“Eu Vou Voltar”

“Eu Vou Voltar”



Silenciosa... Era assim que o número 4 da Rua dos Alfeneiros permanecia durante grande parte do ano. Duda estava em Smelthings, Valter no trabalho e Harry... Ahh, quem se interessa por aquela aberração?! Devia estar naquele hospício que chamava de escola.
A Sra. Dursley estava sozinha em casa, mais um daqueles dias incontáveis de solidão. Passava seu tempo fazendo os serviços domésticos e espiando os vizinhos sem graça.
Tomava seu chá sentada à mesa da cozinha remexendo em suas recordações. Tantos anos tinham se passado desde...

----------------------------- FLASHBACK -----------------------------
Era uma manhã nublada, Petúnia desceu as escadas e abriu a porta para pegar o leite e o jornal. Ao olhar para o chão não havia leite nem jornal e sim um bebê. Um lindo bebê com grandes olhos verdes muito brilhantes a olhava sorrindo.
“Lily...” sussurrou ao cair ajoelhada do lado da criança. Lágrimas involuntárias começaram a cair pelo seu rosto, e por fim, soltou um berro. “NÃO!!!”
“O que foi Petúnia, querida?” perguntou Valter descendo as escadas com presa.
A mulher não disse nada. Continuava chorando alto quando o marido olhou por cima dela e viu um bebê deitado na soleira da porta.
“Mas que diabos...”
Petúnia pegou o menino e se levantou. Começava recuperar seu alto-controle quando viu uma carta entre as cobertas que o envolviam, Sentou-se no sofá com o menino no colo e começou a abrir a carta. Choros e gritos avisavam que Duda fora acordado pelo berro da mãe.
“Vá cuidar do meu Duduzinho.” Disse ao marido com rispidez.
Leu a carta uma, duas, três vezes até conseguir assimilar alguma coisa. Lílian e Tiago mortos... Mortos por Voldemort. A irmã morrera para salvar o menino. Magia Antiga... O lorde das Trevas tentou matar o bebê, não tinha mais seus poderes. Derrotado... Finalmente derrotado. Dumbledore pedia que cuidasse do menino, a casa estava protegida, ela saberia o que fazer.
“Cuidar dele?!?!”
Única parente... Tia... Madrinha...
As palavras começaram a se misturar e a formar antigas lembranças. Conversar com Lílian! Tinham que se esconder, que se proteger, o perigo estava próximo. Mas felizmente, a solução apareceu, um feitiço antigo e complexo. Dumbledore sabia faze-lo e Sirius seria o fiel do segredo.
“Sirius...”
Começou a sentir a raiva tomar conta de si. Como ele foi capaz de trai-los?!?! Logo ele, o melhor amigo de Tiago, o padrinho do menino, meu... Meu Sirius.
Valter voltou trazendo o filho aninhado em seus braços já bem mais calmo agora.
“Por Deus, quem é esse garoto, Petúnia?”
“Meu sobrinho” disse com o olhar vago “Minha irmã e meu cunhado foram mortos a noite passada.”
“E por que ele está aqui?”
“Porque eu sou a única família que lhe restou.”
“Petúnia...” começou Valter indignado ao enrubescer “Você não está pensando em...”
“Claro que estou! O menino vai ficar aqui conosco.”
“MAS ELE É UM DELES!!! Não quero uma aberração dessas vivendo sob o mesmo teto que nós e nosso filho!”
“Podemos acabar com essa anormalidade, tenho certeza disso! Ele será normal como nós!” mentiu Petúnia tentando fazer um ar convincente. “E eu já tomei a minha decisão e não vou voltar atrás!”
Petúnia se levantou com Harry nos braços e arrancou Duda do colo do marido com o braço direito. Valter a observou surpreso quando foi para a cozinha conversando com os dois meninos.
----------------------------- FIM DO FLASHBACK -----------------------------

Quase catorze anos haviam se passado.
Petúnia cuidou do menino da maneira que pode. Valter, no fim, acabou concordando em deixar o menino ficar, mas proibiu que a esposa mostrasse afeições por ele. Fora obrigada a mal-tratar o garoto, a fazer com que ele a odiasse, só para poder protegê-lo do marido.
Desde que chegou aquela casa, Harry fora maltratado pelo tio e pelo primo. No começo Petúnia usava a desculpa de que harry era apenas um bebê, e como todos os outros precisava de cuidados. Mas ele cresceu e ela teve que se afastar de uma vez por todas.
Valter começou a se mostrar um homem odioso e violento durante os anos que se passaram. Era uma pessoa tediosa quando Petúnia casou-se com ele, mas agora estava insuportável.
Ela não tinha nem ao menos como fugir dele, daquela vida inútil e infeliz a qual se abrigou a viver por muitos anos. Sentia vontade de pegar os meninos e sumir no mundo, mas não podia. Não até Harry se formar, não até a proteção acabar.
Dois anos e estaria livre, livre para fazer o que quisesse, livre para viver.

----------------------------- FLASHBACK 2 -----------------------------
Petúnia estava na cozinha, fazia o almoço dela e dos meninos... A pouquíssimas horas Duda era o único menino daquela casa, mas agora Harry também estava lá.
Os dois brincavam tranquilamente no chão da sala e Valter tinha ido trabalhar.
Andava de um lado para o outro pegando coisas nos armários. Não conseguia tirar as palavras do diretor de sua cabeça.
“Petúnia.”
Ela girou nos calcanhares. Um homem estava parado perto da porta. Um ódio começou a dominá-la.
“SEU MALDITO, ASSASSINO, DESGRAÇADO!”
“Petúnia, querida...”
“COMO VOCÊ SE ATREVE A VOLTAR AQUI?!?”
Petúnia pegou uma faca na pia e apontou para ele.
“SAIA DA MINHA CASA! EU VOU CHAMAR A POLÍCIA!”
“Faça o que quiser, me mate se desejar, mas me escute antes!”
“O que você quer? Veio acabar o serviço pelo seu MESTRE?!? Veio MATAR o menino?”
“Não seja ridícula Petúnia! Como você pôde pensar que fui eu quem contou? Como pôde achar que vim matar o meu afilhado? O nosso afilhado!” defendeu-se aos gritos aproximando-se dela e encostando-se na ponta da faca.
“Não de mais um passo ou eu mato você!” berrou ela cheia de raiva. “Você foi o fiel... VOCÊ ME TRAIU! TRAIU SEUS AMIGOS! VOCÊ OS ENTREGOU A AQUELE MONSTRO, VOCÊ OS MATOU!!!” disse Petúnia aos berros enquanto lágrimas rolavam por seu rosto.
“NÃO, EU NÃO FUI O FIÉL!”
Petúnia o estudou com atenção por alguns segundos. Estava tão agitado quanto ela, seus olhos refletiam um ódio imenso, mesclado com tristeza e amargura.
“Como não?” perguntou quase sem voz “Lílian disse... Você mesmo me disse que seria você o fiel ao segredo.”
“Eu acabei convencendo Tiago a escolher outra pessoa sem ninguém saber. Muita gente sabia que seria eu, então o convenci a escolher alguém o qual ninguém fosse suspeita.” Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. “Mas aquele... aquele INFELIZ ERA O TRAIDOR! Você precisa acreditar em mim, Petúnia! Você me conhece, sabe que eu não faria nada contra eles!”
“Quem... quem foi?” perguntou com dificuldade.
“Pedro Pettigrew.”
Petúnia deixou a faca cair no chão e levou as mãos a boca, tampando um grito de horror.
“Você precisa acreditar em mim!” sussurrou ele ao toca-la nos braços.
Ela voltou a encará-lo, os dois ainda choravam. Estava completamente sem ação. Sentia a mão dele em seu rosto, tão amável e carinhoso. Então a trouxe para perto de si e a abraçou com força.
“O que você pretende fazer agora?”
“Vou atrás daquele infeliz e vou fazê-lo parar pelo que fez!” falou cheio de rancor “Foi minha culpa!” disse ao encará-la “Devia ter sido eu, o fiel. Eu convenci o Pontas!”
“Você não teve culpa nenhuma, quem ia adivinhar que o covarde do Rabicho era o espião?!” Petúnia secou suas lágrimas e continuou “Conte a verdade aos outros, tenho certeza que eles o ajudarão!”
“Ninguém acreditaria.”
“Dumbledore e Remo sim!”
“O diretor ficaria um fera, ele mesmo se ofereceu para ser o fiel, você sabe disso. E mesmo que o Aluado acredite, a palavra de um lobisomem não vale muita coisa.” Disse tristemente.
“Você tem a mim também!”
“Não posso envolvê-la nisso! É arriscado e você tem que cuidar do menino.” Sirius estava sério.
“Mas eles vão prendê-lo se você fizer alguma coisa!” disse voltando a chorar. “Não quero ver você naquele lugar, não suportaria mais essa aprovação!”
“Eu sinto muito querida, mas já tomei a minha decisão. E se eu for preso pode ter certeza que estarei feliz por ter acabado com aquele desgraçado.”
“Não faça isso!” implorou Petúnia chorando.
Sirius secou as lágrimas dela com a ponta dos dedos. Estava com medo de perdê-la, de não vê-la nunca mais mas era um risco que tinha que correr. Só mataria o ex-colega em último caso. Na verdade tinha esperanças de capturá-lo e entrega-lo ao ministério.
Como a pele dela é macia... Passou a mão pelo rosto da mulher. Há quase um ano vinham mantendo um caso as escondidas. Pontas era o único que sabia a verdade. Os dois tinham começado o romance ainda em Hogwarts. Sirius tinha 15 anos e Petúnia 14 naquela época.
Tantas coisas aconteceram desde então, guardavam boas lembranças daquela época. Mas, um dia, quando a guerra começou a piorar. Petúnia terminou o noivado e pouco tempo depois casou-se com aquele trouxa desprezível. Nunca explicou o porquê daquilo tudo e Sirius preferia não saber.
Dois anos se passaram até que eles se reencontrassem em uma reunião na casa dos Potter, onde foram convidados a serem os padrinhos de Harry.
Desde então os dois voltaram a se falar e pouco a pouco começaram a se encontrar as escondidas.
Sirius sorriu tristemente e aproximou seu rosto do dela para beijá-la. Petúnia não relutou, deixou que a beijasse sem discutir. Um beijo longo e delicado, um beijo triste e melancólico, tão diferente dos beijos ardentes e apaixonados aos quais estavam acostumados.
“Posso me despedir do menino?”
Petúnia concordou com a cabeça e foram até a sala. Harry logo reconheceu o padrinho e começou a chamar “Modinha!” e a estender seus bracinhos para o homem pega-lo. Sirius pegou o menino, deu um beijo carinhoso nele e o colocou de volta no chão sob o olhar triste de Petúnia. Os dois voltaram à cozinha abraçados.
“Eu tenho que ir agora”
“Você vai ao funeral amanhã?” perguntou baixinho.
“Sim, eu vou estar lá com você para apoiá-la.”
Mais uma vez ela não disse nada, estava chorando silenciosamente enquanto olhava para o chão.
“Não se preocupe, eu vou voltar. Juro que não vou esquecer você e o menino aqui!”
“Tome cuidado.” Sussurrou ela.
“Pode deixar.”
Petúnia aproximou-se e o abraçou pelo pescoço.
“Eu amo você.” disse Sirius ao beijá-la, então livrou-se do abraço, virou um cão negro e foi embora.
----------------------------- FIM DO FLASHBACK 2 -----------------------------

“Sirius...” murmurou enquanto grossas lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Aquela tinha sido a última vez que o viu como homem e que conversaram. Na manhã seguinte, quando Petúnia foi ao velório encontrou apenas o enorme cão negro que não saiu de deu lado, como ele havia prometido, sob o olhar de insatisfação de Remo.
Até que, a mais ou menos dois anos, o viu no noticiário trouxa. Tinha fugido de Azkaban. No fim o que mais temiam aconteceu, foram separados e Sirius mandado para a prisão.
Quando o viu pela TV sentiu que seu coração ia sair pela boca de tanta alegria, ouvindo Valter resmungar por não terem dado muitas informações. Petúnia olhou pela janela, na esperança de encontrá-la do lado de fora enquanto o marido fazia um discurso insuportável sobre criminosos. Mas sabia ele que aquele homem todo sujo e esfarrapado tinha sido o primeiro e único amor dela, o homem ao qual ela tinha se entregado tantos anos antes.
No entanto, agora, estava sozinha. Seu chá tornara-se frio e seu rosto fora manchado pelas lágrimas. Secou-as com seu lenço e foi até a pia, ia começar a preparar um novo chá.
Lembrou-se do verão passado quando Harry chegou em casa falando sobre o padrinho e poucos dias depois recebeu um carta de Dumbledore lhe contando as boas novas. Desde que o vira pela TV esperou ansiosa por sua visita, mas não aconteceu.
“No fim você acabou se esquecendo de mim.” Comentou tristemente ao colocar a água para esquentar.
“Você é que pensa!” murmurou alguém no seu ouvido.
Petúnia gelou por um momento, até que abriu um sorriso, aquela voz... Ela conhecia aquela voz, e conhecia muito bem. Sentiu os braços dele envolverem-na pela cintura e seus corpos serem levemente pressionados um contra o outro. Um arrepio percorreu sua espinha e ele beijou-a na nuca.
“Sirius Black.” Disse virando-se para ele.
Ele estava sorrindo para ela. Tinham mudado tanto naqueles catorze anos. Estavam diferentes, mais velhos. Petúnia o tocou no rosto gentilmente, tinha tantas rugas agora e seus cabelos já não eram tão negros quanto antes. Estava muito magro também.
Sirius achou que o tempo tinha sido muito mais generoso com ela do que consigo mesmo, apenas seus cabelos haviam mudado. Antes eram longos e macios e agora estavam curtos.
“Achei que não viria mais aqui.”
“Eu não pude vir porque o pessoal do ministério andava cercando essa área. Pra eles eu sou um assassino traidor e partidário do Lord Voldemort.”
“Mas eu sei que você não é nada disso.” Disse sorrindo “Dumbledore me contou toda a verdade, incluindo sua genial fuga montado em um hipógrifo!”
Os dois riram.
“Desculpe a demora, mas também não queria que você me visse da maneira em que eu estava.” Sirius afagou os cabelos dela. “Eu vi você pela janela no verão passado, estava cozinhando, vi sua cunhada sair voando e depois vi o Harry na rua.”
Petúnia não disse nada, apenas o abraçou com força e deitou a cabeça em seu ombro. Ficaram ali parados segurando um ao outro por um bom tempo.
“Eu senti tanto a sua falta...” disse chorosa “Não sei como pude viver aqui tanto tempo sem ver você!”
“E eu naquele ligar horroroso sem você!” disse beijando-a no ombro. “Mas agora eu estou aqui com você.”
“Até quando?”
“No momento, até o trouxão chegar, mas não se preocupe que eu vou voltar mais vezes agora.”
“Graças a Deus!” disse sorrindo.
A chaleira começou a apitar e eles se soltaram,
“Chá?”
“Por favor.”
Petúnia serviu o chá para os dois e foram para a sala, onde se sentaram no sofá um do lado do outro.
“Eu tenho algo importante para lhe contar. Dumbledore não queria que eu viesse, achou muito perigoso, alguém poderia me ver e tudo mais, mas eu estava desesperado para revê-la!”
“Ele está com toda a razão, mas fico feliz por você estar aqui! O que tem que me contar?”
“Você soube que houve um Torneio Tribruxo este ano em Hogwarts, do qual o Harry participou, não?
“Claro que sim! E como foi a última tarefa? Ele ganhou?”
Sirius contou tudo o que aconteceu naqueles últimos dias enquanto ela escutava atenta a cada detalhe.
“Então a proteção não funciona mais?”
“Em parte não. Agora que Voldemort tem o mesmo sangue que vocês ele pode tocá-los e mata-los sem problemas. Mas a casa continua protegida até o Harry fazer 17 anos, depois vamos tirar vocês daqui.”
“Isso todos sabiam que ia acontece. E como ele está? O Harry, eu quero dizer.”
“Mal... Se culpa pela morte do colega."
Os dois ficaram em silêncio por algum tempo enquanto terminavam seus chás.
“Imagino que Dumbledore esteja reunindo a Ordem da Fênix novamente.”
“Exato.”
“Diga a ele que estou aqui para o que precisar!”
“Petúnia você não pode se...”
”Não comece Sirius. Eu participei dela da primeira vez e venho cumprindo com a minha missão até hoje. Por isso nem pense que vou ficar de fora agora!”
“Eu me preocupo com você.” Disse afagando seu rosto.
“Eu sei;” ela beijou a mão dele e continuou “E aprecio a sua preocupação, mas isso é uma coisa que eu tenho que fazer pela Lily, pelo Harry e por nós!” disse aproximando-se dele.
Sirius olhou fundo nos olhos azuis dela, estavam cada vez mais próximos então a beijou depois de longos catorze anos separados. Um beijo ardente e profundo, suas línguas exploravam a boca um do outro com mais e mais urgência. Suas mãos percorriam seus corpos quando se deitaram no sofá. Os beijos dele começaram a descer lentamente pelo pescoço da mulher, abriu sua blusa, beijou seu colo e quando finalmente alcançou seus seios parou abruptamente.
“O que foi?” perguntou ela ofegante.
“Quanto tempo até o trouxão chegar?”
Petúnia olhou no relógio em seu pulso e mordeu o lábio inferior.
“Umas três horas, eu diria.”
Sirius riu e disse: “Você escolheu um ótimo trouxa para se casar, ele é tão trabalhador!”
Os dois caíram na gargalhada, então Petúnia começou a se levantar.
“Mas eu pensei que...” começou ele confuso.
“Vamos lá pra cima.”
“Você não está falando do quarto onde...”
“No de hóspedes, Sirius.” Disse subindo as escadas, seguida de perto por ele.

Permaneceram deitados na cama, seus braços e pernas entrelaçados sob um silêncio reconfortante.
Sirius tinha uma expressão de satisfação no rosto ainda suado ao brincar com os cabelos da mulher.
Ela, por sua vez, o observava atenta. Depois de tantos anos tinham feito amor de novo. Com ele não precisa fingir, podia ser ela mesma. Voltou-se para o homem ao seu lado, parecia distraído, absorto em seus pensamentos.
“Em que está pensando?”
“No tempo que ficamos separados.” Comentou suspirando “Se eu fizer uma pergunta, você me responderia?”
“Aham.”
“Por que você me largou e se casou com esse homem?”
“Por que isso agora?”
“Por favor Petúnia. Eu nunca lhe cobrei uma explicação, mas agora gostaria de saber o porquê. Por falta de amor não foi senão nós não estaríamos aqui.”
“Está bem.” disse sentando-se na cama enrolada no lençol. “Eu deixei você justamente porque nós nos amávamos!”
“Eu não entendo...”
“A guerra estava cada vez pior e Voldemort estava matando todas as famílias de bruxos nascidos trouxas nas quais conseguia por as mãos. Seu irmão era um comensal naquela época e nós pretendíamos nos casar e eu...” ela engoliu em seco e continuou “Bem, eu senti medo que ele nos matasse depois que nos casássemos por eu ser uma bruxa nascida trouxa. Voldemort não tardaria a descobrir. Então decidi que o melhor a fazer era deixá-lo e me afastar de vez do mundo mágico.” Lágrimas rolavam pelo seu rosto quando acabou de contar e Sirius a olhava surpreso.
“Eu não me importaria de morrer por você!”
“Mais eu sim.” Disse secando as lágrimas. “Não poderia deixar você morrer, eu não agüentaria... Me desculpe!”
Sirius a trouxe de volta para seus braços acolhendo-a ternamente.
“E por que se casar com um trouxa? Por que casar?”
“Para me afastar de você e do mundo mágico, para... Para fazer você seguir em frente.” Completou tristemente.
“Mas não deu muito certo, não é?”
Ele estava sorrindo para ela. E como ela amava aquele sorriso maroto dele.
“Graças a Deus não!!!” disse antes de voltaram a se beijar.

Estavam de volta a cozinha aproveitando os últimos momentos que poderiam passar juntos naquela tarde. Tinham tomado um banho rápido cada um e arrumado o quarto de hóspedes.
Petúnia começou a preparar o jantar e Sirius a seguia de perto para ver o que estava fazendo.
“Não sei como você fazer essas coisas sem magia!”
“Eu me acostumei.” Disse distraidamente.
“Como eu queria chegar em casa” disse abraçando-a “e encontrar a minha amada esposa me esperando tão cheirosa e com um jantar tão gostoso.” Completou depositando beijos em seu pescoço.
“Quem sabe um dia, ham...”
“Daqui a dois anos, um mês, uma semana, três dias e algumas horas para ser mais preciso.”
Petúnia sorriu, cortava algumas coisas na pia enquanto Sirius tentava distraí-la com beijos e carícias.
“Para onde você vai agora?”
”Não posso contar, mas não é muito longe daqui. Logo você vai ficar sabendo. Dumbledore pretende vir até aqui antes que Harry chegue.” Comentou distraído ainda beijando a pele macia e cheirosa dela.
“E quando voltamos a nos ver?”
“Acho que só depois que as férias acabarem.”
Petúnia soltou um suspiro e virou-se para ele, estava séria.
“Eu não vou sumir de novo!” disse antes que ela falasse algo “Juro que vou escrever todos os dias.”
A expressão dela não mudou, apenas concordou com a cabeça.
“Acho melhor você ir agora, preciso acabar o jantar e com você aqui isso é praticamente impossível.” Completou sorrindo levemente, Sirius parecia aborrecido.
“Eu realmente não sei se poderei vir antes!”
“Eu sei, e entendo.” Disse ao beijá-lo nos lábios “Se cuida.”
“Pode deixar.”
Sirius beijou-a mais algumas vezes até que se transformou no enorme cão negro e saiu pela porta da cozinha.
Petúnia o observou com um sorriso triste e assim que sumiu de vista se debulhou em lágrimas. Estava feliz por finalmente revê-lo, por saber que ainda a amava, por terem feito amor, mas a tristeza voltou ao vê-lo partir novamente.
Logo se ocuparia com harry e Duda, esperando que o tempo passe rápido para ficarem juntos mais uma vez.

FIM!?!?!

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NA: Sirius e Petúnia!??!?! É eu sei que é estranho!!! =P Será que essa história acaba assim?! Depende de vocês! Deixem reviews, por favor!! Quero saber o que acharam!
Beijinhos
Mila*

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