Lembranças e coisas do coração
43º capitulo – Lembranças e coisas do coração
N/A: o cap vai ser narrado de um jeito diferente. Todo D/G.
O colchão de Draco estava do lado da cama de Gina. Os dois já tinham comido morangos, chocolate e um resto de frango que estava no forno, na minúscula cozinha do lugar. Também tinham bebido cerveja amanteigada. Agora os dois estavam deitados com as roupas, só Draco estava sem a camisa.
Gina estava deitada, a cabeça no travesseiro, o corpo coberto pelo edredom. Draco estava na mesma posição, mas sem o edredom. Afinal, ele era um cavalheiro e não podia ficar coberto vendo-a passar frio.
Eles estavam em silêncio. Gina imaginava o que ele estava pensando, enquanto o garoto apenas sentia o perfume que vinha dos cabelos dela. Um cheiro bom de shampoo, flores. Ele não sabia bem ao certo o que era. Alguns fios de cabelo caiam da cama, e ficavam bem próximos do rosto dele. A sensação era boa.
-Você já dormiu? – ela sussurrou.
-Não.
Draco queria fazer alguma piadinha e deixá-la sem graça, mas não sabia ao certo o porque daquilo parecer tão desnecessário e até bobo.
-Quer conversar? – sua voz era calma, Draco se sentia confortável ao ouvir aquilo.
-Só se você topar uma coisa.
Em um segundo Gina se levantou e foi para o colchão. Os dois mantinham a pose, frios e impassíveis.
-Pode ser.
-Cada uma faz perguntas, quem não quiser responder tem que fazer o que o outro pedir.
-Fechado. Você começa – ela disse sorrindo, se divertindo com aquilo.
-Tudo bem – ele sorriu – Quero saber como você se tornou tão popular. Afinal, você não era nada a algum tempo atrás.
Gina sorriu e começou a narrar. Ela sabia que ele perguntaria aquilo.
***
Gina caminhava pelos corredores sozinha, Harry, Rony e Hermione tinham sumido. Provavelmente tinham ido resolver algum caso contra Voldemort. Ela os invejava. A menina estava no terceiro ano e se sentia uma fracassada naquela escola.
-Oi Gina – Ásis a cumprimentou.
-Oi Ás, quer sentar?
***
Gina e Ásis estavam conversando no dormitório quando Nátysi entrou.
-Senta aqui – Gina convidou e a menina foi até as duas, sorrindo.
***
-Quer dizer que você era super sozinha? – Draco a interrompeu.
-É, só sabia seguir Rony, Hermione e Harry.
-Que mau gosto – ele comentou.
***
Gina, Ásis e Nátysi estavam sentadas na grama, vendo o lago. Elas tinham se tornado grandes amigas. Uma panelinha estava formada. Jim, Stephen e Matt apareceram.
-E ai meninas? – Jim falou – Posso me sentar aqui?
-Claro Jim – Gina sorriu.
Os três eram os garotos mais bonitos do terceiro ano. Seria ótimo ficar amiga deles.
-Do que vocês estão falando? – Matt perguntou.
***
-Você é linda sabia senhorita Weasley? – Bryan Winton, da Corvinal falou quando passava por ela.
-Você tem tanta sorte Gina – Ásis suspirou.
-Ele é tão gatinho – Nátysi disse.
-Um babaca – os meninos disseram juntos.
***
-Olha lá – Ásis cutucou Gina – Ele está dando em cima de você.
-Claro que não – Gina falou nem um pouco modesta.
***
Gina entrou no quarto decidida a mudar. Pegou uma tesoura e tirou suas roupas do guarda roupa.
-O que vai fazer? – Ásis perguntou.
-Criar moda.
***
-Todas as meninas estão com inveja de você – Nátysi falou enquanto ela, Gina e Ásis andavam pelo corredor, na troca de aulas.
-Não sei porque – ela disse enquanto acenava para algumas pessoas.
-Porque você é a menina mais bonita dessa escola – Ásis falou.
***
-Você se acha perfeita não é? – Caroline gritou.
-Cala a boca – Gina disse – Você só quer ser como eu...Se toca.
-Eu te odeio Gina Weasley.
***
-Juntei todo o dinheiro que tinha e gastei em roupas nas férias – Gina disse aos amigos no Expresso Hogwarts. O começo do quarto ano.
-Vocês mulheres – Jim falou – Tem que parar de gastar dinheiro com besteiras.
-Ai Jimmyzinho querido – Gina falou – Eu tenho que estar sempre bem.
***
Gina estava caminhando pelo corredor. Várias pessoas sorriam quando ela passava. Gina sorria amigavelmente a todos. Ela sabia que era o centro das atenções.
-Hei Gina! – Ty gritou quando passou por ela.
-Oi – ela respondeu de volta.
***
-Todos te invejam – Nátysi falou.
***
-Você é a mais bonita – Stephen disse quando ela apareceu – A mais bela de toda essa escola, e sabe disso.
-Claro que eu sei – ela sorriu sexy pra ele.
***
-Como você se sente sendo a mais bonita e popular? – Hermione falou para a garota.
-Normal Hermione, normal – ela sorriu – Você sabe não é? Nós podemos nos acostumar as coisas na vida.
***
-Linda – a voz de Stephen ecoava em sua mente.
-Popular – Ásis dizia.
-A mais bela – Nátysi.
-Todos querem você – Jim falava rindo.
-Como você se sente? – Matt perguntou.
-Muito bem – Gina respondeu sorrindo.
***
-E foi assim que eu passei de fracassada do terceiro ano, para senhorita Weasley no quinto.
-Fácil.
-Pra você mais ainda Malfoy, você sempre foi querido por todos.
-Todos têm medo de mim, mas Dean, Trey e eu realmente somos amigos. Meus primeiros amigos de verdade.
-Você nunca se cansa dessa imagem? – ela perguntou.
-Às vezes. É chato ter pessoas esperando algo de você. O que você sente?
-A mesma coisa – Gina respondeu enquanto mexia no cabelo – Sabe, eu nunca falei isso pra ninguém. Mas é realmente difícil ser popular, enfrentar as pessoas, estar sempre bonita e feliz.
-Não se pode dizer o que se pensa, o que se quer.
-Essa história de ser o centro de tudo enche às vezes. Eu tenho que pisar em alguns, estar de bem com a vida o tempo todo e tudo o que eu faço gera boatos.
-Seria bom fugir um pouco disso – Draco falou.
-Também acho – ela falou enquanto Draco a observava.
-Seria péssimo se apaixonar por outro cara? – ele perguntou de repente.
-Não – ela disse pálida, seu coração batendo rápido – O que você acha de se apaixonar por mim?
-Sem resposta – ele sorriu – Faça seu pedido.
-Me beije – ela disse de repente.
***
Gina acordou no meio da noite. O frio estava de congelar. Se levantou e olhou para Draco. Depois do beijo ela tinha dito boa noite e se deitado. O menino estava tremendo de frio.
Ela foi até o colchão e se deitou do lado dele. Pegou o cobertor e colocou em Draco. A pele dele estava gelada. Seu cabelo despenteado caia em seu rosto.
A menina se perguntou se tinha feito o certo ao contar tudo aquilo pra ele. Mas um dia ela teria que desabafar com alguém. Um dia teria que dizer que manter a imagem irritava às vezes e que ela tinha sentimentos como qualquer um.
Draco se movimentou. Gina o analisou. Sim, ela estava apaixonada por ele. Que burrada isso. Não dava pra se apaixonar por Draco Malfoy. O cara não prestava, era o maior galinha de Hogwarts. Ela só iria sofrer.
Mas não dava pra evitar. Seu coração sempre disparava perto dele. Ela sempre soube dos riscos. Quando eles se envolveram ela não imaginou que fosse tão longe, ou talvez, sempre soubesse disso.
Mas no final das contas não havia nada a ser feito. Não com isso. Coisas do coração. Ela sofreria calada. Sua sina.
Draco sorriu. Estava sonhando com Gina. Os dois estavam passeando em Londres. Estava nevando. Ele a abraçou, Gina ficou sem reação, não fez nada. Se ela soubesse que ele estava sonhando com ela, se ele soubesse que a estava abraçando de verdade...Coisas do coração.
***
-Aqui está – o homem disse entrando no quarto escuro.
-Ótimo. Em uma semana vou conseguir preparar tudo.
-Você tem certeza? Não vai ser fácil fingir ser Gina Weasley.
-Claro que vai, é só dar chiliques, mexer no cabelo...Realmente vai ser muito fácil.
-Não importa, suas coisas estão aqui.
A mulher, menina, se levantou e pegou o enorme livro.
-Tenho muito trabalho – disse a si mesma e saiu de lá também.
***
Sair da loja foi fácil. Dizemos ao homem que ele tinha nos esquecido lá. Simples. O estranho foi acordar coberto. A Weasley estava na cama dela. Pegamos nossas coisas e fomos para Hogwarts.
Logo na entrada encontramos uma garota.
-Gina? – ela chamou desesperada – Estava esperando vocês dois a um tempão.
-O que foi Kelly? – ela disse.
-Eu disse a Nátysi que você tinha ido resolver uns problemas com Dumbledore.
Olhei desconfiado para a garota. Ela parecia estranha.
-Porque?
-Eu vi que vocês ficaram presos na loja. O dono aparatou e não pude avisá-lo. Eu sabia que isso ia dar o maior problema.
-Obrigada – Weasley disse sincera.
-Não foi nada.
Pegamos rumos diferentes. Ela foi para a Grifinória, eu para a Sonserina. Nunca achei um momento tão ambíguo como aquele. Rumos diferentes. Era isso que estávamos fazendo. Tudo tinha realmente acabado. Não sei porque, mas eu não podia aceitar muito bem essa idéia.
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