O Destino de Ninfadora
O sol se punha rapidamente aos olhos de Tonks. Era impossível colocar na sua cabeça a idéia de que era a ultima vez que o via, mesmo que fosse entre aquelas janela imundas. Devia faltar apenas alguns minutos para a lua cheia surgir e Lupin ainda nem viera lhe salvar, provavelmente nem virá. Não tinha como se comunicar com alguém, seus enjôos não pararam e estava desarmada. “Esse é um dos piores dias da minha vida” pensou, olhando para o teto. A porta abriu mais uma vez e dela saíram uns trinta homens vindo em sua direção, mas o grupo era liderado por Grayback. Todos formaram um circulo com uns três metros de raio em volta da bruxa, que olhava assustada para todos e procurava localizar Lupin. Até que encontrou- o do seu lado, mesmo ainda estando na extremidade do circulo e olhava-a com uma espécie de nojo. Grayback se aproximou de Tonks e disse:
- A lua já vai aparecer, Multicores. É melhor você já ir para o lugar combinado.
Nesse instante, um outro lobisomem, totalmente desconhecido, pegou as mãos dela por trás e as torceu, fazendo- a bruxa soltar um gemido quase inaudível de dor. Vários daquela sala riram. O lobisomem empurrou Tonks com força para frente, enquanto guiava a moça por trás. Ele era tão bruto com ela que Ninfadora não agüentou e perdeu o equilíbrio, caindo encima de Lupin. Este a segurou pelos ombros e ela se apoiou em seus braços, contudo notou algo diferente. Remo usava um lenço vermelho amarrado no pulso esquerdo. Tonks enrugou a testa e o lobisomem que a prendia continuou guiando-a para fora do salão, levando-a para a floresta.
Realmente aquele lugar era bem fechado com arvores tão altas que mal podia avistar o céu. Tonks tropeçava em galhos e cambaleava, mas o lobisomem não a soltava e continuava obrigando-a a andar. Pouco depois, ele jogou a bruxa no chão quando chegaram numa clareira junto com o grupo.
- Está tudo pronto. Vamos deixa-la por alguns instante, Multicores –Falou Grayback.
Todos deram as costas e deixaram Tonks caída no chão. Quando ficou completamente só, ela levantou-se e começou a explorar a floresta, na esperança de se salvar. Um silencio mortal inundava o lugar e a auror começou correr para poder escapar. Ia em todas as direções, nem sabia aonde iria terminar, sabia apenas que devia continuar. Depois de alguns minutos correndo, decidiu parar um pouco e tomar fôlego, então se encostou numa arvore.Mesmo sem a luz do sol, Tonks percebeu quando escureceu e até poderia jurar que sentia uma luz prata sobre sua cabeça. Quando avistou uma fresta entre uma das longas arvores perto da onde que estava descansando, olhou para o alto e viu uma linda e brilhante lua cheia no céu, que não possuía nenhuma estrela. De repente ouviu um uivo vindo de algum lugar perto dela e viu vários passarinhos voarem para longe da região do barulho. Ela tornou a se endireitar e mudou a cor de seus cabelos para uma cor preta: não sabia se a visão de um lobisomem transformado era boa ou não, então decidiu evitar chamar a atenção com seus cabelos rosa choque, mudando a cor. Começou a correr novamente o mais rápido que pôde. Não podia parar.
Depois de uns cinco minutos, Tonks exausta apoiou a mão num tronco de arvore e ouviu um barulho atrás de si e olhou para identificar o que era. Parecia que se aproximava a cada segundo.A bruxa, em desespero, retornou a correr pela floresta, até que chegou a uma região em que as arvores eram muito mais juntas e com cipós todo enrolado nelas, bloqueando a passagem. Ela olhou para os lado e viu em não havia por onde fugir, enquanto isso o barulho se aproximava. Teve uma idéia. Fez com que seus cabelos crescessem até os joelhos, tornou-os verde e volumosos, coloriu sua pele no mesmo tom de verde também para tentar se camuflar, depois se encolheu toda atrás de um arbusto e esperou o que quer que fosse passar. A situação seria engraçada e não fosse tão séria. Não demorou muito e dois lobisomens corriam um atrás do outro e não perceberam a presença de Tonks. Era sem duvidas uma perseguição, porem eles acabaram abrindo caminho pelas arvores e cipós, destruindo-os. Quando o perigo passou, a auror saiu de seu lugar e voltou para sua aparência anterior. Olhou para todos os lados e continuou a andar pela trilha que as criaturas abriram. Sem perceber, havia andado muito pela trilha recém- formada e nem pensou que a qualquer momento poderia encontrar-las e foi o que aconteceu.
Num determinado trecho Ninfadora viu novamente os dois lobisomens, mas desta vez estavam lutando. Garras contra garras, carne contra carne, dente contra dente; uma cena horrível de se presenciar e, por sorte, nenhum havia visto a bruxa, que estava atrás de uma arvore. Um deles já estava sangrando aos montes por causa das mordidas do outro. A briga continuou e, finalmente, o mais ferido caiu inerte no chão. A metamorfomaga abafou um grito com as mãos e o primeiro pensamento que lhe ocorreu foi que o morto pudesse ser Lupin, criaturas assim eram tão parecidas. O vitorioso apenas olhava para o cadáver e Tonks percebeu que o nariz dele se contraia e as narinas dilatavam por algum motivo, só depois que ela se tocou: o lobisomem sentira o cheiro dela. Antes, quando ele estava com o outro correndo pela floresta, não sentiu o odor da bruxa pois passou muito rápido por ela e nem percebeu sua presença, agora era diferente. Ele, que estava de costas até aquele momento para ela, virou-se e fitou- a. Ela, por sua vez,virou-se e começou a correr pelo caminho que a trouxera até ali. Corria mais e mais rápido, mas suas pernas já estavam cansadas e o lobisomem se aproximava. De repente, Ninfadora viu uma outra criatura vindo em sua direção. “Perfeito, estou cercada” pensou sarcasticamente. Ambos se aproximavam dela e, quando faltavam apenas uns centímetros para os três se chocarem, Tonks saltou para um lado, caindo de mau jeito encima da base de uma arvore, machucando seu pé direito, não conseguindo sair do lugar. Essa reação fez com que os dois lobisomens se trombassem de frente e se atacassem. Em menos de dez minutos, a auror presenciara duas lutas entre membros dessa espécie. A nova luta era tão feroz como a anterior, ou pior. Um arranhava o outro selvagemente, ate que um deles, o que havia cometido um assassinato um pouco antes, saiu correndo pelo caminho que viera.
O lobisomem que ganhou a briga estava cheio de machucados e hematomas, mas fora isso era alto, quanto tinha as duas patas no chão, pêlos castanhos que cobriam-lhe o corpo, focinho alongado e orelhas pontudas em pé. Ele se aproximou de Tonks e tentou levanta-la, segurando-a pelo braço. Ela tentava desvencilhar-se dele, dando bofetes e chutando-o, mas parou ao perceber algo: ele tinha um lenço vermelho amarrado no pulso esquerdo.
- Lupin? – Disse ela insegura.
A criatura assentiu.
- Mas como...?
Ele colocou a pata em sua boca, calando-a. Conseguiu levanta-la, segurando-a pela cintura, enquanto ela se apoiava na arvore. Sem hesitar, ela o abraçou com força, pois estava vivo e com ela naquele momento. Era uma cena estranha de se ver: um semi-humano e uma bruxa se abraçando.
Mesmo mancando, Tonks o acompanhou, agarrando-se no pescoço de Lupin. Sempre atentos aos ruídos, ele a levou para uma pequena caverna numa parte mais isolada da floresta, onde não havia quase arvores nem nada. Remo colocou Ninfadora no chão cuidadosamente e sentou-se ao seu lado. Ela, mesmo que machucada, se arrastou até ele e aconchegou-se em seu peito, que continuava forte. Lupin a envolveu em seus braços, sujando-a de sangue e fazendo com que seus “rostos”roçassem um no outro carinhosamente.
- No fundo, sempre soube que você não ia me deixar sozinha, que iria me salvar.
Ele fez um ruído com a boca. Aparentemente, ele concordou com sua amada. Ali, sem mais nem menos, dormiram juntos e abraçados, não demoraram muito um se esquentar com o calor do corpo do outro.
N/A: Esse nao é um dos meus capitulos q + gosto, porem é nessessário p/ a fic.
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Beijos
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