“A Casa dos Black”



Capítulo 2: "A Velha Casa dos Black"

Petúnia permanecia parada olhando a enorme casa.
- Venha Sra. Dursley, cuidado que aqui tem um degrau. – orientou Severo enquanto a empurrava pelas costas.
- Eu sei que ai tem um degrau. – suspirou impaciente.
- SABE??? – exclamaram os três adultos.
- Por acaso a senhora consegue ver a casa?
- Mas é claro que sim! É meio difícil não se ver uma casa desse tamanho! – disse olhando para eles com desconfiança.
Os olhos de Snape correram de Lupin para Tonks, depois para Harry e por fim chegaram em Petúnia.
- É melhor entrarmos logo de uma vez.
Mal chegaram à soleira da porta e esta foi aberta por uma Sra. Weasley bastante agitada.
- Oh Harry... – disse abraçando o menino com força após todos entrarem na casa. – Estive tão preocupada!
- Não se preocupe, está tudo bem. – disse ele sorrindo tímido.
- Venha vamos para a cozinha, vou preparar um delicioso café da manhã pra você!
Os dois saíram da sala seguidos por Tonks e Lupin. Logo se ouviu gritos e risadas altas.
Petúnia girou nos calcanhares, nunca havia estado num lugar como aquele, observava cada objeto, cada móvel com a maior atenção e repugnância. Tinham tantos objetos estranhos, coisas que na opinião dela não serviam para nada, permanecia de costas para Severo que a observava atentamente.
- Sra. Dursley? – chamou – Sra. Dursley?
- Oh... sim? Me desculpe, acabei me distraindo! – disse virando-se para ele.
- É meio estranho para a senhora não? Estar aqui, no meio de pessoas que não conhece, no meio de bruxos... – Severo fez uma pequena pausa – Soube que a senhora não gosta de bruxos, é verdade? – então apontou para o sofá e disse – Sentisse, os sofás e cadeiras dessa casa não mordem.
- Sim, é muito estranho. Nunca pensei que um dia iria parar num lugar como esse. E não, eu não gosto de bruxos. – Petúnia andou até Severo que a encarava seriamente. – Se o sofá e as cadeiras não mordem por que o senhor não se senta?
- Primeiro as damas.
Petúnia sorriu e sentou-se no sofá com as pernas cruzadas, Snape foi até a cadeira mais próxima dela e também sentou.
- Sabe Sra. Dursley, aqui a senhora vai encontrar pessoas que não gostam de trouxas e que gostaria de vê-los mortos.
- O senhor é um deles?
- Sim. – respondeu sem demora. – Em parte sim.
- Devo me preocupar com isso? – perguntou irônica.
- De maneira alguma.
Ficaram calados por alguns segundos, apenas se encarando. Fazia tempo que queriam estar frente-a-frente e conversar, mas naquelas circunstâncias não seria tão fácil fazer isso. Petúnia naquela altura começou a se preocupar com o marido e com o filho. “Tomara Deus que estejam bem!”
- E minha família? – perguntou subitamente.
- Provavelmente em lugares seguros. – disse calmamente.
- Que lugares? Por que não estão aqui?
- Não sei ainda, mas creio que logo teremos notícias.
- Logo quando?- perguntou nervosa.
- Não faço a menor idéia. – disse rolando os olhos nervoso. – Tente se acalmar, esse nervosismo só vai deixá-la pior!
- Ah que maravilha! E o que faremos enquanto isso? – perguntou séria.
- Poço lhe mostrar seus aposentos.
- Seria ótimo. – disse indignada forçando um sorriso falso.
Os dois subiram as escadas de pedra até o primeiro andar em silêncio, na quarta porta a direita eles entraram. Era um quarto espaçoso, uma grande cama de colunas com lençóis brancos e coxa branca tomava conta da maior parte do quarto. Havia também um guarda roupa e uma penteadeira. As paredes e chão de pedras davam um ar medieval ao quarto, era extremamente bonito.
Petúnia examinava o quarto e o banheiro enquanto Severo depositava as malas no chão próximo a penteadeira.
- Bem vou deixá-la a sós, deve ter muito que arrumar. – disse aproximando-se da porta. – Se precisar de algo estarei na cozinha.
- Espere! Como vou chamá-lo se não sei seu nome? – falou enquanto se aproximava cada vez mais dele.
- Snape, Severo Snape. – sentiu-se nervoso, ela estava perto demais.
- Pode deixar, se precisar de algo eu lhe chamarei, Sr. Snape!
Petúnia fechou a porta do quarto e olhou em volta. É não podia negar que aqueles anormais tinham um bom gosto. “Eu amei esse quarto!”
Não demorou muito para seus pensamentos voltarem para Severo. Havia gostado mais ainda dele agora que tinham finalmente trocado algumas palavras. Tinha um gênio forte e controlado. Aquilo sem dúvida chamou sua atenção. “Pare de pensar nessa aberração! Mas que culpa eu tenho se a aberração é tão... sexy!” Ela riu dos próprios pensamentos enquanto levou as malas para cima da cama e as abriu, então começou a guardar suas coisas nos novos lugares.
Sem dúvida muitos de seus pertences haviam sido esquecidos na Rua dos Alfeneiros “Será que vou poder buscá-las? Será que vou voltar para lá algum dia?”
Tantas perguntas e nenhuma resposta.
Passou o resto da manhã trancada no quarto esperando ansiosamente a hora do almoço. Tomou um banho rápido e trocou de roupa. Olhava pela janela quando ouviu batidas na porta do quarto.
- Entre!
- Vou servir o almoço, a senhora nos acompanha? – perguntou a Sra. Weasley ansiosa.
- Claro. – disse caminhando em direção a porta.
- A propósito, Molly Weasley! – disse estendendo a mão amistosamente – Mas pode me chamar de Molly.
- Prazer, Petúnia Dursley, mas me chame de Petúnia. – disse aceitando a mão e cumprimentando-a.
As duas começaram a descer as escadas em silêncio, então Petúnia perguntou:
- Você mora aqui?
- Não, de maneira alguma! Só passamos alguns dias aqui. – respondeu Molly sorrindo. - Minha casa é bem longe, no meio do campo. Essa era a antiga casa dos Black, pertencia a Sirius, o padrinho de Harry. A senhora o conheceu?
- Sim muitos anos atrás. Ele e os amigos iam passar alguns dias na nossa casa quando eu e Lílian éramos adolescentes. – disse com um pouco de tristeza, há anos não pronunciava o nome da irmã. – O que aconteceu com ele? A última vez que o vi foi no batizado de Harry. Depois o vi pela televisão no noticiário, diziam que era um bandido perigoso e que estava foragido.
- Coitado do Sirius, teve uma vida dura. Passou anos na cadeia por um crime que não cometeu e morreu no mês passado para salvar o Harry.
- Oh... eu sinto muito! Harry não comentou nada em casa sobre isso. Nós nunca fomos muito... próximos. – disse envergonhada. –Mesmo sendo meu sobrinho.
- A senhora devia se aproximar dele! É um garoto maravilhoso, com um coração gigante!
Petúnia não disse mais nada, estava se sentindo péssima. Como poderia ter sido tão negligente durante tantos anos com o sobrinho? O filho da sua irmã...
- Tente não pensar no passado Petúnia! Pense no futuro! Vai ter bastante tempo pra concertar as coisas se quiser!
- É, você tem razão.
As duas chegaram à cozinha. Os Weasleys, Harry, Hermione, Snape, Tonks e Lupin já estavam sentados na mesa.
- Bem Petúnia querida, esses são os gêmeos, Fred e Jorge, Percy e minha pequena Gina, são todos meus. – disse sorrindo orgulhosa – Aquele é Arthur, meu marido e Rony, nosso outro menino.
- Olá! – cumprimentou ela meio sem jeito.
- Oi!
- Ao lado do Rony estão: Harry, Hermione Granger e Nymphadora Tonks.
- Por favor, me chame de Tonks. – disse sorrindo.
- Oh... pode deixar!
- E do lado de Arthur está Severo Snape e na ponta Remo Lupin. – concluiu Molly.
De repente Petúnia abriu um sorriso para Ramo que retribuiu o gesto e levantou-se para cumprimentá-la.
- Se eu soubesse que era você...
Ela e Lupin se abraçaram. Todos observavam a cena surpresos, principalmente Harry.
- Não se preocupe com isso! É bom vê-la novamente! Jaz faz o que, vinte anos? – disse soltando-a.
- Precisamente!
- Vocês se conhecem? – perguntou Harry com um pouco de dificuldade, não conseguia acreditar naquilo.
- Sim! Remo e os outros costumavam passar alguns dias em nossa casa durante as férias de verão. –comentou rindo enquanto sentava-se ao lado de Severo ligeiramente corada.
- Bons tempos aqueles! – suspirou Remo saudoso – A melhor parte das nossas férias era o tempo que ficávamos lá, nos divertíamos tanto.
- Nem sempre... – disse Petúnia com um tom de desaprovação – Nem sempre...
Molly colocou as travessas de comida na mesa, Petúnia esperava comidas esquisitas como sapos e cobras, mas ficou surpresa ao ver as travessas repletas de coxas de galinha, purê de batata, arroz, carne assada e várias garrafas. Umas com um líquido que Petúnia não conhecia, e outras que pareciam muito com suco de abóbora.
Todos começaram a encher seus pratos sem cerimônia, A comida estava extremamente deliciosa.
- Aceita uma cerveja amanteigada Sra. Dursley? – perguntou Nymphadora.
- Sim, um pouquinho para experimentar. E me chame de Petúnia.
- Ah... você vai adorar! – disse Tonks sorrindo ao encher o copo.
Harry, Rony e Mione comiam bem próximo delas. Era óbvio que a garota estranhasse a maneira com a qual Petúnia estava tratando a todos. “Não era ela que odiava os bruxos?” Penso consigo mesma.
Harry conversava alegremente com os Weasleys, ria e se divertia enquanto Fred e Jorge lhe contavam tudo sobre a loja de logros deles. A Sra. Weasley escutava tudo em silêncio, não aprovava a idéia dos gêmeos de largar os estudos para abrir uma loja. De vez em quando ela trocava algumas palavras com Petúnia.
Depois que todos finalmente acabaram de almoçar Molly fez um feitiço simples e toda a louça sumiu, o que assustou Petúnia. Em seguida levantou-se e trouxe mais travessas, mas essas estavam repletas de doces e bolos de todos os tipos.
No final, quando todos já haviam comido tudo que conseguiam, Molly mais uma vez efetuou o feitiço, fazendo a louça sumir.
Petúnia olhou ansiosa para Severo. Queria notícias sobre sua família. Por menos que ela fosse feliz com eles, ela os amava. Snape, por sua vez, balançou a cabeça negativamente e a observou fechar os olhos demoradamente.
- Mamãe, podemos levar Harry, Rony, Mione e Gina até a nossa loja? – perguntou Fred.
Molly olhou de Tonks para Lupin e depois para Snape, que fez uma careta. Então finalmente respondeu sorrindo.
- Acho que sim querido! Vamos todos ao Beco Diagonal.
Snape deixou escapar um guincho de desgosto enquanto rolou os olhos. A cozinha se encheu de vivas de alegria. Tonks os observava sorrindo.
- Todos? – perguntou Jorge parando de rir – Por quê?
- Pela segurança de todos. – respondeu Remo.
- Petúnia querida, você não quer ir conosco? Há muitas lojas no Beco Diagonal, tenho que comprar algumas coisas também. Venha comigo, vai ser divertido! – Molly sorria animada.
- Está bem! É melhor do que ficar aqui o dia todo!
- Vem conosco Severo? – perguntou Lupin.
- Sim, tenho que compara alguns ingredientes para a sua poção. – respondeu secamente.
Remo corou violentamente envergonhado, não gostava que falassem sobre a poção que ele tomava todos os meses para evitar se transformar em um lobisomem violento. Trocou um olhar nervoso com Petúnia que sorriu para ele.
- Bem crianças, vão escovar os dentes e se arrumar, andem! – mandou Molly.
Harry, Rony, Gina, Mione e Percy se levantaram e saíram da cozinha, mas Fred e Jorge permaneceram sentados. Molly virou-se para os garotos com a sobrancelha direita erguida.
- E você, o que estão esperando?
- A senhora mandou as crianças, não a gente!
- FRED E JORGE WEASLEY!!!!!!!! Já pra cima! Andem logo! – ralhou Molly nervosa e completamente vermelha.
Finalmente todos estavam prontos para ir embora. Molly despediu-se de Arthur e de Percy com um beijinho, eles tinham que voltar para o trabalho no Ministério.
- Eu, Tonks e Molly vamos levar as crianças. Severo você leva Petúnia, mas se preferir eu posso acompanhá-la no seu lugar.
- Não, eu a levo.
Fred e Jorge aparataram enquanto Lupin e os outros foram com pó de flú.
Severo e Petúnia estavam sozinhos na casa. A Sra. Dursley começou a ficar nervosa. “Sozinhos... SOZINHOS!!! Se controle mulher, se controle!” Severo a observava.
- Vamos? – perguntou surpresa ao flagrar ele olhando suas pernas.
- Sim, ham... bem... o “Caldeirão Furado” não fica muito longe, vamos usar o carro que Dumbledore nos arrumou.
- Por mim está ótimo.
- A senhora primeiro.
- Obrigado.
Os dois saíram da casa. Rapidamente Petúnia procurou o braço esquerdo de Severo e entrelaçou-o com o seu fazendo com que o professor de poções cora-se levemente envergonhado.
- O carro está logo ali na frente. – disse com o olhar distante - Eu não recebi nenhuma notícia sobre a sua família.
- Eu notei. Dizem que as notícias ruins chegam logo, então prefiro pensar que eles estão bem.
- Sabia que entenderia.
Petúnia sorriu. Os dois chegaram ao carro, Severo abriu e fechou a porta para ela. Alguns minutos se passaram. O carro deslizava silenciosamente pelas ruas embora fosse um carro bem antigo. Petúnia podia jurar que ele estava enfeitiçado.
- O senhor é casado? – perguntou rapidamente, mas no mesmo momento se arrependeu – Sei que é uma pergunta pessoal, me perdoe... – explicou-se.
- Não, eu não sou casado. E a senhora não precisa se explicar, não tem nada de demais na sua pergunta.
- Obrigado. – estava corada. – E por que nunca se casou?
- E por que a senhora faz sempre tantas perguntas seguidas? – disse Snape evitando um sorriso e encarando-a.
Petúnia o ignorou, então ele finalmente riu.
- A senhora ficou sem palavras? Hum... interessante! Está bem, vou responder sua pergunta! Não me casei porque não encontrei a mulher que procurava, mas agora já sei onde ela está! – disse ele com um pouco de ironia.
Petúnia o estudou com atenção sem falar mais nada, Severo a olhou e riu dela novamente. “E ela está bem aqui!”

Enquanto isso, no Beco Diagonal...
Lupin, Molly e Tonks estavam sentados em uma das mesas no “Caldeirão Furado” esperando Snape e Petúnia. Já Rony, Harry, Gina e Mione estavam na loja dos gêmeos.
Harry ficou bastante impressionado com a quantidade de itens que Fred e Jorge tinham criado. A loja dava de mil a zero na Zonko’s brincando, não passava um minuto sequer vazia. Mas nem toda aquela agitação fazia com que Hermione deixa-se de lado sua desconfiança de Petúnia.
- Sabe, eu não consigo entender porque a sua tia estava tão amável Harry. – disse Mione.
- Ah... você está vendo coisas onde não existem Mione! Deixa a pobre mulher em paz. Ela só esta tentando fazer amigos! Imagina ficar sozinha no meio de um monte de bruxos, ela deve estar aterrorizada. Se estivesse no lugar dela eu faria o mesmo, - defendeu Rony.
Fred e Jorge atendiam alguns clientes. Harry e Gina se entreolharam rindo.
- Vocês trocaram de papéis? – perguntou o garoto ainda rindo. – Eu podia confundir você com a Mione.
Hermione olhou indignada para Harry.
- Vocês são uns idiotas! – disse saindo da loja apressada.
- Mione! – chamou Gina correndo atrás dela.

Finalmente Severo e Petúnia chegaram ao “Caldeirão Furado”. Todos no bar os fitaram, as roupas trouxas de Petúnia chamavam um pouco a atenção. Rapidamente avistaram Tonks, Lupin e Molly sentados em uma mesa.
- Vocês demoraram!
- Tinha muito trânsito na rua.
- Não tem problema. Podemos ir agora? – perguntou Tonks ansiosa.
- Claro.
Os cinco andaram até o fundo do bar. Petúnia achou estranho ao ver apenas as latas de lixo. Lupin tirou a varinha do bolso e tocou alguns tijolos com ela, então a parede começou a se mover e a revelar o Beco Diagonal!

Continua...

NA: Capítulo um pouco maior que o anterior.
Não esqueçam de comentar ok!?!??!
Bjinhus
Mila

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