Um começo de férias
UM COMEÇO DE FÉRIAS
Harry acordou assustado. Quando abriu os olhos, viu ( muito embassadamente) que estava em um quarto, com objetos de trouxas por todas as partes, e lembrou-se que estava na casa de seus tios. Sentiu-se ao mesmo tempo aliviado e com raiva. Aliviado porque o sonho que tivera foi muito triste e com raiva por perceber que por mais uma férias ele teria que viver naquela casa.
Procurou seus óculos e colocou-os. Levantou-se e se olhou num pequeno espelho na parede do quarto. Um garoto de despenteados cabelos negros e olhos vivamente verdes olhava para ele. Harry sempre foi um garoto meio franzino, mas agora, com a idade avançando, à beira de completar 16 anos, ele estava crescendo cada vez mais rápido e estava encorpando; adquirindo mais massa muscular. Harry não soube porque se levantou e se olhou no espelho. Fez aquilo quase que involuntariamente. E então imerso naqueles pensamentos vazios, as lembranças do sonho que tivera voltaram à sua cabeça.
Harry havia sonhado com Sirius. No seu sonho, encontrava-se no ministério da magia, naquelas maldita sala com um véu. Aproximou-se do véu, como se este o tivesse chamando e então ouviu a voz de Sirius gritando, por detrás do véu, mas parecia que Sirius estava muito longe dali. Sua voz soava imprecisa e distante. Harry não conseguia entender o que Sirius estava gritando, então foi se aproximando do véu para tentar escutar até que ele encostou no véu e sentiu como se tivesse sido sugado por ele. Se viu num lugar completamente estranho, uma espécie de descampado, com raras árvores secas e retorcidas, um céu tempestuoso de uma cor amarronzada; um lugar realmente estranho, triste e melancólico. De repente, um mutirão de pessoas apareceu do nada; estavam correndo em sua direção. Harry saiu do caminho delas para não ser atropelado. As pessoas passaram e quando Harry se virou, viu que Sirius era um dos últimos da fila de pessoas que corriam. Harry gritou seu nome, mas Sirius não escutou. Então Harry começou a correr atrás dele, mas o mutirão de pessoas estava correndo muito rápido e depois de um longo tempo correndo atrás dele, Harry viu Sirius sumir no horizonte. Sentiu que havia perdido Sirius de novo, não conseguiu alcançá-lo. Então, derrotado, sentou-se no chão e começou a chorar.
Depois de lembrar-se do sonho inteiro, Harry se sentiu muito triste. Sentou-se em sua cama. Não conseguia aceitar que Sirius havia morrido, isso não poderia ser verdade! Sirius era o seu padrinho querido, a pessoa mais perto de uma família que ele já teve! Seu querido padrinho estava vivo! Teria que estar! E ele o acharia, custasse o que custasse. E imerso naqueles pensamentos Harry escutou batidas na sua janela. Estava quase amanhecendo, e Harry ficou curioso com o que poderiam ser aquelas batidas àquela hora da madrugada. Foi até a janela para abri-la, mas hesitou. E se fosse Voldemort? E se fosse algum dos seus comensais da morte? Mas harry lembrou que ele estaria a salvo dessas pessoas na casa dos Dursleys, e decidiu abrir a janela. E se tivesse alguma coisa ruim à sua espera do outro lado da janela, ele não se importava.
Harry abriu a janela, e Edwiges entrou com um estardalhaço.
- Não faça tanto barulho Edwiges, ou você vai acordar os idiotas dos meus tios.
Mas Edwiges não parava de piar apontando o bico para sua pata. Harry olhou e viu que tinha um pedaço de pergaminho amarrado nela, e o pegou imediatamente. Edwiges parou de piar e foi para sua gaiola. Harry não entendeu o porquê daquele berreiro todo e quando desamarrou o laço que mantinha o pergaminho enrolado, a porta de seu quarto foi aberta. Escondeu o pergaminho em baixo de suas cobertas rapidamente e a cara gorda e púrpura do tio Válter apareceu na porta:
- Harry Potter, seu doente esquisito! Que barulheira é esta?!
- Não é nada. – falou Harry com uma certa ansiedade por causa do bilhete que escondia – É só a minha coruja que teve uma pesadelo e acordou gritando.
- Pois então dê um jeito nessa sua coruja idiota, faça com que ela cale a boca, ou o bico, sei lá, mas faça com que ela não faça mais barulho!
- Pode deixar. – disse Harry sendo complacente com o tio para evitar uma discussão chata e desnecessária.
- E tem outra coisinha. O que você está escondendo aí, hein Potter? Me mostre! Porque se for um de seus objetos esquisitos...
- Ah, tio Válter, não estou escondendo nada. É impressão sua...
- Não minta para mim! – gritou tio Válter indo para cima da cama de Harry para revistar.
Harry tentou fazer com que tio Válter não visse a carta, mas ele era muito pesado e foi para cima de Harry que soltou a carta embaixo das cobertas. Tio Válter jogou Harry de cima da cama, fazendo com que ele caísse no chão. Procurou nas cobertas e achou o pedaço de pergaminho. Triunfante, tio Válter abriu o pergaminho e olhou nele. Mas para sua surpresa, aquele pedaço de papel estranho não tinha uma sequer letrinha escrita nele. Ele percebeu que tinha feito um papel ridículo fazendo todo aquele escarcéu, mas tentou disfarçar:
- Bem garoto, ainda bem que você não estava fazendo nada de errado, porque se estivesse, você iria ganhar um enorme castigo! Aliás, você fez sim uma coisa de errado. Nasceu! – e com essa última gentil palavra, saiu porta afora, fechando-a.
Harry ficou branco de raiva por ter sido jogado no chão por aquele gordo, mas se sentiu aliviado por ele não ter falado mais nada em seu ouvido. Levantou-se e foi pegar o bilhete que tio Válter havia jogado no chão antes de sair, achando muito estranho não ter nada escrito no papel. Pegou-o e olhou nele e, para sua surpresa, o papel estava escrito, aliás, com um texto consideravelmente grandinho, nada que pudesse ser deixado de ser percebido mesmo se tio Válter fosse muito míope. Harry não entendeu como tio Válter não viu nada escrito, mas isso não importava, ele queria mesmo saber o que estava escrito:
Harry
Como você está indo? Eu disse que nós procuraríamos ter notícias suas de 3 em 3 dias e já que faz 3 dias que nós nos vimos pela última vez na estação de trem, então estou mandando este pequeno bilhete para saber como você está. Seus tios não estão te tratando mal estão? Porque se estiverem, eu faço picadinho deles! E como vai Edwiges? Sua coruja é muito esperta, veio até mim como se já soubesse que eu queria te mandar uma carta. Você tem uma coruja de ouro! Todos estão bem, Mood, Tonks, os Weasleys e Hermione. Espero que você também esteja. Qualquer coisa que você precisar, me avise, e se você quiser companhia, me chame que eu vou até aí na casa de seus tios te visitar. Já que você não tem notícias sobre o que acontece com os bruxos aí nessa casa de trouxas, quero te dizer que por enquanto Voldemort não se manisfestou, e seus comensais da morte parece que sumiram do mapa. Fugde está maluco agora que ele sabe da verdade sobre Voldemort ter voltado, não param de chegar cartas para ele de bruxos apavorados com a nova notícia. E até hoje estão saindo notícias sobre você no profeta diário, se desculpando de ter te chamado de maluco durante o ano inteiro, e vangloriando seus atos! Então, Harry, é isso, daqui a alguns dias te escrevo de novo, e por favor, me responda o mais rápido possível!
Um grande abraço, Lupin
PS: Esta carta é segura, pois coloquei um feitiço anti-leitura para trouxas! Então seus tios nem seu primo poderão lê-la se eles a pegarem.
Harry achou genial a idéia do feitiço anti-leitura para trouxas, porque se não fosse por ele, ele estaria encrencado! E adorou ter recebido uma carta de Lupin com tantas novidades, pois ele estava se sentindo completamente solitário e desinformado, ainda mais agora com a morte de Sirius ele sentia-se com uma enorme necessidade de contanto com seus únicos amigos, para tentar amenizar sua dor. Ele respondeu logo a carta mentindo que estava bem, pois odiava se mostrar frágil para os outros, mas na verdade estava muito triste. Disse também que adoraria a visita de Lupin, quando ele tivesse tempo para visitá-lo, claro. E disse também que seus tios não fizeram nada de extraordinariamente mau com ele, nada que ele não estivesse acostumado. Depois de escrever, foi tentar dormir mais um pouco antes de mandar a carta. Mandaria quando amanhecesse completamente, porque Edwiges se mostrava um pouco cansada.
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