Os efeitos da poção
Eu estava indo para o meu encontro semanal com o Malfoy. A desculpa da semana: Detenção com Snape. Pelo menos todos tinham acreditado. Virei o corredor e fui em direção ao quarto secreto.
***
Assim que o jantar acabou e Olívia saiu do meu pé eu pude ir ao encontro com a Weasley. Marie não parou de me olhar um segundo sequer. Será que ela não entendia que tinha acabado?
-Patético – disse quando estava quase chegando.
***
Deitei na cama e arrumei minha roupa. Uma blusa que mostrava a barriga quase que inteira e uma saia minúscula. A parede se mexeu e o Malfoy entrou. Eu nunca tinha parado para pensar como ele era lindo.
Seu cabelo caindo...Lembrei do vestiário, mas aquilo era passado. Tudo era passado na verdade, senti algo assim que o vi. Ali, sorrindo pra mim. Ele veio até onde eu estava, na cama, e começamos a nos beijar.
Meu estomago dava voltas e voltas. Eu só queria senti-lo ali, dentro de mim. Eu não estava mais resistindo.
-Você está linda hoje – ele disse enquanto beijava minha barriga.
-Me beija Malfoy – quase exigi.
-Nem precisa pedir.
Eu gosto de você
Eu penso em você
Eu só respiro você
Eu tento te esquecer
Quando ele começou a me beijar de novo eu senti a mesma coisa. As borboletas no meu estomago, me dizendo aquilo que eu vinha negando há tempos. Aquilo era terrível demais. Eu simplesmente não podia acreditar nessa hipótese, não, não, eu não podia...Mas eu estava, completamente apaixonada por Draco Malfoy.
***
Caroline e as meninas juntaram os ingredientes e estavam saindo do banheiro, mas antes era preciso dizer algumas coisas.
-Todas vocês – Caroline disse – Nós temos que ficar de olho neles, vocês da Sonserina de olho no Malfoy e nós cuidamos da nojentinha. O importante mesmo é dar um jeito das pessoas descobrirem.
-Mas só dois dias? – Marisa falou.
-Com o nosso conhecimento mágico é o que da pra fazer, depois de amanhã, sete e meia da noite o feitiço acaba. E pronto, nosso tempo está correndo.
-É isso ai, vamos atrás das nossas presas.
***
Como eu podia ter sido tão frio com ela naquele dia, no vestiário. Eu estava me sentindo um monstro. Ela era tão linda, tão delicada. Estávamos deitados na cama, ela sempre dormia apoiada em mim, era a melhor sensação do mundo naquele momento.
-Malfoy? – ela me chamou...Sua voz tão doce, seu perfume invadindo todo o quarto.
Mas não consigo
Não dá
Sonhos perdidos
Que não saem do meu coração
Que vem mesmo que eu diga não
-O que é? – disse enquanto alisava os cabelos dela.
-Eu acho melhor nós pararmos, digo...Com esses encontros.
Levantei na hora.
-O QUE? – gritei – Do que você está falando?
-Nós fomos longe demais sabe? Eu não posso continuar traindo o Stephen, eu não posso mais...
Então era isso, o namoradinho dela. Foi como levar uma facada. Se eu pudesse mataria aquele garoto.
-É por ele então? – perguntei seco. Eu não gostava nem um pouco da idéia de ser trocado por outro.
Ela não respondeu, apenas começou a chorar. O olhar dela, que era sempre tão alegre, dessa vez estava triste.
-Assim você me mata – disse a Gina enquanto a abraçava – Para de chorar, por favor, para de chorar.
Ela não parava, apenas chorava, mais e mais. Eu estava me sentindo péssimo. Era culpa minha. Agora que eu tinha descoberto que a amava, justo agora, nós não íamos ter mais nada.
***
Hermione estava andando por um corredor escuro quando trombou com alguém. Ela sentia que conhecia aquele perfume de algum lugar.
-Desculpe, eu... – ela começou a dizer, mas foi interrompida.
Sentiu lábios contra os seus, pressionando-a contra a parede. Seu coração disparou, mas ela não conseguia se livrar dele. Sem saber o porque, ela não queria na verdade. Aquele beijo a instigava.
***
-Rony! – alguém o chamou e ele se virou.
-Liza...Oi – ele disse rindo – Em que posso ser útil?
-Não, só vim conversar.
Ele achou aquilo no mínimo estranho. Quando estava apaixonado por ela a menina sequer lhe falava um “Oi”, e agora queria conversar. Muito estranho.
-Certo...Quer dar uma volta então? – ele disse todo educado.
-Claro, eu adoraria!
Os dois seguiram um caminho diferente do que ele estava fazendo antes. Rony realmente não queria encontrar a namorada.
***
Mas é só te ver
Pra enlouquecer
Faço tudo que você quer
Vou me arrepender depois
Mas eu não resisto a nós dois
Ou não
Eu só queria chorar, meu coração estava despedaçado. Eu não podia mais continuar com aquilo. Não dava. Eu sabia que o Malfoy estava saindo com muitas garotas nos outros dias da semana.
-Eu preciso ir – disse enquanto colocava as minhas roupas.
-Weasley, eu... – ele começou a dizer, ainda estava deitado na cama.
-Não fala nada tá? – eu estava me controlando para não gritar – Acabou. Você sabia que ia acontecer, eu sabia.
Mesmo me forçando a acreditar naquela idéia, mesmo assim eu não conseguia parar de chorar. Eu nunca tinha me sentido tão mal daquele jeito. Nunca mesmo. Levantei e estava saindo quando ele me chamou mais uma vez.
-Weasley...Pense bem – por incrível que pareça, ele não estava sendo irônico, nem sarcástico.
-Já pensei Malfoy, pensei muito. Isso foi longe demais.
Você é mel e sal
Você é o bem e o mal
Você me deixa sem sono
Sem ter você pra mim
Eu fico meio assim
Feito um cãozinho sem dono
Sonhos perdidos
Que não saem do meu coração
Que vem mesmo que eu diga não
Quando eu virei as costas para ir embora ainda dei uma última olhada. Seria o fim? Porque eu não queria um fim daqueles pra mim, não quando eu tinha descoberto que estava apaixonada.
Toda a cena se passou em câmera lenta na minha cabeça. Eu o vi ali, sentado na cama, me olhando daquele jeito. Os olhos dele, nebulosos como sua alma. Eu só não entendia como de repente tinha me apaixonado por ele. De repente mesmo, há dois dias atrás ele não passava de um amante.
Tomei o rumo para a Grifinória ainda chorando. Eu queria gritar, queria que todos sentissem a minha dor.
***
Ela saiu e deixou o quarto vazio. Eu não podia acreditar naquilo, não podia mesmo. Eu estava acabado, como ela tinha conseguido fazer algo assim em mim? Eu queria chorar, mas me recusava a fazer isso.
Mas é só te ver
Pra enlouquecer
Faço tudo que você quer
Vou me arrepender depois
Mas eu não resisto a nós dois
Ou não
-Você vai se arrepender – disse enquanto ia até a mesa.
Lá tinha uma garrafa de whisky de fogo, minha companhia da madrugada.
***
-Quem é? – Hermione perguntou quando o beijo acabou.
A pessoa não respondeu. Apenas saiu correndo, deixando-a perplexa ali no corredor. Ela só queria confirmar, mas podia jurar que aquele era o perfume de Harry. Não, ela sabia que Harry amava Pansy. Ele não iria fazer isso.
Foi até a Grifinória. Já tinham acontecido coisas demais. Hermione ouviu o barulho de passos e acendeu a varinha, não devia ser mais de onze horas. Os monitores tinham alguns privilégios. Viu então cabelos vermelhos passando.
-GINA! – gritou.
Mas a menina já estava longe.
-Ela estava chorando...Mas porque? – Hermione disse a si mesma, no dia seguinte ia saber o que tinha acontecido.
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