Conversas Natalinas
_Onde vai passar o Natal Fire???- perguntou Lílian
As garotas estava sentadas no jardim. Estava nevando, mas elas não se importavam. Tinham acabado de patinar no lago congelado,e agora se sentaram debaixo de uma arvore.
_Acho que vou para a casa dos meus padrinhos. Eles insistiram para mim ir pra lá, disseram que querem me contar uma coisa importante...
_Acho melhor você ir. Talvez seja algo importante – comentou Ana
_E correr o risco de passar o Natal no mesmo lugar que o Black??Sinto muito mais não. Não mesmo!
_Coitado do garoto,Fire! – disse Milly
_Coitado o caramba! Eu to de paciência lotada das implicâncias daquele ser...
_Bom Fire, sinto lhe decepcionar, mas Black não vai pra casa do Tiago esse ano – disse Lílian
_Não??? Ótimo! E..como você sabe,Lily???- perguntou Fire. Havia um sorriso cínico em seus lábios
_Tiago me contou. – respondeu a garota sem notar o olhar que as amigas trocaram
_Ora sua ruiva metida, porque não nos contou antes que estava saindo com o Tiago? – perguntou Milly com uma fingida magoa
_Oras porque não estou saindo com ele – retrucou ela
_Não... imagina se não ta. Daqui você vai dizer que eu tenho um caso com o Black – disse Fire sarcástica
Vendo que não houve resposta e o olhar que as amigas lançara a ela Fire logo respondeu:
_Eu não tenho um caso com o Black! E você senhorita Campbell, não acha que está na hora de admitir o seu amor pelo senhor Remo Lupin?
Ana corou. E disse com a voz quase tremendo
_Eu.. não gosto do Lupin.
_Claro...sou eu que gosta dele - retrucou Milly sarcástica
_Nós somos sem duvida o grupo mais complicado em situações amorosas d toda Hogwarts! – disse Lílian
_Diga por vocês Lily. – respondeu Fire
_Na na nina não, senhorita Ishitar. Você também tem um caso complicado. Se não for o maior deles. Black, Fire, Black! Quando vai admitir? – perguntou Lílian
_Você sabe que não fujo de nada Lily, e se tivesse algo para admitir eu já teria admitido. – levantou-se – com licença, vou responder a carta da minha madrinha dizendo que vou para lá. – e saiu
_Você não deve pressioná-la Lily. Se nós sabemos sobre o Sirius, ela não quer admitir. Deixe ela. Tem acontecido muita coisa na vida dela. – disse Ana
_Eu sei, foi mal. Mas eu me descontrolei e acabei falando de mais.
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“Querida Tia Sam,
Aceito o convite de você e do tio Cris para ir passar o Natal ai.
Com saudades, da sua afilhada
Renata Ishitar”
_Muito bem Fênix, já sabe o que fazer. Entregue essa carta pra Tia Sam – disse a garota olhando para a coruja. Virou-se para a janela e esperou ver a coruja desaparecer. Tempos negros estavam chegando. Podia sentir isso. Quanto tempo será que duraria sem que Voldemort viesse atrás dela para ter o medalhão. O medalhão... o motivo de tudo. Diego, Helena, Julia, Augusto... quantos mais ela iria perder para ele? Suspirou e voltou seus olhos para o livro que estava em sua cama. O mesmo que estava lendo quando Sirius a interrompeu. Perguntaria aos padrinhos o que sabiam do Medalhão.
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_Feliz Natal, Lily, Ana, Milly! – gritou a garota quando já estavam na estação.
_Feliz Natal Fire! – responderam as amigas em coro.
Tiago virou-se pra ela e disse:
_Já me despedi dos Marotos. Vamos Fire?
_Sim. Mas tia Sam disse que viria nos buscar...
_Mas ela vem. Ali está ela. – disse ele apontando para a multidão.
_Tiago querido! – disse ela abraçando o filho – Renata,filha, como você está? – perguntou ela também abraçando a garota
_Muito bem tia Sam! – respondeu a garota animada.
_Excelente, agora vamos, porque temos muito o que fazer.
Eles andaram em direção a uma velha lareira na estação. Chegando na mansão Potter, Sam levou Renata até o quarto que ela havia passado as férias.
_Renata, querida, tomei a liberdade de redecorar o seu quarto. Agora você, termine de enfeitá-lo do jeito que quiser. Mas a tarde vamos ate o beco diagonal comprar alguma coisas para você enfeitar o quarto.
_Não precisa...
_Claro que precisa! Você é como se fosse uma filha para mim e para Cristopher, não que não fosse – respondeu a Tia com uma piscadela – mas vamos sim senhorita. Já está decidido.
_Está bem – respondeu a garota contrariada.
O quarto que antes era em tons amarelados, agora estava assim: A parede em que estava encostada a cabeceira da cama era num tom azul céu. As outras paredes eram azuis mais claras, quase brancas. Cortinas azuis, assim como as almofadas da cama e do pequeno sofá branco que havia no quarto. Os moveis, todos em tons escuros. Havia uma grande cama com um colcha branca, uma penteadeira, um enorme guarda-roupa, e uma escrivania. Havia também uma estante cheia de livros. Um tapete, também azul. As cadeiras da penteadeira e da escrivania eram brancas. Renata se sentiu em...um mundo diferente. Pegou a mala e tirou seus pertences de lá. Colocou as roupas no armário e tomou um susto ao perceber que já haviam outras roupas lá. Um vestido vermelho de ceda lhe chamou a atenção. Era muito bonito. Havia algumas calças( a maioria preta), blusas, casacos, sapatos.
_Tia Sam,resolveu mesmo arrumar o quarto. – comentou a garota risonha para si mesma.
A manha se passou muito rápido e quando notou, Renata já estava se arrumando para ir ao Beco Diagonal.
_Renata, nós vamos comprar algumas coisas e depois voltaremos para casa. Você gostou da decoração??? – perguntou a madrinha
_Adorei tia. Azul é milha cor preferida.
_Se azul é sua cor favorita, porque só se veste de preto?
_Me acostumei assim. Talvez no começo, fosse só para provocar os meus pais e ficar o mais diferente possível da Helena, mas depois se tornou um habito, que se eu mudar, não serei mais eu mesma.
_Contando que esteja bem, não me importo com a cor da sua roupa, filha.
“Eu fui matando meus heróis aos poucos
Como se já não tivesse
Nem uma lição pra aprender”
Passaram o dia, ou o resto do dia, comprando coisas. Ao chegar em casa Renata , que havia comprado alguns porta retratos, procurou algumas fotos. A primeira que escolhe foi uma que ela e Diego haviam tirado no Central Park quando estava nevando. Ela se lembrava perfeitamente do dia. Ele queria patinar, e convenceu ela a ir. Ambos eram bons patinadores, pois praticavam desde pequenos. Uma hora, ela acabou se descuidando e caiu, ele que vinha atrás dela, caiu por cima dela. Estavam rindo muito quando seus olhos passaram a se encarar. Foi quando Diego se levantou e estendeu a mão para ajudá-la. Tinham rido muito naquele dia, e depois quando já estavam quase vindo embora, pediram para uma senhora tirar a foto para eles.
“Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido”
Ao colocar a foto no porta retrato ela sorriu. Que falta sentia do amigo.... mas chega de pensar no passado. Se continuasse a lamentar a morte de Diego desse jeito, nunca deixaria o amigo descansar em paz. A outra foto era dela,Lílian,Camilly e Dayana no Três Vassouras, no primeiro passeio de Hongsmead dela. Logo quando chegou em Hogwarts. Colou pôster de suas bandas favoritas.E se recostou na cabeceira de sua cama. Passou a observar o quarto. Era primeira vez que se sentia tão bem. Na antiga casa, nunca fora feliz. Nunca tivera pais de verdade. Era tudo uma farsa. Uma enorme farsa. A única filha que os Ishitar tiveram e na opinião deles sempre teriam era Helena. Ela nunca foi considerada uma filha. Nunca. Uma lagrima caiu...e mais outra..e outra... até que não conseguiu reprimir o soluço. Todas as magoas, frustrações, inveja do carinho que a irmã recebia, dor reprimida dentro de si mesma, armagura, ódio, raiva, perda... tudo que ela estava escondendo, saiu...com essas lagrimas. Chorou compulsivamente. Até a hora que a tia entrou no quarto para lhe desejar boa noite e a viu ali, chorando.
_Renata,querida, o que foi... porque esta chorando? – perguntou Samantah preocupada indo abraçar a afilhada – o que foi?
_Tia Sam... porque meus pais não gostavam de mim?? – perguntou a garota. Ela parecia uma menininha indefesa, com seus 5 anos de idade.
A tia a olhou,então suspirou.
_Cristopher venha aqui. – pediu a mulher
Ouviram passos na escada, então um senhor, para seus 70 e tantos anos entro no quarto
_O que foi,Sam... Renata o que houve?- perguntou ele
_Ele quer conversar..sobre os pais dela, Cris. – respondeu Samantha
_Ahh...está bem. Vamos conversar.
“Eu quis me perder por aí
Fingindo muito bem que eu nunca precisei
De um lugar só meu”
_Porque eles não gostavam de mim,tio?- perguntou ela novamente – porque nunca me trataram como filha? Porque sempre preferiam a Helena?
_Talvez.. eu nunca possa responder isso. Mas eles gostavam d você,Renata – disse Cristopher
-Mentira! Eles nunca gostaram de mim! Se eu me esforçava para tirar uma nota boa pra eles se orgulharem de mim, a única coisa que eu ouvia era que eu me empenhava de mais em matérias inúteis! Que eu tinha que seguir o exemplo de Helena. Eu nunca era esperta o suficiente comparada a Helena!
_Renata, talvez seu julgamento sobre eles... – começou o tio mas foi interrompido pela menina
_Julgamento errado?Não venha me dizer isso Tio Cris! Eu passei 3 semanas em coma depois do acidente e não era eles quem estavam do meu lado quando eu acordei! Eram os pais do Diego! Eu duvido muito que eles tenham ido me ver no hospital. Talvez esperassem que eu mor...
_Não diga isso, nem brincando Renata! – exclamou o tio. – eles podem ter errado muito com você, mas querer vê-la morta? Isso nunca!
_Foi você mesmo que disse que talvez nunca pudesse responder!
_Sim, mas daí você dizer que eles esperavam isso? Eu conheci Augusto, e digo que jamais ele quis vê-la morta. Ele era seu pai.
_Não! Ele não era,nunca foi,e nunca será um pai pra mim! Não importa que vocês tentem me fazer acreditar que ele fez isso pro meu próprio bem, pois eu sei que é mentira!
_Eles erraram muito, mas você não deve condená-los.
_Tio Cris, ninguém nunca se importou comigo de verdade. O única que fez isso, Voldemort matou cruelmente, e primeiro! O primeiro a me abandonar.
“Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu...”
_Sua vida não tem sido fácil, querida. Você tem sofrido muito. – disse Samantha – mais isso não quer dizer que você não tenha sido importante pras pessoas. Eu e seu tio, seus amigos, adoramos vocês.
_Talvez essa dor não tenha sido em vão. Eu aprendi a ser forte, a ter coragem, a seguir sozinha, sem depender de ninguém, a trilhar meu futuro, a não ligar pra sentimentos. – disse a garota
_Se você não ligasse tanto pra sentimentos, não iria querer saber sobre isso. – comentou o tio
_Tenho o direto de saber. – respondeu a garota
_Vamos conversar seriamente agora. Sua vida não foi fácil querida, apesar de ser amigo de Augusto por tantos anos, vou concordar que ele nunca foi um pai exemplar. Nunca demonstrou carinho por você, e sempre demonstrou o enorme orgulho que tinha de Helena. Você teve que trilhar seu futuro sozinha, e amadureceu mais rápido do que as crianças da sua idade. Você ficou tão contente a arrumar um amigo que demonstrava o carinho que você não teve, que se tornaram tão amigos que você não se importou de arrumar outros amigos. – Renata não respondeu. Sabia que o tio estava dizendo a verdade. – então, quando vocês dois ficaram separados, e isso, não tinha mais volta, você deixou de acreditar no carinho. O mundo não é assim, Rê. Há pessoas que te adoram, e se preocupam com você. Se isolando do mundo, como você fez, isso só aumentou a sua perda.
_Nunca fui feliz. Lá,pelo menos. Quando cheguei em Hogwarts, pela primeira vez desde que Diego morreu, eu tive amigas. Isso foi muito importante pra mim.
_Está vendo?Existe pessoas que se importam com você. Suas amigas, nós – disse ele indicando ele e a mulher – Tiago,Remo, Sirius. Todos nós.
_Isso ainda não responde o fato de que eles nunca se importaram comigo.
“Eu dou sempre o melhor de mim
E sei que só assim é que talvez
Se mova alguma coisa ao meu redor”
Cristopher suspirou e se levantou. Caminhou lentamente até a janela. O vidro mesmo embaçado, dava para ver os flocos de neve caindo. Daqui a dois dias seria Natal. Suspirou lentamente novamente, antes de responder:
_Não tenho certeza, mas pelo que acho, eles sempre tiveram receio de que Voldemort descobrisse você. Talvez, dessa maneira, que eles te criaram, estavam lhe dando armas q mais pro futuro, te ajudariam. Estavam ajudando você a crescer mais rápido e a perceber o mundo lá fora.
_Não me convenceu. Melhor que eles me mandassem pra CIA não??? Seria melhor. – respondeu a garota mal-humorada
_Renata,pare de julgar seus pais assim. – disse a tia
“Eu vo dspdaçar você
Todas as vezes que eu lembrar
Por onde você já andou sem mim”
_Julia se preocupou com você, quando você veio para Londres. – disse a tia – tinha medo que você jamais voltasse pra casa.
_E ela estava certa, não é? – perguntou Cristopher olhando nos olhos da afilhada
_Meio obvio não? Se eu consegui escapar do tormento, eu jamais voltaria pra lá. Eu nunca fui feliz naquela casa. E se consegui vir pra cá, tinha um apartamento só pra mim, tinha uma conta no banco, tinha amigos e era feliz, você não acha que eu ia voltar pra lá né?
“Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu...”
_Julia já sabia disso. Sabia que iria seguir sua vida e nunca mais voltar pra lá. – comentou a tia.
_E tinha absoluta razão. E agora. Não há mais motivos pra voltar. Eu só vou voltar pra lá, depois que acabar Hogwarts e antes de começar meu curso d auror. Só vou passar uma semana lá. Vou visitar os tumulos deles e de Diego e depois vou resolver as questões da casa e voltar de vez pra cá. E pra sempre.
“Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu nem quero saber!”
_Quer companhia pra ir querida? –perguntou a tia
_Eu vou resolver isso sozinha tia Sam. Sozinha. – respondeu a garota.
_Renata que bom que está mais calma. Por isso vou mudar de assunto. Como você sabe, daqui a dois dias é Natal e nós daremos uma festa para apresentar você ao nossos amigos. Nós também iremos lhe fazer uma surpresa. É uma festa a noite, ok?
_Não precisa de tudo isso tio. – respondeu a garota
_Precisa sim senhorita. Tiago será o seu par na dança tradicional,ok?
_Tudo bem.
_Então está combinado. Durma bem,minha filha. – disse ele dando um beijo da testa da afilhada
_Boa noite,querida. – disse a tia, antes de apagar a luz e sair do quarto da garota, a deixando sozinha mergulhada em pensamentos.
“Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido
Eu quis me perder por aí
Fingindo muito bem que eu nunca precisei
De um lugar só meu
Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu...
Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu nem quero saber!
Nem quero saber!!!”
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