“A irreparável Perda”
Capítulo 4: “A irreparável Perda”
Dumbledore e Minerva entraram na cozinha, Molly e Lupin permaneciam parados atrás deles.
- Sentem-se, venham jantar conosco! – falou Arthur sorridente.
- Obrigado Arthur.
- Hum... o cheiro está delicioso! – elogiou Minerva.
- Vamos nos sentar. – disse Molly conduzindo a professora para uma cadeira vazia.
Severo trocou um olhar preocupado com Petúnia. Dumbledore sentou-se na frente deles com Minerva ao seu lado esquerdo. O professor procurou o olhar do diretor, mas não o achou, ele permanecia distraído com a comida.
- Diretor... – começou.
- Depois do jantar, Severo! – interrompeu Alvo.
Severo ficou envergonhado e continuo comendo calado.
Hermione e Tonks se engataram em uma conversa animada com a profª. McGonagall enquanto jantavam.
Todos acabaram de jantar e Molly com a ajuda de Tonks tirou a louça da mesa.
- Sra. Dursley, profº Snape e Harry, vocês podem me acompanhar até o escritório? – o diretor parecia preocupado.
- Claro. – disse Petúnia ao se levantar da mesa.
Alvo e Minerva se entreolharam inquietos e com os olhos cheios de tristeza, a mulher confirmou com a cabeça e o diretor levantou-se e saiu da cozinha com eles.
-Senti-se Sra. Dursley! Você também Harry. – disse mostrando as cadeiras e sentou do outro lado da escrivaninha. Severo permanecia em pé atrás de Harry. – Eu sou Alvo Dumbledore, Sra. Dursley. Fui eu quem deixou Harry na porta da sua casa quando os pais dele morreram.
- E quem me escreveu durante todos esses anos! É um prazer finalmente conhece-lo! – disse sorrindo – O senhor tem alguma noticia sobre a minha família?
- Sim, eu tenho. E receio que não sejam as melhores.
Ele ficou em silêncio por um tempo pensando em como dar a notícia. Petúnia levou às mãos à boca ao começar a chorar. Eles e Severo já sabiam o que tinha acontecido mas Harry estava um pouco confuso ainda, olhou de Severo para sua tia e depois para o diretor.
- E? – perguntou nervoso.
- Eu sinto muito Sra. Dursley mas... – Alvo suspirou e continuou com dificuldade – Mas eles foram mortos. Não houve nada que pudéssemos fazer.
Petúnia se curvou na cadeira, chorava alto com o rosto escondido nas mãos. Harry estava em choque.
- Como? – perguntou Snape.
- Os dois voltaram para casa para buscar algo e deram de cara com os comensais revistando a casa a procura de Harry e sua tia. Não pensaram duas vezes antes de descontaram sua frustração nos dois.
Severo permanecia parado sem ação, olhava para a mulher chorando desesperada encolhida na cadeira. O único som eram os soluços da pobre viúva. Harry, sem saber muito o que fazer abraçou a tia com força que continuava chorando recostada no ombro do garoto.
Permaneceram em silêncio por mais algum tempo em respeito ao sofrimento da mulher, então Dumbledore disse:
- Harry ajude Severo a levar sua tia para o quarto e depois vá para a cozinha. Vou pedir para a Molly preparar um chá pra ela. – disse ao retirar-se do escritório.
Os dois homens se encararam, Harry ainda abraçava a tia, tinham certeza que não seria uma tarefa tão fácil leva-la para o quarto, ainda mais naquele estado.
- Tia, a senhora consegue se levantar? – disse o garoto desfazendo o abraço.
Petúnia não disse nada, continuava soluçando incontrolável na cadeira.
- Venha Sra. Dursley, vamos levá-la para o seu quarto. – tentou o professor delicadamente, mas não obteve nenhum sucesso – Me ajude a levantá-la Potter!
Cada um pegou a mulher por um braço e a levantaram, estava trêmula e fraca, prestes a cair no chão desmaiada. Severo passou o braço direito dela por seu pescoço e a segurou pela cintura.
- Abra a porta e venha me ajudar.
Harry correu até a porta e a escancarou, depois correu de volta até onde o professor permanecia segurando sua tia e o ajudou segurando-a da mesma maneira.
Embora fosse uma mulher magra, Petúnia era pesada e foi difícil move-la até a porta.
- Não vai dar para subirmos assim, o corredor é muito estreito e demoraria demais... – disse Snape pensativo. – Potter, suba até o quarto e abra a porta, eu vou levá-la.
Harry estudou o professor ainda apoiando a tia.
- Vá! – ralhou Severo.
O menino sumiu no corredor, então Severo virou-se para a mulher, trazendo-a para sua frente e envolvendo seu braço livre na cintura dela.
- Petúnia... Petúnia! Tente se acalmar um pouco. – disse com urgência chacoalhando ela de leve – Preste atenção em mim por um minuto.
Petúnia olhava para um foco perdido no cômodo, então ao ouvir a voz de Severo ao longe começou a voltar-se para ele, a se concentrar em sua voz. Anda chorava e soluçava, seus joelhos tremiam e ela lutava para mantê-los o mais firmes possível.
- Eu sei que é difícil mas tente se acalmar está bem? – disse trazendo mais para perto de si o corpo trêmulo da mulher.
Lentamente ela começou a engolir o choro, sentia-se um pouco mais forte. Tentou secar o rosto com as mãos, mas isso não era o suficiente. Severo soltou uma de suas mãos com cautela e passou ela no rosto da senhora para secar suas lágrimas. Era macio e delicado como havia imaginado inúmeras vezes.
-Isso... – disse sorrindo ternamente – Você acha que pode subir até o quarto? Não se preocupe, eu vou ajudá-la.
Ela concordou com a cabeça. Os dois começaram a caminhar lentamente pela casa. Petúnia chorava silenciosamente enquanto se deslocava. Segurava uma das mãos do professor.
Harry estava na porta do quarto esperando por eles e ficou admirado ao ver a tia subir os últimos degraus e caminhar pelo corredor seguida de perto por Snape.
Entraram no quarto, ela sentou-se na cama e admirou o chão, os dois a observaram da porta.
- Vá para a cozinha como o profº Dumbledore lhe orientou, eu fico aqui com ela.
Embora não quisesse, Harry obedeceu contrariado e sumiu novamente no corredor mal iluminado. Severo caminhou até a cama e sentou-se ao lado dela sem dizer nada. Ela aproximou-se dele e deitou sua cabeça no ombro maciço do professor.
Snape não tinha muita certeza do que fazer, passou o braço pelas contas dela e lhe entregou um lenço. Petúnia secou suas lágrimas e descansou as mãos no joelho.
- Tente se acalmar! – murmurou ele afagando os cabelos negros dela – Se acalme...
Ela não disse nada, apenas concordou com a cabeça. Não tinha palavras suficientes no mundo que pudessem expressar o que estava sentindo. Seu filho, seu único e amado filho estava morto. “Maldito seja o bruxo que fez isso! Maldito seja!”
Estava mais sozinha do que nunca agora, não tinha mais seus pais, nem sua irmã mais nova, nem seu marido e tão pouco seu filho. Só lhe restara Harry, mas o menino a odiava e tudo por culpa dela! Nunca foi uma boa pessoa para ele.
Tinha medo do que iria lhe acontecer dali pra frente.
Severo permanecia abraçado com Petúnia. Sentia-se mal por vê-la daquela maneira e não poder fazer nada pra acabar com sua dor. Apenas tentava acalma-la aos poucos. Era maravilhoso tê-la em seus braços, sentir sua respiração, seu perfume. Delicadamente passou a mão direita no rosto dela secando suas lágrimas e voltou a afagar seus cabelos. O choro e os soluços começaram a diminuir.
Molly entrou no quaro com cuidado, trazia uma pequena bandeja de prata nas mãos com uma xícara de chá. Olhou para os dois por alguns segundos até que seu olhar encontrou-se com o do professor. Ela abriu um sorriso discreto pra ele e se aproximou de Petúnia.
- Trouxe um chá que irá ajudá-la a se sentir melhor. – disse descansando a bandeja na mesa da cabeceira. – Venha, senti-se direito. – Molly estendeu as mãos para ela.
Severo soltou Petúnia que aceitou as mãos da mulher, e esta lhe entregou a xícara. Tomou um gole do chá, estava morno e tinha um gosto levemente adocicado.
- Está bom querida?
- Sim.
- Pode ir professor, eu cuido dela daqui pra frente.
- Está bem. Boa noite Sra. Dursley. – disse Severo depositando um beijo macio na testa dela – Amanhã nos vemos.
- Boa noite. – Petúnia finalmente olhou para ele – Severo?
- Sim?
- Obrigado.
Ele sorriu e saiu do quarto fechando a porta.
Molly ficou lá até que Petúnia finalmente adormeceu, o chá fez com que ela se acalmasse e dormisse. Nem se comparava a uma poção do sono, mas fora o suficiente.
Sabia que os próximos dias seriam os mais difíceis para Petúnia e que iria precisar da ajuda de todos para passar por aquele momento. “Só espero que Severo fique aqui enquanto ela se recupera! Pobre mulher...” pensou ao sair do quarto.
NA: Meninas obrigado pelos comentários tão carinhosos, desculpe se ainda não pude responde-los, é pq estou em semana de provas, mias assim que ela acabar vou ler as fics de vcs tb!!!
Espero que tenham gostado desse capitulo novo!
Bjinhus
Mila
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!