– O veraneio antecipado.
Os raios de sol atravessaram a janela quebrada de uma das casas de aspecto mais desprezível da rua Magnólia, Londres. Um garoto de, por volta, onze anos, acordava aos poucos, devia ser meio-dia, ele se se encostou à cama, e puxou o despertador, realmente era meio-dia. Ele se levantou, vagamente, tentando lembrar-se com precisão do sonho que há pouco tempo tivera...
“ Havia um homem, alias, vários homens, um cavalo, meio humano,...” ele não entendia muito esse sonhos que haviam começado a pouco tempo, assim como as coisas estranhas que estavam começando a acontecer na casa, coisas como: pequenas labaredas de fogo subiam pro teto, e vagarosamente desciam ao chão, coisas mudavam de lugar, e coisas assim.
O verão havia sido antecipado há pelo menos um mês. Os dias passavam mais quentes que nunca, e o calor insuportável era previsto para todos os dias, assim como há algum tempo o governo pediu racionamento de luz e água.
As férias de meio de ano passavam rapidamente...
O garoto desceu as escadas e passou pelo corredor da cozinha, indo ao banheiro, colocou sua imagem à frente do espelho e viu um reflexo um tanto doentio, seu rosto estava branco e suado, por baixo dos cabelos bagunçados e castanhos, os olhos negros, ele se apoiou na parede, e reabrindo a porta se dirigiu à cozinha:
- Já é tarde, Richard. Disse o pai, Sr. Belmonte, um tanto receoso, a família inteira estava se comportando assim desde quando as coisas estranhas começaram a acontecer na casa. – O almoço, já vai ser posto...
- Ok. Ele disse em resposta.
- Filho... disse a mãe dele saindo de frente ao fogão e se dirigindo à ele. – Você está branco! O que houve?
- Não sei...
- É melhor levá-lo ao médico depois do almoço...
- Ok. Ele evitava falar, pois sentia-se mais exausto.
Os pais o olhavam preocupado durante seu almoço, ao fim, a Sra. Belmonte levantou-se e se dirigiu ao banheiro de onde voltou uma hora depois, já arrumada.
- Vá tomar banho, filho. Disse ela, carinhosamente, acariciando seus cabelos.
Ele se levantou e se dirigiu ao banheiro.
A viagem de metrô para o centro de Londres era demorada e, apesar do fato de que Richard estava quase desmaiando, ele não ligava muito para as sacolejadas do trem, o Ar abafado estava gerando uma série de nuvens negras do céu, e trovoadas e relâmpagos aconteciam em determinados intervalos.
- Filho... disse a sra. Belmonte preocupada. – Já vamos chegar...
Richard balançou a cabeça, positivamente.
O metrô parou na próxima estação, e Richard desembarcou com a sua mãe, passando por longas ruas movimentadas e com lojas de aspecto impecável. Alguns homens de terno negro desciam e subiam as ruas, de volta aos seus respectivos trabalhos, “voltando do almoço” imaginou Richard, sonolentamente.
O Hospital médico era um prédio um tanto limpo e brilhante demais, pensou Richard. Suas paredes eram brancas e brilhantes, o chão era limpo e um tanto encerado, em madeira, e uma estátua do fundador do hospital estava à um canto, à frente de sua foto na parede, em uma placa aos pés da estátua lia-se “Onny Belgin / 1877*1949, Criador, diretor, e Clínico Geral do hospital Everwood” , e ao lado do balcão onde se localizava a recepcionista, uma mulher corpulenta chamada Ina.
Não havia fila alguma no hospital, nem pessoas sendo atentidas, mas com certeza estava em funcionamento.
“Com licença, Sra Ina...” disse a sra. Belmonte.
“Sim.ela respondeu d forma um tanto rude.”
“Gostaríamos de nos consultar com o clínico geral, por favor...”
“O sr. Adam Belgin não está no momento, surgiu um compromisso de última hora para uma cirurgia no interior da cidade.”
“Mas a sra. Me disse mais cedo quando liguei que...”
“Sim, eu disse. Respondeu a recepcionista de forma mal-humorada. Essa cirurgia surgiu há pouco mais de...”
“MAS ISSO È UM ABSURDO!! DEVERIA HAVER UM SUBSTITUTO PARA CASOS COMO ESTE!!” respondeu a sra. Belmonte de forma tão estressada que Richard saltou para o lado, assustado.
-Vamos. Disse ela para o filho.
Eles voltaram ao metrô, então ela se virou e lhe entregou o dinheiro da passagem de volta para casa, Richard a olhou.
“Não se preocupe. Tenho que resolver uns problemas por aqui ainda, vá direto pra casa, e se comporte, e descanse...”
O metrô havia chegado...
Havia uma expressão estranha no olhar de sua mãe, mas ele achou que não deveria ser nada demais, se despediu e entrou no vagão do trem, após pagar a passagem.
A viagem de volta foi mais tranquila, embora demorada, Richard sentia-se melhor, ele voltou sua atenção de fora da janela pra dentro do metrô, e um barulho semelhante à um tiro de pistola o deixou abobalhado por um momento, ele voltou-se assustado, olhando em todas as direções, e viu um homem, mal vestido andando em sua direção, e sentou-se ao seu lado, um estardalhaço e correria se enchendo pelas cabines...
Ele começou a tremer...
- Me passa o dinheiro, moleque! Ele fedia a algo alcóolico e tinha a barba mal-feita. – Me passa logo ou eu...
Shhhh...
Crackk...
Uma labareda pequena de fogo caiu rapidamente do teto e bateu bem no peito do assaltante, suas roupas começaram a pegar fogo, Richard ergueu a cabeça, assustado, ninguém mas viu esse fato pois todos haviam corrido para frente, ao máximo perto do primeiro ou segundo vagão, o assaltante pulou, desesperado e atordoado pela janela, gritando enlouquecidamente.
Em meio às lágrimas, Richard se levantou a tempo de ver o assaltante rolar pela linha no chão, uivando de dor...
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