A verdadeira moeda



Capitulo 19 – A verdadeira moeda


-Anh? – Ginny olhou para Hermione seriamente naqueles olhos cor de amêndoa.
-Eu preciso da sua ajuda para encontrar um dos horcrux de Voldemort... – falou Hermione ainda em pé fitando Ginny com uma cara de poucos amigos.
-Horcrux? Voldemort? O que aconteceu Mione?
-Ginny, não temos tempo pra eu explicar, preciso que você me leve até a câmara secreta... – Hermione puxou Ginny fazendo a garota se levantar bruscamente.
-Mas Mione...
-Eu sei onde fica basicamente... Sei que fica no banheiro da murta que geme só que não sei qual a pia... E como você é a única que já esteve lá...
-Enquanto ao Harry e o Rony?
-Não preciso fazer isso sozinha... Quero dizer... Precisamos fazer isso sem eles! – uma chama de fúria lampejou nos olhos de Hermione.
-Mas Mione...
-Você não vai me deixar na mão vai?
-Não! Claro que não... Mas... – Ginny levantou-se com a cara seria.
-Não se preocupe a única aula que temos é Astronomia e ela é opcional... Poderemos faltar sem nenhum problema... – ela se virou e foi em direção aos corredores.
Ginny correu para poder alcançar Hermione que andava rapidamente. A ruiva tentou falar com Hermione duas vezes, mas esta a cortou bruscamente e continuou seu caminho até chegar ao conhecido banheiro da murta que geme.
Hermione entrou no banheiro e depois saiu girando pelas pias procurando algo...
-Ginny me ajude aqui eu não sei qual a pia... – ela olhava para as pias com olhar desconfiado – são todas iguais...
-Mione eu não sei qual é a pia... – Ginny esfregou o braço e olhou desconcertada para a pia.
-Como você não sabe? Você não veio pra câmara secreta sozinha? – Hermione se virou bruscamente para ela.
-Eu não sei...
-Mas você entrou sozinha não?
-Entrei...
-E então?
-Só que eu não estava exatamente sozinha lembra?
-Mas... Riddle! – Hermione deu uma tapa na testa – droga como pude me esquecer disto?
-Eu tentei te avisar... Não tem como irmos pra câmara secreta... Eu não sei como entrar... – Ginny sentou se no chão. – eu estava sendo controlada...
-Mas...
-Mas o quê?
-Mas... Ainda era você quando entrou não?
-Sim...
-Então foi você que entrou!
-Mione o Tom me controlava...
-Porem era você que fazia os atos...
-Tá eu sei que fui tola o bastante para fazer aquilo, achei que vocês não se importassem mais - Ginny se levantou com os olhos marejados.
-Não é isso Ginny... Estou dizendo que se foi você que fez as ações... Por mais que Voldemort tenha te controlado você se lembra... – Hermione estava encostada em uma das pias com um sorriso triunfante.
-Mione... Eu já te contei com o é ser possuída por Voldemort? Eu fazia as coisas e não lembrava delas só sentia uma enorme dor de cabeça depois... Era como se minha memória tivesse sido apagada... Eu não tenho essa parte da memória... – Ginny foi escorregando as costas na parede até sentar-se de novo.
-Não Ginny você tem essa lembrança na sua memória... Eu tenho certeza...
-Mas Mione eu não consigo me recordar direito do meu primeiro ano... Tenho poucas lembranças... Há algumas que são muito distantes umas das outras uma antes do dia das bruxas e outra só nas vésperas do natal... – Ginny colocou os braços em cima dos joelhos.
-Porem você não deixa de ter essas lembranças...
-Como?
-O Prof Slughorn falou uma vez numa das reuniões que uma lembrança nunca pode deixar de existir... Ela pode ser escondida... Mas o bruxo dono da mesma pode buscá-la na sua propia memória... Agora essa é uma tarefa muito difícil... Você não lembra que ele disse?
-Não... Na verdade eu nunca prestei atenção direito no Slughorn... Quando ele falou isso?
-Acho que foi depois do fim do torneio de Quadribol...
-Eu sei porque não prestava atenção...
-Harry... Mas Ginny nós precisamos dessa lembrança... Acha que consegue?
-Não sei... Como faço isso?
-Espera... Eu tenho que me lembrar das palavras dele... Ele disse que se o bruxo que quer recuperar uma parte da memória for inexperiente é aconselhável que ele esteja sobre supervisão de um bruxo poderoso...
-Certo temos a bruxa inexperiente: eu, e temos a poderosa: você... Agora como faço isso?
-Feche os olhos... E volte até a parte em que você tem a ultima lembrança antes de sair da câmara... Onde você esta?
Ginny fechou os olhos e sentiu uma grande onda de sono. Sentiu o corpo entorpecido... E escutou longe a voz de Hermione. Ela apertou os olhos com força fazendo com que ficasse desperta.
Ela foi voltando a memória para seu primeiro ano. O embarque de Hogwarts. O jogo de Harry quando ele quebrou o braço. O dia dos namorados. A primeira vez que viu Tom. E de repente começou a sentir uma dor inexplicável na cabeça.
Com um lampejo branco ela estava num corredor alagado e ouviu um silvo na parede. Outro lampejo branco e estava no seu quarto. Mais alguns lampejos e se viu no corredor com o diário de Riddle na mão.
-Aí! – Ginny gemeu e colocou a mão na testa ainda como os olhos fechados.
-O que você vê? – Hermione avançou em direção da amiga.
-Eu me vejo no corredor com o diário do Tom nos braços estou com os dedos melados de sangue... Aí! – Ginny viu um lampejo branco e sentiu a pontada de dor mais forte do que todas as outras.
-Ginny?
-Agora estou com Harry no chão da câmara secreta acho... Ele me esta com o braço ferido e mandou eu sair da câmara... Espera tem uma fênix aqui ela pousou no ombro de Harry e algum liquido escorreu dos seus olhos... Que canção linda! Nossa como o Harry era fofinho! – Ginny não pode deixar de sorrir quando visualizou Harry nos seus doze anos.
-Ginny! Você se adiantou demais! Você tem que relatar o que viu depois do corredor... – Hermione não pode deixar de sorrir mais sabia que aquela não era a hora.
-Certo, certo... – Ginny voltou mais uma vez para a imagem do corredor. Ela apertou os olhos e mesmo sentindo uma dor imensa tentou visualizar o que fazia.
-Ginny o que você vê?
-Mione eu não consigo dói muito... – Ginny começou a se contorcer deitada e Hermione caiu de joelhos ao seu lado imediatamente colocando a cabeça dela no seu colo.
-Você tem de continuar... – Hermione sacou a varinha e com um movimento aliviou a dor de Ginny. Ela parou de se contorcer imediatamente, mas do seu nariz começou a escorrer sangue. Hermione não sabia se devia parar com aquilo. “Não!” Disse uma voz dentro dela “Vocês precisam fazer isso sem os meninos... Você consegue Hermione”.
-Eu estou escrevendo na parede “O esqueleto dela jazerá na câmara para sempre...” Agora estou vindo para cá. – Ginny se levantou de repente com um pulo e foi em direção as pias com os olhos fechados ainda. Ela conseguia sentir o sangue escorrendo pelo nariz, mas não sentia dor nenhuma, sentiu sua blusa molhada de sangue. O seu corpo estava entorpecido, ela não sentia nada, tato, visão, paladar, olfato, nem audição. Sabia onde estava mais não sabia o que fazia.
-Ginny? – Hermione levantou com a varinha ainda na mão. Seguiu a garota que rodava as pias procurando algo até que parou em uma.
Ginny soltou um silvo que cortou o ar fazendo Hermione colocar as mãos nas orelhas. Com um rangido assombroso uma luz branca saiu da torneira e começou a girar. No segundo seguinte, a pia começou a se deslocar; a pia, ma realidade, sumiu de vista, deixando um grande cano exposto, um cano largo o suficiente para um homem adulto escorregar por dentro dele.
Hermione balançou a varinha e Ginny abriu os olhos no mesmo estante. O corpo de Ginny pesou e ela se viu caindo de costa. Hermione a segurou e acabou caindo de joelhos cortando-o. Ginny passou a mão no nariz e depois sentiu uma dor imensa na cabeça. Uma dor horrível. Uma dor que parecia que ia partir sua cabeça.
Ginny se sentou com a mão na testa e o passou a blusa no nariz, viu que a mesma estava coberta de sangue olhou para Hermione com a mão no joelho. Uma coisa branca saia do joelho da amiga. Ela fez um movimento com a varinha e um “creck” saiu do joelho de Hermione. Depois a morena se levantou olhando para as pias.
A ruiva se virou e recuou instantaneamente depois olhou com assombro para o buraco que se encontrava no lugar das pias.
-Mione o que aconteceu?
-Vamos Ginny perdemos muito tempo aqui... – Amorena olhou de novo para o fundo do buraco e depois pulou dentro do cano.
Ginny se levantou bruscamente e sentiu uma tontura. A tontura foi tão forte que seu corpo pesou para frente e ela caiu no buraco.
Um vento cortante e frio passou pelo seu estomago. Ela sentiu como se já tivesse feito algo parecido, só que ela não conseguia se recordar de quando e onde.
Outros canos, uns menores e outros bem menores e alguns grandes, mas nenhum como aquele, iam todos em varias direções, porém aquele ia reto, até um certo ponto fazendo uma curva brusca que fez Ginny bater a cabeça na parede.
Quando chegou ao chão o cano nivelou e ela foi atirada uns cinco metros a frente do buraco. Ela notou que devia estar numa grande velocidade. Por pouco não caiu por cima de Hermione que estava sentada com varinha em mãos iluminando uma pequena área ao redor dela. Ginny fez o mesmo com a sua varinha e agora havia dois pontos de luz em uma vasta escuridão.
-Cê tá bem Mione? – Ginny bateu suas roupas e olhou para o chão e levou um grande susto que a fez dar um salto para trás. Elas estavam em cima de ossos, muitos ossos.
Hermione não respondeu. Ela estava parada olhando para um local longe da visão de Ginny. A ruiva se aproximou e levantou a varinha para olhar o que Hermione via, e com um assombro viu uma cobra gigantesca com a cabeça virada para o túnel pelo qual as duas haviam descido até ali.
-Você não acha que é um... – Ginny falou quase que com um sussurro.
-Basilisco? – falou Hermione com a voz distorcida pelo medo.
-Não pode ser... Eu vi o corpo do basilisco que o Harry matou...
-Ou que você acha que o Harry matou...
-Você acha que ele ainda esta vivo?
-Só há um jeito de saber – Hermione se levantou e foi caminhando devagar para perto da cobra gigantesca.
Um ruído cortou o ar e cabeça da cobra se moveu muito pouco. As garotas ouviram o barulho de ossos quebrando, ou seja, a cabeça rastejando por cima dos mesmos.
Ginny tentou em vão alcançar o braço de Hermione, só que a morena já esta a meio metro da cobra. A ruiva colocou a mão na boca e tentou a abafar um pequeno grito, mas já era tarde Hermione estava com uma mão em cima da cobra.
-Esta morta – Hermione falou lentamente.
-O que? – Ginny avançou cautelosa para perto da amiga.
-É uma pele morta... Pode ser da mesma que o Harry matou... – Hermione olhou em volta e viu varias peles apodrecidas – ou pode ser de um basilisco vivo...
-Você não acha que existem mais basiliscos não é? – Ginny olhou incrédula para a amiga.
-Essa pele parece ser recente não tem mais de três anos Ginny... – Hermione olhou para os lados desconfiada.
-Então existe mesmo outro basilisco...
-Ou pode ser o mesmo Ginny – Hermione passou pela frente da carcaça e foi andando, Ginny saiu quase correndo atrás dela. – a lenda de Slytherin diz que o basilisco ficará adormecido até que o seu verdadeiro herdeiro volte... Como seu herdeiro já voltou duas vezes, pode ser que o basilisco esteja circulando pelos canos subterrâneos de Hogwarts... Mas ele não sairá da sua toca a menos que precise...
-O que você quer dizer com isso? – Ginny parou e fez Hermione se virar.
-Fique atenta a qualquer barulho, se você perceber um conjure algo para proteger os olhos e fique quieta, os basilisco percebem a presença vital pelo olfato e audição...
-Certo...
-Agora por onde vamos primeiro...
-O que é aquilo? – Ginny apontou para algo em cima de uma pedra...
Hermione se virou e tentou acompanhar Ginny, mas seu joelho não deixava que ela corresse. Ela avistou que era um tecido quando Ginny levantou-a com a boca escancarada.
-Mione isso... É meu! – Ginny levou para perto de Hermione que colocou sua varinha bem próxima ao tecido. De repente, como se uma flecha atingisse sua cabeça, Hermione reconheceu a roupa, era um suéter, um que eles entregam no primeiro ano, para o inverno.
-O que faz aqui?
-Não sei... Quando eu procurei por ele no final do ano não o encontrei...
-Você deve tê-lo perdido quando foi trazida a força pelo Riddle.
-É deve ter sido... – Ginny deu mais uma olhada no suéter e depois o sacudiu para cima da pedra, um pergaminho caiu – o que é isso?
-Um pergaminho? – Hermione apanhou no chão e quando ia começar a ler Ginny arrancou-lhe da mão – ei eu ia ler!
-Isso estava no meu suéter... Depois é alguma cartinha boba pro Harry – Ginny colocou o pergaminho bem perto do rosto junto com sua varinha para que Hermione não visse que seu rosto estava totalmente púrpuro.
-O que tem escrito no... – Hermione começou a falar, mas Ginny não conseguiu escutar mais.


Eu não sei o que faço aqui nem como vim parar neste mausoléu dos infernos, só sei que o Tom não me deixa em paz ele diz que preciso seguir e abrir a câmara para que ele se liberte e assim possamos ser amigos para sempre... O Tom esteve estranho desde que o recuperei... Não o entendo mais... Ele esteve grosso comigo e só vem falando nessa maldita câmara...

As palavras do pergaminho começaram a tremer e o pergaminho sumiu assim como Hermione e a luz que sua varinha emitia. Ela estava naquele mesmo local.
Ginny abriu os olhos e olhou para baixo.
Suas vestes não eram as mesmas, ela agora estava usando as vestes dos primeiranistas e tinha um diário em mãos.
Ela olhou em volta e depois passou a mão no cabelo. Seu cabelo estava curto e preso por uma fivela. Ela ia gritar quando uma dor veio em sua cabeça junto com uma voz insuportável.

Abra a câmara secreta... Mate todos os Sangue-ruim... Destrua Harry Potter...
Abra a câmara secreta... Mate todos os Sangue-ruim... Destrua Harry Potter...
Abra a câmara secreta... Mate todos os Sangue-ruim... Destrua Harry Potter...

Ginny agora andava em direção a um portão redondo com varias cobras gravadas nele.
Um silvo cortante saiu da sua boca e com um lampejo branco, uma cobra surgiu do chão e fez com que todas as outras recuassem, fazendo com que a porta se abrisse.
Um turbilhão de lembranças veio à mente de Ginny e ela olhou em volta e viu o rosto suado de Hermione enquanto era sacudida. Uma dor insuportável penetrou na sua cabeça, ela pegou sua blusa e colocou no nariz para estancar a ferida.
-Ginny? Você esta bem? – Hermione a soltou e se postou do lado da garota.
-Estou... O que aconteceu? – Ginny se sentou ainda com a blusa no nariz, agora tanto a parte superior, com a inferior, da blusa de Ginny, estava suja de sangue.
-Você começou a ler o pergaminho... De repente, começou a despencar, só que não foi como no banheiro você parou no meio e começou a se contorcer... – Hermione parecia ao mesmo tempo assustada e curiosa.
-Mione eu tive uma visão... – Ginny parou e olhou no fundo dos olhos de Hermione, depois levantou sua varinha na altura do ombro da amiga, e viu: o portão circular lacrado com cobras. – vamos... Eu sei por onde devemos ir...
-Ginny? Mas como? – Ginny já estava em pé e seguia em direção ao portão.
Ginny chegou no portão e repetiu o que tinha feito na sua visão, mas não teve resultado. Não tão rápido como da outra vez. A luz branca veio, depois com um ruído de correntes se movimentando a cobra grande veio, as pequenas recuaram fazendo o portão deslizar para frente, revelando o fim de uma câmara, muito comprida e mal iluminada.
Hermione olhou para o falso horcrux e depois em volta. Tirou o pergaminho que continha o poema e o recitou mentalmente.
Não havia nenhuma referencia ao lugar. Hermione correu pela câmara e viu estatua do rosto de Salazar Slytherin sua boca aberta apontava para o portão, ou seja, não tinha valor nenhum.
Os cabelos e barba eram basicamente iguais. Ela olhou um a um sem pestanejar, até que viu um detalhe. Um dos cabelos, ou fio da barba tinha dois olhos na ponta e apontavam para o oeste.
Ela se virou bruscamente para o oeste olhou em volta. Havia um corredor, mas não podia ser. Era obvio demais. A garota olhou em volta e percebeu que estava olhando para o lado errado já que a estatua estava ao contrario, ou seja, o sentido certo era leste.
Imediatamente ela olhou na direção leste. E viu um corredor e uma pilastra. Descarto o corredor sendo tão obvio quanto o outro, na certa seria um caminho para o basilisco.
Correu para a pilastra e procurou algum sinal na mesma não encontrou nada. Certificou-se novamente que estava na direção certa e quando ia se virar na direção de Ginny viu uma minúscula cobra que apontava para uma curva.
Uma curva que não poderia ser vista por qualquer um que entrasse na câmara. Aquele era o único local donde se poderia ter uma pequena visão curva já que ficava atrás de uma das replicas do rosto de Slytherin.
Ginny veio correndo em direção a Hermione e quando estava chegando perto. Hermione corria para outro lugar. A ruiva não entendeu mais seguiu a amiga.
Hermione passou pela replica e foi em direção a curva e dobrou logo. Encontrou um portão. Aquele portão com certeza só poderia ser aberto por um ofidioglota.
Ela se virou e viu a ruiva vindo em sua direção.
-Ginny... Preciso que você abra esse portão... Na língua das cobras... – Hermione olhou seria para amiga.
-Anh? Mione eu não sou uma ofidioglota... O Harry sim... – Ginny se curvou e colocou a mão nos joelhos para tomar fôlego melhor.
-Francamente Ginnevra Weasley como você acha que chegamos aqui? Com mágica? Você abriu todos os portões e preciso que abra esse... – Hermione girou os olhos como de costume, colocou a mão nos quartos, fez uma expressão dura fazendo Ginny entender o recado.
-Mas Mione eu...
-Parece que quando Tom Riddle te usou para falar com o basilisco acabou por te ensinar a falar a língua das cobras agora se apresse e abra o portão.
Ginny olhou para a amiga e viu que ela não estava brincando. Olhou para o portão. Esse portão era diferente do outro. Esse tinha uma cobra circular com os olhos verdes. Provavelmente eram esmeraldas.
-Abra – Ginny falou mais saiu normalmente. Ela olhou para Hermione que mantinha a expressão seria. Ela tentou mais uma vez só que desta vez o silvo cortante saiu de sua boca.
A cobra se mexeu e uma luz vermelha veio de repente as esmeraldas dos olhos da cobra saíram como flechas em direção a Hermione que fez um feitiço escudo rapidamente. Ginny olhou com pavor para a amiga.
Duas novas esmeraldas surgiram e a cobra voltou ao seu lugar normal. Hermione tinha um ar tranqüilo e olhou para a cobra novamente e percebeu que havia algo que ela não tinha visto da ultima vez. A cobra estava com a boca aberta.
A boca da cobra era redonda. Hermione foi até a cobra e enfiou o medalhão na boca da cobra. Ele se encaixou direitinho.
-Mione? – Ginny olhou ainda com medo para a amiga.
-Ginny... Preciso que preste atenção. Só temos essa chance... Você precisa dizer: “Soy Lord Voldemort eternium herdero di Salazar Slytherin” entendeu? Só que na língua das cobras. Um erro e perdemos o medalhão...
-Como você sabe essas palavras?
-Estão na borda esquerda do medalhão... Agora diga Ginny...
Ginny olhou para a cobra com pavor. Sabia que não devia ter medo. Sua casa era a Grifinória. Era a mulher mais corajosa que conhecia a não ser sua mãe e Hermione. Ela respirou fundo, olhou para o portão e disse as palavras.
Olhou para Hermione e olhou para a cobra ela se moveu, mas ao invés da luz vermelha, uma luz verde saiu dos olhos da cobra, o medalhão desapareceu, e a cobra desapareceu logo após.
O portão soltou um ruído alto e depois deslizou para frente. Atrás do portão havia varias esmeraldas que formavam o piso, a parede. Tudo era de esmeralda.
-Nossa... – Ginny olhou espantada para o aposento.
-Silêncio! Deve haver cobras aqui... Fique aí – Hermione avançou
Hermione seguiu pelo caminho de esmeraldas, a luz que sua varinha emitia era refletida pelas esmeraldas fazendo a sala se encher de luzes verdes. Ela virou e viu: uma esmeralda maior que todas as outras e com uma cobra em forma de S forjada nela.
A garota se encaminhou lentamente até a esmeralda e tocou nela, olhou para os lados hesitante e retirou a esmeralda com cautela. Nada aconteceu.
Ela colocou a esmeralda no bolso de suas vestes junto com um poema e depois foi em direção a Ginny olhando para todos os lados para se certificar que não havia mais nada importante naquela sala de tesouros escondida na câmara secreta.
Hermione passou por Ginny e saiu da sala, com Ginny ao seu encalço.
-E então? – Ginny quase derrubou Hermione colocando o rosto por cima do ombro da amiga.
-Então o que? – Hermione certificou-se que não havia nada trás dela.
-Você pegou o horcrux?
-Sim olha...
Hermione tirou a esmeralda do bolso e o mostrou a Ginny, os olhos da ruiva mudaram do azul amendoado para o verde, de repente Ginny ficou irreconhecível. Hermione colocou a esmeralda no bolso fazendo Ginny voltar o normal.
-Precisamos destruí-lo... – Hermione continuou andando, agora estavam no centro da câmara escura.
-Mas Mione, eu achei que o horcrux era um em forma de um medalhão do Slytherin...
As palavras de Ginny atingiram Hermione com tamanho impacto que a fez desmoronar de joelhos no chão.
-Como sou burra! Como pude esquecer que era um medalhão... Mas não tinha nenhum medalhão naquela sala...
-Não Mione... Você não é burra... Tem certeza que esse tal poema não fala de uma esmeralda... Ou uma pedra?
-Não só fala da moeda... Com a moeda certa deve pagar... Nenhuma pedra nem esmeralda...
-Espera aí Mione...
-Como sou burra...
-Antigamente não existiam moedas... Nem galeões... Muitos menos medalhões... Falo da época de Slytherin...
-E daí?
-Você não percebe?
Como uma onda que bate nas pedras a respostas veio à mente de Hermione. Como pudera esquecer que a câmara secreta havia sido construída por Salazar Slytherin e não por Tom Riddle... Na época de Slytherin se usavam pedras que eles achavam ter poderes mágicos, como esmeraldas, rubis, safiras, ônix... Entre outros. Estava claro que aquela sala guardava o maior tesouro de Slytherin, não o de Lord Voldemort.
Agora Hermione havia percebido o quão engenhoso e complicado havia sido o plano de Voldemort para esconder esse horcrux. Ele havia guardado um medalhão numa caverna em uma ilha remota. O medalhão era protegido com magias letais. Mas o medalhão era só o começo da busca desse horcrux.
A pessoa que quisesse encontrar tal horcrux teria de ter o poema, e teria de ser muito esperto para decifrá-lo, afinal Dumbledore não conseguira, mas tinha acertado um pouco, mas tinha acertado. Depois de decifrar o poema teria de saber onde ficava a câmara secreta e ainda ser um ofidioglota para entrar na mesma. Depois disso encontrar a sala escondida, e encontrar a senha no medalhão pegar a esmeralda e agora sim encontrar o verdadeiro horcrux, pagando com a esmeralda.
Depois de perceber quão engenhoso tinha sido o plano, e como Ginny havia o decifrado, Hermione levantou-se e puxou o poema do bolso.
-Ginny você é um gênio! – Hermione deu uma tapinha nas costas da amiga e começou a ler o poema para ver se encontrava alguma pista do verdadeiro paradeiro do horcrux.
Ela tinha certeza de uma coisa onde quer que tenha guardado estaria selado por feitiços letais, e o local tinha sido feito por Voldemort não por Slytherin, o que significava que não fazia parte da estrutura original da câmara secreta.
Não havia nenhuma pista do verdadeiro lugar. Hermione olhou em volta e subitamente uma imagem veio a sua mente. A imagem do portão por onde elas haviam entrado na câmara secreta...
-Vamos Ginny precisamos voltar... Sei onde esta o horcrux de Voldemort... – Hermione saiu correndo desenfreada na frente de Ginny que tentava acompanhar a amiga de perto, mas era impossível.
Hermione correu o quanto pode até chegar ao portão e o estudou detalhadamente até abrir um leve sorriso.
A cobra que abria porta tinha a cabeça apontando para um canto da entrada da câmara. Hermione foi à direção dela. Viu que ali se encontrava uma pilastra com uma cobra enrolada nela.
-Ginny mande essa cobra revelar-se... Por favor,...
-Espere... Eu... Recuperar... O fôlego! – Ginny deu três inspiradas longas fazendo seu corpo entorpecer-se um pouco, aliviando seu cansaço.
Hermione olhou para esmeralda e depois para a cobra com um sorriso esbanjado no rosto.
-Espera Mione, se é aqui eu se encontra o verdadeiro horcrux, acho que deve ter alguma coisa o protegendo...
-Eu sei... Mas não se preocupe... Nada poderá nos atingir...
-Como não? – Ginny estranhou o sorriso no rosto de Hermione.
-Apenas peça para ela se retirar precisamos sair daqui...
Ginny deu mais um olhar desconfiado para Hermione, e depois deu um silvo cortante. Uma luz verde veio dos olhos da cobra e ela começou a rodar. Sua cabeça desapareceu no alto.
-Mande-a parar! – Hermione gritou. Ginny falou rapidamente para a cobra falar só que na língua errada e depois na língua das cobras.
Hermione tinha a esmeralda nas mãos e olhou para cima. A mais ou menos dois metros do chão havia um medalhão forjado na cobra. A garota ia colocar a mão nele quando Ginny a impediu.
-Você esta louca? Deve ter um veneno nisso aí... Você irá morrer...
-Eu sei como destruí-lo Ginny...
-Como?
Para responder a perguntar de Ginny, Hermione empurrou com toda força a esmeralda no medalhão que se partiu. Um homem de vinte e poucos anos estava de frente para elas com seus olhos vermelhos olhou para elas.
-Nããããããããõooooooo! – o Tom Riddle com vinte e poucos anos começou a se dissipar com um fogo verde queimando-o.
Hermione foi puxada por Ginny e sua varinha caiu, mas a ruiva a pegou a tempo. A pilastra desmoronou e com um terremoto toda a câmara agora estava sendo destruída.
Ginny deu outro puxavante em Hermione fazendo-a se levantar.
-Mione você é louca, você acaba de destruir a câmara secreta com nos duas dentro... Vamos sair daqui... – Ginny saiu correndo pelas pedras e peles de cobras enquanto Hermione a seguia no escuro, já que, Ginny estava com as duas varinhas...
Hermione a seguiu rapidamente até ouvir um barulho ensurdecedor, um guincho de um algum cano da câmara atrás delas. As duas olharam pra trás e correram rapidamente para perto do cano.
-Como vamos sair daqui? - Ginny olhou para o cano.
-Não sei... Não havia pensado nisso... Como vocês saíram da ultima vez? – Hermione perguntou.
-A fawkes nós carregou por um precipício... Ali! – Ginny apontou para a luz da lua cheia que brilhava lá fora.
-Temos que sair daqui rápido, acho que acordamos o basilisco ferido... Ele deve esta faminto...
-Com assim ferido...
-Ginny só pode ser o mesmo... Eu refleti para se criar outro basilisco precisaria de um a rã e um ovo de galinha... E um humano supervisionando... A característica mais repugnante do basilisco é que ele pode passar mais de dez anos morto e depois volta a vida... Recuperam todas as partes do corpo menos os olhos... Eles são únicos... Um basilisco revive até quando não tem cabeça...
Ginny olhou espantada para Hermione... Aquilo queria dizer que existia mesmo um basilisco, e era o mesmo basilisco que ela viu morto a quase sis anos atrás.
-Você conhece algum feitiço para flutuar?
-Vingardium leviosa o único... – Hermione olhou para trás - cadê minha varinha?
Ginny devolveu a varinha da garota que rapidamente fez um feitiço em Ginny e ela começou a subir.
-Preciso que você faça o mesmo comigo... – Hermione olhava pra cima – rápido!
Ginny fez o mesmo com a sua varinha e rapidamente as duas estava a sete metros do chão.
-Mantenha o pensamento firme la no precipício... – Hermione começara a falar, mas de repente, uma cobra gigante veio e bateu de repente nas suas costas em cheio e depois soltou um silvo horroroso.
-MIONE! – Ginny gritou, agora estava a uns 12 metros e Hermione estava caindo devagar. – Você vai experimentar minha azaração para espantar bicho-papão seu monstro fedido.
Ginny fez um movimento com a varinha e de repente a cabeça do basilisco recuou bruscamente e seu rosto ficou pastoso ele começou a soltar silvos de dor.
A ruiva gritou o feitiço de levitação rapidamente e Hermione começou a subir. Depois percebeu que ela era quem caia vagarosamente. Apontou sua propia varinha as costas e gritou:
-Flipendo – seu corpo foi jogado uns cinco metros pra cima. E assim ela continuou olhando de vez em quando para o corpo inerte de Hermione que subia como uma pluma. O corpo de Ginny doía muito mais ela não parou os flipendos até que estavam a uns doze metros da boca do precipício. Ela caiu numa rocha e começou a escalar enquanto via o corpo de Hermione próximo a superfície.
Ginny se arrependeu profundamente daquilo, mas não podia deixar Hermione voar pelos céus. Ela desfez o feitiço de levitação e o corpo de Hermione tombou em uma pedra próximo a boca do precipício.
A garota desacordada nem se moveu, e Ginny escalou o mais rápido possível para perto dela, depois a pegou e carregou para cima.
Quando chegaram a superfície Ginny olhou em volta havia uma floresta a esquerda e uma caverna a direita. Sabia que ali era os fundos da floresta proibida. E àquela hora da noite não iria pra lá de jeito nenhum, passou o braço de Hermione pelo seu ombro e saiu caminhando até que viu uma antiga loja de jornais abandonada. Elas estavam nos fundos de Hogsmeade.
-Accio Vassouras da loja... – Ginny gritou, cinco ou sete vassouras apareceram na sua frente ela teceu uma linha invisível e amarrou Hermione desacordada a três delas. Depois amarrou uma linha na sua e nas três de Hermione.
Ela tomou vôo e saiu em direção ao norte, alguns segundos depois avistou o castelo de Hogwarts. Seguiu a toda velocidade para lá.
A brisa da madrugada era gélida e fez Ginny perder o controle das vassouras duas vezes em todo o percurso.
Ela desceu na torre de astronomia e desamarrou Hermione colocou o braço dela por cima do seu ombro e seguiu para a ala hospitalar, Sentiu algo viscoso descer pelo seu pescoço, percebeu que tinha se cortado quando a câmara desmoronou.
Ginny abriu a porta da ala hospitalar com Hermione desmaiada...

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