Capítulo 14



Capítulo 14

Mais um dia das bruxas havia chegado, e mais uma vez o castelo estava decorado para aquela festividade que animava até o mais mal-humorado dos alunos.

Meninas andavam em grupos para atrair a atenção de alguns meninos desavisados que ainda não possuíam par para o baile daquela noite. Porém, ele, um Malfoy podia se considerar um garoto de sorte, já que a sua presa estava “sozinha”, não completamente, mas pelo menos não tinha um bando de garotas a sua volta para rirem da cara do infeliz que a fosse lhe convidar para o baile.

Tudo bem que daquela vez ele não se importaria de que garotas vissem o que ele iria fazer, mas sempre era um desconforto, para qualquer garoto.

Aproximou-se da mesa da grifinória, como se tivesse se aproximando de Voldemort. Não que aquela mesa fosse consagrada ou temerosa, mas dava medo pela quantidade de trouxas que aquela casa admitia.

Ainda se perguntava o que ele havia visto em Gina, o porque que ele havia se apaixonado por uma Grifinória e era nessas horas que ele agradecia que estavam juntos em segredo, já que ele não iria aturar piadinhas de seus colegas sonserinos dizendo que ele estava se virando para o lado dos sangue-ruins.

Olhou tentando encontrar a garota de que Gina havia lhe falado e então a encontrou, sentada perto do casal de ouro e de – nisso o loiro fizera uma careta, mas que logo se transformara em um sorriso malicioso – Harry Potter. Iria adorar fazer ciúme naquele Potter-Pateta, principalmente porque, e isso fora Gina que lhe dissera, aquele pateta não tinha noção alguma dos seus sentimentos por aquela morena, o que deixava mais verídico aquele apelido. Já que ele se mostrava um completo pateta.

Gina olhou surpresa para o loiro que havia se aproximado da mesa e sorriu enigmaticamente, quando este sussurrara algo para Evelyn. Não adiantou Draco pisotear e teimar que não faria o que ela havia proposto, afinal de constas ele sabia que aquilo era o melhor a ser feito.

-O que acha? – Draco reafirmou o convite a Evelyn, que lançou um olhar discreto para a ruiva que estava sentada mais afastada do grupo.

-Eu adoraria. – a morena respondeu com um sorriso brilhante, enquanto se levantava e dava um beijo no rosto do loiro, que se pudesse fugiria do local, mas não iria se deixar abalar por uma... garota qualquer. Mas como sabia que uma certa ruiva os olhava, Draco retribui o beijo e então partiu sem olhar para a mesa, que com certeza estava intrigada com o que havia acabado de acontecer.

Evelyn sentou novamente em seu lugar e então percebeu que alguns olhares estavam sobre si como se quisessem a estrangular por ter aceitado o convite, ainda mais de um sonserino.

-O que foi?

-E você pergunta? Primeiro, eu nem sabia que o Malfoy era assim tão cavaleiro e, segundo, o que deu em você? – Hermione perguntou surpresa por ver que a amiga ainda sorria.

-Nada... acho que vocês não conhecem o Draco realmente...

-E você conhece? –dessa vez fora Harry que perguntara, mas sua voz não estava nada surpresa, mas sim transmitia outro sentimento, que Evelyn não conseguia distinguir.

-Não, mas não custa nada dar uma chance. Afinal, a guerra acabou, e pelo que eu me lembre, e isso não se foi junto com o resto da minha memória, as pessoas devem se unir, serem amigas...

-Deixa de bobagens Stein... – Harry falou sentindo seus nervos aflorarem. Realmente, nem ele sabia o que estava acontecendo, apenas tinha consciência de que não havia gostado nada daquela cena, muito menos quando viu aquela troca de beijos entre os dois. – Desde quando devemos ser amigos de um verme?

-Posso saber do que estão falando? – Gina chegou mais perto do quarteto, vendo que ali não estava acontecendo uma conversa muito civilizada, pelo menos não por parte de Harry.

-Imagina... você não sabe a novidade que tenho para te contar: A nossa mais nova colega de casa adora aquele Malfoy idiota... Nem sei porque ela está nessa casa... afinal de contas Grifinórios e Sonserinos não se gostam, ou melhor, não se suportam.

-Que preconceito é esse?

-Não vai me dizer que você também adora aquelas cobras, Gina...? – Rony, que até agora assistia tudo, perguntou para a irmã que sorriu com aquela pergunta.

-Não é que eu goste... mas já cansei disso... e acho até que os preconceituosos aqui, somos nós e não eles que insistem em dizer que tem o sangue-puro e essas coisas todas que já sabemos. – ao dizer isso Gina saiu arrastando uma Evelyn satisfeita para fora do salão principal.

-O que deu nessas garotas? – Harry perguntou mal-humorado.

-Acho que elas têm razão Harry... – Hermione falou sem jeito, não estava a fim de ser alvo do mal-humor do amigo. – Não devíamos continuar com esse preconceito. Se queremos continuar ajudando o mundo bruxo, deveríamos ajudar dentro de Hogwarts também.

-Até você? Me poupe disso Hermione.

-Harry... o que deu em você? Se queria ir com a Evelyn, porque não a convidou antes?

-E quem disse que eu me importo com ela? Apenas acho que ela deveria escolher melhor o par dela, apenas isso. – nisso o moreno levantou fazendo o mesmo trajeto que as duas jovens antes fizeram, deixando Rony e Hermione confusos com tudo o que havia acontecido há pouco.

-Ainda bem que eu tenho você... – o ruivo disse dando um beijo na noiva, que tinha o pensamento longe.


--------------------------------------------------------------------------------
Analisava-se pela enésima vez na frente daquele espelho. Ela estava chegando a triste conclusão de que se ficasse mais algum segundo ali espatifaria aquele espelho sem pensar sequer uma vez.

Suspirou cansada e então desabou sobre a cadeira passando uma mão pelos cabelos morenos que haviam adquirido cachos para aquela noite.

Quando ia trocar de roupa novamente, uma batida na porta lhe tirara de seus pensamentos. A morena andou até a porta e a abriu, revelando a figura de quem ela menos queria ver naquele momento, não quando parecia estar uma baleia na roupa que mais gostava.

-Ah, Sirius, por favor, veio caçoar de mim?

-Caçoar? – o ex-grifinório perguntou para a mulher que andou novamente para o espelho para procurar mais algum defeito em seu corpo.

-Me diz sinceramente, eu não estou uma baleia?

-Ágata, deixa de ser paranóica, você está linda... essa sua barriga só acentua mais a sua beleza...

-Mas mesmo assim eu acho que deveria colocar outra roupa, ou até mesmo, não ir ao baile.

-Está maluca! E com quem você acha que eu iria? – Sirius perguntou, um sorriso brilhante e malicioso surgindo em seus lábios, à medida que ele se aproximava mais da mulher vestida em um conjunto preto de uma calça larga e um casaquinho que ficava um pouco aberto em baixo revelando um pouco da saliência de quase seis meses.

-Está brincando, né... eu vou com o Pablo. Sirius... não posso ir com você...

-Por que não? – às vezes Ágata tinha certeza de que não havia passado o tempo, aquele homem sabia ser tão infantil quando queria...

-Sirius... sabe quem vai estar lá? A nossa querida filha. E sabe o que ela iria dizer caso visse a gente junto? Ela sabe que você é o pai dela, apenas não lembra... e caso você não lembre, o doutor que estava cuidando dela, disse que a qualquer momento a memória dela pode voltar, principalmente se ela presenciar algum momento forte ou algum momento que a faça lembrar de tudo.

-Tudo bem... com essa explicação não posso fazer nada... mas pelo menos uma dança você vai ter que me ceder... e isso ela não vai estranhar... – Sirius disse enlaçando a cintura da mulher, que como ela mesmo disse, não parecia mais ser uma cintura por causa daquela barriga que crescia a olhos vistos.

Ágata correspondeu ao sorriso da mesma forma que correspondeu ao beijo que ambos trocavam com tanta paixão e vontade, como se realmente o tempo não houvesse passado, e ali estivessem aqueles mesmo jovens apaixonados indo para o ultimo baile das bruxas em seu tempo de Hogwarts.


--------------------------------------------------------------------------------
Casais dançavam animadamente no meio do salão, sendo empolgados pela banda convidada para tocar naquela noite. Entre eles, Rony e Hermione dançavam como se nada em volta pudesse os parar. Draco e Evelyn que haviam dançado umas três musicas, bebiam cerveja amanteigada sob os olhos atentos de um loiro e, principalmente, de um moreno na mesa reservada para os professores.

Harry e Gina conversavam, ou melhor, Gina conversava, pois esta última tinha certeza de que o moreno não escutava sequer uma palavra sua, enfim, estava no mundo da lua, até que Gina o puxara pelo braço para o meio do salão.

-Quê...? – Harry perguntou desviando seus olhos para a ruiva.

-Acho que assim você volta ao nosso mundo, Harry Potter. Nunca pensei que ir ao baile com você fosse ser tão chato.

-Obrigado pela parte que me toca, Virginia.

-Ah, Harry, eu estou brincando com você, mas realmente, você não está se divertindo... e esse é o seu ultimo baile do dia das bruxas aqui, sabia?

-Desculpe... acho mesmo que não estou fazendo o meu papel de bom par... mas... eu... Gina, me diz uma coisa, o que a Evelyn e o Draco estão tendo? Um caso?

Gina ganhou alguns tons vermelhos pelo rosto, tentando ao máximo esconder sua vontade de rir da cara do garoto a sua frente. Se ele soubesse...

-E o que isso tem a ver com você? Está com ciúmes?

-Não fala besteira... eu só perguntei porque... e não sou só eu que estou me perguntando isso... se você não percebeu Hogwarts toda está curiosa...

-Tudo bem. Acho mesmo que você está certo... mas o que te leva a pensar que eles têm alguma coisa... ? Veja nós por exemplo... somos apenas amigos... – nisso Harry fitou seus olhos verdes nos de Gina, que se sentiu uma tola por ter dito aquilo. Harry podia muito bem levar para o outro lado e esta era ultima coisa que a ruiva queria naquele momento.

-Espero que você esteja certa... – Harry falou baixo para apenas ele escutar, mas não passou despercebido por uma Gina, que sorriu maliciosamente.


--------------------------------------------------------------------------------
Enquanto isso Draco e Evelyn conversavam animadamente em uma das mesas postas em volta do salão.

Evelyn sorria como nunca antes havia sorrido, pelo menos não para o loiro sonserino. Este estava se perguntando o que estava acontecendo, já que estava gostando da companhia da jovem. Ela, apesar de grifinória, tinha o seu ar de Sonserina, o que não era tão anormal, já que quase toda a escola sabia que Ágata, a mãe da menina, foi uma sonserina no tempo de Hogwarts. Draco apenas se perguntava o que ela estava fazendo na casa dos leões...

-Está gostando do baile? – Draco perguntou de repente. Afinal de contas queria saber se estava sendo uma boa companhia para a garota. Iria adorar jogar na cara de um certo alguém a resposta da morena.

-Adorando... não sabia que um baile de Hogwarts era assim...

-Não viu nada ainda... – Draco disse confiante. Se não fosse por Gina...mas esta com certeza devia estar tirando suas casquinhas com o Potter-Pateta. Já que fazia muito tempo que eles haviam ido para a pista e estavam dançando animadamente. Algumas vezes, pelo que Draco viu a contra gosto, os dois dançavam abraçados conforme o ritmo da música. E porque não dar o troco? – Não quer dançar essa música?

-Mas... eu não sei dançar musica lenta...

-Não sabe ou... não quer? – Draco perguntou segurando a mão da jovem que sorriu com aquela pergunta e então seguiu o sonserino até a pista.

Não devia estar fazendo aquilo. Não queria causar confusão alguma para a Gina, mas Draco estava sendo tão gentil com ela, que seria mal-educação recusar o pedido. Tudo bem... Draco era muito bonito, lindo podia-se dizer... mas no momento ela só tinha olhos para um certo moreno, mas este parecia estar mais entretido com a ruiva.

Draco abraçou a cintura da morena, enquanto essa enlaçava o pescoço do garoto e depositava seu rosto na curva do pescoço do loiro e começavam a se balançar conforme a música.

-Pensei ter ouvido você dizer que não sabia dançar...

-Mas ouviu... e eu repito... não sei dançar...

-Não parece... – o loiro falou sorrindo e então ambos voltaram ao silêncio de antes sem perceber que estavam sendo observados atentamente por dois homens, enquanto que uma mulher ria descaradamente da cara destes.

-Ah, por favor... deixem de ser bobos... a menina não vai morrer por estar dançando com um garoto! – Ágata falou, mas arrependeu-se ao ver o olhar que os homens lançaram a si.

-Não vai morrer, mas pode acontecer algo mais grave do que isso... eu conheço a fama deste Malfoy! – Sirius disse entre dentes, sendo apoiado por nada mais, nada menos que Pablo Stein, seu maior rival, mas nessas horas até o rival vira seu melhor amigo.

-O que aquele loiro pensa que está fazendo abraçando a nossa garotinha daquele jeito? – Pablo perguntou com fúria nos olhos negros.

Ágata observava os dois homens naquela interação com o mesmo sorriso divertido no rosto e então colocou a mão sobre seu ventre sussurrando algo apenas para si e para o bebê.

-Espero que você não seja uma menina... coitadinha de você... com um pai e um... podemos dizer... padrasto, você não vai nem conhecer o que é um beijo... – a mulher disse divertida, ainda observando sua filha e o rapaz dançarem no meio da pista.

O baile seguiu daquela forma por muito tempo, até restarem poucos casais na pista, que dançavam sem se importar com o mundo à volta.

-O que deu neles? – Gina perguntou, vendo que o irmão e a futura cunhada ainda dançavam.

-Por que a pergunta? – Harry falou estranhando também o fato.

-Como se nós não os conhecêssemos... eles estão mais... unidos... hoje eu não presenciei nenhuma briga deles... e olha que é inevitável... onde há baile cheio de garotos, há briga entre esses dois... nunca vi alguém tão ciumento como o meu irmão. – nisso ela sorriu divertida, lançando um olhar para o moreno do seu lado. - Talvez hoje eu tenha visto um que o superasse.

-Do que você está falando? – Harry perguntou ao ver aquele sorriso de Gina sobre si.

-Fala sério, Harry, você está morrendo de ciúmes da Eve...

-Quem te disse uma besteira dessas? Vai dormir... acho que a bebida já fez efeito em você! – Harry esbravejou e então saiu rumo ao dormitório deixando uma ruiva vitoriosa sentada ali sozinha.

Olhou pelo salão e avistou alguns casais dançando, alguns alunos da Lufa-lufa, pelo que ela pode reconhecer, e Sirius e Ágata – esses últimos ela estranhou, mas não se fixou muito neles, já que seu namorado andava em sua direção com um olhar predatório.

-Onde está a sua amante? – Gina provocou, tentando soar magoada. Talvez a bebida estivesse mesmo fazendo efeito sobre si.

-E o seu? - Draco perguntou com o mesmo tom de voz, porém se afastou rapidamente da ruiva, vendo que Rony e Hermione saiam abraçados do salão rumo a torre da Grifinória e lhe davam um aceno de boa noite. Quando estes haviam desaparecido, Draco aproximou-se novamente da ruiva, estendendo uma mão para a Gina, que estranhou o fato.

-Está me convidando para dançar?

-Por que não? Não tem ninguém que possa nos ver aqui e ir correndo contar para o seu irmão...

-E o Professor Sirius? – Gina perguntou vendo que o namorado fez uma careta ao ouvir o nome do homem.

-Estranho chamar ele dessa forma, não acha? Um fugitivo de Askaban, professor de Hogwarts... mas ele não contaria... está muito ocupado no momento, se você não percebeu. – o loiro disse lançando um olhar para o professor e a mulher que dançava com ele.

-Tudo bem... e eu que achava que resistia a você...

-Pobre garota... não sabe onde se meteu... – Draco puxou a ruiva para perto de si a beijando com fervor, um desejo íntimo que o corroeu pela noite toda sendo realizado com aquele simples beijo. – Agora sim eu estou satisfeito.

Gina sorriu e então ambos andaram até o salão onde dançaram até serem expulsos por Filch, daquele salão.


--------------------------------------------------------------------------------
Uma batida na porta a acordou naquela manhã fria de novembro. Estava em um sono tão bom, maravilhoso para se dizer a verdade. Mas tinha certeza de que se levantasse seus pés protestariam diante do fato. Estava inchada, disso ela tinha quase certeza, e era ao lembrar disso que ela se culpava, não devia ter colocado salto alto, muito menos para agüentar uma barriga de seis meses.

Novamente a batida a tirara de seus devaneios. Estava começando a considerar o fato de expulsar quem a estava incomodando.

-Pode entrar... está aberta. – a pessoa assim que ouviu o pedido abriu a porta, colocando apenas a cabeça a mostra.

-Oi mãe... posso?

-Claro amor... – Ágata falou sorridente ao ver sua querida filha aparecer por aquela porta. Sua raiva se dissipando com aquele sorriso brilhante, o mesmo que ela não se cansou de observar na noite anterior, mas em outra pessoa. – Não pensei que você viesse me visitar tão cedo.

-Queria saber como vocês estão... – disse colocando uma mão sobre o ventre da mãe. – acho que não estou cumprido meu papel de irmã tão bem...

Ágata sorriu satisfeita e então sentou na cama para poder conversar melhor com a filha.

-Como foi o seu baile ontem?

-Legal...

-Como assim legal? E quem era aquele rapaz com quem você dançou praticamente a noite toda?

-Draco... um amigo. – Evelyn enfatizou ao ver o sorriso malicioso que surgia na face de sua mãe.

-Sei... e porque eu não consigo acreditar nisso?

-Por que você tem uma mente muito pervertida, sabia? – Evelyn disse tentando soar calma. Já bastava o colégio todo achar que ela e Draco tinham alguma coisa. Por Deus, quis ajudar a Gina, mas acabou se complicando mais, só esperava que Harry não achasse a mesma coisa que Hogwarts toda, se bem que poderia ser algo bom...

-Ah, Filha... será que eu não sou digna de confiança? Por que você não me conta o que está acontecendo aí dentro? – Ágata apontou para o peito, onde devia ficar o coração e então fitou os olhos azuis da jovem a sua frente.

-Claro... mas... não sei ao certo se devo contar, até porque não sei se é isso que eu sinto mesmo...

-Está em dúvida?

-Sim...

-E é sobre esse rapaz, o Malfoy?

-Não... ele é apenas um amigo... estava fazendo um favor a uma outra amiga... não saberia te explicar esse assunto... mas a questão é... não é dele que eu gosto.

-E então?

-Promete que não vai dizer a ninguém? – Evelyn perguntou abaixando mais a voz, o que a sua mãe respondeu com um aceno. – Eu acho que estou gostando do... Harry Potter.

-O afilhado do Sirius? – Ágata disse com um espanto.

-E o que isso tem a ver, mãe? – Evelyn perguntou desentendida.

-Nada, meu amor... eu fico feliz por ouvir isso... por saber que é um rapaz que eu conheço, o filho dos meus melhores amigos, ou melhor, quem não conhece esse garoto, não é mesmo? Eu só não quero que você se magoe querida... quero que você siga o seu coração e... seja feliz.

Evelyn sorriu satisfeita. Havia ouvido um pouco do que Sirius havia lhe contado sobre os pais de Harry e como eles haviam sido amigos de sua mãe. Isso a deixava ainda mais tranqüila, saber que, caso tivesse alguma coisa com Harry, não teria objeção nenhuma por parte de seus pais.

-Que bom, mãe, que bom... espero sim ser muito feliz.


--------------------------------------------------------------------------------
- Por que esse nervosismo todo? – a grifinória perguntou sentando ao lado dos amigos que não paravam de olhar pela janela a fora. – Vocês já treinaram diversas vezes com o céu desabando, por que hoje seria diferente?

-Nossa... que compreensão, Gina, será porque você é apenas a minha reserva e não precisa necessariamente treinar em um tempo como hoje?

-Sou, Harry, e posso ser muito útil, se você não sabe... e eu também quero treinar hoje.

-Não... – Rony falou autoritariamente. – Hoje você não vai jogar.

-Sinto-lhe informar que eu vou jogar sim, Ronald, querendo você ou não.

-Eu mando nisso aqui, Virginia, sou o capitão... e você tem que me obedecer.

-Vai se catar! – Gina esbravejou atraindo a atenção de um certo alguém na mesa da sonserina, que sorriu ao ver a namorada explodir daquele jeito. Era nessas horas que ele tinha certeza de gostava daquela mulher.

-Vou mesmo, mas você não joga!

-Isso é o que nós vamos ver, Ronald Weasley! – Gina disse saindo apressada da mesa sem sequer olhar para os lados e quase esbarrando em Hermione que acabava de chegar.

-O que deu nela?

-Apenas deu acesso de loucura nela, Mione. – Rony falou dando uma mordida em sua torrada.

-Tudo bem com você? – Harry disse quando a amiga sentou e não tocou na comida.

-Por quê? – a garota perguntou desviando o olhar da comida a sua frente.

-Você não comeu nada e... não sei, está pálida.

-Impressão sua... só estou preocupada com vocês... Rony, por que você não transfere esse treino?

-Por que temos apenas dois dias antes do jogo e eu não quero estrear como capitão já perdendo, muito menos para aquelas cobras.

-Você não muda né? – a grifinória falou esfregando a testa com os dedos. Desde que acordou que seu mundo parecia rodar e seu estomago querer sair pela boca. Não devia ter exagerado no jantar da noite passada.

-Não... vai ser nosso primeiro jogo antes das Férias de Inverno. Não quero chegar em casa e ser recebido por vaias...

-Quem disse que você vai ir para casa esse ano? – Hermione perguntou curiosa. Não haviam conversado sobre aquilo ainda, até porque estavam no final de Novembro ainda, e para as férias faltavam muito.

-Eu... é só um pressentimento. Algo me diz que eu devo ir para casa nesse inverno... – Rony falou meio sem jeito.

Algum tempo passou, com o casal conversando sobre as férias e Harry divagando sobre o treino, quando Rony e Harry decidiram se reunir com o time para treinarem.


--------------------------------------------------------------------------------
Enquanto isso, Evelyn e Hermione estudavam na biblioteca, apesar de Evelyn dizer que as provas estavam longe e Hermione continuar com o mal estar.

Algum tempo se passou até que Hermione finalmente tomara coragem para perguntar o que há tempos pretendia, mas não tinha tido oportunidade.

-O que você tem com o Malfoy?

-Até você, Mione? – Evelyn perguntou olhando para o rosto ainda pálido da amiga. – E, por Merlim, que tal fazer uma visita para o meu pai? Você não parece bem...

-Estou ótima... não muda de assunto, Evelyn Stein.

-Ok... ele é apenas um amigo... nada demais... qual o problema? Sei que há uma competição entre essas duas casas... e sei também que toda a família por parte da minha mãe foi daquela casa... sinto que devo ser amigável com eles... afinal de contas, só não fui para lá porque o chapéu não quis.

-Não é disso que eu estou falando, Eve, é sobre o que você está sentindo. Sair com o Malfoy é uma atitude, digamos, desesperadora.

-Ah, não diga isso... eu me diverti muito com ele... e eu esperava que você fosse mais compreensiva, Mione...

-Queria ser, mas não consigo. Tudo bem que o Malfoy aderiu ao nosso lado na guerra, nunca mais me chamou se sangue-ruim, mas ele não vai se redimir apenas por isso, ainda é um Malfoy. E quanto a ele ser um sonserino, acho que você tem razão. Devemos acabar com esse preconceito. – Hermione falou passando uma mão sobre sua testa tentando fazer parar o mundo a sua volta que girava novamente.

-Pronto... falei tudo o que você queria, agora é melhor você fazer uma visita ao meu pai.

-Não... não é preciso... acho que comi algo que não me fez bem ontem à noite... e também eu não comi nada hoje pela manhã. Devo estar fraca, apenas isso... – Hermione falou ficando em pé. – eu vou me deitar um pouco. Qualquer coisa eu estou no quarto. – ao dizer isso a grifinória saiu cambaleante pela biblioteca rumo a torre dos leões, enquanto deixava uma Evelyn preocupada com a amiga e com os jogadores do lado de fora do castelo.


--------------------------------------------------------------------------------
- Aiiii! – o moreno gritou pela enésima vez em cima daquela cama de hospital. Devia ter escutado os seus colegas. Não devia ter voado tão longe e, principalmente, não devia ter mostrado o seu velho truque no meio daquela aguaria toda, onde o feitiço para seus óculos não havia funcionado muito bem. Resumindo: havia feito tudo errado e seu corpo era quem padecia.

-Deixa de ser chorão, Potter. – Pablo disse enquanto examinava atentamente a perna do rapaz. – Parece que você teve algumas fraturas, não muito graves, nada que um bom gesso, descanso e uma ótima poção não façam efeito.

-Eu espero que tudo isso faça efeito em dois dias. – Harry falou contraindo os músculos de seu rosto novamente em dor. Já havia quebrado outros ossos de seu corpo antes, mas daquela vez parecia ter sido pior, principalmente por que era na perna daquela vez.

-Está brincando né? Como uma fratura pode melhorar em apenas dois dias? Você vai ter que ficar sem voar por um mês pelo menos. O jogo dos próximos dias não poderá contar com você... só depois das férias de inverno, Potter. – Pablo disse calmamente enquanto pegava o gesso e aplicava sobre toda a perna do moreno. Este olhou em volta e então notou que seus companheiros de casa e de time o olhavam com tristeza e, Harry podia jurar, que tinha uma certa quantia de raiva naqueles olhares, já que estariam perdidos se Harry não jogasse na próxima partida.

-Mas eu tenho que jogar... sou obrigado...

-Harry, esse jogo nem é tão importante assim... – Hermione que havia sido avisada do acidente pela Evelyn, falou tentando reconfortar o amigo.

-É sim, não podemos começar perdendo.

-E quem disse que vamos perder? – Gina que estivera calada todo o tempo analisando a situação falou tentando animar os colegas de time. – Sei que não sou tão boa quanto o Harry, mas eu joguei no lugar dele antes, e nós vamos vencer.

-Eu espero que sim. – Rony falou fitando o nada.

-Um jogo não pode ser mais importante que a saúde do Harry, né? – Hermione falou decepcionada com os amigos.

-Claro que não, Mione, mas eu tenho certeza de que o próprio Harry não pensa dessa forma.

-Talvez Rony... não posso fazer nada... só me resta torcer para que a Gina pegue o pomo antes do Malfoy. – o moreno falou lançando um olhar a ruiva que tentou não vacilar sobre aquele olhar, já que só naquele momento ela se dava conta de que jogaria contra o seu namorado.

-Ótimo... já acabei... acho melhor vocês deixarem o garoto descansar. E eu espero que vocês troquem essas roupas molhadas, antes que peguem uma gripe. – Pablo falou expulsando os visitantes.

Evelyn, porém, segurou a mão de Hermione que logo entendeu o recado.

-Eu já estou bem, Eve.

-Não... a tontura e os enjôos podem ter passado, mas você está pálida. O que custa falar com o meu pai?

-Porque vocês estão cochichando aí? – Harry perguntou para as duas garotas paradas na porta.

-Nada não... eu só estava aconselhando a Hermione. – Evelyn disse empurrando a amiga até a sala do seu pai e trancando-se com ela lá dentro.

-Oi filha, qual o problema?

-Nada comigo, pai... é... apenas a Mione, ela não está se sentindo bem e está se negando a se consultar com você...

Pablo olhou a jovem ao lado da filha e então pediu para que esta sentasse sobre a maca ao fundo da sala.

-Você pode nos deixar sozinhos, querida.

-Claro. – Evelyn disse e então saiu da pequena sala, o que ela se arrependeu profundamente, já que Harry permanecia acordado e não parecia disposto a deixá-la ir embora.

-Não quer me fazer companhia?

-Como você está? – a morena perguntou sem jeito enquanto se aproximava do garoto com a perna engessada.

-Pior não posso estar... mas como o seu pai disse, não posso fazer nada para mudar isso.

-É... você precisa descansar... apenas isso...

-Eu espero poder ver o jogo pelo menos...

-Se estiver chovendo vai ser difícil... e não sei se você vai querer andar até o campo.

-É mesmo... andar com uma perna engessada deve ser difícil.

-Se você quiser eu posso te fazer companhia... – Evelyn disse de repente. Alguns tons vermelhos surgindo em sua face, o que não passara despercebido por Harry, que fingira ignorar o fato.

-Eu adoraria. Assim podemos conversar melhor. – Harry falou satisfeito com aquela proposta. Iria finalmente descobrir o que ela tinha com aquele Malfoy. Não que ele se importasse com os sentimentos da jovem, só não queria que aquele idiota a fizesse sofrer.

-Ótimo... até mais... eu preciso... tenho que fazer um trabalho ainda. – ao dizer isso, a garota saiu apressada da ala hospitalar deixando um Harry sorridente deitado na cama.


--------------------------------------------------------------------------------
-Há quanto tempo você tem sentindo esses sintomas?

-Mm... hoje foi mais forte, mas faz uma semana que eu tenho sentindo uns enjôos, pequenos, mas penso que é pelo fato de eu não estar me alimentando direito.

-Então você sabe que está se alimentando inadequadamente?

Hermione afirmou sentindo-se tola por aquilo. Justo ela, filha de médicos, agindo daquela forma.

-Acho que vou ter que exercer minha função de padrinho e médico ao mesmo tempo... – o loiro falou notando que a jovem sorria diante daquele fato. Realmente, devia ter dado mais bola para aquela menina, filha de seus melhores amigos trouxas, mas andava com tantas outras coisas na mente, que não tinha tempo para quase nada. Talvez aquele momento fosse o melhor para se redimir.

-E o que eu tenho exatamente?

-Não sei... esses sintomas podem significar tantas coisas... você precisa fazer alguns exames para termos certeza do que você tem. Mas garanto que não é nada grave. Ou melhor, se for o que eu estou pensando, pode se tornar grave a medida em que o seu problema for crescendo.

-Eu espero que não seja nada grave.

-Mas antes eu preciso fazer algumas perguntas a você... – Pablo falou indicando uma cadeira para a jovem sentar. Quando esta atendera o seu pedido, ele sentou atrás da sua mesa e começou a escrever o que Hermione lhe respondia.

-Você costuma ficar doente com freqüência?

-Não... eu sempre me alimento bem e... eu não pego sequer uma gripe.

-Bom... e... como anda o seu ciclo?

-É... desregulado... como sempre...

-Você... você sabe... você está atrasada? – Pablo perguntou sem jeito. Era médico sim, mas não costumava fazer esses tipos de pergunta. Mas no caso de Hermione ele devia perguntar tudo, principalmente com aqueles sintomas que ela possuía.

-Sim... mas isso não me preocupa... eu sempre fui assim... e... – a jovem sentiu seu rosto esquentar. Não gostava de falar sobre aqueles assuntos com um homem, mesmo esse sendo médico e seu padrinho.

-Tudo bem... só mais uma pergunta... desculpe... mas eu preciso fazer... Você já teve relações com o seu namorado?

-Senhor... você não acha que eu esteja...

-Tenho que analisar tudo, Hermione... e com os sintomas que você tem demonstrado eu não ficaria surpreso se os exames mostrassem que você está grávida!

-Mas não pode ser... eu... nós... apenas uma única vez... não pode ser.

-Hermione... eu não posso te garantir nada e você também não precisa levar a sério o que eu estou dizendo. Pode ser apenas uma coincidência... mas eu preciso, antes de qualquer coisa, te alertar sobre esse risco. Se bem que vocês, com certeza, devem ter usado proteção. Então não precisam se preocupar, não é mesmo?

Hermione permaneceu calada, apenas ouvindo o que Pablo dizia e arrependendo-se completamente por ter mudado de idéia. Por deixar que a situação a envolvesse e ela acabasse cedendo aos pedidos do Rony. E ela tinha quase certeza de que Rony não havia usado proteção trouxa. E nem ela própria, já que não pensava em fazer nada do tipo tão cedo.

-Eu... claro... sim.

-Não vou mais usar o seu tempo, Hermione. Eu só peço que você faça esses exames o quanto antes. Daqui a dois dias será perfeito. Todos vão estar assistindo o jogo de quadribol, ninguém vai notar que você saiu. Vou falar sobre o seu caso com Dumbledore e pedir para que a Ágata te acompanhe a Hogsmeade, para fazer os exames.

-E os resultados demoram muito?

-Uma semana e meia creio eu, mas eu desde já te aconselho a ficar calma. Vou te receitar algumas poções para aliviar esses enjôos e te indicar uma alimentação mais balanceada. Hermione, agora mais do que nunca, você precisa se cuidar. Não estou querendo afirmar nada, mas é bom você começar a se acostumar com a idéia. – Pablo disse entregando a prescrição com os exames que deveriam ser feitos e algumas dicas para a alimentação.

-Sr. Stein... será que você podia manter isso em segredo? – Hermione perguntou enquanto guardava o papel nas vestes. – Quero ter certeza disso antes...

-Claro... o que falamos aqui dentro ficará em completo sigilo, Hermione. Esqueceu que antes de ser seu médico, sou seu Padrinho... e... se as nossas suspeitas estiverem certa, quero fazer o seu pré-natal.

Hermione sorriu sem muita felicidade e então, após agradecer Pablo, saiu do consultório, se deparando com um Harry que dormia tranqüilamente.

Pablo acompanhou a jovem sair da ala hospitalar e então suspirou tristemente. Era difícil ver uma jovem daquela idade passando por aquela apreensão toda. Ela teria que amadurecer mais ainda. Já era uma menina responsável, talvez agora não tanto, mas para ter um filho, ela iria adquirir o dobro da responsabilidade. E caso ela não conseguisse ele estaria ali para ajudá-la.


--------------------------------------------------------------------------------
Continua...

OBS: E então, o que acharam? Acho que esse capítulo ficou melhor que o anterior, gostei de escrever a cena do baile, e vocês, gostaram? Digam-me, vou esperar ansiosa!

Bjns.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.