Na Teia da Aranha

25 de Março de 2000.


Snape havia, sem dúvida alguma, despertado-a para uma ou outra sensação. Fazia quase um ano que Tonks não sabia o que era querer fisicamente alguém; e agora, quando ele a tocava, era como se ela estivesse descobrindo pela primeira vez como era ser acariciada por um homem. Desejá-lo de uma forma assustadora; dar ouvidos aos instintos mais secretos. A vozinha no fundo da mente, embora mais fraca a cada minuto, ainda resistia. Mas Tonks não tinha mais muita certeza se queria deixar para depois. E de repente até o fato de Snape ainda não ter dito... "aquilo" deixava de ter tanta importância assim. Quando se beijavam, as mãos dele estavam em todo lugar. Quando ela tentava se desvencilhar, Snape simplesmente a segurava pelos pulsos e não a deixava ir, a fazendo sentir-se como se se enredasse mais e mais na teia de uma aranha que jamais desistiria de seu objetivo. Quando ele, por fim, permitia que o beijo terminasse, Tonks se sentia ridiculamente trêmula, as pernas haviam perdido toda a firmeza; e ela era incapaz até de articular a mais simples das frases. Mas ainda assim ele não a deixava ir. Os dedos compridos se prendiam nos passantes da calça e a mantinham muito junto de si. E ele murmurava coisas doces e sujas no ouvido dela, com uma voz que vinha se tornando cada vez mais freqüente nos últimos dias: deliciosamente rouca, cheia de desejo, quase suplicante.

_ Não posso esperar mais, Tonks.

Nem em seus sonhos mais delirantes ela havia imaginado um Severus Snape *suplicando* alguma coisa. Desejando com ardor. Tão controladamente descontrolado. Ela sorriu e percorreu os lábios dele com a ponta do dedo; e disse, erguendo a sobrancelha num desafio:

_ O que foi que aconteceu com aquele Snape sempre tão frio e controlado?

Ele sorriu e então, estendendo a língua, alcançou a orelha dela.

_ Excelente pergunta. Também gostaria de saber o quê, exatamente, aconteceu a ele... sei apenas que a culpa é sua _ ele sussurrou com voz de seda por entre lentos beijos e carícias _ e é muito justo que faça a sua parte para trazê-lo de volta, não concorda?

Ela suspirou de olhos fechados. Oh, Merlin... o que aquele homem estava fazendo a ela? Snape a puxou para bem perto, fazendo-a sentir o estado em que o havia deixado; ao mesmo tempo em que beijava muito suavemente os lábios dela. Aquela combinação de suave e intenso; de beijos doces e o membro rígido pressionado contra o corpo dela... deuses. Certo, ela se entregava...

_ ... com uma condição, Severus. Quero ir devagar.

_ O quê... não acredito no que temos aqui... uma Grifinória sem coragem...

_ Severus Snape, você está me saindo um engraçadinho de primeira categoria.

_ Culpa sua, já disse.

E como ele se transformava em alguém quase adorável, relaxado e implicando com ela daquela forma. Tonks tinha vontade de dar pulinhos de alegria ao comprovar o quanto sempre estivera certa... Snape só precisava se sentir realmente à vontade com alguém; e se revelaria surpreendente. Ela o envolveu carinhosamente num abraço; e inalou o cheiro bom que se desprendia das vestes e sempre a deixava maravilhada. Que perfume seria aquele?

_ Sev... posso te perguntar uma coisa?

_ Ah, Tonks... se eu ganhasse um galeão para cada pergunta que você já me fez, já teria comprado Hogwarts inteira.

_ Oh, céus... Bem... me diz, que perfume é esse que você usa?

Ele franziu a testa e, virando o rosto, aspirou as próprias vestes.

_ Não é perfume, tolinha. Você devia ter reconhecido isso, como a auror que foi... ou pretendeu ser _ ele ergueu a sobrancelha; e um sorriso de zombaria se estampou em seus lábios _ É apenas o vapor da Poção da Cura que preparei mais cedo.

_ Ooooh! _ e ela, por meses, intrigada com os misteriosos perfumes que Snape usava. Aquilo, porém, era ainda mais adorável: o cheiro das poções impregnado nas roupas. Deuses. Ele *era* tão irresistível... Tonks afastou-lhe os cabelos para trás, deixando todo o rosto, habitualmente escondido, à mostra. Foi a vez dela beijá-lo até tirar-lhe sem fôlego; e as mãos dele desceram-lhe pelas costas, entraram sorrateiras por baixo da camiseta enquanto seus quadris se moviam lentamente para a frente, esfregando-se nela.

_ Devagar.

_ Você já me disse isso.

Por isso, ele ficou surpreso quando *ela* o puxou para a cama. Com um sorriso travesso, Tonks apoiou as mãos no peito dele e empurrou-o, fazendo-o cair sobre a colcha de oncinha; mas Snape a puxou em plena queda, fazendo Tonks cair sobre ele. E então, eles riram; sim, Snape *riu* com ela, uma risada muito breve, mas ela jamais o havia visto rir. Suspirando, Tonks se apoiou sobre um cotovelo e ajeitou-se ao lado dele, as pernas entrelaçadas. Brincando com os intermináveis botões das vestes, começou a desabotoá-los muito lentamente. E aquilo o deixava ainda mais excitado do que se Tonks rasgasse sua roupa com os dentes. O lento desabotoar, um toque ocasional a mão em seu peito, a perna dele roçando de leve por entre as suas, roçando seu pênis... quando um numero suficiente de botões estava aberto, ela aproximou os lábios da pele muito pálida dele; e depositou os beijos mais suaves sobre seu peito, as mechas castanhas e sedosas dos cabelos dela deslizando sobre a pele pálida. Um gemido quase inaudível deixou os lábios dele. Depois do que pareceu um tempo curto demais o beijando, ela abriu mais alguns botões e acariciou, com a mão espalmada, o peito pálido, enquanto se acostumava com a idéia de ser possuída por outro homem. Snape era ainda mais pálido que ela, e era magro e esguio: ela podia contar todas as suas costelas. Por fim, ela abriu os botões restantes e deslizou toda a camisa negra pelos ombros e braços até que ele estivesse nu da cintura para cima. Os olhos foram imediatamente atraídos para os vestígios da Marca Negra, que ela tocou com as pontas dos dedos, de forma muito suave.

_ Está sumindo _ ela sussurrou.

_ Uhum _ ele respondeu preguiçosamente, a cabeça jogada para trás _ Desde a queda do Lord... a cada dia vem ficando mais fraca. Embora eu pense que jamais vá desaparecer por completo.

_ Provavelmente não. Magia desse tipo sempre deixa algum vestígio. Como elas são gravadas, afinal?

_ Morsmordre _ ele disse simplesmente.

_ Oh! _ ela apalpou o antebraço ossudo com todo o cuidado _ Dói?

_ Não _ ele então abriu os olhos, duas pérolas negras muito sérias _ Assusta você?

_ Me assustar? Você deve estar brincando _ e deu-lhe beijo rápido nos lábios _ Sabe que precisa de muito mais do que isso pra me assustar...

_ Hmmmm. Grifinórios... _ ele desdenhou, num murmúrio, fechando os olhos outra vez quando Tonks se pôs a mordiscar sua orelha.

Oh, deuses. Ele estava *mesmo* se descontrolando e Tonks estava simplesmente adorando presenciar aquilo. Severus murmurando o nome dela entre gemidos... tão atraente... os lábios entreabertos, os cílios compridos, uma leve ruga franzindo-lhe a testa, as faces habitualmente pálidas ostentando um leve tom corado... ele era magro mas possuía músculos muito bem definidos. Os olhos percorreram toda a extensão de pele muito pálida e se detiveram no pênis ereto estufando as calças. Certo, ela também não queria esperar mais. Se estendeu sobre o corpo dele de forma que se encaixassem.

_ Tonks... _ ele disse num sopro, por entre os lábios dela. Os dedos insinuaram-se por baixo da camiseta, arrancando arrepios; e então, arrancando-lhe a própria camiseta. Snape inverteu as posições, deitou-se sobre ela e passou a beijar-lhe o rosto todo muito suavemente. Os dedos percorriam muito delicadamente a pele logo acima do tecido rosa do sutiã, fazendo-a ansiar por um toque mais intenso.

_ Severus... por favor...

_ O quê? _ ele perguntou sussurrando no ouvido dela.

_ Ahn, inferno, pára de ficar me provocando e parte logo pro que interessa.

_ Tem de aprender a ser mais sutil, Nymphadora... _ e ele sorriu ao vê-la engasgar quando usou o primeiro nome dela _ Achei que tivesse sido você mesma quem me pediu para ir devagar.

_ Você é impossível, Snape. Impossível.

_ Estou tendo uma excelente influência nos últimos tempos.

Ela revirou os olhos e então, arqueou o corpo para trás quando Snape obedeceu e fez as alças escorregarem pelos ombros, deixando os seios nus. Estes não eram muito grandes, combinando maravilhosamente com seu corpo magro. Ele os admirou por alguns instantes e então, curvando-se, percorreu a forma intumescida, redonda do seio direito com a língua... explorando, provocando... até atingir o mamilo rígido, excitado... que ele lambeu muito devagar... e sorriu de satisfação quando a ouviu gemendo alto logo acima de sua cabeça. Continuou sugando e mordiscado de leve; e seus dedos logo encontraram o outro mamilo, que ele acariciou com o polegar. E lá estava ela outra vez murmurando coisas desconexas e dedos puxando seu cabelo.

_ Você gosta? _ ele perguntou, o bico do seio ainda em sua boca, erguendo os olhos para ela.

Ela apenas suspirou em resposta.

_ Vou tomar isso como um sim _ ele ergueu a cabeça e murmurou no ouvido dela, enquanto terminava de despi-la do sutiã.

Ela encaixou os dedos nos passadores da calça e o puxou para muito perto, sentindo outra vez a ereção dele contra seu corpo. Snape ergueu os olhos para ela, e sua expressão era malícia e desejo puros... e sem aviso a língua dele invadiu sua boca, e pela primeira vez não havia nada de sutil em Snape, apenas desejo em estado bruto. As mãos acariciavam os ombros, seios nus, a barriga, se insinuavam pelo cós da calça. Tonks estava completamente fascinada pelo volume nas calças dele, que parecia a cada minuto maior, mais rígido e latejante. Ela entreabriu as pernas outra vez para senti-lo melhor e Snape projetou os quadris para a frente, arrancando-lhe mais palavras desconexas.

_ Mais... oh, Sev... por favor... assim...

Ela sentiu-o sorrindo cruelmente contra seu pescoço; e então, os dedos dele deslizaram barriga abaixo e desceram o zíper da calça; se insinuando por dentro dela, por dentro da calcinha. Ela sussurrou mais, como nunca, sentindo-o entre as pernas, encontrando seu sexo... deslizando facilmente para dentro dela, tão molhada, tão excitada... logo outros dois dedos se juntaram ao primeiro, e Snape exclamou de surpresa e delícia em seu ouvido... como ela estava úmida, lubrificada... só a voz dele já era capaz de levá-la às alturas, e agora, os dedos entrando e saindo, tocando-a de forma lenta e intensa... Tonks enlaçou uma perna na cintura dele para que ele a penetrasse mais fundo com os dedos. Mas aquilo não era suficiente, ela queria ser preenchida, era gulosa e aquele volume nas calças dele, mmm. Delicioso. Ela deslizou as mãos até lá embaixo e acariciou-o por cima das calças.

_ Tonks... _ havia um leve tom de censura na voz dele, mas ela solenemente o ignorou.

Logo estava desabotoando as calças dele; e uma mão atrevida entrando por dentro dela... tateando, sentindo o membro muito rígido, latejante... era grande e grosso para alguém tão magro; a mão se fechou em torno do pênis, sentindo o volume, movendo-se para cima e para baixo.

_ Tonks _ ele murmurou, numa voz de quem já havia perdido o controle. Os dedos dentro dela perderam a firmeza e escorregaram para fora; e logo a haviam deixado completamente nua. Snape despiu as peças de roupa que lhe restavam e deitou-se sobre ela. Logo havia uma mão afastando as coxas dela, a outra procurando seu sexo e então, a cabeça do membro dele se insinuando para dentro dela. Snape apoiou os braços sobre a cama, acima dos ombros dela, e movimentou os quadris para a frente, fazendo o membro rígido deslizar para dentro dela.

Ambos suspiraram ao mesmo tempo; ela ergueu ambas as pernas e as cruzou nas costas dele. Ele apoiou o rosto ao lado do dela, os dedos firmemente pressionados nos ombros dela. Tonks podia ouvir cada murmúrio, gemido e respiração dele; e sabia que Snape estava ouvindo exatamente as mesmas coisas vindas dela. Ela se sentia como se estivesse se descolando do corpo; nunca supôs que fosse existir tanta química entre eles. Snape se movia para dentro dela com a mesma determinação e intensidade, às vezes mais rápido, às vezes mais lento. Mas sempre intenso, passional. Beijava-lhe os seios, os lábios, o tempo todo ouvindo-a murmurar seu nome, mais, mais. Até que, o que pareceu ser muito rápido, os dedos dele se enterraram nos ombros dela, e ele murmurou em voz rouca, o quanto ela era deliciosa. Então, Tonks sentiu-se inundar com o gozo dele, que escorreu quente por suas pernas. Ela sorria como se despertasse de um sonho muito bom quando abriu os olhos, a tempo ainda de vê-lo trêmulo, mal se sustentando sobre os braços, os lábios entreabertos à procura de ar. Olhos fechados, a expressão de mais maravilhosa paz e satisfação no rosto usualmente tão tenso. Tocou-lhe a face com a mão, afastando a cortina dos negros cabelos. Ele abriu os olhos e sorriu; e se aproximou e depositou-lhe um beijo suave e trêmulo nos lábios.

Tonks suspirou. Aquilo estava *tão* certo... lentamente, como se quisesse aproveitar os últimos resquícios de calor e prazer, ele saiu de dentro dela e deitou-se a seu lado, um braço passado possessivamente sobre a cintura.

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Morgana, Vinola, Camis, Hannah: muito obrigada MESMO pelo incentivo. Aguardem respostas personalizadas ;)

Então. Eu estava meio assim de colocar uma cena NC-17 só por colocar, aumentar audiência e tal. Mãs... consegui encaixa-la no enredo de forma a gerar mais angst. Mwahahah! Aguardm só o próximo capítulo. Enfim, é isso. Enjoy!

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