IV Capítulo
Os irmãos ficaram olhando os outros dois se afastarem, e quando Gina percebeu que não estavam mais a vista, ela puxou o irmão pela gola, quase o pregando em uma das árvores.
-O que você fez com a minha amiga?
-Não entendo.
-O que tinha naquele suco que me ofereceu? – inquiriu um sibilo.
-N-nada. Que idéia é essa Gina?
-Ronald Weasley. É bom você abrir o bico, ou estará sujeito a uma boa azaração.
-Você não faria isso!
-Quer apostar? – retrucou desafiadora.
-Uma poção.
-Que tipo de poção? – perguntou franzindo a testa. – Vamos, Rony, me diga.
-Poção do amor... Pelo Harry.
-O que?! – ela soltou um grunhido de incredulidade. – Quando a Hermione descobrir, você está ferrado.
-Como assim? Hermione? – Rony indagou confuso.
-Ela bebeu aquele suco, gênio! – Gina replicou batendo em sua testa.
Rony gemeu. – Você está brincando.
-Tenho cara de quem está brincando? Quando tempo vai durar isso?
-Um dia.
Gina bufou. –O que você tinha na cabeça quando fez isso?
-Eu... Eu apenas queria lhe ajudar.
-Ajudou. Ajudou muito! Não está vendo?!
-Ei, não grite comigo.
-Eu vou gritar o quando quiser! – Apontou o dedo para ele, colocando em seu peito. - O que você pense que é? Um cúpido? Seu idiota! Você não pensou nas conseqüências, não?
-Eu só queria que você tomasse juízo.
-Juízo? – ela riu sem emoção – E, por um acaso, você tem?! Eu não acredito que você planejou isso. Não acredito que quis que eu me apaixonasse por Harry!
-Mas você é apaixonada!
-Desculpe te informar, Ronald. Mas a história que eu tinha com Harry, já acabou. E você, escute bem, – pressionou o dedo em seu peito. – Não pode mudar isso! Estou com Duck agora!
-Você não pode gostar daquele, daquele cara.
-Não, realmente não gosto. Eu o amo!
-Você enlouqueceu.
-Errado novamente! O louco aqui é você! Não pode me controlar, escolher os rapazes com que saio! Você não percebeu que eu já cresci? Que amadureci? Tome conta da sua vida, Ronald Weasley! – ela lhe deu as costas. – E é bom você concertar a cagada que fez.
-Como eu vou fazer isso?
-Eu não sei. Pensasse nisso antes.
***
-Está bem melhor agora não?
-Ah. Sim – Hermione disse tocando o joelho, sem ferimento algum. – Já posso andar normalmente.
-Então podemos ir ao salão comunal. Onde não há nenhum perigo de uma queda.
Ela bateu em seu braço. -Obrigado por me acompanhar.
-O que eu poderia fazer? Deixar uma moça tão linda andando sozinha e ainda por cima machucada não é uma opção viável – Hermione riu. – Imagina se querem seqüestrar minha amiga?
-Quem iria querer seqüestrar alguém como eu, Harry?
Ele sorriu marotamente. – Deixa pra lá. Um dia você descobre.
-Então, aquela menina se machucou?
-Não. Nada demais.
-Então só tentou tirar um pedaço seu? E conseguiu? – indagou irônica.
-Hermione, algumas vezes, você ainda me surpreende com seu jeito sarcástico. E não, nenhum pedaço meu foi retirado. Ainda estou inteiro pra você.
-Para mim?
-É – ele sorriu mais uma vez. – Faça o que quiser comigo, Granger.
-Eu posso mesmo? – ergueu a sobrancelha maliciosamente.
-O que você quiser...
Hermione riu se aproximando dele, ficando bem perto. – Pega uma xícara de chocolate quente na cozinha pra mim?
-O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando? – indagou suspirando. – Mas eu não vou esquecer do quando você é má, Granger.
-Má? Por que?
-Você se aproxima, me enche de falsas perspectivas e depois se vai?! – falou com ar ofendido.
Hermione, no entanto, sabia que ele estava apenas brincando. Harry, há algum tempo, brincava assim com ela, e ela tinha o costume de ajudá-lo nisso. Não podia negar que era divertido vê-lo fingir que está completamente apaixonado por ela.
Nesse momento, no entanto, ela sentia o coração acelerar.
-Não seja tonto...
-Eu? Tonto? Só se for de amor, tonto de amor por você. Linda flor – ele disse segurando seu queixo. Seu rosto tocando o dela, ele sorriu e para o espanto da garota, se aproximou mais.
Seus lábios tocando os dela tão rápido que Hermione se perguntou se realmente havia acontecido, achou que fora imaginação.
-Eu vou pegar o que você me pediu – ele se afastou dando um beijinho na ponta do nariz dela.
-Harry, era brincadeira, não precisa ir.
-Está me afastando da missão?
-Estou – ela segurou seu braço. – Vamos ao salão comunal. Ainda tenho que ajudar Rony.
-Não gosto nada, nada dessa aproximação de vocês! Está querendo deixar o barco, Hermione? – ele indagou se referindo ao suposto relacionamento deles.
-E deixar esses olhos verdes? Acho que não – respondeu o guiando pelos corredores.
-Isso é muito bom – retrucou carregando a voz de ciúmes.
-Ei. Não fui eu quem estava agarrando alguém lá fora. Como pode me explicar isso? – perguntou, mas seu ciúme não era fingido.
-Eu não agarrei ninguém, meu amor! – disse parando no meu do caminho. – A culpa foi dela, não pude deixá-la cair.
-Não podia é?
-Sabe que só tenho olhos para você...
Ela cruzou os braços, erguendo a sobrancelha. – Mentiroso.
-Eu juro! O que quer que eu faça?
-Não tenho certeza se posso perdoá-lo dessa vez, Harry – respondeu contendo o sorriso.
Ele soltou um suspiro. –E o que você pensa fazer?
-Ainda não sei, exatamente. Quero um tempo – Harry lhe abraçou pela cintura.
-Você não pode pedir um tempo – ele disse franzindo a testa. – E se algo de mal acontecer a mim nesse tempo que você está longe?
-O que pode acontecer? Uma outra moça fisgar seu coração?
-Pra dizer no mínimo – ele balançou a cabeça afirmando. – Pensei que você não pudesse viver sem meus olhos verdes... – murmurou a fitando.
Hermione suspirou fingindo pensar. – Tudo bem, está perdoado. Mas não ache que da próxima vez serei tão boa.
Harry sorriu. – Era de apenas uma chance que eu precisava. Não vai se arrepender!
E eles sorriram da bobeira compartilhada. Indo para o salão comunal, sobretudo.
**
-Quando você pretende contar?
-Eu não sei! Além do que, eles nem voltaram da ala-hospitalar, o que quer que eu faça?
-Se você não contar...
-O que você vai fazer, Gina? Você vai me dedurar? Quer me ver pelas costas, não é?
Ela o encarou ofendida. – Claro que não!
-Então! Sabe que a Hermione vai fazer picadinho de mim quando descobrir... Me deixa encontrar, então, uma boa oportunidade.
“Quem sabe quando ela estiver fora do país... Aí, talvez eu possa usar um lefetone...”
Gina olhou desconfiada para o irmão. – Só não demora muito, vai ser muito pior.
-Eu sei – suspirou.
-E você ainda nem previu a reação de Harry para isso.
-Obrigado pelo consolo – disse sarcástico levantando os olhos.
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(Continua)
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