Passado Vermelho
Harry ao acordar, na sua lembrança se destacava apenas duas coisas, um decote e duas belas pernas. Mas segundos depois vieram as questões. Onde estava?
Não sabia. Podia ser em qualquer lugar entre o passado e o presente. Mas os seus pensamentos foram cortados pelos dois Viajantes. Olhou em volta, estava
em um depósito cheio de coisas empoeiradas (incluindo a cama onde aterrissara).
-Potter! Agora está por sua conta, a chance que pediu lhe foi entregue, as
cartas estão na mesa - falou Ana Black.
-Mas onde estamos?
Os viajantes sorriram e Ana Black disse:
-Descubra, não sou sua mãe!
-Mas… - duas valentes gargalhadas cortaram a fala de Harry Potter e quando o
silêncio voltou os Viajantes do Tempo desapareceram.
Harry se levantou da cama onde tinha acordado e pensou:
"Aqui quieto é que não vou descobrir nada. Eu sou o escolhido, o único que Lord
Voldemort não conseguiu destruir com a sua maldição predileta e está na hora
de mostrar aqueles dois todo o meu valor."
Harry procurou a porta da garagem, que logo encontrou e saiu. No exterior, um dia iluminado, céu azul, um jardim cheio de rosas vermelhas. O rapaz caminhou
pelo belo jardim para tentar
descobrir algo, mas aí uma dúvida surgiu: Estaria no mundo de trouxas ou de
bruxos? Teria de ter cuidado, ali Harry Potter poderia não ter nem nascido. Caminhou mais
algum tempo, até que ouviu uma música alegre, que parecia vir de uma casinha de campo, no centro do jardim. Espiou pela janela, lá dentro havia um ambiente
festivo, embora pudesse haver certa tensão no ar
,viu olho-Tonto, os Longbottom, Lupin e vários outros. Com uma onda de alegria (que não foi abalada pela visão de Rabicho), surgiu um sorriso no rosto de
Harry. Mas ao olhar para o lado o que Harry viu?
"Mãe!" Ele avançou, queria falar com ela, mas "o que dizer?", era uma situação tão estranha... ela estava grávida, aparentemente no fim da gestação."Não
vou poder dizer quem sou!". Ele então parou, ficou ali parado olhando para Lílian, a vontade de ir falar com ela era tão grande, "mas como fazer?"
Tiago chegou perto de Lílian e a beijou, um sorriso surgiu nos lábios dos dois e pelo rosto de Harry escorria uma lágrima. Não controlando a sua emoção,
gritou:
-Pai! Mãe!
Mas nada aconteceu, nem com Tiago, nem com Lílian, nem com ninguém que estava
na festa. O que estava acontecendo? Ninguém o ouvia? Por quê? Foi contra uma pessoa
propositadamente, atravessou o corpo dela sem que ela notasse algo." Eu aqui sou
invisível! Mas eu pensei que me tinham dado uma chance, mas se eu sou invisível
como o poderei fazer? "
Derrepente, com uma explosão, homens mascarados e vestidos de preto surgiram por
todo o lado e na porta com um grande sorriso, estava o líder:
-Que todos fiquem a saber, eu, Lord Voldemort o maior mago do mundo estou aqui para espalhar o terror. Ele e os seus subordinados deram grandes gargalhadas,
na cara de todos os que estavam presentes,o terror surgia, o medo se apoderando dos seus corpos. Casais, se abraçando, como se estivessem se despedindo.
Tiago e Lílian entre eles.Voldemort voltou a falar:
-Que saibam, eu sou Todo Poderoso e vocês receberam sentença de Morte - Novamente Lord Voldemort deu várias gargalhadas tal como os seus capangas.
-Eu não diria isso, Tom! – disse uma voz ressoante, que sobrepunha todos os demais sons. Dumbledore, imponente como nunca, saiu do meio da multidão.
-Dumbledore! Eu venho aqui esperando acabar com uma reuniãozinha de Aurores, e encontro você! Isso que eu chamo de sorte! – O mago das Trevas puxou
a varinha.
Harry sabia que estava seguro, mas temia pelo seu pai e pela sua mãe, por Dumbledore e pelos amigos deles, o rapaz não sabia o que fazer, mas tinha de tentar
alguma coisa, por isso sacou a varinha e apontando para Voldemort, gritou:
-Expelliarmus!
A varinha do senhor do mal voou – “Minha magia funciona aqui!”, mas Voldemort não perdeu tempo:
-Fogo!
-Agora, Aurores! – Berrou Tiago, entrando na frente de Lílian, que saia pelos fundos amparada pela mulher loira e de rosto redondo que seria mãe de Neville.
Começou um banho de sangue, feitiços cortantes e Maldições para todos aos lados, tanto Aurores como Comensais, caindo, estuporados ou mortos. Animagos –
havia um enorme cão preto entre eles – atracavam-se uns com os outros. Harry, invisível, assistia tudo, os olhos arregalados. Nunca vira um duelo tão violento,
o vermelho das rosas se misturando com outro vermelho... Dumbledore e Voldemort duelavam furiosamente, ataques mútuos com feitiços “não – falados”. Mas
havia alguém que evitava a luta: rabicho, transformado em rato, corria pra cá e para lá, procurando uma saída. “Covarde.” Então Harry viu a possibilidade
de vingança. Sem pensar, estuporou o rato e fê-lo flutuar com um feitiço. Então o arremessou o mais longe que pode e ouviu, com um subto prazer maligno,
o animago bater contra a cerca com um baque surdo. A luta continuou, cada vez mais corpos caindo, a casinha em chamas, muita fumaça e um fedor de carne
queimada impregnando o ar, até que Voldemort, ao perceber que o incêndio atrapalhava seus próprios seguidores, depois de um maneio com a varinha, lançou
a Marca Negra e desapareceu, seus capangas imitando o gesto. Assim que os vilões sumiram, a Ordem da Fênix, ou melhor, o que sobrou dela, se juntou em
torno de um arfante Dumbledore, enquanto Sirius Tiago e mais outros dois rapazes, apagavam as chamas com feitiços.
-Esse foi o ataque mais violento, mas não o último. Longbottom vá com Tiago até a casa dele e veja se Alice e Lílian estão bem, nenhuma delas pode perder
os bebês. Dédalo, Sirius e Lupin e Papoula, nós teremos que identificar os corpos. Quanto aos demais, vão para Hogsmead; Rosmerta estará esperando com
Hagrid, de lá, vão para Hogwarts e aguardem nova ordem. Minerva... – ele encarou longamente os olhos da professora – Não, é melhor que você acompanhe Tiago
e Longbottom. Vão a pé, Godric’s Hollow e do outro lado da colina e modifiquem a memória de qualquer testemunha trouxa. – Percebendo que o diretor terminara
de passar as instruções, todos se dispersaram, em um silencio aflito.
-Dumbledore – disse Sirius, se aproximando, uma enorme ferida rasgando o peito – Como vamos saber de quem são os corpos! Olhe só para isso!
-É horrível! – Concordou Dédalo Diggle. – Black tem razão professor.
Harry contemplou o que restara do jardim: um chão negro e carcaças humanas, horrivelmente mutiladas, irreconhecíveis e retorcidas, espalhadas como se fossem
rosas macabras. Sentiu uma dor horrível no coração. E odiou profundamente Voldemort e os comensais. Ouviu seu pai, que ainda não havia partido, para contemplar
melancolicamente a cena, dizer:
-Ah, eu odeio aqueles... Que não ousem se aproximar da Lily de novo! Eu morreria por ela. – uma lágrima caiu dos olhos do homem. Sirius e Lupin se aproximaram
do amigo.
-Sabe o que Lily me disse? – começou Lupin, com um ar de extrema tristeza – Que tudo isso... – englobou toda a cena com um gesto – que tudo isso também
é culpa nossa, que não tentamos, quando ainda havia tempo, convence-los de que estavam errados. E sabe, eu concordo com ela!
-Lílian é uma pessoa muito boa. – disse a professora Minerva, entrando timidamente na conversa. – Sempre foi.
Dumbledore olhou tristemente para todos e disse, com a voz grave:
-Vamos, ainda temos o que fazer.
Tiago despediu-se dos amigos e foi caminhando ao lado do Sr. Longbottom e de Mc Gonaggal, que disse, tentando consola-lo:
-Não fique assim Potter. Tudo dará certo. E... Epa! Para onde foi Pettigrew?
- Que? – Tiago virou-se e gritou para Sirius – Cara, você viu o Pedro?
- Que!?
-Ali! – disse Lupin, a vista ampliada pela licantropia, apontando para o que restara do quartinho de despejo. Todos correram até lá. Com um olhar horrorizado,
Lupin ergueu a carcaça queimada de um rato pelo rabo. – Essa não... Ele está... – O coração de Harry disparou, será que a batida tinha sido tão forte assim?
-Morto! – completou Diggle.
- E essa agora! – disse Tiago – Como vou dizer para Lílian? Ela adorava o Pedrinho!
Harry se sentiu suja, mas ao mesmo tempo aliviado: se vingara do verme que entregara seus pais. Mas, eles ainda não haviam sido entregues! Então, será que
tinha cometido uma injustiça? Olhou novamente para os corpos, que começavam a atrair corvos. O fedor de carne queimada fê-lo sentir-se realmente enjoado.
Nem ouviu o que Dumbledore disse sobre o morto. Com um disparo no coração, viu seu pai se afastando, agora acompanhado pelos amigos e por Longbottom. Dumbledore,
Minerva, Diggle e Papoula desaparataram, não queriam outras surpresas desagradáveis como essa. Quem não desse sinal em dois dias também estava morto.
Harry, sendo tomado por uma terrível aflição seguiu Tiago e os outros. Tivera sua chance: matara Rabicho, mas Voldemort ainda estava vivo e se ele não
fosse o escolhido, então, quem seria? Sibila já teria feito a previsão? Provavelmente sim, pela data. Pensou então, no que poderia acontecer: salvara seus
pais, mas quantas vidas seriam sacrificadas por causa disso? Se ele não fosse “o menino que sobreviveu”, então... Neville! Voldemort, não podendo entrar
na casa dos Potter, iria atrás dos Longbottom e pela lógica, conseguiria mata-los, mas, e daí? Aconteceria igual ao que aconteceu com Harry? Harry parou,
deixando-se cair de joelhos. Sua cabeça doia “E agora?” O passado já tinha sido mudado e tudo era muito estranho. Teve medo, não conseguia pensar “Preciso
de Rony e de Hermione.” As lágrimas começaram a brotar dos olhos de Potter, estava completamente destroçado. Amava seus pais, embora não os tivesse conhecido,
mas sentia-se sujo, egoísta. Sabia que por causa de sua escolha, as Trevas poderiam triunfar. Ficou mais preocupado ainda quando percebeu que não sabia
voltar para seu próprio tempo. Seu corpo foi tomado pelo desespero:
-Mãe! Pai! Por quê?!
-Mantorras! Parece que encontrei um herói de joelhos a chorar, coitadinho! - Ana e Mantorras Black começaram a rir.
Ainda rindo, Mantorras disse:
-Pois é priminha, coitadinho!
Harry levantou a cabeça e olhou para eles e disse, desesperado:
-Me ajudem! – mantorras virou-se para a prima, ainda sorrindo:
-Que dizes priminha aturamos este tipo que se achava o maior?
-Ah não sei... Mortos não voltam a vida. - olhou para o rosto molhado de Harry com um ligeiro interesse - Ok, ok, nós te ajudamos. O único jeito de compor
as coisas é você ir à casa dos seus pais e destruir os feitiços de proteção.
- Mas assim eles ficam vulneráveis! E Voldemort conseguirá... – Parou, estava sendo egoísta novamente.
-É pegar ou largar, não é fofinha? – disse Mantorras, mais para a menina Black do que para Harry.
-Claro que sim priminho! – Ela sorriu meigamente – Procure o número 50, Potter!
Harry olhou aturdido de um para outro. Mas sem dar outra resposta, os viajantes desapareceram no ar e Harry sentiu-se rodar no tempo. Quando parou viu-se
em uma vila de trouxas, uma enorme placa informando “Godric’s Hollow”. Iria cumprir sua missão o mais rápido que podia. Achou logo o número 50: era um
sobrado grande, branco, com janelas azuis e um jardim florido. Sentiu que teria gostado de crescer ali, saindo antes que os trouxas acordassem, para treinar
quadribol atrás da Colina. Esse pensamento foi interrompido pela lembrança do que acontecera, justamente “atrás da colina”. Olhando pela janela, viu sua
mãe sentada em uma poltrona, ninando um bebê – “Eu!” – e seu pai, em pé, ao lado, olhando a esposa e o filho com ternura. Sem que os seus pais percebessem
destruiu os feitiços que protegiam a casa do casal Potter, mas enquanto Harry o fazia apercebeu que algo se estava a passar na porta da frente. Seu coração
pulou, fechou os olhos e ao abri-los, viu seu pai lutando contra o Senhor do Mal, Harry assistiu sem poder fazer nada. Depois de eliminar o Tiago, Voldemort
foi atrás de Lílian (Lá fora Harry corria de janela em janela, tomado de um horror mudo). Lílian ouviu, apertando se bebê contra o corpo, a opção de ela
dar o filho e assim ter vida poupada, como ela não aceitou ele a matou. Quando o Lord virou-se para o bebe Harry, o Harry adolescente começou a ver tudo
rodando a uma velocidade alucinante. Sentiu-se caído no corredor de Hogwarts onde se encontrava antes de encontrar os Viajantes. Hermione e Rony entretidos
em um beijo no lado oposto. “Cleque”, algo bateu na sala fechada ao lado. Harry simplesmente fez-se de surdo e desceu por uma escada lateral, procurando
um banheiro para poder vomitar.
- FIM -
Fim do primeiro episódio da série Viajantes do Tempo. Ou vcs acham que só isso foi suficiente para dois
Black doidões? Aguardem...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!