Sentimentos à flor da pele



Gente, antes de tudo, eu queria avisar que eu fiz uma comunidade no orkut pra essa fic...
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13531992
Entrem lá, plisss!!!!



Sentimentos à flor da pele

Assim que tudo ficou quieto, Lily acordou de seu torpor.
-Não sabia que você tocava violão tão bem, Potter – comentou.
-Há várias coisas sobre mim qua você não sabe, minha ruivinha – disse Tiago, com um sorriso maroto de vitória brincando nos lábios.
-Primeiro – disse, retomando seu tom irritado que sempre usava para falar (ou será discutir?) com ele – não sou sua ruivinha. Segundo, penso que finalmente pôde aprender a gastar seu tempo com algo construtivo.
-Está afirmando que pensa em mim? – disse ele, sorrindo mais marotamente ainda (se é que era possível).
-Eu não penso em você, Potter.
-Mas acabou de dizer que pensa!
-Não penso não! – disse, ou melhor, praticamente gritou Lily, fazendo com que Angie acordasse num sobressalto; ela olhou de Tiago para a ruiva.
-Será que não dá pra vocês discutiram mais tarde? – falou, num tom sonolento e meio pastoso – Tipo, lá pelas duas da tarde quando eu estiver acordada...
-Só esses dois pra discutirem em plena madrugada depois de uma noite agradável – comentou Sirius.
-Foi o Potter quem começou. – disse Lily, parecendo uma criança dedo-duro.
-Não foi não!
-Foi sim!
-Não foi não!
-Foi sim!
-Não foi não!
-Foi sim!
-Não foi não!
-Foi sim!
-Não foi não!
-Foi sim!
-AI, CHEGA VOCÊS DOIS! – estourou Sarah, quando Tiago abriu boca novamente.
-Gente, que tal acalmarmos os nervos, hein? – sugeriu Remo.
-Não vem dando uma de terapaute pra cima de mim não, Remo! – disse Sarah.
-É terapeuta – corrigiu o maroto.
-Tanto faz...
-Por que a gente não vai dor-dor-dormir? – disse Angie, bocejando.
-Eu concordo... – disse Sirius.
Eles se levantaram e deixaram as coisas mais ou menos arrumadas.
Angie disse que não precisava de ajuda para se levantar. Cambaleante e com um pouco de dificuldade, ela o fez; mas não conseguiu ficar em pé por mais de alguns segundos. Ela só não caiu no chão porque Remo a amparou
-Achei que você tinha dito, na festa de Natal, que não beberia mais – disse ele, com um leve sorriso.
-Disse? – falou ela, olhando-o confusamente – A última coisa que eu me lembro com clareza daquela festa foi a Narcisa Black irritando a Margaret O’Bannon...
-Isso foi no comecinho da festa! – admirou-se Remo (putzz que memória). Angie deu de ombros.
-É só o que eu me lembro...
-Liga não, Remo – disse Sarah, fazendo um gesto de descaso – Duvido que essa aí se lembre o que comeu no almoço!
-Tá dizendo que me mantenho bêbada sempre? – disse Angie, falsamente irritada.
-Estou. – disse Sarah, num tom divertido.
-Até que não seria má idéia... – disse Angie, pensativa. Ela e Sarah caíram na gargalhada depois.
Sirius bocejou ruidosamente.
-Vam’bora? Tô caindo de sono...
Angie fez um sinal de dois para ele, como se dizendo “somos dois” sem uma palavra sequer.

**

-Silencio, Sirius!
-Fácil falar, você não tá carregando nem a metade do peso que eu tô carregando!
Tiago e Sirius tentavam andar pelos corredores o mais silenciosamente possível. Mas, não era muito fácil, afinal, as caixas que carregavam eram bem pesadas. E a escadaria da Mansão Potter não ajudava muito.
Ao chegar nos jardins, eles colocaram as caixas no chão e as abriram.
-Sua mãe não vai trancar sua vassoura no sótão? – perguntou Sirius, enquanto eles posicionavam o conteúdo das caixas na grama.
-Não – respondeu o outro.
-Ela disse que se você coloca fogo na casa de novo faria isso...
-A casa, não os jardins... Não se preocupe, Almofadinhas, da minha mãe cuido eu...
-Se perdermos o nosso apanhador...
-Que mane perder! Vai, cala a boca e empilha essas coisas...


*_*


“Dormir é uma arte”. Lily não podia concordar mais com os Marotos naquele momento. Não havia coisa melhor a fazer do que deitar numa cama confortável depois de um dia cheio. E sonhar a noite toda... Dormir tranqüilamente... No silêncio de uma noite de verão...
BUM!
O barulho de uma explosão fez com que ela acordasse num sobressalto. Mas que...! O mais depressa que pode, curiosa e assustada, ela pegou o robe e vestiu-o. Saiu do quarto aos tropeços. No corredor encontrou Angie, Sarah e Remo, cada um com uma cara mais assustada do que o outro. Os quatro desceram as escadas até o local da origem do barulho: os jardins. No meio do caminho, toparam com Sr e Sra Potter com as varinhas em punho. Eles pareciam que tinham acabado de chegar; ainda vestiam capas de viagem e pareciam cansados.
Ao chegar nos jardins, seus queixos caíram. Deram de cara com vários dragões formados por faíscas verdes e dourados voando alto, os causadores das explosões. Também se podia ver rodas rosa-choque de mais de um metro de diâmetro zumbindo pelo ar; foguetes com longas caudas de estrelas de prata cintilantes; centelhas escreviam palavrões no ar sem ninguém acioná-los rojões explodiam como minas para todo lado que eles olhavam, e, em vez de se queimarem e desaparecessem de vista ou pararem crepitando, quanto mais se olhava essa maravilha pirotécnica mais pareciam aumentar em energia e impero.
Encostados na parede, rindo, estavam Tiago e Sirius.
-TIAGO POTTER, FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO? – gritou Sr Potter, lívido, tentando ao mesmo tempo gritar com o filho e fazer-se ouvir no meio das explosões que ainda ocorriam.
Tiago não respondeu, apenas olhou o pai com uma expressão que Lily raramente via estampada no rosto do maroto: medo. A ruiva não podia culpa-lo; pela cara que Allan Potter fazia, até ela sentia-se um tanto amedrontada. Esse sentimento mesclou-se com apreensão quando Sr Potter avançou para o filho. Mas ele somente agarrou o coitado do Tiago pelos ombros e sacudiu-o.
-Seu maluco! Louco! Quer me matar do coração? – riu-se Sr Potter, enquanto Tiago tentava inutilmente fazer com que seus óculos ficassem no devido lugar.
Ao lado de Tiago, Sirius ria muito. Allan virou-se para ele.
-Tá rindo do que? Você também tem culpa no Ministério da Magia, Sirius Black! – riu-se Sr Potter mais uma vez, largando o filho e sacudindo o outro maroto.
-Bonito... Muito bonito... – disse Sra Potter, chegando perto de Tiago, com uma cara seriíssima. Tiago olhou para ela, ainda rindo, mas, ao ver seu rosto, seu riso sumiu rapidamente. – Sorte a nossa termos vindo mais cedo... Caso contrário, perderíamos o espetáculo. – ela soltou um sorriso de soslaio para ele; e este abriu um daqueles. – Posso saber o porque desse reboliço todo?
-Estamos fazendo uma comemoração explosiva pelas notas que tiramos – disse Tiago.
-E põe explosiva nisso... – comentou Sra Potter, depois de duas explosões seguidas.
-Não sei se essa comemoração será aprovada cem por cento aprovada – disse Sr Potter -, já que alguém conseguiu tirar um P em Trato das Criaturas Mágicas, História da Magia e em Adivinhação...
-Ah, dá um desconto... – disse Tiago, fazendo um gesto de descaso com as mãos – Afinal, pra que raios eu aprendo isso?
-Bom, eu não descobri até hoje... – disse Sra Potter, no que o marido olhou para ela com cara de você não está ajudando. Ela olhou-o como se fosse obvio – Mas não é verdade? Descubra a finalidade de Adivinhação e História da Magia depois me conte...
Sr Potter revirou os olhos.
-Acho melhor ir dormir... – disse, indo junto com a esposa para dentro da casa, seguidos por uma roda rosa-choque de faíscas. Eles mal sumiram escada acima...
-O QUE RAIOS VOCÊ TEM NA CABEÇA? – esbravejou Lily, empurrando Tiago. – ESTOURAR ESSES FOGOS NO MEIO DA NOITE! TÁ LOUCO?
-Lily! – repreendeu Sarah, pois Tiago quase caiu no chão.
-Qual é, Lílian, cadê seu senso de humor? – perguntou Sirius, tendo o cuidado de ficar suficientemente longe da ruiva para não ser empurrado também.
-FICOU LÁ EM CASA! – respondeu ela, soltando fogo pelas ventas.
-Lily – disse Angie, tentando acalmá-la o mais rápido possível antes que ela fizesse algo de que se arrependesse – calma! Respire fundo... Não precisa de tanto estresse. Afinal, você tá assim por que?
-Você ainda pergunta?! – Angie deu de ombros.
-Meu lírio, não precisa de tanto escândalo – disse Tiago; mesmo tendo sido empurrado por ela, estava com um lindo sorriso no rosto.
-VOCÊ VAI VER O LIRIO NO MEIO DA TUA FUÇA!
-Lily, você ainda vai ter um ataque do coração – disse Angie, segurando a amiga pelo braço e puxando-a para longe do pescoço de Tiago.
-Não tem perigo esses fogos serem vistos na vila? – perguntou Remo, olhando um dragão voar alto. Tiago fez uma cara engraçada.
-Eu tinha me esquecido desse detalhe! – disse, dando um tapa na testa.
-Você vai ter muita sorte se ninguém vir essas coisas – disse Remo, como sempre, “otimista”.
-Contanto que não vire caso do Ministério, acho que não teremos problemas – disse Sirius.
-Vou ter sorte se não tiver minha vassoura trancada. – disse Tiago, não parecendo estar realmente preocupado.
-Não quero nem imaginar nosso time sem você – disse Angie, aparecendo ao lado de Remo. Havia duas garotas no time de quadribol na Grifinória, Brigitta Holmes e Angie Andrews, ambas artilheiras.
-No mínimo, vamos perder – disse Tiago.
-No máximo, Victor arranca teu couro – disse Sirius. Victor Von Dhört, capitão do time da Grifinória também era artilheiro. E Sirius jogava como batedor.
-Deixa-o tentar...
-Será que dá pra parar de discutir quem vai arrancar o couro de quem e me responderem por que raios vocês estouraram esses fogos Filibusteiro? – disse Lily com uma voz controlada e com uma cara fechada, aparecendo ao lado de Angie e Sarah. Ela olhava de Sirius para Tiago, seus olhos verdes esmeraldinos carregados de raiva.
-Por pura diversão – disse Tiago, encolhendo os ombros.
-Vocês tinham que terem visto a cara que vocês fizeram quando chegaram aqui em baixo... – disse Sirius, rindo.
-Você acha engraçado, Black, acordar a gente no susto no meio da noite? – disse Sarah, convincentemente séria.
-Acho!
-Puxa, que senso de humor mais cruel... – disse Sarah, fazendo uma perfeita imitação da cara de cachorro-molhado-sozinho-abandonado-carente que Sirius fazia.
-Pois eu não acho graça nenhuma! – disse Lily. – Tenho que acordar cedo amanhã!
-Pra que motivo, se estamos de férias? – disse Tiago, em uma grande indignação. Lily desviou o olhar.
-Estudar – resmungou.
-Ai, essa aí bate todos os recordes... – disse Sirius, batendo a mão na testa. – Pra que raios você estuda nas férias?
-Pra poder tirar notas, Black, e não ficar com matéria acumulada quando as aulas voltarem!
-Matéria acumulada? Nem material a gente tem! – exclamou Tiago. Sirius girou o dedo indicador na altura da orelha e assoviou, num gesto “ela é louca”.
-Eu tenho uma perguntinha – disse Angie, levantando a mão no ar, como se estivesse numa sala de aula, reprimindo um bocejo – Vocês não acham que tá muito cedo pra discutir? Tipo dá um pause na briga e vocês retomam lá pelas quatro da tarde... – ela deu outro bocejo – O que acham?
-Tá, vamos fingir que você é a Angie Andrews por alguns segundos – disse Sirius, fazendo cara de confuso. – A baladeira e enérgica Ângela tá sugerindo que a gente vá dormir?
-Tô há duas semanas sem dormir uma noite inteira – disse Angie, bocejando em seguida. – E eu não sou baladeira.
-Não, imagina...
-Não sou você, Sirius.
-Acho que chega de brigas por hoje – disse Remo, quando Sirius abriu a boca para falar alguma coisa.
Foram todos dormir, agora todos mesmo, sem exceção de nenhum maroto. Lily estava super irritada e começando a dar crises de que sabia que não devia ter vindo pra casa dos Potter. Ela não tinha que tirar férias da escola, mas sim dos marotos...






Lily acordou às nove da manhã com a porcaria do sol batendo na sua cara. Desliga essa luz... Ela se sentou na cama, esfregando os olhos, sonolenta. A ruiva dirigiu-se para o banheiro. Nem precisava de uma rápida olhada no espelho pra saber que tinha olheiras sob os olhos, deixando-os mais verdes que nunca. E a cara mal-humorada lhe dava um ar de morta-viva revoltada. Ela tomou um banho rápido, colocou uma jeans e uma blusa branca fina de mangas compridas e uma sandália fechada e tentou novamente achar o caminho para a cozinha. Conforme passava pelas janelas, via um céu parcialmente nublado, as nuvens coloradas com um cinza monótono. Pra alegrar meu animo... pensou. Um céu nublado, digno de segunda-feira. Ela virou em um corredor no qual não havia visto antes.
-Ai, que ótimo, me perdi de novo – resmungou, cruzando os braços. Uma porta entreaberta chamou-lhe a atenção; tomada por uma repentina curiosidade, ela se dirigiu para a porta.
Quando entrou, deu de cara com uma biblioteca enorme, com direito a pufes, mesas e cadeiras de mogno. Ela não duvidava nada que encontraria um barzinho, ou uma máquina de fazer café expresso em qualquer canto.
Lily foi até uma estante próxima e começou a ler os títulos dos livros... Hogwarts, uma História... Compêndio de feitiços comuns e seus contrafeitiços... Vencendo as artes das trevas pela astúcia... Feitiços autodefencivos... Azarações para Azarados... Poções Avançadas... Magia Antiga... Analise de Sonhos... Amantes de poções... Língua Antiga... Pense e Faça... Faça um Trasgo Feliz, dê-lhe uma porretada, entre muitos outros.
-Bem que você disse que tinha que acordar cedo pra estudar – disse uma voz às suas costas, dando-lhe um susto – Já achou a biblioteca...
Ela se virou, dando de cara com Tiago com o ombro encostado na estante em que ela avaliava, com um sorriso daqueles brincando nos lábios.
-O que faz aqui? – perguntou Lily, ofegante.
-Não sei se você sabe, ruivinha, mas esta é a minha casa.
-Não, quero dizer, na biblioteca...
-No momento, a te admirar... Segundos atrás, eu tava olhando a vista que tem pela janela.- disse ele, apontando para uma sacada depois das estantes. Lily foi até ela, apoiou as mãos na grade e sentiu o vento nos cabelos. A vista era linda; tinha o bosque, mais alem, uma pequena vila e, quase sumindo no horizonte, Lily podia ver uma fina linha do mar. Realmente, a vista era linda.
-Uau... – sussurrou Lily. – É linda...
-É... – disse Tiago; Lily nem sequer notara que ele estava ali. – Mas não tão linda quanto você.
-Da um tempo, Potter... – disse, revirando os olhos.
-Estou falando a mais pura verdade... Essa vista não chega aos seus pés... – Tiago estava um pouco mais perto dela.
-Todas as garotas caem nessa?
-Não, porque só há uma garota pra quem eu digo isso. – ele chagava mais perto.
-Aham, e eu sou o Papai Noel.
Lily se virou, ficando de frente para ele. Ele estava mais perto que nunca esteve. Por trás dos óculos, os olhos castanhos-esverdeados de Tiago faziam seus joelhos enfraquecerem. Ele sempre se aproximando. Sua respiração estava acelerada, seu coração disparado. Estavam praticamente nariz contra nariz. Ele a abraçou pela cintura. Tiago encostou seus lábios nos dela, bem de leve. Logo, Lily sentiu a língua do maroto pedindo-lhe passagem, que ela nem hesitou em conceder.
Lily agarrou os cabelos de Tiago com uma mão, enquanto ele colocava uma mão em suas costas, puxando-a ainda mais para si. Beijavam-se apaixonada e urgentemente, como se suas vidas dependessem disso. Lenta e gradualmente o beijo foi se tornando mais carinhoso.








Para seu próprio espanto, Angie acordou às nove e quarenta com uma grande disposição, que só sentia em dia de final da Copa das Casas, ou em dia de jogo contra a Sonserina.
Tomou um banho à lá Angie, ou seja, beeeeeeeeem demorado, colocou sua blusa favorita, uma tomara-que-caia preta, uma bermuda jeans e um tênis. Travou uma luta Cabelo X Pente com uma extrema ajuda de creme pra a pentear. Batalha vencida (pelo pente, logicamente), a morena saiu do quarto se espreguiçando e se alongando, como se fosse um gato. Três verões seguidos na casa do Tiago e ela já decorara praticamente todos os caminhos daquela casona. Ela foi direto para a cozinha.


***

Remo estava a pensar na cozinha, com a cabeça apoiada nas mãos e olhando as moscas passarem. Odiava ser o primeiro a acordar, ter que ficar inventando coisas a fazer para o tempo passar mais rápido até que alguém acorde era um saco.
-BOM DIA, REMINHO!
Remo pulou na cadeira e olhou para trás, dando de cara com uma Angie mais que animada passando pela porta, com um enorme sorriso que só ela era capaz de dar, e ainda fazendo seus olhos cinza claros brilharem mais que nunca. Uma das coisas que ele mais gostava nela era esse jeito sempre animado contagiante que ela tinha.
-Bom dia, Angie.
-Credo, que animo! – disse ela, sentando-se ao lado dele. O maroto desviou o olhar da garota; ela estava usando aquela blusinha preta de novo. Não sabia se era a real intenção do criador da blusa, mas ela era meio larga e ficava ameaçando cair a qualquer momento. – Fica assim não – disse ela, num tom meio risonho, colocando uma mão no ombro do garoto, fazendo-o arrepiar e ruborizar ligeiramente – ela volta.
O problema é que nunca sequer veio pensou. Ele deu um sorrisinho para a morena.
-Tá tudo bem?- perguntou ela, com uma sobrancelha levantada.
-Tá – disse o maroto, que saiu ligeiramente tremulo. Ele pigarreou e disse novamente – Tá tudo bem sim.
-Tem certeza? – disse Angie, ainda olhando-o atentamente. – Você não tá com uma cara muito boa...
-Bom, acho que é a única que eu tenho.
-Você poderia ter comprado uma mais bonitinha, essa tá meio caída... – disse a garota, meio risonha.
-Não há pior maneira de dizer que eu sou feio...
-Você não é feio! Bom, eu não acho.
Remo deu um risinho meia-boca, já um tanto mais vermelho que antes. Angie sorriu novamente.
-Você fica muito fofo quando tá ruborizado... – Remo baixou o olhar, sentindo seu rosto queimar mais que antes.
-Sabe, Remo, tem garotas que dizem que se você não fosse tão tímido, seria um dos garotos mais bonitos de Hogwarts. – disse Angie, deitando a cabeça nos braços que descansavam sobre a mesa. – Já eu não acho isso.
-Não? – perguntou Remo, antes que pudesse se controlar.
-Er... – O que você tá dizendo? pensou Angie. Ela respirou fundo Tô falando mais que a boca de novo... – Não... Quero dizer, não precisa ser descarado e pra frente pra ser considerado bonito, da minha parte. Todos são bonitos, cada um a sua maneira. – O QUE?
-Você é sensata, Angie. Surpreende-me você falando tão maturamente, você geralmente é tão brincalhona. – disse ele, sem realmente encará-la. Ele respirou fundo e virou-se para olhá-la nos olhos. – Tenho certeza que o cara que namorar você será um cara de sorte.
-Você acha? – disse ela, sentando novamente na cadeira, olhando fundo naqueles olhos azuis escuros.










Um sininho começou a tocar no fundo da mente de Lily. Afaste-se do Potter, antes que seja tarde demais. Ela interrompeu o beijo de uma forma brusca. Lançou a Tiago pior olhar que conseguiu dar, diante de tal situação, e saiu logo dali. Mas antes que chegasse sequer à porta da sacada, uma mão a segurou pelo cotovelo.
-Me solta, Potter!
-Pra que? – disse ele, numa voz doce, fazendo o coração da ruiva derreter. Ele a virou para encará-la. – Pra você ir embora, se você quer mesmo é ficar?
-Quem te disse que eu quero ficar aqui? – disse ela, tentando fazer uma voz firme, que saiu meio tremula.
-Seus olhos. – ele a puxava pra mais perto novamente.
-Meus olhos não falam, Potter – ela tentava inutilmente se livrar dele, mas não conseguia por dois fatos: um Tiago era definitivamente mais forte que ela; dois: suas pernas não a deixariam sair dali nem com o maior esforço do mundo.
-Ah, falam sim – disse ele, abraçando-a e passeando uma mão pelas costas dela, causando arrepios da parte da ruiva. – Falam muito melhor que palavras.
-Virou oftalmologista, foi? – disse Lily, curvando o tronco um pouco para trás, tentando mais uma vez se livrar do maroto.
Maroto como só ele, Tiago a puxou novamente com a mão ainda em suas costas, puxando-a para outro beijo, com a mesma, se não mais, intensidade que o anterior.
Lily empurrou Tiago e saiu dali o mais rápido que pode. Embora, mal chegara no corredor, Tiago a segurou novamente.
-Já falei pra me soltar, Potter! – disse, cuspindo as palavras com menos raiva do que pretendia.
-Se você quisesse ir mesmo, já estaria longe – disse Tiago, puxando-a novamente.
-Me solta, se não eu grito!
-Eu te desafio – disse, roçando os lábios pelo pescoço dela, fazendo-a arrepiar novamente.
Lily abriu e fechou a boca varias vezes, enquanto ele subia e descia pelo seu pescoço, mas nenhuma palavra saía.
-Eu tô falando sério... – disse num sussurro, tentando empurrá-lo.
-Pode ir... – disse Tiago, levantando as mãos no ar, mas ainda beijando o pescoço dela. – Ninguém tá te segurando...















Remo mal podia respirar, encarando aqueles olhos cinza claros de Angie.
-Um cara de muita sorte – disse Remo, que saiu num quase sussurro.
O maroto não percebeu que estava chegando mais perto de Angie. Ela tinha uma das mãos em seu rosto.
Angie deu um sorriso de leve. Ela podia ver detalhadamente a cor dos olhos de Remo.
O barulho da porta abrindo fez o olhar de Angie desviar o olhar. Ela se endireitou na cadeira ao ver Sirius entrar na cozinha.
O maroto nem viu que Remo o olhava querendo esgana-lo, sentou-se diante dos dois. Angie abaixou a cabeça e riu silenciosamente, se era dele ou da cara de Sirius, Remo não sabia dizer.
-Bom dia – disse Sirius, quebrando o silencio. – Não precisam interromper a conversa por minha causa.
-Ahh... – disse Angie, depois de se recuperar do ataque de riso silencioso. – Eu vou ver se as meninas já acordaram – e saiu dali bem rápido.
-Muito bem, Sirius – disse Remo, cuspindo fogo pelas ventas.
-Que eu fiz? – disse Sirius, não entendendo nada. Remo respirou fundo, tentando se acalmar. A primeira vez que eu não faço besteira quando tô sozinho com a Angie, vem essa anta e estraga tudo!
-Nada, Sirius, você não fez absolutamente nada. – disse, apoiando os cotovelos na mesa e descansando a cabeça nas mãos.
-Eu perdi alguma coisa?
-Esquece, Almofadinhas...
-Se você disse – falou o maroto, encolhendo os ombros.














Lily empurrou Tiago com toda a força que conseguiu reunir, conseguindo fazer com que o maroto perdesse o equilíbrio e caísse no chão. Ela saiu dali que o maroto se recuperasse do tombo.
Seu coração estava apertado, mas ela nem sequer ouvia seus protestos. Continuava andando rapidamente, sentindo o perfume de Tiago impregnado nela. Ela sentia que havia algo entalado em sua garganta.
Tentando se lembrar por onde tinha vindo, Lily voltou ao seu quarto. Ela dirigiu-se imediatamente ao banheiro. Olhou no espelho e viu uma ruiva totalmente descabelada olhar para ela do outro lado do espelho. Ela tinha os lábios mais avermelhados do que costumavam ser, também via pequenos pontos vermelhos ao longo do pescoço. O perfume de Tiago ainda em sua roupa... Sem nem pensar duas vezes, tirou a roupa com raiva e jogou-a num canto. Entrou debaixo do chuveiro e, enquanto a água morna descia pelo seu corpo, ela esfregava os braços e o pescoço com a bucha tentando desesperadamente se livrar daquele perfume.
Ele estava brincando com ela. Parecia a ela que esse era o passatempo preferido de Tiago. Brincar com os sentimentos de uma garota.
Por que justo com ela? Por que justo naquele momento da vida dela? Justo agora que ela fizera questão de esquecer aquela maldita paixonite de criança que ela sentira por ele por volta do terceiro ano... E estava tudo indo tão bem entre ela e Amos... Maldito Potter! Eu sabia, sabia que era um erro vir... pensou, enquanto algumas lágrimas teimavam em cair.

















Eu ia mesmo beijar o Remo? O que raios há comigo? Admirou-se Angie, enquanto subia as escadas rumo ao segundo andar.
No caminho, ela topou com um Tiago de cara mais alegre do que costumava ser.
-Bom dia, Tiago – cumprimentou, mas o maroto estava tão avoado que nem reparou na morena. Um pensamento louco passou pela cabeça da morena. Será que aconteceu alguma coisa entre ele e a Lily pra ele tá assim? Logo a morena riu de sua conclusão. Era mais fácil a amiga ter beijado uma barata.
Angie chegou ao segundo andar e bateu em uma porta. Ouviu um abafado “entra” saindo de lá, e ela o fez.
-Que você tá fazendo no seu quarto uma hora dessas? – disse a morena, ao fechar a porta depois de entrar. Ela olhava uma loira sentada num pufe a um canto. Sarah já estava completamente vestida e apoiava um diário em sua perna, enquanto segurava coma à outra mão uma pena de pavão.
-Eu tava lendo meu diário – respondeu, sem levantar a cabeça, escrevendo alguma coisa no diário.
-Lendo ou escrevendo? – disse num tom brincalhão, ficando de pé diante da amiga. Esta soltou um sorriso de soslaio.
-Um pouco de cada.
-Ah, bom, então assim sim. – disse sorrindo. Ela aguardou em silencio a loira acabar de escrever. Passado um minuto... Dois... Três e a morena já estava ficando impaciente. – Já acabou? – perguntou em fim.
-Já – disse a loira, fechando o diário e se levantando. Não era exatamente um diário, era mais um caderninho de anotações que a loira mantinha. Angie sabia que Sarah escrevia fatos e pensamentos, mas também havia bilhetinhos das amigas, anotações de lições de casa e trabalhos nesse caderninho. Sabia também, por experiência própria, Sarah mataria qualquer um que sequer ameaçasse abrir o caderninho.
-Você tava acordada faz tempo? – perguntou Angie no que Sarah deu de ombros.
-Acho que não faz nem quinze minutos... A Lily já levantou? – quis saber Sarah, aparentemente estranhando a ausência da ruiva.
-Não a vi – disse Angie, simplesmente. A morena também estava estranhando Lily; geralmente, era ela quem acordava todo mundo!
Elas chegaram de frente a porta do quarto da ruiva e notaram que a porta estava destrancada. Sarah olhou desconfiada para Angie, que retribuiu seu olhar.
-A Lily que eu conheço nunca deixaria o quarto destrancado quando estivesse dormindo – disse Sarah, com as sobrancelhas levantadas.
-Ainda mais na casa do “irritante do Potter” – disse a morena, imitando a voz da ruiva nas últimas palavras. – Será que ela já não levantou e se perdeu? Afinal, ela nunca esteve por aqui...
-Duvido muito que ela tivesse saído do quarto quando há um maroto obcecado atrás dela.
-Lily? – chamou Angie, entrando no quarto sem nem bater na porta.
-Eita, educação... – resmungou Sarah, mas também adentrou o quarto logo atrás da morena.
As duas não viram a amiga no quarto, mas podiam ouvir o barulho do chuveiro através de uma porta à direita.
-Assim que ela sair de lá, eu mesma vou enfiar um termômetro na goela dela, pra ver se ela não tá doente – disse Sarah, colocando as mãos na cintura, num gesto bem liliano. Quando desconfiada ou irritada Lily colocava as mãos na cintura; já era sua “assinatura”. Se ela chegasse em um local com as mãos na cintura, teriam que serem rápidos para tampar os ouvidos porque aí vinha bronca. Sarah e Angie acabaram adquiriram esse habito depois de seis anos de convivência.
-Deve ser a maldita ressaca... – brincou Angie. Sarah cruzou os braços, fingindo estar séria.
-Você que deveria estar de ressaca, depois de ontem... – disse, quase rindo.
-Eu não bebi tanto assim. – se defendeu Angie.
-Não, magina – disse uma voz atrás delas. Lily saía do banheiro, enrolada em uma toalha com os cabelos molhados. – Você tava chamando urubu de “meu loro”.
-Mas como você é mentirosa, hein, Lílian Evans! – riu-se Angie.
-É verdade, Angs, você tava caindo de bêbada – brincou Sarah.
-Eu não caio de bêbada – disse Angie, no que as outras duas olharam-na com um olhar de não-magina. Ela completou – Eu fico acidentalmente na horizontal!
As outras duas riram.
-A gente nem parece a gente – disse Sarah, ainda rindo.
-Nós viramos um bando de palhaças nas férias – disse Lily, também rindo.
-Não diria palhaças – disse Angie, sentando-se na cama. – Excessivamente felizes isso sim.
Lily riu. A tristeza dela sumiu como sempre acontecia quando estava perto das amigas. Era impossível não faze-lo; Sarah virava uma palhaça irônica quando não estava em época de provas, contava piadas, fazia caras e bocas e Angie ria de uma maneira tão escandalosa e diferente que, ou você ria da piada ou ria da risada dela. Em matéria de animar alguém triste, essas duas mereciam notas máximas.
-É estranho como fazemos coisas que nunca, jamais, pensaríamos em fazer durante as férias – comentou Sarah, pensativa, sentando-se ao lado de Angie. – Como eu não ficar remoendo minhas lembranças.
-Ou acordar cedo – disse Angie, referindo-se a si mesma.
-Ou beijar o Potter – disse Lily, numa voz abafada. Ela passava a blusa pela cabeça no exato momento que disse aquilo.
-O QUÊ? – disseram Angie e Sarah em uníssono, olhando Lily de olhos admiradas, surpresas e confusas. Lily se arrependeu profundamente de ter dito isso. Na verdade, ela pensara alto...
-Você tá nos dizendo – disse Sarah lentamente, com o cenho franzido, aparentemente tentando absorvendo a informação – que você beijou o Potter?
-Gente, eu to pasma – admirou-se Angie, de boca aberta e olhos esbugalhados.
-Eu não disse que eu beijei o Potter – disse Lily, abaixando a cabeça para ver o zíper da saia, tentando fazer isso parecer idiotice. – Só disse por dizer.
Ela levantou a cabeça a tempo de ver Angie e Sarah trocarem olhares desconfiados.
-Eu vi Tiago com uma cara muito besta agorinha mesmo – sussurrou Angie para Sarah de modo que Lily não ouvisse. E não ouviu.
A mente de Sarah trabalhava a mil. Não era difícil juntar os fatos... Era mais simples do que somar 2+2...
-Aconteceu alguma coisa que queira nos contar, Lils? – perguntou Sarah vagarosamente, como se medindo suas palavras, olhando desconfiada para a ruiva que colocava seus sapatos sentada no outro lado de Angie.
-Não – disse simplesmente, se levantado e indo arrumar os cabelos de frente ao espelho do banheiro.
-Você nunca esconderia nada da gente, né, Lily – disse Angie. Eu e minha boca grande pensou Lily enquanto penteava os cabelos.
-Não seria capaz de esconder nada de vocês – disse a ruiva, desistindo de tentar desfazer a bagunça que Potter fizera o favor de aprontar e começou a juntar os cabelos para fazer um rabo-de-cavalo. – Vocês descobrem tudo – Claro que descobrem tudo, eu tenho um bocão que não consigo calar! Irritou-se Lily, pegando a escova e jogando-a dentro do armarinho. Assumiu um sorriso brincalhão e saiu do banheiro – Eu nem sonharia em tentar esconder alguma coisa de vocês!
-Mas...
-Vamos? Eu tô faminta – disse ela, dirigindo-se rapidamente para a porta. Na verdade, perdera a fome há muito, mas tinha que dar uma desculpa para as suas amigas pararem de lhe fazer perguntas daquele jeito. Se continuassem assim, Lily logo soltaria a bomba em cima das cabeças delas.
Angie olhou para Sarah, suspirando.
-Não podem dizer que não tentamos.
-Tem uma maneira mais fácil de descobrir se ela está mentindo – disse Sarah.
-Acho que a gente ta viajando... – disse Angie se levantando – Essa é uma batalha perdida.
-Mas ela não venceu a guerra ainda. – disse Sarah, também se levantando.
-A gente já ta indo ou tá difícil? – disse Lily, aparecendo na porta do quarto.




































CONTINUA...






By Tê



|
|
|
|
|
\/


Uaaaaaaaah, eu sei que vcs vão me matar, mas eu não pude resistir de terminar o cap aqui... Aliás, foi sugestão da Cá, pq esse cap ia ficar enoooooooooooooooooooooorme... Eu ia para lá em cima, na cozinha quando Remo tava com a Angie, mas acho que eu ia receber uns socos by e-mail se eu fizesse isso...
Gente, eu me surpreendo! Fui eu mesma que escrevi esse cap? Não é possível, que quero me matar! Ou melhor, matar a Lily... ai, se fosse eu... * sonhadora * .... mas já que é a Lily.... Eita, ruivinha burra, essa viu?
Não vou nem falar nada sobre o Remo... esse aí é lerdo, mais lerdo que ele só a Angie... ^^...



Ana Lívia: Ahh, quem não quer um Tiago desse de presente? Até eu que sou mais boba... kkkkkk Eu ia colocar outra música, Anything do The Calling, só que aí eu lembrei da The Reason e achei que tinha mais a ver... Ai, é tão bom ouvir isso, que a fic tá boa... Pensei que tava ficando ruim! :P


Andressa Mirach: Ah, eu tenho certeza que você vai amar a volta a Hogwarts.. e não tá tão longe quanto parece, só mais uns dois caps e eles já vão voltar... Acho que podia existir mais carinhas fofos assim que nem o Tiago, neah.. Esse ton em falta...


Almofadinhas Black: Sorry, querida, erro meu... Acho que eu tava tão ocupada com minhas fics que eu me esqueci que eu tinha que mandar a capa pra vc... Sorry mesmo!! Ah, eu passei lá na Filha de Sirius, e vou te dizer que eu to adorando! Quando vc vai postar de novo?


Dani Evans Potter: Simto te informar que o estoque de Tiagos Potters já se esgotou faz bastante tempo... huahuahuahuahuahua... Nun chora agora não, deixa pra vc chorar mais pra frente, quando as emoções vão mesmo vir a tona...Ainda não deu pra eu ir lá na suas fics, eu to meio ocupada com as fics, as provas na escola, etc etc.. Mas quando eu tiver um tempinho, eu prometo que passo lá!!



Aldara Evans Potter: Aceito os parabéns, mas receio que eu tenha que recusar o bolo... sabe, eu to evitando doces huahuahuahuahuahua... Eu bem que tava pensando em colocar mais músicas nessa fic, só que aí seria SongFic, neah..



Marcella Lupim: Calma, eu aprendi que ansiedade faz mal para o corpo e que paciência é uma virtude! Mas acho que nesse caso não se aplica...




Bom, gente é isso aí, espero que tenham gostado.. Aguardem o próximo capítulo, ele vem recheado de sentimentos escondidos e emoções... Guardem as lagrimas, sim?? Huahuahuahuahua...
COMENTEM E VOTEM, PLISSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!
Um beijão pra Vcs!!

Fim de transissão

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.