Suspeitas
Rony abriu a porta lentamente, um tanto apreensivo. Logo que entrou já viu os cabelos muito espessos da sua esposa logo ao lado da maca. Ele suspirou e andou até ela, tocando-lhe o ombro. Hermione deu um pequeno pulo de susto, mas quando viu o marido, acalmou-se. Ela andava muito assustada e quieta. Rony já tentara falar com ela, mas fazia dois dias que Hermione não falava nenhuma palavra. Ele sentou-se em outra cadeira, ao lado dela. Na maca estava sua filha, Emily. Ainda não acordara, estava muito fraca. Afinal era só uma criança e o feitiço Sectumsempra pode muito bem matar um adulto. Rony ainda não conseguira entender como alguém seria covarde o bastante para jogar um Expelliarmus em uma senhora e um Sectumsempra em duas crianças de cinco anos... Sara também não estava em melhores situações e Harry, assim como Hermione não falara uma palavra. Mas o que os importunava não era só o fato de as filhas não estarem bem.
Harry, assim como Hermione, vira o Comensal e, assim como ela, percebera o aviso: “Devia cuidar melhor de sua filha, Granger... E sugiro que Potter faça o mesmo... Ele deve lembrar-se desse feitiço. Parecia saber muito dele quando o usou há alguns anos...”. No sexto ano Harry descobrira esse feitiço e ele o usara em uma pessoa. E o único que sabiam disso, fora Harry, Rony e Hermione, era Snape. Mas como esse estava fora de cogitação, já que tinha morrido... Isso significava que o Comensal era...
- Mione! – Rony a despertou de seus pensamentos – Querida você não pode continuar assim! Você não come nada a dois dias já! Olhe para mim... – ele puxou-a pelo queixo – Me conta. O que está acontecendo? Sei que você e Harry não estão assim só por causa das meninas... Conta amor...
- Rony... – ela começou muito fracamente, meio rouca.
- Isso amor, fale... – ele disse nervoso. Mas ela olhou para ele meio assustada e desmaiou. Rony pegou-a no colo e colocou a esposa num sofá do quarto. Pegou um pouco de água gelada e espirrou umas gotas do rosto dela. Ela acordou e fez menção de falar algo, mas ele a deteve – Não Mione. Depois você me fala. Você está muito fraca. Vamos comer alguma coisa, não como desde ontem também.
Eles foram até a pracinha de alimentação do St. Mungus. Estava bem vazia, na verdade. Mas era cedo ainda. Escolheram uma mesa e Rony pediu um lanche pra eles. Hermione ainda estava bem nervosa, mas comeu tudo. Estava visivelmente faminta. Mas o olhar preocupado não lhe deixou a face. Quando eles terminaram de comer Rony voltou com Hermione para o quarto de Emily. Chegando lá, Rony sentou-se e Hermione começou a falar, muito nervosa, sobre tudo o que a estava perturbando. Falou uns bons dez minutos, e Rony conversava junto. No final da conversa, o homem estava de queixo caído.
- O Harry deve ter visto também... Por isso está calado...
- Isso – disse Hermione.
- Vamos até ele.
Eles levantaram e foram até o quarto onde Sara estava. Logo que entraram viram Harry de pé ao lado da janela. Ele se virou, assustado, igual a Hermione.
- Harry... Podemos conversar? – perguntou Rony sentando-se no sofá.
- É importante – disse Hermione.
Harry arregalou os olhos ao ver que Hermione voltara a falar, mas sentou-se junto. Sara, assim como Emily, ainda estava fraca. Tinha marcas profundas de cortes, do pescoço até pouco abaixo das costelas. Gina dormia profundamente no sofá do outro lado da sala.
- Harry – começou Hermione – Fale... – o rapaz olhou para eles, meio confuso.
- Harry, nós sabemos porque você está assim... É por causa da mesma coisa da Mione.
- Olha... – a mulher levantou e se ajoelhou na frente do amigo, levantando a cabeça dele – Eu também estava com medo de falar para os outros, mas você precisa comer Harry, está ficando fraco. Eu sei porque está assim. Você o viu não? – ele continuou calado, olhando para ela. Parecia que ele não estava ali – É ele Harry. – ele arregalou os olhos e levantou o corpo um pouco – Não precisa nem pensar mais... Está na cara que é ele.
- Mas... – começou Harry, rouco.
- Não Harry. Ele fez isso com nossas filhas para que percebamos quem ele era. E acho que não se esqueceu do feitiço...
- Mas eu não fiz por querer Mione! – Harry disse nervoso – Ele mesmo sabe disso.
- Mas isso não tira o fato que você fez. E você sabe como ele é. Como ele sempre foi...
- Alguém pode me dizer o que está acontecendo!!! – gritou Rony.
- Psiuu! Você vai acordar a Gina. – disse Hermione – É o seguinte Rony. Lembra que eu disse que o Comensal falou meu nome, e que me conhecia mais do que eu imaginava, conhecia Harry também... Lembra da criança?
- Sim... Mas o que isso tem a ver?
- Aquele comensal disse para a Mione para nós cuidarmos melhor de nossas filhas. Eu estava escondido, acho que você já tinha ido embora neste momento. Mas ele disse que eu lembrava desse feitiço... Que já o tinha usado... – falou Harry nervoso.
- O Sectumsempra?
- É! Estava no livro do Príncipe, lembra?
- Sim... Mas você o usou em... Em... Meu Merlin!
- Agora você sabe porque estamos preocupados... – disse Hermione andando até o marido.
- E a criança? – perguntou Rony.
-Lucio – disse Hermione andou até a janela com os braços cruzados – O nome dele é Lucio. Isso foi outra coisa que me fez perceber quem o Comensal era...
Um silêncio preocupante pairou o ar por alguns momentos. Todos estavam absortos em próprios pensamentos, quando de repente Gina levanta de um salto do sofá, assustada, espantando a todos.
- Gina! Você acordou amor!
- Harry, você ta falando! Ai que bom – a mulher abraçou o marido meio automaticamente, pois não acordara direito ainda.
- Gina precisamos conversar... – disse Harry – Mas primeiro... Vamos comer, que daqui a pouco eu apago de tanta fome.
Voltaram para a pracinha. Depois de Harry comer de tudo e mais um pouco, eles saíram do hospital e foram sentar-se em uns banquinhos de uma praça na frente do St. Mungus. Logo que sentaram Gina perguntou:
- A respeito de que será nossa agradável conversa?
- Várias coisas que nos diz respeito. Gina... – começou Hermione – quando eu estava no vilarejo com os Comensais, um deles avançou para mim e começou a conversar e dizer que me conhecia... Ele até sabia meu nome e tudo mais... Depois ele me mostrou uma criança. Disse que o nome do garoto era Lucio, “em homenagem a um grande bruxo, que apodreceu em Azkaban”, segundo ele...
- Lucio Malfoy?! Quem colocaria um nome tão sujo desses numa criança? – disse a ruiva, indignada.
- Então depois ele me disse para cuidar da minha filha. E sugeriu para que Harry fizesse o mesmo. Então ele falou que Harry provavelmente se lembrava desse feitiço, uma vez que já o usara. – continuou Hermione – Na hora eu não entendi, mas depois tudo fez sentido.
- Não estou entendendo... – disse Gina, meio confusa.
- A maneira que ele falou com a Mione... Dava pra ver que estava com raiva... – disse Harry – Gi, lembra no sexto ano, que eu consegui aquele livro de Poções que tinha pertencido ao Príncipe Mestiço?
- Sim, sim...
- Então, lembra que tinha um feitiço chamado Sectumsempra, “Para inimigos”?
- Lembro.
- Eu queria usar em alguém... Lembra em quem eu usei amor? – perguntou Harry relutante.
- Sim, mas... Não! Não pode ser ele...
- Quem mais poderia ser Gina? – disse Rony – Odeia a Mione, odeia o Harry, admira Lucio Malfoy... Está na cara. Quis vingança.
- Mas disseram que ele tinha sido morto... Que não era tão corajoso como Voldemort esperava... Ele estava morto! – dizia Gina, agitando as mãos freneticamente no ar.
- Mas – disse Rony, andando até ela e segurando seus pulsos para que a irmã prestasse atenção – ele está vivo.
- Não... Não o Draco...
Desculpem pela demora deste capítulo...
Mas daqui pra frente só vai ter coisa nova, prometo, eu estou dando o meu melhor aqui!! Hehe
Pra quem já leu os livros, eu fiz uma nova “fic” que na verdade não é fic.
É sobre anagramas que J. K. Rowling colocou em seus livros e que podem comprometer mto a história. Para ir a fic é só digitar no espaço de busca do index “anagramas” ou clicar no meu nome lá em cima na fic. É “Anagramas e Curiosidades”, mas o título é provisório. Vejam e comentem, é bem interessante.
Leiam, indiquem e comentem!
bjussss
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