Guardando o desconhecido.



Estava escuro e frio naquela noite de verão, o vento passava fazendo barulho e balançando as copas das árvores existentes naquela rua,a lua brilhava fortemente,iluminando fracamente um rosto de um homem que olhava para a rua pelo lado de dentro de um edifício quadrado e sinistro, que se encontrava deserto à algumas décadas.

-Malfoy! - Disse uma voz grossa - Saia da janela, algum trouxa pode ver você, e o Lorde falou que não podemos ser vistos, esqueceu?

-Não esqueci Amico. - Falou o jovem de voz arrastada -Apenas fui dar uma olhada na rua,à uma hora dessas não há ninguém espiando pela janela.

-Não podemos correr riscos garoto, saia daí.

Draco Malfoy relutou um pouco, porém se afastou da janela e se sentou numa velha cadeira de metal empoeirada que haviam pegado no que parecia ser o refeitório do edifício.

-Não sei porque o Mestre nos manda montar guarda nesse lugar idiota. - Resmungou Malfoy - O que era isso, um internato?

-Não falo a menor idéia. - Falou o outro - Só sei que quando o Lorde nos mandou para cá deu a entender que era uma coisa muito importante.

-O que o Lorde poderia querer num prédio trouxa? - Perguntou o jovem - Não consigo pensar em nada.

-Pare de resmungar garoto.. - Disse Amico, com um sarcástico sorriso enviesado na boca, o rosto semi-oculto pelas sombras - Você não está muito em condições de reclamar não é? Depois daquele fracasso no Ministério, agradeça todo dia por não estar morto ou coisa pior moleque.

Draco Malfoy ouviu o comentário so Comensal da Morte e começou a pensar no que passara quase todos os dias desde que fugira de Hogwarts pensando, no momento que poderia ter sido o de sua glória, teve vários minutos de oportunidade de matar Dumbledore e conquistar essa glória, porém não conseguira e no momento fraquejara, deixara Snape fazer o serviço e ficar com todas as honras do que fora resultado de seu árduo trabalho e esforço durante todo o ano. Malfoy a cada dia se perguntava mais e mais porque não conseguira matar Dumbledore, numca havia sequer simpatizado pelo Diretor, desprezava sua admiração pela escória trouxa e traidora do própio sangue. Então porque não conseguira matá-lo? Será que o própio Dumbledore estava certo, que ele não era uma pessoa má? "Não!", disse Draco para si mesmo, " Não sou uma boa pessoa, só fraquejei no momento errado".

-Snape a essas horas deve estar ao lado do Lord bajulando-o - Disse Amico, o desprezo tomando conta de suas faces duras - Enquanto eu, que batalhei com todos os meus poderes na batalha em Hogwarts estou aqui nesse buraco trouxa. E o que foi que ele fez para estar melhor que eu? Matou um adversário amarrado e sem varinha, grande coisa!

-É verdade,aquele idiota não faz nada e fica com todos os créditos. - Falou Malfoy amargurado. - Quanto tempo mais será que vamos ter que ficar aqui?

-Até segunda ordem... - Disse Amico - Não temos certeza de nada, podemos passar um ano aqui nos alimentando dessa porcaria de comida enlatada.

-O pior não é isso, o pior é que a guerra acontece lá fora e nós estamos aqui como dois cães de guarda. - Disse Malfoy

-É mesmo, estou sentido falta de torturar uns trouxas para variar - Disse Amico, rindo macabramente.

Malfoy retornou para a janela para dar uma conferida no movimento da rua, a rua estava completamente deserta, sem nenhuma alma viva.

-Os trouxas paracem que estão realmente com medo, não há um gato seuqer para fazer movimento nessa rua de noite. - Comentou Malfoy

-É, nossos amigos paracem que realmente estão fazendo um bom trabalho... - Disse Amico indo para a janela - Todos os bares já estão fechados e ainda não passa da meia-noite.

-É,estão mesmo assustados. - Disse Malfoy - É assim que eu gosto, trouxas morrendo de medo, pena que não estou lá fora para ajudar também.

Após isso Malfoy decidiu dormir,seus olhos estavam extremamente pesados devido à vigília da noite passada, era sempre assim, enquanto um dormia, o outro vigiava, o que, porém, não sabiam.

-Draco, levante-se e pegue a varinha! - Disse Amico, acordando-o, Draco protestou em sua mente, estava num sono bom , sem os sonhos que geralmente estavam lhe atormentando nesse verão. - Alguém acabou de aparatar no quintal,siga-me e não baixe a varinha.

Draco levantou-se rapidamente e pegou a varinha que estava em cima do criado-mudo improvisado, composto por um cilindro de gás e uma bandeja de prata,ambos acahados na despensa do refeitório.

-Lumus -Disse Amico apontando a varinha para a escada que dava para o saguão do térreo, estavam no primeiro andar, e o unico jeito de entrar em algum lugar da casa fora o saguão era por aquela escada.

-Lumus - Malfoy apontava também para a escada.

-Tirem essa luz da minha cara,sou eu. - Disse um voz gélida e sem-emoção, vinda de um homem vestido com uma capa preta e que subia as escadas apertando os olhos devido à claridade, tinha um rosto pálido elmodurado por uma cortina de cabelos pretos, era Severo Snape.

-Severo... Que bons ventos o trazem aqui? - Perguntou Amico sarcasticamente, abaixando a varinha - Nox! - E a varinha se apagou.

-Ordens do Milorde. - Respondeu Snape, seus olhos negros percorreram cada canto do aposento, até toparem com os de Malfoy.

O sentimento representado nos olhos de Draco beiravam o ódio supremo, ou quem sabe um grande desprezo, porém nenhum sentimento bom havia de ser. Snape apenas sorriu sarcasticamente, provocando ainda mais a ira interna do jovem.

-Ele me mandou para trazer seu estoque de comida para mais algumas semanas, e para ver se vocês estão trabalhando direito. - Continuou Snape,tirando do bolso um pequeno pacote magicamente ampliado para ter a mesma capacidade que o porta-malas de um carro popular.

Snape também tinha curiosidade em saber porque Voldemort havia mandado aqueles dois montarem guarda nessa casa trouxa, a dois meses atrás, obviamente tinha perguntado, porém o Lorde das Trevas se recusou a contar, só dizendo que era por um motivo extremamente importante:

-Essa comida enlatada de novo? Não agüento mais isso. - Reclamou Draco, que tinha pegado o pacote que Snapera colocara na mesa e despejava seu conteudo.

-Na minha opnião o Milorde está sendo muito bonzinho com você Draco. - Falou Snape com desdém - Está vivo e ele está te dando o que comer, você a esta hora poderia estar morto, ou quem sabe, pior que isso.

-Cale a boca seu Mestiço Nojento. - Falou Malfoy - Você é um covarde, Potter estava certo, só aparece na hora das coisas fáceis, numca se sacrificou pelo Lorde das Trevas, e apesar disso recebe todos os créditos por qualquer coisa, você é asqueroso.

Draco olhava pra Snape com uma cara homicida, e suas mãos seguravam fortemente a varinha.

-Só fiz uma coisa que você não foi homem o bastante para fazer. - Disse Snape calmo, com um leve sorriso de satisfação em seu rosto - Teve piedade do Dumbledore não foi? Teve medinho de matar não foi? Você é um fraco Malfoy, não tem coragem suficiente para ser Comensal, é bonzinho demais...

-Não sou bonzinho! - Falou Malfoy, a ira tranbordando em seu rosto - Pelo menos tive coragem de me arriscar pelo Lorde das Trevas, ao contrário de você que só ficou assistindo tudo como um covarde, não tem coragem pra nada, ficou em Hogwarts esse tempo todo comendo na mão do Dumbledore, enquanto os Comensais lutavam para encontrar o Lorde, você é um covarde Severo.

-Não me chame de covarde, Malfoy. - Disse Snape - Já expliquei tudo ao Lorde, e não me importo com o que você acha da minhas atitudes. Contudo, com certeza fui mais útil que seu pai, não estou preso...

-Não ouse falar do meu pai, seu covarde! - Berrou Malfoy, que finalmente levantara a varinha, e apontava-a para o peito de Snape - Ele pelo menos não foi covarde feito você, saiu para lutar.

-Não aponte a varinha para mim garoto! - Bradou Snape - E NÃO me chame de covarde!

-COVARDE! - Gitou Malfoy apontando a varinha agora para o rosto de Snape e se aproximando cada vez mais.

-Expelliarmus! - Draco não teve tempo de se defender, foi rapidamente arremessado para a parede, sua varinha vôou, indo aterrisar perto da escada.

Snape saiu andando em direçao a Malfoy, segurou-o pelo pescoço e o levantou, empurrando-o contra a parede, a outra mão segurando a varinha diretamente apontada para o rosto do garoto, Draco tentava furiosamente resistir, porém a força física de Snape era extremamente maior que a dele:

-Não vou aceitar ofensas suas entendeu? - Falou Snape - Podia te matar agora, não tenho medo feito você... Mas o Lorde das Trevas precisa de um vira-latas para vigiar essa porcaria, senão não me pouparia ao trabalho de matar você.

-Pois então tente. - Falou Malfoy - Ou você não é corajoso o bastante?

-Eu adoraria Draco... - Falou Snape sorrindo - Mas não quero me indispor com o Lorde das Trevas.

-Covarde... - Falou Draco.

-Não me xame de covarde! - Berrou Snape - Crucio!

Snape soltou Malfoy, que desabou no chão, seu corpo se contorcia horrivelmente e ele urrava de dor.

-Está bom, Snape! - Disse Amico - Deixe o garoto.

-É melhor eu fazer isso mesmo... - Falou Snape olhando para Malfoy no chão e rindo diabolicamente - Senão vou acabar matando esse idiota. Vou embora,uma boa noite para vocês

E foi embora descendo as escadas e desaparatando ao chegar ao quintal, Draco ainda estava no chão do aposento e lutava parase levantar, porém suas pernas não o ajudavam.

-Locomotor! - Disse Amico apontando a varinha para Malfoy, que saiu flutuando e aterrisou na cama - Vá dormir, já fez muita besteira hoje.

Draco demorou a dormir, pensando na humilhação que acabara de sofrer, enquanto Amico continuva montando guarda próximo a janela,olhava para Draco na cama próxima, porém sem enxergar quase nada, não podiam ligar as lâmpadas nem acender velas,pois asim denunciariam que estavam ali, o que poderia causar problemas, mas o que ele não imaginava era que as luzes causadas pelos feitiços de Snape e a gritaria entre ele e Malfoy havia os denunciado.

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