Capítulo 8



Capítulo 8

Nunca arrumar as malas foi tão emocionante como estava sendo daquela vez. Colocava tudo muito bem arrumado dentro do malão de Hogwarts, os livros, penas e objetos pessoais, logo após colocara as roupas bem dobradas. Não via a hora de sair daquela casa para nunca mais voltar. Rony iria passar para lhe pegar em torno das 3 horas, portanto já estava um pouco atrasado.

Quando terminou de arrumar seu malão, pegou a gaiola de Edwiges e os levou tudo para baixo com um barulho que certamente incomodou os donos da casa.

“Que isso menino! Pensa que isso aqui é parque de diversões!”

Harry não respondeu, apenas ficou encarando seu tio com uma certa repugnância. Lá no fundo pensava que no último minuto, seus tios iriam pedir desculpas mas... pura ilusão!

“Ro... meu amigo virá me buscar as três horas... acho que vou esperá-lo lá fora...”

“Faz muito bem... não quero mais esse sujeitinho na minha casa...” - O homem dissera com raiva e então abrira a porta para dar passagem ao sobrinho. - “No próximo ano não irei mais te buscar... você pode vir sozinho!”

“E quem disse que eu vou voltar para essa casa!” - Harry falou, a raiva ficando cada minuto mais intensa, parecia prestes a explodir. - “Pode ficar tranqüilo que para esse chiqueiro eu não volto mais!”

“Ora seu!”

“Eu vou morar com meu padrinho... lembra dele!”

“Aquele bandido miserável...”

Harry sorriu ao lembrar da última vez que Sirius resolvera fazer uma visitinha. Seu tio Valter ficara tão vermelho e espumando de raiva que Sirius teve um ataque de riso ao ver a cara que ele fizera. Pena que não haveria outro encontro como esse, pois iria adorar ver aquela cara novamente e poder caçoar com muitas rizadas das caras e bocas que seu tio faria.

“Adeus!” - Harry dissera quando seus tios e seu primo estavam reunidos perto da porta para ver sua partida.

“Tchau...” - Petúnia fora a única que respondera.

Harry piscou algumas vezes surpreso e então pegara o malão e saíra pela porta aberta.

“Queria que você soubesse que eu amei muita a Lilian, ela era a minha irmã e eu nunca esqueci que embora você fosse filho daquele Potter, também era filho dela e possuía os mesmos olhos que eu sempre gostei...”

Harry virou-se para Petúnia, que possuía o olhar brilhante e um pouco melancólico e então falou sem muita delicadeza: - “Se não estivesse esquecido, eu teria sido tratado melhor, pelo menos por você que é minha tia de sangue... mas... agora é tarde para se arrepender e eu não quero essas suas lágrimas de crocodilo. Não ouse mais falar no nome dos meus pais... eles são muito especiais para serem mencionados por bocas sujas feito a sua! E além do mais o meu maior orgulho é ter herdado o nome Potter... você não sabe o quanto.” - Nisso Harry se afastou com muita raiva deles indo até o outro lado da rua. Deu uma última olhada para a casa e para seus tios antes de eles fecharem a porta e se esconderem atrás das cortinas para o espionar.


Rony e a Sra. Weasley chegaram alguns minutos depois em um carro não muito velho. Harry colocou suas coisas no porta-mala e então entrou no carro.

“Vamos... quero ir para longe desse lugar.”

“Tudo bem meu filho!” - Molly acelerou e partiu sem olhar para trás, ao contrário de Harry que deu uma última olhada, afinal foram 16 anos morando sob aquele teto.

“Tudo bem agora Harry!” - Rony perguntou depois de algum tempo.

“Sim... desculpe o meu jeito... tive uma pequena discussão com os meus tios... mas não vai mais acontecer... não vejo a hora de conhecer onde vou morar com Sirius.”

“Não sei não Harry... querido, acho que não vai ser muito bom você morar sozinho com seu padrinho... dois homens sozinhos em uma casa não é bom... vocês vão precisar de alguém que cuide de vocês...”

“Sra. Weasley...”

“Como! Esqueceu o que eu disse no ano passado depois da guerra! Não é assim que você deve me chamar...”

“Desculpe... mãe.”

Harry ainda não havia se acostumado, talvez nunca se acostumaria. Mas o amor daquela família de ruivos era tanta para com ele que ele não conseguia recusar aquele pedido tão carinhoso. Apesar de nunca ter dito aquela palavra na sua vida, ele estava começando a gostar de ter Molly como sua mãe... é claro que sem muita obrigação... pois sua mãe era Lilian e podia dizer agora que sua mãe de criação seria Molly.

“Querido... quero que você saiba que não te obrigo a me chamar assim... mas é que eu tenho você como meu filho... amo você e me preocupo... mas se você não quiser...”

“Não... eu apenas não me acostumei... mas vou me acostumar... adoro a família de vocês e me sinto privilegiado por fazer parte dela...”

“Desse jeito eu vou chorar.” - Rony dissera rindo, sua mãe as vezes exagerava, ou melhor, sempre exagerava, mas se ela queria daquele jeito o melhor era não contrariar.

Chegaram na Toca depois de um longo tempo, Molly odiava ultrapassar a velocidade permitida, dizia que era para dar o exemplo agora que seu marido era o novo ministro, mas Rony achava que o motivo era outro, era porque ela morria de medo de acelerar, já que tirara a carteira de motorista a poucos meses e ainda não se acostumara com aquele carro bruxo.

“Chegamos família. Harry, sinta-se em casa... você não precisa de muita cerimônia conosco... pode colocar suas coisas no quarto do Rony.” - Molly dissera indo até a cozinha para preparar alguns aperitivos.- “Depois venham até a cozinha... vou preparar um lanchinho.”

Harry olhou para o relógio e notou que apenas Gina estava em casa quando eles chegaram, mas esta ainda não aparecera para lhe dar um ‘oi’, sendo que ela era sempre a primeira a fazer isso.

“E onde está a Gina!” - Harry perguntou ao Rony quando subiram até o quarto dele para colocar o malão.

“Não sei... ela está estranha ultimamente... mais estranha do que nunca... antes ela sempre falava de você, em quando você iria chegar, mas de dois dias para cá ela simplesmente parou de dizer o teu nome... está mais calada... eu sinceramente não consigo entender as mulheres...”

“Deve ter perdido o encanto...”


“Ou notado que ela não te merece.” - Rony acrescentara sério. Depois que Harry havia terminado com Cho, no ano passado, quase todos ficaram sabendo que Gina tinha uma queda, ou melhor, uma paixonite aguda, por Harry, mas que esse não queria nada com ninguém. Rony no começo não sabia se apoiava ou não, mas chegou a conclusão de que não importava se eles ficariam juntos ou não, queria apenas a felicidade deles, principalmente de sua irmã.

“Rony... não diga isso... eu é que não a mereço... eu sou um burro de não ter percebido antes que ela realmente gostava de mim... Cho queria apenas uma diversão... eu sempre fui um garoto para ela que não lhe daria futuro nenhum... mas mesmo sabendo disso eu me entreguei completamente.” - Harry abaixou os olhos por um momento. Não queria mais pensar naquilo. Passado era passado, queria viver seu presente agora.

“Vamos descer!” - Rony perguntara abrindo a porta, querendo sair daquele quarto e descer logo para comer a comida de sua mãe. Mas sua irmã estava parada na porta, o que fez com que eles demorassem algum tempo para descer.. - “Gina!”

“Oi... não tinha visto que vocês chegaram.. Tudo bem Harry!”

Harry a olhou de cima a baixo. A caçula dos Weasley havia mudado muito, completamente. Não era mais a menininha que ele conhecera, mas sim uma adolescente de seus 16 anos que arrancava suspiros de muitos garanhões em Hogwarts. E naquele momento ela não estava diferente. Usava calça jeans azul escuro apertada no corpo, mostrando suas curvas, e blusa verde-clara de manga curta, também apertada que deixava seus seios mais avolumados. Seu cabelo ruivo liso e brilhante descia até a metade dos ombros em um corte em desalinho. Seu rosto estava diferente, talvez pelas sardas que não estavam mais muito salientes e pelos seus olhos verdes brilhantes que estavam direcionados unicamente para Harry enquanto este a olhava com certo espanto. Talvez nunca a tivesse notado, mas hoje notando cada alteração Harry podia dizer que Gina era linda e de certa forma, perfeita.

“Harry... falei com você...” - Gina repetiu caminhando mais para perto do moreno que parecia em outro mundo.

“Eh... sim, sim... estou bem e você! Pensei que não viria me receber...”

“Como mamãe disse... você não precisa de cerimônias conosco... mas eu não quis bancar a antipática.”

“Vamos ou não descer!” - Rony dissera quebrando um pouco aquela situação embaraçosa pelo que ele pode ver por parte do seu amigo que não desviara um só minuto os olhos de sua irmã. Parece que ela estava conseguindo o tão sonhado efeito de ‘bobalhão’ que os homens fazem quando olham para uma mulher que mudou muito.

“Vamos... mamãe preparou algo para comermos...”

Harry balançou a cabeça afirmativamente e acompanhou os irmãos Weasley até a cozinha com um único pensamento em mente. ‘Poderia ele amar Gina?’

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Aquela última semana havia passado normalmente, sem muitas novidades, apenas com novos conhecimentos acerca do castelo e a vida de sua mãe, por parte de Sirius e por parte de Hagrid que as vezes lhe contava algumas coisas, é claro que a muito custo.

Estavam no dormitório feminino jogando conversa fora, era o que mais faziam nos ultimos dias quando Evelyn se perdeu em seus pensamentos.

“Eve... você ouviu o que eu disse!”

“Ahn! Desculpe...” - dissera olhando a amiga que sorria simplesmente.

“Tudo bem... realmente já está tarde... acho melhor ir dormir...”

“È... eu queria dar uma volta antes... sozinha...”

“Acho que não vai ter problema...” - Hermione falara vendo que a menina estava praticamente pedindo a sua permissão.


“Ahh obrigada!” - Nisso ela saiu da cama e colocou um roupão por cima do pijama. Saiu pelo retrato da mulher gorda e seguiu pelo corredor da torre sem rumo...

Precisava daquele momento só seu há alguns dias, queria pensar em tudo o que estava ocorrendo em sua vida, embora ela soubesse que não faria diferença. Depois do dia que acordara no hospital, sua vida recomeçara, não se lembrava de nada e portanto teria que reconstrui-la com novas lembranças, pelo menos era isso o que o médico lhe dizia duas vezes na semana. Ainda não sabia o porquê daquelas consultas. Não tinha nada e o médico não a faria lembrar de muita coisa. Mas ia apenas para se ocupar de alguma coisa e para sair um pouco do castelo.

Em pensar que dentro de uma semana aquele castelo estaria cheio de alunos, Evelyn ficava extremamente ansiosa, estava doida para conhecer novas pessoas, amigos... e, pincipalmente, de conhecer seu ídolo, Harry. Aquele garoto fora o único que ela não esquecera completamente, sabia exatamente quem era, do que gostava e enfim... sabia mais dele do que sobre sua própria mãe... talvez porque ela havia ouvido isso de Hermione e não vivenciado tudo aquilo, já que ela esqueceu do que vivenciara e não do que aprendera.

Seus pés lhe guiavam cegamente pelos corredores de Hogwarts, temia ficar perdida naquele lugar, mas pelo que conhecia ela devia estar chegando ao salão principal e lá ela saberia como voltar para seu quarto.

Ao chegar no salão notou que a porta estava aberta, talvez não fosse nada muito estranho, já que aquela porta sempre ficou aberta.

“Já que estou aqui... por que não ir comer alguma coisa!” - disse para si mesma já se encaminhando para a cozinha que ficava logo abaixo daquele salão.

“Será que posso fazer companhia!” - a jovem sobressaltara-se ao ouvir o sussurro perto de seu ouvido.

“Sirius... nunca mais faça isso!” - a morena dissera virando-se para o homem e apontando um dedo em sua direção.

“Você deveria andar sempre com sua varinha... nunca se sabe o que se pode encontrar...”

“As aulas ainda não começaram... pode deixar esse conteúdo de Duelos para as aulas, ok! E você não é algo que se possa considerar ‘nunca se sabe o que pode se encontrar’... ninguém se assusta com você, Sirius...”

“Minha época de causar susto já passou... hoje em dia eu só quero ver as pessoas tomando sustos.”

Evelyn sorriu, o que fez Sirius sorrir também. Se Pablo visse eles conversando teria um enfarte, já que o homem dissera para nunca se aproximar da jovem.

“E então... não vai me acompanhar até a cozinha!” - Evelyn perguntara já o arrastando em direção a cozinha.

“Não estou muito com fome... acabei de comer... mas vou para fazer companhia a você...”

“Ok então.”

Ao chegarem na cozinha, foram recebidos por vário elfos dispostos a servir e tornar a vida deles mais fácil. Evelyn tomou um copo de leite e comeu alguns salgadinhos e docinhos que haviam saído do forno a pouco. Sirius apenas a olhava, notava cada detalhe do seu rosto e, principalmente, os olhos azuis.

‘Você poderia parar de babar pela menina ne Sirius!’. Uma voz em seu inconsciente lhe falara, o fazendo desviar completamente o olhar. Havia prometido que não diria nada e então teria que cumprir.

“Sirius...”


“Hm...” - Ele respondeu voltando-se para ela e a olhando fixamente vendo que ela já havia terminado de fazer o lanchinho.

“Por que você não me conta mais sobre sua vida, sobre seu afilhado...”

“Você é muito curiosa sabia? Se bem que eu daria o outro nome a isso... bisbilhoteira.”

“Por quê! Eu apenas gosto de saber mais sobre as pessoas que eu gosto...”

“Então sem nem conhecer você já gosta do Harry!”

“Não no sentido que você está imaginando... aliás... você imagina demais Sirius... e eu não sei como, já me acostumei com isso...” - Evelyn dissera seriamente. - “mas voltando ao assunto Harry... eu gosto sim dele... mas pelo que ele fez pelo mundo mágico e inexplicavelmente, ele foi o único de quem eu não esqueci completamente. Acho que é porque eu não o conheço pessoalmente, apenas vi seu nome em jornais bruxos e ouvi falar dele da boca de meus amigos... eu aprendi sobre o Harry não convivi com ele... e uma coisa que eu vi com o psicólogo que eu freqüento é que eu esqueci apenas do que eu conheci, do que eu vivi e não do que eu aprendi... por isso eu me lembro dos feitiços... Sirius... você não está dormindo ne? Falei demais...”

“Claro que não... não dormi porque você está falando algo interessante... e também não foi muita coisa...”

“Hm... mas e então! Não vai me dizer nada sobre o Harry!”

“Não sei o que posso te dizer...eu conheço o Harry, pessoalmente, a apenas 4 anos... é claro que eu sei muita coisa dele, mas acho que não o conheço o bastante.”

“Você deve gostar muito dele ne!”

“Gosto muito... considero ele como um filho... talvez porque ele não tem nenhum familiar vivo... mas... tem uma coisa que eu posso te dizer...”

“O que!”

“Ele acabou de terminar o namoro com uma menina do sétimo ano.”

“Sirius! Eu já disse que não quero saber isso...” - Evelyn dissera levantando-se da cadeira e andando em direção a porta da cozinha.

“Ok, ok... me desculpe... mas é o que eu sei.”

“Que tipo de padrinho você é! Não sabe nada sobre o afilhado. Aposto que o que eu te disse sobre mim... o pouco que eu sei... você nem lembra mais...”

“Hahaha! Não me faça rir... eu não sou tão desnaturado como você pensa.”

“Desculpe então! Mas sabe de uma coisa!”

“O que!” - Sirius a olhara fixamente nos olhos enquanto eles se dirigiam para fora do castelo e andavam pelo jardim. Por estar uma noite quente, um passeio no jardim em plena noite se tornava algo refrescante, e disso Sirius sabia muito bem.

“Nós nos conhecemos a pouco tempo... pelo que você diz... mas parece que eu já te conheço a tanto tempo... eu consigo ter mais liberdade com você e pode ter certeza de que eu não sou uma pessoa muito liberal com pessoas que eu conheço a pouco tempo, disso eu tenho certeza.”

“Talvez isso seja a força da amizade... quando eu estudei em Hogwarts uma pessoa muito importante para mim dissera quase a mesma coisa... e desde aquele dia eu levo isso para todos os meus amigos...” - Sirius dissera se lembrando do dia em que ele e Agata, no segundo ano, se tornaram amigos e fizeram um pacto de nunca se abandonariam fosse em qualquer situação.

“E você me considera sua amiga!” - Evelyn perguntara sorridente, parando de andar por um momento.


“Eu te considero muito mais do que uma amiga... você não sabe o quanto eu gosto de você e acho melhor não saber...”

“Por quê?”

“Não estou afim de levar um sermão do seu pai... aliás... o seu pai diria para você ficar no quarto trancada sem direcionar sequer um oi a minha pessoa...”

“Mas acontece que ele não está aqui e eu estou sob os seus cuidados no momento, portanto, eu me direciono a quem eu quiser, no horário que eu quiser e no lugar que eu quiser...”

“Nossa... agora sim eu vi o que eu realmente sou para você... não um simples desnaturado, mas um inconseqüente e olhe lá o que mais...” - nisso Sirius pegou Evelyn no colo e fez o percurso de volta a torre da Grifinória sob risos e reclamações da morena que tentava de todas as maneiras se soltar.

“Poxa Sirius... acho que eu sou o que! Não sou mais uma garotinha...”

“È mesmo... você passou de garotinha para, deixa eu ver... para uma garota. Melhorou ne!”

“Hunf... eu não acredito que estou tendo essa conversa com você...” - Ambos falavam ironicamente rindo cada vez mais dos absurdos que diziam e, principalmente, que pensavam e dizer.

“Mas está... e acho melhor pararmos nossa conversa muito construtiva... vamos deixar para amanhã, pode ser!”

“Vou pensar no seu caso... combinei com a Mione de irmos visitar o Hagrid amanhã... afinal eu estou devendo essa visita a ele...”

“Ok... mas agora direto para a cama... não quero que você fique zanzando pelo castelo a noite... e eu não sei como a Hermione deixou...”

“Pra você ver como é a nossa monitora-chefe.”

“Sou o que!” - Hermione que escutara o barulho resolvera descer e ver o que estava acontecendo na sala comunal.

“Nada não... não liga para as bobagens que dizemos...” - Evelyn dissera com um sorriso maroto no rosto.

“Parece que você arranjou a sua versão feminina, ne Sirius!” - Hermione dissera sem pensar, já que sem querer acabara descobrindo o segredo que ele escondia sob protestos.

“È... mas você deve fazer com que ela mude... e... chega de conversa...”

Evelyn olhara para Sirius com o cenho franzido. Como de uma hora para outra ele pode mudar de humor? E elas nem disseram nada que justificasse essa mudança.

“Foi algo que falamos!”

“Hã...” - Sirius a olhou perplexo.

“Foi algo que a Mione ou eu dissemos... você mudou de uma hora para a outra...”

“Eu não percebi nada... você deve estar com sono Eve...” - Hermione tentara disfarçar, mas Evelyn não acreditara.

“Não mesmo... Sirius ficara sério e nervoso por algo que a gente disse...”

“Esquece Evelyn... não foi nada...”

“Foi por eu ser a sua versão feminina!”

“Evelyn...”

“O que isso tem de errado!”


“Nada... Evelyn... para! Você tem mania de perguntas... já disse que não foi nada... é o sono... e quanto a minha versão feminina... você se encaixa perfeitamente... eu só espero que não apronte como eu aprontei... agora Boa noite meninas...” - antes de sair Sirius olhara de relance para Hermione que pedira desculpas em um balbucio, o que Sirius aceitara com um sorriso.

“Boa noite...” - Evelyn dissera quando o moreno saíra pelo retrato da mulher gorda.

“Vamos dormir Eve...?”

“Vamos... mas antes... você tem certeza de que não notou nada de estranho nele!”

“Eu conheço ele a quase 4 anos Evelyn... sei quando ele realmente fica sério e creio que eu nem o vi totalmente sério... aquele homem está sempre sorrindo, seja de felicidade, de tristeza ou apenas para nos animar... e eu acho que você quer realmente conhece-lo...”

“Por que você diz isso!”

“Por que você está querendo conhece-lo profundamente... e o profundo do Sirius seja isso... a sua versão séria...”

“De onde você tira tudo isso! Essas coisas meio boiativas!”

Hermione rira e então subira até o dormitório feminino sendo seguida pela morena.

“Não sei... mas acho que isso vem sem eu pensar... mas vamos deixar desse Bla bla bla... confesso que estou confusa... mas o fato é que você esta vendo coisas...”

“Se eu pudesse, apostaria com você... mas acho que seria bobagem mesmo...”

Evelyn se encaminhou até sua cama e então deitara nela tentando de alguma forma pegar no sono, já que estava mais complicado do que nunca.
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“CRIANÇAS!” - um grito se ouvira da cozinha, o que fizera Harry despertar definitivamente. Pegara seus óculos, que estavam sobre a mesinha ao lado da cama e os colocara para olhar em volta e ver que Rony ainda dormia. Como ele conseguia, Harry não sabia, talvez já fosse o costume de ouvir sua mãe gritar, mas...

“Rony...” - Harry dera pequenos socos em seu braço para que o ruivo acordasse, o que de início não dera muito resultado, mas aos poucos, Rony acordara esfregando os olhos e olhando para Harry de maneira confusa e curiosa.

“Harry!”

“Pelo grito que sua mãe deu... você devia ter acordado em um pulo.”

“Hã!” - Harry franziu o cenho e então antes de falar qualquer coisa notou que Rony estava rindo e que tirara dois pequenos tampões de seus ouvidos.

“Sei o que você deve ter dito... como eu poderia dormir com minha mãe gritando de manhã cedo para nos apressarmos... foi idéia dos gêmeos, mas nunca conte a eles que um dia eu usei isso... mas bem... Só assim eu pude acordar de bom-humor, imagina ter que acordar com alguém gritando em seu ouvido?”

“Não... eu não imagino, eu sei. Mas nada vai tirar a minha felicidade... vou embarcar naquele trem para nunca mas voltar meu caro amigo Rony.”

“È... você tem uma motivação... vai morar com o Sirius... ele não vai te dar sermões, não vai mandar você fazer o trabalho de casa... enfim... você vai ter a própria casa...”

“Você também podia ter a própria casa e cuidar da própria vida.” - Harry dissera sorrindo, imaginado a cara que o amigo faria quando terminasse de dizer o que estava pensando.

“E como!”

“Você e a Mione estão namorando a quase três anos... seria muito bom se você a pedisse em casamento, não acha... está a enrolando demais.”

“Que! Você é o meu amigo ou não é!”


“Sou... e por isso te dou essa dica...”

Rony levantou da cama e esfregara os olhos por um momento.. caminhou até o malão e o abriu tirando um pequeno embrulho e entregando para Harry abrir..

“Abra...”

Harry abriu e deparou-se com duas alianças identicas de um ouro muito brilhante e com mais uma anel, porém mais bonito e elaborado com pedras brancas e muito brilhosas.

“Você... você já havia pensado nisso?”

“Òbvio... eu amo ela e não a enrolo, como você diz... quero ter uma família com Hermione e o dia perfeito para isso será no dia 19 de setembro, quando ela fará a maior idade bruxa.”

“Estou surpreso... mas vamos antes que sua mãe grite novamente...”

Após trocarem de roupa os dois desceram até a cozinha onde Molly preparava um café da manhã bem reforçado.

“Bom dia meus queridos... tomem logo o café que já estamos atrasados.” - a mulher dissera servindo ambos com café e pãenzinhos.

“E o pai?” - Rony perguntara vendo que o lugar dele estava vazio.

“Seu pai saíra cedo... agora que virou ministro não tem mais tempo para ficar em casa... GINA!” - a mulher gritara vendo que a jovem não estava na mesa.

“O que è?” - Gina dissera ao descer as escadas. - “Já estou descendo, estava terminado de arrumar meu malão.”

Após todos terem terminado de tomar café subiram para terminar de colocar as coisas no malão. Harry não possuía muita coisa para guardar, pois já havia feito tudo na noite anterior, quanto ao Rony, este ainda faltava guardar uns livros de poções, já que ficara um tempo estudando na noite anterior com Harry a lhe ajudar. Tudo bem que Harry não ia muito bem, mas na teoria ele conseguia se sair melhor do que na prática.

“Pronto!” - Rony dissera fechando seu malão e virando-se para Harry para contastar que ele estava segurando um livro preto em suas mãos e o folheava com muita curiosidade. - “Não me diz que você está lendo esse livro!”

“Bem... lendo não é bem a palavra... eu estava apenas dando uma olhadinha... sabe... a Mione disse na carta que se eu ler esse livro vou estar ajudando alguém que eu conheço muito bem... mas quem?”

“Não esquenta... você sabe como a Mione adora colocar suspense nas coisas...” - Rony dissera também intrigado. Ele, mas do que ninguém, sabia que sua namorada não dava pistas de brincadeira... devia ser sim algo sério, mas pensariam naquilo apenas quando chegassem em Hogwarts.

“È... mas mesmo assim...”

“MENINOS! VAMOS... NÃO PODEMOS NOS ATRASAR!” - Molly gritara ao pé da escada fazendo Rony e Harry se apressarem.

Não demoraram muito para chegar na estação King’s Kross já que não havia muito movimento naquele 1 de Setembro.

Ao chegarem na estação a sra. Weasley fizera todas as recomendações de sempre, o que deixara os meninos um pouco mal-humorado, mas só por alguns minutos, pois logo a idéia de estarem voltando a Hogwarts surgia novamente e os deixavam contagiantes.

Rony, que reluzia seu distintivo, não parava de tentar fazer ciúmes ao Harry, que de certa forma não dava a mínima.

“Ahh... vamos lá Harry... diz... você queria ter um desses ne?”


“Não... prefiro continuar com as minhas marotagens...”

“Você está cada dia mais parecido com seu padrinho, querido... mas agora entrem no trem que ele já vai partir...” - Molly dissera dando um beijo em cada um de seus filhos.

“Cuide-se bem Gina querida e Rony tome conta dela ouviu bem? Não vão se meter em confusão... agora terminou a guerra, portanto sem fugas a noite.”

“Tudo bem...” - Harry dissera lembrando das diversas vezes que fugia a noite para lutar na guerra, mas fora assim que conseguira derrotar seu maior rival.

Depois de mais algumas despedidas, Harry, Rony e Gina embarcaram no trem rumo a Hogwarts.

A viagem ocorrera sem muitas surpresas, a não ser pela presença de Lupim no trem, o que os fizera lembrar do terceiro ano em Hogwarts, mas assim que descobriram que ele voltaria a ser professor de DCAT, eles ficaram mais empolgados.

“Finalmente teremos novamente um professor que ensine alguma coisa...” - Rony dissera ao professor, que sorriu simpaticamente.

“Tenho certeza de que vocês tiveram ótimos professores. Dumbledore não escolhe ninguém que não tenha competência...”

“Mas então o porquê do Snape!” - Harry dissera franzindo o cenho, mas antes que Remo pudesse responder, alguém invadira a cabine onde ele, Remo e Rony ocupavam.

“Repita o que você disse Potter.”

“Ahh... pensei que não iria ter situações desagradáveis esse ano.” - Harry dissera ao ver o rosto do Malfoy adentrar o vagão.

“Se vocês dois não perceberam... eu estou aqui... e posso tirar pontos das respectivas casas de vocês.” - Remo dissera vendo que aquilo não ficaria apenas na conversa.

“Eu também posso professor... já que eu virei monitor-chefe da minha casa...” - Draco dissera reluzindo seu distintivo, assim como Rony fizera antes.

“Sr. Malfoy, acho melhor você sair desta cabine... você não quer perder isso aí que você mostra com tanto orgulho...”

Harry assistia tudo calado, torcendo para que Lupim fizesse algo para Draco, mas pura ilusão.

“Eu já estava mesmo saindo... o ar aqui é muito poluído.” - Draco dissera para depois sair da cabine.- “Ai... o tampinha... vê por onde anda!”

“Tampinha!” - Gina dissera depois de se ajeitar do encontrão que levara com Draco. - “Você pensa que é o que? Temos praticamente quase a mesma altura!”

Draco olhara para a jovem a sua frente um pouco surpreso. Nunca fora de prestar atenção naquela família de ruivos, mas tinha que confessar que a caçula daquela família havia virado uma linda mulher.

“Fecha a boca... senão é capaz de entrar alguma mosca Malfoy.” - Rony dissera vendo a cara que o loiro fizera ao ver sua irmã. Draco apenas o fuzilou com o olhar para depois de dar uma última olhada em Gina, sair daquela cabine em direção a sua. Estava sentindo algo diferente, algo que ele não conseguia explicar... e tinha certeza que era algo relacionado a aquela ruiva... para seu tremendo desgosto.

“Vocês viram o jeito que olhou para a Gina!” - Rony dissera furioso.

“E o que isso tem de ruim? Por acaso eu não sou uma mulher?”

“Bem.. É... mas quem olharia para você!”


“Com certeza alguém que não é cego como certas pessoas!” - Ao dizer isso a ruiva saíra da cabine deixando os presentes um pouco surpresos.

“Isso foi para mim? Por que se foi é totalmente inútil! Eu sou o irmão dela e por isso não preciso dizer que ela se tornou uma mulher bonita!”

“Isso não foi para você... foi para mim...não viu o jeito que ela olhou para mim quando disse aquilo!” - Harry dissera um pouco surpreso. Havia pensado que Gina havia o esquecido, mas pelo visto aquele amor havia virado magoa, ou então as duas coisas.

“Parece que ela ainda gosta de você Harry” - Remo dissera com um sorriso maroto no rosto.

“Vocês poderiam mudar de assunto! Eu acabei de terminar com a Cho... não quero começar outro romance...”

“Tudo bem...” - Remo e Rony disseram quase ao mesmo tempo.

Algum tempo se passara sem que ninguém dissesse algo construtivo, até que uma nova pessoa aparecera na porta da cabine.

“Olá... Remo!” - a morena dissera sorridente, os olhos brilhantes. Remo a olhara por um tempo, seus olhos pousaram na barriga saliente, até que ele dissera com um sorriso: - “Agata!”

“Pensei que não me reconheceria!”

“Desculpe... mas eu estava tentando lembrar... fazem uns 16 anos que eu não a vejo...”

“È... eu sei... você também mudou muito... está mais bonito...”

“Não... você que é simpática! Vejo que sua barriga cresceu... Sirius me contou que você vai ser mamãe novamente.”

A mulher sorriu e colocou uma mão sobre sua barriga de quase quatro meses. - “Não cresceu tanto quanto eu queria... mas pelo menos cresceu... eu tive tanto medo de perder essa criança.”

“E novamente por culpa dele. Mas fique tranqüila... ele já está preso em Askaban.”

Ambos sorriram e então se depararam com Harry e Rony a olha-los curiosos e com caras de que foram esquecidos.

“Bem... esses são meus melhores alunos, Rony Weasley...”

“Weasley... filho do ministro da magia!” - Agata perguntara sorridente.

“Isso mesmo.. Prazer em conhece-la, Sra..”

“Stein.”

“Sra Stein.”

“Se bem que eu prefiro que você me chame apenas de Agata... não gosto muito dessa palavra... me sinto mais velha...” - todos sorriram e então Agata olhara para Harry que até o momento não havia dito nada e percebeu que ele se parecia muito com alguém, ou melhor, com duas pessoas que ela conhecia muito bem, principalmente por aqueles olhos verdes de Lilian.

“E você só pode ser Harry Potter!”

“Adivinhou pela cicatriz não foi?” - Remo perguntara um pouco espantado.

“Não exatamente... na verdade a cicatriz só foi a minha certeza... eu conheço muito bem esses olhos verdes e esse cabelo arrepiado...”

Harry fanziu o cenho não entendendo nada a cada palavra que eles diziam. Estava cada vez mais confuso. - “Como você me conhece?”

“Bem... digamos que eu fui uma das melhores amigas de sua mãe, Lilian Evans e também de seu pai Tiago Potter.”

“Como?”


“Eu estudei com eles Harry... não fui da mesma casa que eles, fui da Sonserina com orgulho, mas mesmo assim, com a discordia entre as casas eu fiz melhores amigos naquela casa. Seus pais, Remo foram uns deles.”

“Você conheceu meus pais...” - Harry dissera sorridente. - “Isso já é um ótimo motivo para você ser uma amiga minha!”

Agata sorrira. Não acreditava no que estava acontecendo. Ela estava conversando com o filho de seus melhores amigos e, também, com o afilhado do grande amor da sua vida, Sirius Black. Como aquele menino havia crescido desde o ultimo dia que ela o havia visto.

“Você conheceu mais alguém?”

“Como quem?”

“Sirius Black.”

“Conheci... ele é seu padrinho ne? Sabe Harry... eu vi você pela última vez quando você tinha dez meses...”

“Sério?”

“Sério... foi na minha despedida para a Alemanhã... um mês antes do meu casamento com meu marido. Você era uma gracinha de bebê...”

“Dois meses antes dos meus pais morrerem...”

“Não pense nisso ok? Eu também sinto muito por isso... mas deixa de tristeza... você é um lindo jovem e precisa se divertir... espero que conheça minha filha, a Evelyn.”

“Evelyn? Ela está aqui?” - Harry perguntara curioso.

“Não... ela já está em Hogwarts... tivemos alguns problemas e ela teve que mudar de escola e vir para Hogwarts.”

“Será...” - Harry dissera pensativo. Não pode ser... era coincidência demais... deve ser essa a pessoa de que Hermione havia falado, mas ele nem a conhecia!

“Bom... não vou mais tomar o tempo de vocês...”

“Espere...” - Remo dissera antes que a mulher fosse embora. - “O que você está fazendo aqui?”

“Você não soube?”

“Sim... mas pensei que não viria de trem...”

“Sirius disse que eu poderia... seria mais rápido... e eu queria passar o dia do aniversário da minha filha com ela... nem que por apenas alguns minutos.”

“Sirius sabe que...”

“Sabe... mas não vamos falar disso, ok? E eu preciso ir agora...” - Agata dissera tentando desviar o assunto, o que Remo entendera muito bem...

“Tudo bem... nos vemos por aí...”

“Eu vou ficar em um apartamento em Hogsmeade... Pablo e eu alugamos um apartamento para passar esse tempo aqui...”

“Que bom... então vamos nos ver mais vezes... relembrar os tempo de escola.”

A mulher sorriu e então depois de se despedir de todos saiu. Harry ficara pensado sobre tudo aquilo. Tinha quase certeza de que aquela menina, Evelyn, era a pessoa que estava com amnésia, embora não soubesse o porquê. Mas tinha algo que ainda o intrigava mais do que isso. O que Sirius tinha a ver com aquela mulher? Com aquela menina...? Seria alguma ligação com o passado?

“Harry?” - Rony o chamara tirando de seus pensamentos complicados. - “O que foi?”

“Nada não... apenas em como é bom conhecer alguém que conheceu meus pais, principalmente minha mãe... não sei muito sobre ela.”


“Você vai poder perguntar a ela tudo sobre Lilian, embora eu também possa responder...” - Remo dissera sorridente. Os marotos, Lilian e Agata formavam um sexteto incrível no tempo de Hogwarts e parece que o que restou está se reencontrando novamente em Hogwarts.

“Que bom...” - o resto da viagem passou com muito mais alegria, pois Harry não parava de fazer perguntas ao Remo sobre Sirius e seus pais, e também tentava descobrir algo mais sobre suas dúvidas em relação a Agata e sua filha, mas isso Remo não revelava, diria que ele saberia no tempo certo. Harry concordava, queria mesmo era saber sobre tudo e não importava a hora que isso fosse feito.

Continua...

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