Preparando um casamento



Aquela Hermione decidida com certeza significava uma pessoa sem medo, pronta pra lutar pelo amor do homem com o qual ela sonhava há anos. Ela não sabia dizer de onde vinha aquela certeza do que sentia por ele, mas sabia o que fazer: ir atrás do que queria, dessa vez com tudo, e pra sempre. O que ela tinha que esperar? Algo ruim acontecer com qualquer um dos dois? Era preferível lutar pelo amor dele, mesmo que não desse certo, do que esperar.

Tudo na casa dos Potter inspirava amor, carinho e urgência. Todas as lembranças daqueles dois que se amavam tanto despertaram feras adormecidas dentro de cada um que adentrasse aquela casa. Mesmo os mais jovens, cheios de hormônios adolescentes, sentiam-se mais maduros e prontos para a vida. Sem medos tolos, sem sentimentos rasos, cheios de vontades verdadeiras. E sem ilusões.

Era principalmente aquela magia antiga, o amor, algo que Dumbledore sempre insistiu muito com Harry, sobre ser importante sem ser grande ou vistoso, que estava ali, naquela casa. Muito ainda estava por acontecer naquela casa.

Harry estava realmente muito maduro e atento dentro da própria casa. Como se tivessem se passado anos, e não horas, que estivessem ali dentro. Como se fosse possível amadurecer anos em segundos. Até mesmo a aparência dele tinha mudado! A namorada, Ginny, estava surpresa com a repentina maturidade de Harry, principalmente quanto ao sentimento dele para com ela. Ele não tinha mais aquele medo de não saber o que falar ou o que fazer. Olhava-a com profundidade e ternura, dizia com os seus olhos verdes e únicos que a amava. E ela compreendia sem sequer abrir a boca e proferir uma só palavra.

A força do amor é ignorada por aqueles que a desconhecem, ou que desacreditam dela.

Essa força grande, transparente e lúcida estava em cada um dentro daquela casa. Todos a sentiam e fortaleciam-se nela.

Sentindo-se tão adulta e segura do seu amor, Mione desceu as escadas para tomar café. Todos já estavam à mesa, inclusive os Weasley, de saída. A Sra. Weasley estava apressada.

- Vamos, Hermione, mexa-se! Tomem o café de vocês logo, porque temos que voltar pra casa! Gui e Fleur ficarão com vocês hoje, já que presumo que a busca de vocês vai tomar um pouco mais de tempo...

Enquanto comiam, a vitrola dos Potter continuava tocando sem parar tudo o que aparecesse na frente de Luna e Neville. Harry pedia para separar algo quando sua mente lhe mandava um comando, do tipo “essa música é importante”, e ouviria depois aqueles que ficassem de lado.

Gui e Fleur chegaram, os Weasley se foram, o Sr. Weasley direto para o Ministério, que ainda funcionava aos trancos e barrancos. Gui estava de férias por causa do casamento e por causa de seu ferimento, que ainda estava ruim, mas em processo curativo.

O casal animou-se com o clima da casa dos Potter. Gui não demorou a dizer:

- Quem é o fiel do segredo da casa, Potter?

- Seu pai, Gui. – Harry sabia onde a conversa ia parar, e estava muito feliz. Sem que Gui falasse mais duas palavras, ele se adiantou:

- Acho ótimo que você se sinta tão bem aqui que queira casar-se na minha casa. Pode pedir ao seu pai para tomar as devidas providências, acho que amanhã seria ótimo, não? – Harry pegou a todos de surpresa. Gui levou um susto, mas recompôs-se imediatamente.

- Eu vou fazer isso, Harry. Caramba! Eu sei que magia antiga funciona muito bem, afinal lá em casa é sempre assim, mas nossa! Você é muito jovem Harry! Não é perigoso?

- No meu caso é a única solução para o fim disso tudo, Gui. Não se preocupe. Tom Riddle era novo também quando descobriu como usar Magia Negra.

A cozinha toda ficou em silêncio, que duraram segundos, mas pareceram a eternidade. O assunto morreu ali.

Gui, animado, procurou o pai e voltou logo. Fleur ficou um pouco nervosa, queria tudo perfeito! (Mulheres... vocês sabem como elas são com detalhes e festas, não preciso nem comentar muito não é?)

A busca na casa seguiu no dia, mas seria interrompida amanhã, em virtude do casamento. Cada um voltou para seu posto do dia anterior, Fleur e Gui ficavam na cozinha, repassando os detalhes para o casamento, mas sem descuidar da vigilância.

Luna e Neville continuavam ouvindo os discos, atentos à Harry. Este continuava revirando seu próprio quarto com Ginny, parando, a intervalos regulares, para beijar a namorada. Ron e Hermione ainda estavam no quarto de estudos, na mesma posição do dia anterior: Ron fuçava as gavetas, Mione olhava com atenção todo o conteúdo que Ron lhe estendia, jogava fora o que não era importante, separava o que lhe chamava a atenção. Harry jamais duvidaria da capacidade de Hermione para o que é ou não importante.

O clima entre os dois estava tão ameno, e ao mesmo tempo havia uma tensão crescente entre eles. Um calor que subia do nada e invadia os dois, do nada. Um daqueles momentos estava pronto para explodir naquele momento.

Era perto da hora do almoço. Ron estava com fome, mas esquecia a fome cada vez que olhava para Mione. Se ela retribuía o olhar, firme e fixo nos olhos dele, ele esquecia da fome e sentia náuseas. O coração disparava. Ele sentia o olhar dela até mesmo quando estava de costas para ela. Sentia o peso, a certeza. E um calor muito insuportável. Ele sentia que estava cozinhando dentro do jeans.

- Nossa, como tá quente aqui dentro! Preciso tirar essa roupa quente, vou só colocar uma roupa mais fresca, tá Mione? Já volto.

Ela adorou a idéia dele. Também foi colocar algo mais confortável.

Quando ele voltou, viu que ela tinha trocado de roupa também. Começou a suar instantaneamente.

Ela, que antes usava uma calça jeans e uma camisa de mangas compridas, agora usava um vestidinho florido, larguinho. Ele era larguinho sim, mas deixava ver muito mais do corpo de Mione. O vestido marcava a cintura, os seios dela ficavam mais volumosos, as costas dela um pouco mais visíveis naquela frente única. Ron conseguia ver até mesmo os pêlos da nuca dela, o cabelo estava todo pra cima, amarrado num rabo de cavalo.

Ele tirara a jeans e colocara um shorts, que ele não havia reparado até então, mas que estava um pouco mais justo nas pernas. Teria ele crescido? Não, sua besta, as coxas, pensava consigo mesmo. O Quadribol aumentara suas coxas! Que agora estavam bem torneadas. A camiseta ainda era a mesma, um pouco larga, mas que deixava a marca de seus músculos peitorais bem perceptíveis.

Eles estavam prontos pra travar seu primeiro combate naquele quarto.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.