♪



Don't (Shania Twain)
Shipper: H/Hr
Por: Nah Black :)




MusicPlaylist
MySpace Playlist at MixPod.com



Hermione girou a chave dourada três vezes na fechadura do próprio apartamento, trancando-o, e depois enfiou-a dentro da bolsa pequena. O cheiro do próprio perfume preencheu suas narinas completamente, e ela sorriu. Estava radiante. Mais uma festa luxuosa para os funcionários do Ministério.

A cobertura na qual morava ficava em um dos prédios maiores e mais caros de Londres, o que o seu generoso salário de vice-ministra do Ministério da Magia lhe permitia. Desceu o elevador, cuidando para não amassar o vestido ou coisa assim. Havia conversado com Tina Tuntsen - uma das secretárias de gabinete que adoravam uma boa notícia ao mesmo tempo que lixava as unhas - e ela lhe dissera, quase propositalmente, que Harry Potter estava em Londres para esta festa. E ela realmente não se importou. Fazia muito tempo que não o via, e imaginou que aquela aparição não poderia fazer realmente algum efeito sobre si - afinal, ela mesma ajudara o ministro com a liste de convidados. Rony e Luna, Gina e o Malfoy, todos os Weasley, todos estariam ali.

Era uma noite da qual ela não trocaria por nada, tudo estaria junto e perto demais dela, e, certamente, se emocionaria rapidamente, como fizera com os discursos que ela mesma preparava para o ministro em suas tardes quentes e fechadas dentro daquele espaçoso escritório que era seu.

O motorista do carro já a esperava. Este a admirou ao longo do corpo todo e deu um sorriso grande:

- A senhorita está perfeita, Srta. Granger.

Ruan Joukin era seu motorista há três anos, desde que ela saíra de Hogwarts. Sempre conversavam, e aquele cinquentão se tornara seu amigo rapidamente, e este sempre amável e respeitável, se limitando a certos elogios e a sua carreira profissional; ela sabia que o estimava tanto por suas atitudes sempre lembrarem Hagrid, e aquele sim havia sido um grande amigo.

- Obrigada, Ruan. E eu já disse mil vezes que é só Hermione. - ela aceitou a mão que ele lhe estendera e disse enquanto ele a beijava cavalheiramente - Podemos ir?

- Com certeza.

Abriu a porta para que ela entrasse, e esta o fez, sorrindo e segurando a barra do vestido.

Foram questões de minutos, em que o carro deslizava calmamente pelas ruas tranqüilas de Londres. Era uma segunda-feira - um modo de evitar o trânsito e os curiosos que tentariam penetrar na festa, mesmo que esta fosse tão escondida e cheia de detectores e senhas.

O carro finalmente parou em uma valeta e ela acenou para Ruan, que partiu apressado.

Havia uma portinha de madeira e o silêncio na rua era aterrador; não haviam carros ou coisa assim a não ser as latas de lixo. Ela deu cinco batidinhas na porta, e antes da última um quadradinho se abriu para que a identificassem. Ela sorriu e começou a responder as perguntas.

Ao passar por todos os testes possíveis, ela finalmente ouviu a porta se abrir e a pessoa se esconder nas sombras para lhe dar passagem. Havia um corredor pequeno e escuro.

- Hey, qual será a da noite? - mais um teste, ela ouviu das sombras.

- Muita cerveja amanteigada! - respondeu.

Ouviu uma risada baixinha e continuou a andar. Chegou sorrindo ao grande salão, no clube bruxo que era invisível ao olhar trouxa. Andou diretamente ao ministro, que conversava com dois bruxos importantes e orientais, que sorriam amarelo a cada gargalhada calorosa do ministro.

- Com licença, Sr. ministro, só um minutinho? - ela perguntou educadamente, sorrindo e cumprimentando os asiáticos.

- Oh, claro, Hermione!

O ministro da magia, Joseph III, era um homem realmente surpreendente. Ele tinha uns sessenta anos e era a pessoa mais amável e fiel que Hermione conhecia, além de ser o melhor ministro da história bruxa toda.

Ela trocou umas palavras rápidas e cúmplices sobre a festa com o Ministro, lhe perguntando se alguma coisa estava dando errado ou quem já havia chegado. Quando ele lhe contou uma piada sobre o cabelo de Tina Tuntsen, Hermione não gargalhou, pois teve a impressão de que vira uma silhueta masculina muito perto deles, cabelos negros e revoltos, terno escuro. Olhos verdes.

- Er, você está bem? Eu sabia que essa não era muito boa e...

- Oh, eu estou ótima! Me desculpe, a piada é realmente boa, só achei que tinha visto alguém...

- É claro, seus conhecidos estarão aqui esta noite! Bem, não vou mais ocupar o seu tempo, trate de aproveitá-lo! - e deu palmadinhas em seu ombro, confortáveis, e depois saiu.

Hermione sorriu, mas assim que ele se foi o sorriso se desfez e ela pegou uma taça de whisky de fogo que umas elfas serviam entre os convidados, procurando uma mesa livre para pôr a cabeça no lugar. Ao mesmo tempo em que tinha uma maldita lembrança.


"Você não gostaria que a gente tivesse tentado?
Você sente o que eu tô sentindo dentro de mim?
Você sabe que meu amor é mais forte que o orgulho"



|começodoflash| " - Gray, você vai em Hogsmead comigo? - Hermione perguntou ao namorado, abraçando-o pelo ombro enquanto ele segurava sua mão entre os dedos do outro lado.

- Ah... amor, eu não vou poder ir, tenho treino e o capitão está realmen... - ele começou, devagar.

- Se eu fosse você, eu iria. - era Harry Potter. Ele estava do outro lado da mesa da Grifinória, de frente para eles.

Gray Slaughter o olhou com incredulidade, assim como Hermione.

- O que disse, Potter?

- Que eu não a perderia de vista se fosse você. - ele explicou distraidamente, brincando com um pedaço de torta, como se não estivesse se intrometendo nem um pouco.

- E quem disse que eu quero a sua opinião? - Gray perguntou agressivamente, se levantou e deu as costas sem ao menos olhar para Hermione.

Hermione olhou Harry por um momento, tentando raciocinar o que havia acontecido. Depois, furiosa, levantou-se e seguiu o namorado para fora do Salão Principal. Harry olhou para Rony, que tinha um brilho de medo e satisfação nos olhos.

- Já que você está quebrando todas as regras, mesmo, vai atrás deles. Eu odeio esse cara - ele falou.

Harry riu.

(...)

- Gray, que diabos está fazendo? Apenas me ouça, droga! - Hermione gritou no corredor vazio, para as costas do namorado, que andava rapidamente, seus cabelos castanhos balançando e os punhos cerrados.

Ele parou e virou-se para fitá-la. Esperou que ela estivesse a centímetros para falar:

- Já é a milésima vez que este cara interfere no nosso namoro, Hermione! Como você me pede pra te ouvir? Eu já ouvi o suficiente!

- Aah, Gray, olha, Harry é só um amigo, ok? - ela abraçou-o pelo pescoço, sentindo que ele cedia um pouco ao segurar sua cintura com as mãos, e começou a falar mais carinhosamente: - qualquer besteira que ele fale ou faça, não é maldade, entende?

A expressão dele se acalmou um pouco.

- Mi, esse cara é um idiota, eu não quero que ande mais com ele.

Hermione sentiu-se pronta para começar uma briga, porque ele era só seu namorado e Harry era um grande amigo, e nisso ele não podia interferir ou exigir nada. Mas alguém virou o corredor, apressado:

- Escuta, Slaughter, eu só te dei um palpite, ok? - Harry Potter explicou rapidamente, aproximando-se deles, e Gray soltou a cintura da namorada relutante, enquanto ela o soltava também - não precisa fazer esse showzinho de ciúmes aí.

- Ótimo, Potter, se sabe como namorá-la melhor do que eu, então porque não namora você? - ele quis saber, e Harry não se deixou intimidar:

- Porque você está igual um muro entre eu e ela.

Gray olhou de Harry para Hermione com as sobrancelhas franzidas, e Hermione quase pôde sentir a sua raiva em ondas, não fosse pela própria revolta quanto ao que Harry havia dito, os olhos castanhos e brilhantes arregalados para ele. Harry sentiu um certo solavanco no estômago com aquele silêncio idiota.

- E então, o que diz?

- Que está blefando. - disse o outro com uma expressão séria.

Harry ergueu as sobrancelhas. Se não agisse rápido, teria perdido a oportunidade de acabar com aquilo de uma vez por todas. Se aproximou rapidamente de Hermione e olhou dentro de seus olhos, para depois fitar ferozmente Slaughter.

Fitou Hermione novamente, e sem saber que faria a pior besteira de sua vida, ergueu as mãos para o rosto dela, juntou seus lábios com os dela em um beijo firme e doce ao mesmo tempo. Por um instante ele sentiu a hesitação de Hermione, as mãos incertas e hesitantes, mas quando ele aprofundou o beijo ela simplesmente cedeu, abraçando seu pescoço e isso o deixou pasmo. Ela beijou-o da mesma maneira feroz que ele estava fazendo, e se não fosse por Slaughter bem ali ao lado deles, tremendo de raiva, teriam prolongado aquilo por muito mais tempo. Harry passo as mãos pela cintura de Hermione e puxou-a mais contra si, como se aquele espaço não fosse suficiente, sentindo o calor dela.

Ouviram um burburinho - as pessoas estavam meio que se aglomerando em volta deles - e se separaram, meio incrédulos e ofegantes.

- E isso, foi um blefe? - Harry estava perguntando para Gray.

Hermione estreitou os olhos, completamente furiosa agora, e esbofeteou o rosto pálido do amigo. Que atrevimento. Depois, saiu correndo na direção contrária dos dois, pouco se importando com Gray ou os outros alunos que estavam ali. Então, aquele beijo havia sido só para provar uma coisa a Gray? Harry definitivamente era um idiota.

Depois de ficar horas dentro do dormitório, negando conversar com Gina ou quem quer que fosse, ela finalmente desceu para o salão comunal. Era noite e havia só uma pessoa lá embaixo, empoleirada perto da lareira, pensativo demais.

- Harry?

Ele virou-se na poltrona. Ela limpou uma lágrima que estava escorrendo pela lateral do seu rosto, e ele levantou-se imediatamente do sofá para ir segurar o rosto dela entre as mãos.

- Oh, não, Mi... você não está chorando por causa daquele idiota.

- Não estou mesmo. - ela sussurrou.

- Hãn? Quer dizer...

Hermione apenas assentiu e deu de ombros. Harry abraçou-a com força, quente, os braços quase envolvendo completamente suas costas. Hermione soluçou e segurou-se nele.

- Como pôde fazer aquilo, seu estúpido?

- Me desculpa, Mione, de verdade.

- Por quê?

Ele puxou-a para olhar em seus olhos. Os dele estavam muito brilhantes.

- Porque eu te amo."
|fimdoflash|


"Não deixe sua raiva aumentar
Me diga o que você precisa para que eu saiba
Por favor fale comigo, não feche a porta
Pq eu quero te ouvir, quero estar perto de você"



Hermione finalmente achou uma mesa, e aguardou alguém para acompanhá-la - ou pelo menos para passar alguns minutos sozinha. Nos últimos dias, aquelas lembranças simplesmente voltavam para sua mente do nada. Ela havia acreditado nele, e eles haviam começado a sair, meio escondidos. Mas havia sido um caso forte, com promessas profundas, beijos ardentes. Depois, ela encontrou Harry e Rony conversando sobre Amanda Rudolf, e Harry havia saído com ela uma vez. Eles brigaram, e terminaram, e bem, não se falaram muito nos últimos três anos

Por um momento, tentou distrair-se com as pessoas que riam e fofocavam à vontade dos que estava a sua volta, mas as lembranças eram fortes.

|começodoflash|"Era noite, e Hermione voltava sozinha da biblioteca, cansada, carregando dois livros pesados para ainda ajudar Harry e Rony com os deveres. A reunião dos monitores havia sido realmente assustadora - McGonagall estava querendo esfolá-los. Ela ficou atenta quando ouviu passos ao longe, pareciam ser no outro corredor, e parou de andar. Olhou para trás, e depois tornou a olhar para frente, e um vento frio percorreu pelas suas pernas.

- Boa noite.

Ela gritou e deixou os livros caírem no chão, enquanto ouvia as risadas de Harry. Ele abaixou-se com ela para pegar os livros e ela percebeu, com um sorriso malicioso, que ele olhava para suas pernas, disfarçadamente, enquanto conversavam.

- Quer me matar de susto, certo?

- Eu não tenho muito sucesso nisso, droga.

Ela riu e eles se levantaram.

- Onde pensa que estava indo uma hora dessas?

- Olha quem fala né, Mione!

- Eu tenho autorização para andar pelos corredores fora da hora, Harry.

- Hum... boa argumentação. Bem, já que você venceu.. - ele aproximou-se, abraçando-a pela cintura, puxando seu corpo contra o dele, e os livros lentamente deslizaram para o chão quando ela ergueu a mão para o seu peitoral. Ele inclinou-se para sussurrar em seu ouvido: - Digamos que eu tenho uma séria queda por garotas com uniforme de saia de pregas.

- Isso é uma palhaçada - ela respondeu, sussurrando também - todas as garotas da escola usam saias de pregas.

- Ah, mas nem todas tem essas pernas maravilhosas, não é?

- Algumas tem, sim - ela riu baixinho, e ele apertou-a ainda mais contra si.

- Só você tem autorização especial para sair à noite para ir à biblioteca.

- Ok, você venceu.

- O que está esperando para me beijar? - ele perguntou, dengoso.

Hermione riu e o beijou carinhosamente. É claro que o carinhosamente, devagar, se tornou ferozmente, e em minutos ele estava prensando-a na parede contra o próprio corpo beijando seu pescoço com desejo, e o seu cheiro estava por toda parte, até nos livros."
|fimdoflash|


Foi quando encontrou um par de olhos verdes muito brilhantes a fitá-la a algumas mesas dali. Céus! Harry Potter a fitava com vontade, e sustentou o olhar até um ponto em que não podia mais suportar a distância. Os três anos fizeram definitivamente bem a ele. Ele sempre tivera ombros largos e braços fortes, mas a expressão de maturidade lhe caía perfeitamente. Os cabelos estavam tão cumpridos como antes, negros e sedosos, e seus olhos muito verdes se destacavam, sem os óculos, entre os fios negros e o terno escuro.

Ele se aproximou, um andar imperial, fazendo um sinal como se perguntasse se poderia se sentar ao seu lado, e ela apenas assentiu. Ele aproximou-se para beijar seu rosto, e ela se levantou para fazê-lo. Seu cheiro era tão bom quanto antes, talvez melhor; mas ela realmente se esforçou para não dar atenção a este detalhe maldito.

- Então, como vai? - ele perguntou, abrindo-lhe um sorriso com todos os dentes brancos e perfeitos - quanto tempo não nos vemos!

- Sim, muito tempo - ela conseguiu dizer, a voz meio baixa - viu o Rony por aí?

- Err, não, Mione... - ele falou, meio confuso, e ela arrepiou-se em ouvir o apelido carinhoso na voz dele - e bem, sinceramente, eu preferiria falar com você antes que ele aparecesse. Quero dizer, sozinhos.

- Fale aqui, oras. - murmurou em resposta, tentando se concentrar em qualquer ocisa que não fosse os olhos verdes dele.

- Não faz assim - ele inclinou a cabeça na direção dela, apenas para ficar mais perto, com os olhos suplicantes - você sabe o quanto precisamos conversar, sobre as coisas qu...

- Eu não diria que essas coisas precisam ser ditas em particular.

- Não pode simplesmente me acompanhar?

Ela olhou para ele, suspirando. "Ah, Harry, seu maldito. Que poder de convencimento é esse?"

- Tudo bem. - e levantou-se.

Ele ofereceu-lhe o braço, e Hermione relutou em aceitar, mas o fez. Alguns olhares curiosos caíram sobre eles enquanto cruzaram o salão para o lado contrário da porta de saída, e ela se perguntou se Harry tinha mesmo alguma noção de onde estava indo.

- Engraçado o Ron não ter chegado. - ele tentou puxar conversa.

- Super engraçado. - ela ironizou.

Harry deu uma risadinha, e acenou para uma mulher loira que sorriu para ele antes de olhar Hermione de cima a baixo.

- Não entendo porque está fazendo isso. Você tem a comunidade feminina de Londres inteira aos seus pés, pode aproveitar muito bem o seu tempo aqui. - ela sussurrou para ele ouvir.

- Eu vou aproveitar o meu tempo aqui, mas antes tenho que resolver umas coisas.

Ela bufou. E entrou pela porta que ele abriu, perto de um bar onde uns barmans faziam malabarismos com os copos fechados de drinks. Era uma sala simples, um escritório, onde havia uns armários fechados a chave e uma escrivaninha preta com alguns papéis sobre ela, e um computador e um telefone.

- Não sei se vai resolver algum problema invadindo a sala dos outros, Potter.

- Pode me chamar de Harry, como sempre?

- Eu não sei o que está acontecendo aqui, mas se não se lembra, há muito tempo eu deixei de te chamar de Harry.

- E até hoje eu não entendo.

Harry estava se aproximando dela, e Hermione foi obrigada a encostar-se na mesa para ficar longe o suficiente dele. Harry percebeu, e meteu as mãos nos bolsos, os olhos atentos e brilhantes nela.

- Huum, e só agora quer alguma explicação, certo?

- Eu tenho o meu orgulho, Hermione.

Ela gargalhou alto.

- Quer fazer silêncio? Estamos invadindo uma sala.

- Não estou nem aí pra sua preocupação, eu posso me livrar de um problema como esse em segundos.

- Assim como se livrou de mim há três anos, não é?

- Do que você está falando? Você quem me traiu com uma imunda qualquer, Potter!

Harry ficou em silêncio um segundo, raciocinando aquilo. Hermione pensou que, se ele fosse ator, seria perfeito para qualquer papel de inocente, pois era o que estava parecendo agora, embora ela soubesse que podia ser pura dissimulação. Ela havia ouvido os cochichos, escondida, mas ela ouvira mesmo assim. E ainda se lembrava muito bem deles.

|começodoflash|" - Ah, Harry, ela é muito gostosa...

- Sim, Amanda é mesmo demais.

- E vista de trás, então...

- Qual é, Ron, estou ficando constrangido!

Os dois gargalharam. E foi aí que ela decidiu intervir."
|fimdoflash|

- Como?! - Harry a despertou dos devaneios.

- Não me faça repetir.

- Eu não te traí, Hermione. - ele deu mais um passo para frente, ela estremeceu - que diabos, do que você está falando?

- Ah, vai dizer que não se lembra, então? Você me traiu com Amanda Rudolf, seu idiota! - ela tentou recuar mais, mas a mesa não andou com o seu peso, e Harry só parou de andar quando faltava um centímetro para que seus corpos se encostassem.

- Quem é Amanda Rudolf, Hermione?

Ela riu.

- Ah, tudo bem, se fazer de desentendido sempre foi o seu forte. Você não vai me convencer.

- Que diabos, você se afastou de mim todos esses anos por achar que eu tinha te traído com alguma garotinha? Mione, eu sempre achei que a gente tinha brigado por ciúmes seus!

- Você me traiu com ela e depois ficou comentando o quanto ela era gostosa com Ron! - ela defendeu-se, confusa.

- Não! A gente só estava comentando... e ah, droga, quer saber mesmo a verdade?

Ela ergueu o queixo, desafiando.

- Se houver alguma.

- Ron saiu com ela. Ele já estava namorando a Luna naquela época, e foi por isso que eu não te contei do que falávamos! Mas eu não saí com ela!

- Ron... traiu a Luna?

Harry passou a mão pelos cabelos, meio nervoso.

- Uma vez, e foi só. Ele se arrependeu como um cão miserável e foi correndo contar pra ela depois, e ela o perdoou.

Hermione ficou pensativa. Isso mudava muito as coisas.

- Eu...

- Engraçado, não é? Hoje Ron e Luna estão casados e felizes, porque ela o perdoou por algo que ele fez. Mas nós dois...

Hermione estreitou os olhos.

- O que está insinuando?

- Você não me perdoou por algo que eu não fiz. Muita coisa poderia ter acontecido se você parasse para pensar e abrisse essa cabeça.

Ela tinha que admitir que estivera errada todos esses anos. Havia bolado um pensamento sobre ele, e agora ele estava na sua frente, esclarecendo as coisas. Mas ele estava chamando-a de cabeça dura. Ele devia imaginar que ela odiava isso.

- Me desculpe? - ela perguntou, irônica e furiosa, e tentou sair dali.

Mas Harry havia preparado uma armadilha. Rápido como um gato, ele segurou-a pelo braço e prendeu-a contra seu corpo na escrivaninha, quente. Depois, subiu as mãos pela cintura dela, cheirando seu cabelo. Por um instante, a sentiu tensa, mas quando beijou seu pescoço ela relaxou e pousou as mãos em seu peito, por dentro do paletó.

- Tudo bem, eu te perdoo. - ele sussurrou.

Hermione estava muito surpresa. Não podia sentir aquilo, não de novo. Tudo bem que havia pensado errado, mas ainda gostar daquele homem? Ainda desejá-lo, como se fosse a última coisa que precisasse na vida? OS beijos dele em seu pescoço começaram a ficar mais ousados, e lhe causavam arrepios e ondas de calor intensos.

Ela puxou a cabeça dele para cima pelo queixo, e fitou seus olhos verdes. Estavam brilhantes, como se houvesse uma bola de fogo lá dentro. Ele mordeu os lábios inferiores enquanto fitava os dela, desejando-os. Hermione estava pronta para sair dali, mas as mãos dele apertando sua cintura e o desejo naqueles olhos a fizeram se derreter, e ela o beijou docemente.

Docemente, no início. Não havia se esquecido de como era beijá-lo, mas definitivamente o tempo e a saudade fizeram com que aquele beijo fosse perfeito.


Não lute, não discuta
Me de a chance de dizer “me desculpe”
Me deixe te amar
Não me afaste, não me deixe ir



Ele apertava suas costas, sua cintura, e tocava onde podia do corpo dela, sem pudor. Se beijavam com um desejo incontrolável. Ela puxou seus cabelos devagar, e mordeu os lábios dele ao mesmo tempo, e ele ganiu baixinho, fazendo-a rir. Harry segurou-a pelas coxas e a levantou para sentar-se na escrivaninha, encaixando-se nas pernas dela.

- Você não imagina o quanto eu estava com saudade disto... - ele falou, arrastando os dentes pela sua orelha.

Hermione não conseguiu segurar um gemido, baixinho, e então sua mente começou a pifar. Ele a havia chamado de cabeça dura. E estava beijando seu pescoço, descendo para o seu decote... mas ele a havia chamado de culpada por tudo.

- Harry...

- O que foi, Mione?

- Eu...

E não conseguiu dizer, quando ele subiu com a língua desde a entrada do seu decote até a ponta de seu queixo, mordendo-a.

- O que estava dizendo?

Ela precisava dizer.

- Isso não... não pode.

- Hãn? - ele ergueu a cabeça, afastando um pouco o corpo do dela.

Hermione respirou fundo, encontrando as forças sabe-se lá onde para dizer:

- Não vamos dar certo.

- O quê?

Ela pulou da mesinha e ajeitou o vestido no corpo enquanto falava.

- Tudo bem se você não me traiu na escola. Tudo bem que eu estava realmente errada sobre toda a história. Mas não vamos confundir as coisas.

Os olhos dele piscaram rápido e sua testa franziu.

- Está falando sério?

Ela deu de ombros. Ele ficou alguns minutos calado, apenas pensando, fitando qualquer coisa que não fosse os olhos ou o corpo dela.

- Ok, boa festa pra você.

E saiu. Quando ela percebeu a estupidez do que havia feito, tentou procurá-lo entre as pessoas na festa, que já estavam na pista de dança e faziam fuzuês, mas não o encontrou. O seu corpo estava em chamas, e só chamava por um homem. Precisava encontrá-lo.


Não desista da confiança
Não desista de mim e de nós
Se a gente puder agüentar o tempo suficiente
A gente consegue
A gente vai vencer isso



Harry bufou, jogando-se de costas na cama fofa do hotel, e passou as mãos pelos cabelos negros. O gosto dela não saía de sua boca, e ele definitivamente, agora mais do que nunca - agora que não haviam mesmo mais chances -, precisava esquecê-la de uma vez. Não seria uma tarefa fácil - há meia hora havia saído da festa e ainda assim, estava pegando fogo. Só conseguia pensar nos flashes que sua imaginação lhe proporcionaram enquanto a beijava, e os gemidos dela...

Precisava de uma ducha fria. E precisava esquecê-la. Por um momento, apenas ficou deitado, desejando que o sono viesse e o derrubasse de terno e tudo. Mas não veio. Ele olhou para a foto que guardava na carteira, uma dele, de Ron e Hermione. Ela estava no meio, e quando a foto foi tirada, ele e Ron beijaram sua bochecha, fazendo-a corar muito. Ele se lembrava, que, depois daquilo, ele havia roubado um beijo dela.

Mas ele devia ter imaginado, ao menos, que ela estava mudada. Depois de tantos anos...

Toc. Toc. Toc.

"Aaargh, serviço de quarto estúpido. Da próxima vez fico em um hotel men..."

Toc. Toc. Toc.

- Já vai!

Ele guardou a foto na carteira e abotoou a camisa branca. Colocou os óculos, e quando já estavam batendo de novo na porta, ele a abriu.

E era Hermione. Ela estava com os cabelos soltos e ainda com o vestido da festa, e o olhava com grandes olhos castanhos brilhantes e hesitantes. Harry franziu a testa, confuso. Isso não o ajudaria nem um pouco na tarefa de esquecê-la.

- Sim?

- Não... faz isso. - ela fechou os olhos.

Harry aproximou-se, vendo-a desmoronar, e segurou-a pela cintura.

- Mi?

- Não desiste de nós ainda. - ela abriu os olhos, encontrando os dele, compreensivos, e sentiu uma imensa vontade de chorar.

Como. Havia. Sido. Burra!

- Querida, eu nunca desisti de nós. Você quem me mandou embora.

- Então volta, Harry, eu não suporto mais não ter você todos os dias.

- Aqui estou eu. - ele sorriu, doce, e beijou sua testa.

Ela agarrou-se a ele, e depois inclinou-se na ponta dos pés para beijá-lo. E o beijo foi melhor que o outro, mais feroz, com mais paixão e saudade. Harry ergueu-a para que ela enlaçasse as pernas em seu corpo, e desceu os beijos para o seu pescoço.

- Harry?

- Sim? - ele parou a meio caminho da cama, fitando-a muito confuso. Ela faria outra vez?

- Você nem imagina o quanto eu estava com saudades disto... - ela sussurrou.

Harry riu.


Não desista de mim
A gente consegue
A gente vai vencer isso









n/a: oi gente :) é, eu andei mexendo aqui, e bem, digamos que eu quase a reescrevi inteira --' mas eu acho que ficou melhor, pelo menos! de qualquer maneira, tenta comentar sobre o qe achou, ok? besos :*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.