto de cristal que estava em cima da mesa de Dumbledore.
_Tenho um projeto importante, Thiago, e preciso que os dois me auxiliem. Deixem-me explicar a vocês. Todos vocês conhecem Merlin e seus feitos, não? Bem, Merlin era um bruxo extraordinário e conhecia todos os tipos de magia...Mas ele se preocupava principalmente com Magia Negra, ele acreditava que devíamos conhecer Magia Negra em seu âmago, pois só assim estaríamos aptos a vencer bruxos que a utilizassem. Em sua época ele tinha muitos adversários, e perto de sua morte ele se preocupou em como ficariam todos a mercê da Magia Negra nas novas gerações. Por isso escreveu uma obra completa sobre a Magia Negra mais influente que conhecia. Esta obra ele batizou como Os Postulados de Merlin, porque estava numa altura de sua vida que não poderia se demorar em provas ou explicações de certas magias ele não usou nenhum empirismo em sua obra. Utilizando-se somente de sua memória. Mas bem, para impedir que após sua morte algum adversário seu descobrisse sua obra, ele a escreveu em runas antigas em um estilo obsoleto. Ainda para impedir que eles tivessem acesso, guardou esta obra em seu futuro mausoléu, impedindo que ela fosse encontrada antes de um período de mil anos, tempo este que todos os seu inimigos já estariam mortos. Bem, nós estamos mais uma vez à mercê da Magia Negra, não estamos? Voldemort tem...
Lílian estremeceu na cadeira e Thiago deixou cair um dos objetos que segurava, espatifando-se no chão. Dumbledore colou os cacos com um feitiço e fez que o objeto voltasse ao seu lugar habitual, então continuou:
_Bem, o que importa é que eu queria encontrar este livro e traduzi-lo, mas não posso me ausentar de Hogwarts no momento, afinal, Voldemort e seus aliados poderiam querer invadi-la. É aí que vocês dois entram...
_Eu não estou entendendo._Disse Thiago.
_Escute, Potter, conheço sua profissão.
_Você o quê...?_Perguntou Thiago, assustado.
_Sim, sei que você atua junto a Sirius sem a permissão do Ministério. Sei que vocês saqueiam casas abandonadas e procuram tesouros esquecidos. E não reprovo a atitude de vocês na maioria das vezes. Afinal, nada do que vocês pegam possui dono. Por isso gostaria que você e seu amigo Sirius fossem até o mausoléu de Merlin, na Irlanda e apanhassem estes postulados para mim.
Ninguém além de mim, receio, conhece esta lenda. Eu a ouvi quando ainda era muito jovem de um ancião muito sábio, e nunca mais a ouvi desde então. Se vocês o trouxerem serão muito bem recompensados, é claro.
_Sim, senhor, falarei com Sirius. Farei com muito prazer._Comprometeu-se Thiago.
_E quanto a mim?_Lílian perguntou, os olhos brilhando.
_Acho que você poderá me ajudar a traduzir as runas, não?_Dumbledore perguntou calmamente._ Soube que você sempre foi a primeira aluna de Hogwarts nesta matéria.
_Diretor, eu adoraria, seria um desafio incrível. Saber mais sobre Merlin e ao mesmo tempo aprender mais sobre runas antigas.
E então Harry sentiu que aquela realidade se esvaía em seus olhos e sentiu-se voltando à realidade.
_Fui eu quem forcei para voltarmos, Harry._Disse Hermione._É simplesmente incrível, sua mãe era boa em runas...
_Tá falando isso só porque você é também._Debochou Rony._O que eu achei mais incrível foi saber como seu pai tinha todo esse ouro...
_O que eu me pergunto é porque esta foi a mais recente lembrança que Dumbledore deixou na penseira...Afinal, essa lembrança deve ser de antes de eu nascer.
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