Capitulo Único



Com você me sinto leve.
By Iris Potter

Nota da autora: Harry Potter não me pertence assim como nenhum dos personagens citados nesse conto, todos pertencem a J.K. Rowling.
Resumo: eu sou péssima em resumos.
Spoillers: Harry Potter e o enigma do príncipe
Shippes: Harry e Gina.
Capa: roubei a foto da capa de um flog e achei que se encaixava na história.
Dedicatórias: essa fic é dedicada as minhas amigas:
Wyl, que foi quem leu essa história primeiro e me deu uns empurrões pra eu termina-la.
Clara, que me incentivou bastante.
Rochele, que se ofereceu para digitá-la.
E a todos do grupo Potterish.
Ah, não posso esquecer é claro do meu lindo noivo que me deu de presente o 6° livro do HP (apesar de detestar a história...).
Agora chega de conversa vamos a historia.







- O que deu em você Harry? – Gina perguntou o olhando curiosa.
- Em mim? Er... Não sei – disse Harry de cabeça baixa, pedindo a todos os santos que não estivesse tão vermelho quanto achava que estava.
- Fiz o que eu tive vontade de fazer - falou ele ainda sem encará-la.
Gina sorriu e sentiu o rosto corar.
Eles caminharam lado a lado pelos jardins de hogwarts em silêncio. Gina seguia Harry, que às vezes a olhava tímido e lhe dava um sorriso. Contornaram a cabana de Hagrid a se aproximaram do campo de quadribol. Passando por ele, chegaram ás do lago.
Gina pulou a raiz de uma enorme e centenária sequóia que fora plantada ali. Sentiu a leve brisa que ondulava seus longos cabelos e abriu um sorriso. Viu então que Harry a olhava divertido e a acompanhava de perto com as mãos nos bolsos. Ela distraiu-se com o sorriso de Harry e:
- Ai! – Harry agiu rápido, talvez fossem os reflexos dos treinos de quadribol, ele a segurou a meio caminho do chão.
- Peguei! – falou a puxando firmemente pela cintura.
- Droga, que desastrada! – disse Gina fazendo uma careta e agarrando o pescoço de Harry.
Seus olhos se encontraram num olhar tímido, mas cheio de significância. Harry a pôs em pé novamente. Gina não era muito mais baixa que ele. Não, pelo contrário, ela era do tamanho ideal!
As mãos de Harry continuaram firmes na cintura de Gina, enquanto ele analisava aquele lindo rosto sardento de perto. As sardas dela eram pequenas e espalhadas, como se estivessem ali apenas pra brincar com aquele rosto bonito e dar-lhe um ar de menina. Porém não era uma menina que se encontrava entre os braços de Harry, e sim uma jovem, e bela mulher.
Gina deixou as mãos escorregarem pelos ombros até o peito de Harry, e sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao sentir a firmeza dos músculos do rapaz. As vestes de hogwarts eram tão frouxas assim? Que escondiam perfeitamente um peito tão (e põe nisso! Pensa Gina) perfeito?
Harry aproximar o rosto do dela novamente e mais uma vez a beijou.

“Levitar dos colibris
Graciosamente breve
Como pode tão feliz?
Censurar ninguém se atreve...”

Harry abraçou forte Gina, como se para assegurar-se que ela não fosse fugir. Mas quem disse que Gina Weasley queria fugir? Não mesmo. Ela queria mesmo era continuar ali. Gina percorria o pescoço e a nuca de Harry com as mãos, passando os dedos por entre os cabelos assanhados de Harry que eram incrivelmente macios e muito finos (talvez por isso tão assanhados, pensou ela por uma fração de segundos), e desejando que aquilo não fosse um sonho.
O beijo foi intenso e demorado. Harry não sabia o quão diferente (e bom) era beijar uma garota que não estava chorando.
- Puxa Harry, você me surpreendeu sabia? –disse Gina após algum tempo.
- Foi mesmo? – perguntou Harry se divertindo ao ver a expressão no rosto de Gina que se mostrava curiosa. - Por quê? – continuou Harry enquanto encostava-se no trono da sequóia, punha as mãos nos bolsos e apoiava o pé no tronco da árvore.
- Eu pensei que você fosse... Quer dizer: você é tímido! E me beijar diante de toda,torre da grifinória não foi um ato de timidez – concluiu ela encostando seu corpo ao de Harry e o olhando nos olhos – ta mudando heim?
- Mas você também mudou – disse Harry sorrindo e abraçando Gina. - você mudou muito! E quando eu digo muito, é muito!
-Você acha?- perguntou ela a menos de um centímetro do rosto de Harry. E num sussurro concluiu: - você realmente acha que eu mudei Harry?
Harry estava aparvalhado, surpreso, apaixonado, arrepiado...
- Mudou! – disse ele abraçando Gina firmemente . De modo que seus corpos estavam tão juntos que era quase impossível saber onde começava um e onde terminava o outro.- e pra muito, muito melhor!
O beijo foi apenas uma conseqüência.

“Não precisa inventar
Qualquer coisa que me eleve
Basta teu sorriso pra dispensar,
Asa-delta e ultraleve.”

***~***~***

Harry abriu os olhos, já era a enésima vez que ele relembrava os acontecimentos ocorridos após a final de quadribol do ano anterior.
- Gina...- sussurrou ele baixinho, pensando na ex-namorada saudosamente.
Ele estava arrumando a mochila pra ir à festa de casamento de Gui e Fleur na toca. Ele não iria levar o malão pois não pretendia ficar muito tempo lá, então pôs algumas mudas de roupas na mochila da escola mesmo.
Harry sentou na cama estendeu a mão e pegou o envelope que estava em cima da mesinha-de-cabeceira.
Primeiro tirou um convite de casamento em um papel bonito, e letras douradas que iam aparecendo em uma caligrafia caprichada, convidando Harry para a festa que aconteceria dali a poucos dias. E depois tirou do envelope uma carta de Gina.

Olá Harry,

Estamos te mandando o convite do casamento do gui e da fleur, e esperando sua presença sem desculpas. Mamãe ficou muito triste com os últimos acontecimentos e está também muito preocupada com você! Ela passa o dia dizendo que você não deve estar se alimentando direito, e me enche de perguntas sobre você sempre que tem uma oportunidade.
E por falar nisso, ela quase deu um ataque quando soube que nós namoramos, disse que você estava mesmo precisando de um amor...(você sabe como mamãe é exagerada, tão exagerada que me deserdou quando soube que terminamos.Se bem que isso não faz muita diferença, já que a família Weasley não herança mesmo.)
Fleur e mamãe estão que é um grude só. Depois do acidente do gui, elas se uniram. Mamãe realmente não esperava que fleur fosse querer continuar com os preparativos do casamento, mas como ela mostrou que realmente ama o Gui, mamãe se rendeu de amores por ela (questão de gosto, não se discute, se tolera).
A Hermione vem pra cá (lógico) uma semana antes do casamento, porque você não vem também? A Luna e o neville virão pra cerimônia.
Papai manda recomendações e avisa que se você vier pra cá por aparatação (o que é bem provável já que você passou na prova do ministério), você terá que aparatar no pátio de entrada, do lado esquerdo da porta da frente (é que a casa está altamente protegida por todo tipo de feitiços, sabe como é...)
Esperamos ansiosos
O Rony manda lembranças
Até breve.
Gina Weasley
P.s.: ainda não desisti.

Harry dobrou a carta cuidadosamente e colocou novamente dentro do envelope. Ainda sentia falta de Gina. Fora difícil pra ele terminar um namoro que o fazia tão bem, mas ele teve que fazer isso. Não agüentaria perder Gina, como perdi todas as pessoas que ele amava.
Levantou-se caminhou até o armário do quarto. Abriu a porta, se olhou no espelho. Ele ainda era o mesmo Harry, os mesmos princípios, os mesmos olhos verdes, a mesma cicatriz em forma de raio, os mesmos óculos redondos. Mas seu coração já não era mais o mesmo. Depois de tantos amores e perdas, parecia que depois disso, seu coração batia mais devagar.
Encaminhou-se até a escrivaninha, puxou um pergaminho, molhou a ponta da pena no tinteiro e rabiscou as seguintes palavras:

“Volto em duas semanas pra buscar o resto de minhas coisas”.
H. Potter

Harry pôs o recado recém escrito em cima da cama, aproveitou pra soltar edwirges e falou:
- Estou indo pra casa do Rony, ok? Então a gente de encontra lá certo?
Edwirges deu um pio de entendimento e levantou vôo. Harry empurrou os óculos com a ponta do indicador pra mais perto do rosto, pôs a mochila nas costas e desaparatou.

***~***~***
A casa dos Weasley estava barulhenta, como sempre, e Harry resolveu dar a volta na casa e entrar pela porta da cozinha, que era de onde vinha todo o barulho.
- Sra. Weasley? – Harry perguntou do lado de fora da casa.
O silêncio que se abateu foi quase palpável. Então todos começaram a falar ao mesmo tempo.
- Harry? – perguntou a voz hesitante de Rony – é você cara?
- Ah, Harry querido! – ouviu-se a voz chorosa da Sra. Weasley – SAIA DA FRENTE ARTHUR!
- Calma Molly! Como podemos ter certeza de que é o Harry?
- Vai ter briga. – concluiu o Jorge.
- Com certeza – concordou Fred.
- ARTHUR WEASLEY, OU VOCÊ SAI DA FRENTE DESSA PORTA AGORA, OU EU NÃO RESPONDO POR MIM!
A porta se abriu e dois braços curtos agarraram Harry para um abraço apertado.
- Ah mamãe, assim a senhora vai estrangular o Harry – disse Jorge com um enorme sorriso estampado no rosto, enquanto punha os pés em cima da mesa.
- Querido, como tem andado? Você está tão magro. Não tem se alimentado direito pelo que vejo. – disse uma preocupada Sra. Weasley olhando Harry dos pés a cabeça.
- Estou bem Sra. Weasley – disse Harry ficando tão vermelho quanto os cabelos da mãe de Rony.
- Devia ter avisado que viria Harry. Disse o Sr. Weasley guiando o rapaz até a mesa onde se encontravam os demais membros da família. – Não estávamos esperando sua presença pra hoje a noite.
- Desculpe Sr. Weasley, não queria incomodar. – disse Harry um tanto envergonhado.
- Não seja tolo Harry! – repreendeu a Sra. Weasley. – Claro que você não incomoda querido. E você Arthur, vá dar um jeito no quarto de Rony então.
- Não precisa Sra. Weasley...
- Oh, claro Harry. – disse o Sr. Weasley risonho. – Você vai dormir no chão suponho?
- Vá logo Arthur, a cama de armar está no quarto dos gêmeos. E trate de não acordar o Gui sim?
- Claro naturalmente querida. – respondeu o Sr. Weasley a meio caminho do andar de cima.
- Você ainda não jantou não é Harry? – perguntou Molly enquanto mexia e remexia nas panelas preparando uma “refeição descente” para Harry.
- Não senhora. – respondeu o garoto.
- Desconfiei – disse ela com um olhar um pouco irritado – mas, não se preocupe já, já você irá se alimentar como se deve.
- Você vai ter que comprar vestes novas antes do casamento Harry, – disse Fred num sussurro – porque mamãe só vai sossegar quando te ver do tamanho de um trasgo.
Harry riu. Era bom estar de volta aquela casa.
***~***~***
Um cheiro bom de comida rapidamente encheu a cozinha enquanto Harry conversava com os gêmeos e Rony sobre como fora a última semana que passara na casa dos Dursley.
- Quer dizer que eles estão te ignorando solenemente?
- Não. Só o Duda me ignora. A tia Petúnia me olha estranha, e o tio Valter conta as horas pra que eu saia logo de casa. – respondeu Harry.
- Então ele ficou feliz por você ter vindo pra cá? - Rony voltou a perguntar.
- Não sei. Não avisei que iria sair. Só deixei um recado pra irritá-los
- Irritá-los? – perguntou Fred.
- É. – disse Harry – Tio Valter vai ficar uma fera quando souber que eu saí por conta própria e ainda estou vivo.
- Ah, ta... – exclamou Jorge com uma expressão de compreensão – Se você não tivesse deixado recado, eles achariam que talvez você tivesse sido seqüestrado. E teriam a esperança que você estivesse morto.
- Bingo! Respondeu Harry apontando e piscando para Jorge.
Risadas ecoaram pela cozinha.
- Meninos, o senso de humor de vocês é ridículo sabiam? – ralhou a Sra. Weasley depositando uma fenomenal bandeja repleta de comida na frente de Harry.
- Uau! Obrigado Sra. Weasley.
- Coma tudo querido. – disse ela com um sorriso.
- Quer me ajudar? - cochichou Harry pra Rony quando o viu lançar um olhar comprido pra sua batata.
- Já que insiste! – exclamou Rony se armando de garfo e faca.
Harry jantou como há muito tempo não o fazia. E riu se divertindo e esquecendo-se por algumas horas de que um destino cruel o aguardava e que ele, Harry, teria que segui-lo sozinho. Como sempre fora.
- Vamos crianças, cama!
- Está querendo nos expulsar mamãe? - perguntou Jorge se fazendo de ofendido.
- Não é isso querido. É que já está tarde. E amanhã teremos um dia cheio. Fleur volta amanhã de viagem e temos que terminar os preparativos da festa...
- Ok, mamãe, ok, não vamos começar com essa história de novo sim? – falou Fred impaciente. – vamos Jorge. Tchau mamãe. – despediu-se dando um beijo na bochecha da mãe.
- Tchau e se cuidem. Ok? Tenham cuidado. – falou a Sra. Weasley abraçando o outro gêmeo.
- Falou Harry.
- Tchau Jorge. – despediu-se Harry.
- Até mais Harry – acenou Fred.
- Até!
Então os gêmeos desaparataram em um crac!
- Boa noite mamãe. – falou Rony do meio da escada esfregando os olhos.
- Boa noite querido. E não esqueça de escovar os dentes.
- Boa noite Sra. Weasley. – falou Harry.
- Não, espere querido. Quero te perguntar uma coisa. E você pode ir subindo Rony, ele já vai.
- Tudo bem. Te espero lá em cima cara. – falou Rony sumindo escada a cima.
- O que a senhora quer comigo? Posso ajudar em algo Sra. Weasley? – perguntou Harry um tanto preocupado.
- Não é comigo o problema Harry. É com você. – disse a Sra. Weasley o olhando com ternura.
- Comigo? – admirou o garoto. – mas eu estou bem, disse Harry.
- Sente-se querido. – pediu a srs. Weasley. Harry puxou a cadeira e sentou-se começando a se sentir preocupado.
- Não é nada demais Harry querido. – disse a senhora pondo sua mão gorda sobre a mão do garoto. – é que eu fiquei muito preocupada com umas coisas que ouvi... Er... Sobre você...
- Sobre mim é...? – Harry começava a não gostar do rumo da conversa.
- Sobre você e Gina.
- Ah... – Harry definitivamente não estava gostando do rumo da conversa. – Olha Sra. Weasley eu gosto muito da Gina...
- Não Harry, quem vai ouvir é você. Querido, você é um garoto excepcional. Um ótimo amigo, um ótimo irmão, palavras do Rony, um ótimo filho... É um ótimo filho sim Harry, - Molly acrescentou ao ver a expressão incrédula do rosto de Harry. – seus pais não estão aqui pra te dizer isso, mas Sírius sabia disso e eu sei disso também porque te considero como um filho. E é por isso que eu quero te ver feliz. Fiquei muito satisfeita quando soube que você estava namorando minha menina Harry. Ela é um de meus tesouros mais preciosos, dos mais preciosos Harry. E fiquei muito feliz quando você descobriu esse tesouro. Harry, você tem todos os direitos do mundo, do mundo não do universo de ser feliz e ficar se escondendo da felicidade dentro de si mesmo, dentro de seu destino não vai ajudá-lo. Nós temos um destino escrito especialmente pra nós, Harry. Mas somos nós mesmos quem escrevemos esse destino. São nossas atitudes que traçam nossa história e são as atitudes do presente que descrevem nosso futuro. Por isso Harry, não adianta você se sacrificar fazendo coisas que você realmente não quer. E tentando decidir o futuro dos outros, por que só quem pode decidir o seu amanhã é você mesmo e ninguém mais. Pense nisso certo querido? Boa noite, e não esqueça de escovar os dentes sim? – a senhora Weasley se despediu dando-lhe um beijo na testa.
- Boa noite senhora Weasley – foram as únicas palavras que Harry conseguiu pronunciar.

***~***~***

Harry ficou atordoado com o que acabara de ouvir. E nem sequer tinha certeza de que absolvera direito o que ouviu.
Passou algum tempo na cozinha sentado sozinho encarando o tampo muito gasto da mesa. Já eram quase 11 horas da noite quando Harry resolveu subir para o quarto e tentar dormir. Porém, ao passar pela porta de um dos quartos da casa parou quando ouviu uma musica baixa que vinha pela fresta.
- A curiosidade matou o amasso sabia? – Harry pensou por um breve instante. Mas não conseguiu vencê-la quando se deu conta de que aquele era o quarto de Gina.
Harry hesitou, então chamou baixinho.
– Gina? – porém não ouve resposta. A música continuava a tocar. Então Harry chamou de novo.
– Gina? – novamente não ouve resposta. Harry então empurrou a porta devagar, e varrendo o quarto com os olhos. E ficou paralisado quando viu Gina, que dançava lindamente na frente do espelho. Ela estava de olhos fechados e não havia percebido a presença de Harry, então continuava a dançar lindamente. A música era uma balada romântica. Que ia descrevendo todos os pensamentos de Harry naquele momento.

“Se carecer de definição
Me sinto leve
Céu azul na bolha de sabão
Que o vento leve
Como folha o coração...”

Era incrível como Gina conseguia dançar daquele jeito. Ela não estava se mexendo exageradamente, muito pelo contrário, ela apenas se deixava levar pelo embalo da música, balançando de um lado pro outro no mesmo lugar. Porém não era apenas o fato de Gina estar dançando que havia chamando atenção de Harry. Mas também as roupas que Gina trajava.
Uma camiseta justa moldava-se no tronco da moça revelando um busto bem feito e uma barriga retinha. Já a saia (e que saia... Harry delirava contido no canto do quarto) era de um tecido leve que voava com a leve brisa que entrava pela janela do quarto, a barra da saia batia na metade da coxa deixando a mostra duas pernas bem definidas e brancas como a luz do luar.
Descalça e com os cabelos presos em um coque no estilo oriental, inclusive com os dois palitos, Gina embalava-se ao som da música.

“Ao te refletir um espelho em si
Vira quadro ou vira arte
Salvador dali
Não ousou imaginar-te”

Harry poderia ter passado a noite toda ali parado assistindo aquele espetáculo que se passava diante de seus olhos. O corpo pesou e Harry foi recostar-se na lateral da porta, ele só não contava estar pisando em cima dos próprios cadarços, então bateu com um baque surdo na parede.
Gina abriu os olhos e deu um toque com a varinha no rádio que parou de tocar.
- Harry! – disse Gina atirando-se nos braços do rapaz. Não sabia que você viria hoje. É bom vê-lo.
- É bom te ver também Gina – falou Harry abraçando Gina enquanto embriagava-se como cheiro bom que vinha dos cabelos dela.
- Nossa Harry, - disse Gina quando se soltou do abraço e olhou pra Harry - Você está tão magro!
Harry sorriu
- Sua mãe falou a mesma coisa assim que me viu.
- Desculpe, é a convivência. Mas me conta como foi com os Dursley, – disse Gina puxando Harry e sentando-se na beirada da cama. – está tudo bem com você?
Gina era realmente incrível pensou Harry. Ela podia encarar as coisas que aconteciam com uma naturalidade irreal. Nada parecia afetá-la. Nada parecia machucá-la. Havia pouco que Harry acabara o namoro dos dois e ela ali sorrindo e o abraçando como se nada de mal tivesse acontecido.
- Harry? – perguntou Gina ao perceber o olhar perdido de Harry. – Mundo mágico para Harry Potter! – brincou ela sorrindo.
- Harry na escuta, câmbio. – Harry sorriu – desculpe tava distraído.
- Percebi.
- Comigo as coisas não estão muito bem. – Ai meu deus eu não acredito que disse isso, Harry não queria ter falado aquilo.
- Quer conversar?
- Não acho uma boa idéia. – falou Harry triste.
- Então tudo bem. Você quem sabe.
- Não me trata assim Gina. – Harry não conseguiu frear seus pensamentos, assim como não conseguiu esconder uma ponta de tristeza em sua voz.
- “Assim” como Harry? Você não quer conversar e eu não vou insistir. Já te perguntei como foram as férias, você não respondeu. Quis saber por que você tá aéreo, você não quer dizer. Então eu não vou ficar mimando você como se você tivesse três anos e não quisesse comer. Se você quiser conversar, sou toda ouvidos, se você não quer azar o seu.
Harry ficou calado. Sabia que Gina estava coberta de razão talvez por isso a tristeza fosse ainda maior.
- Desculpe Harry, eu não quis ser grossa, mas é que você é complicado... – Gina segurou a mão de Harry entre as suas e falou olhando dentro de seus olhos.
- Tudo bem Gina, eu entendo você, mas é difícil pra mim sabe, – Harry resolveu falar de uma vez o que sentia ou não teria mais coragem – difícil ter que me separar de você, – Harry acariciava a mão de Gina, mas não ousava olhá-la nos olhos. – mas eu não suportaria perder você também. Já perdi meus pais e o Sírius. Até o Dumbledore morreu pra me poupar. E eu não agüentaria se acontecesse algo com você por culpa minha.
- Harry, olhe pra mim. – Gina levantou o rosto de Harry com a mão e segurou seu queixo o obrigando a encará-la. – Escute uma coisa: Ninguém morreu por culpa sua, está bem? Ninguém. Seus pais morreram por que um infeliz filho da mãe quis ser o tal. Voldemorte. Seus pais morreram por culpa dele, por causa da ambição dele. O Sírius morreu pra não ver o ressurgimento desse infeliz, pra não ver a desgraça do mundo se ele voltasse. E o Dumbledore morreu por tentar conseguir um meio de destruir aquele desgraçado.
Por um momento Harry não acreditou que era Gina que estava á sua frente. A raiva que estava contida nas palavras que ela dizia, era visível também em seus olhos.
- Gina você está muito alterada...
- Alterada? Alterada?! E como é que você queria que eu estivesse? Eu não estou alterada Harry. Eu tô muito é P***. da vida Harry. Esse desgraçado tá destruindo minha vida. Primeiro ele me engana fazendo-se de meu amigo. Depois quer me matar. Aí por causa dele meu irmão quase virou um lobisomem. Agora ele quer me tirar você Harry...
Gina calou-se levantou e foi até a janela. Ficou olhando pro céu estrelado durante um tempo até sentir uma mão em seu ombro.
- Você tem que se acalmar Gina ou daqui a pouco a Sra.Weasley invade seu quarto.
- Eu sei. Mas é que isso é mais do que eu posso suportar sabe? É demais pra mim. – Gina falou baixo tentando conter a tremedeira da voz e tentando engolir o nó que havia se formado em sua garganta
- Nós somos mais parecidos que eu pensei Gina. – Harry falou com sinceridade. Gina então virou pra encará-lo.
Os olhos castanhos da moça estavam avermelhados e marejados com lágrimas que teimavam em querer escorrer por sua face, mas que ela bravamente as contia nos olhos.
- Eu amo você Harry. – Gina não conseguiu conter uma lágrima que saltou de seus olhos e foi descansar no calor de seus lábios. Harry acariciou os lábios de Gina tentando enxugar as lágrimas que agora escorriam sem controle. Ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha assim que sentiu o calor dos lábios de Gina. Como ele havia sentido falta daquele rosto. E como ele sentia falta daqueles lábios.
Harry chegou mais perto. Pôs as duas mãos no rosto de Gina e carinhosamente limpou todas as lágrimas que manchavam aquele rosto que ele tanto amava.
- Não chore. Eu estou aqui com você. – Harry puxou Gina para um abraço. Apertado e intenso. Ele queria protegê-la, poupá-la, e faria o que estivesse ao seu alcance pra nunca mais ver aqueles olhos castanhos chorar. – Só me prometa uma coisa está bem? Me prometa que você vai se cuidar. Que você vai tomar cuidado ok?
- Mas...
- Nada de “mais”! Me prometa! – Harry a olhou nos olhos, e pediu novamente pra que ela prometesse só que dessa vez pediu em silêncio.
- Eu prometo Harry.
Harry a abraçou novamente e falou:
- Eu te amo menina.
- Não me chame de menina.
- Mas você é sim, minha menina.
Harry então a beijou. Beijou com todo o amor que possuía e todo o desejo que sentia. Foi um beijo molhado, salgado, gostoso e intenso.

“Eu me sinto flutuar
Maravilha que me elege
Feito pipa pelo ar
Mar azul na areia bege (bege)
Como brisa a me beijar
Teu carinho me protege
Me abraça e me derrete ao brincar
Como o mor no iceberg
Com você não tem explicação
Me sinto leve,
Como folha o coração.
Ao te refletir um espelho
Em si
Vira quadro ou vira arte
Salvador Dalí
Não ousou jamais imaginar-te”


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