A despedida

Harry balançou a cabeça.
-Por favor Professor, não estou legal, queria ficar um pouco sozinho com a Melissa. Sabe...
Dumbledore ficou um pouco cabisbaixo, mas havia entendido o que Harry queria, ele sabia que o garoto jamais tocaria em Melissa de novo por causa de seu coma, por isso deixou o rapaz sair.
-Conversamos na escola então rapaz – Dizia Dumbledore saindo da sala.
Harry suspirou, não queria deixar o professor triste ou coisa assim, mas somente Harry sabia como estava se sentindo naquele momento.
Sabia que nunca mais iria poder conversar com Melissa, e que era chegada a hora de fazer uma coisa triste.
Harry sabia que ela estando viva era algo muito bom, e que pode vê-la pela ultima vez era melhor ainda, mas estava chegando o inevitável, a despedida.

Enquanto isso, do lado de fora do quarto de Hart.


-Quero dizer, é bem possível que ela retorne, mas, quem garante que ela irá se lembrar de quem é? – Dizia Arthur aos demais.
-É, bem provável mesmo – Disse Hikari de braço cruzados. – Mas o que Double disse era verdade, precisamos investigar. Eu fico na guarda da garota durante esse tempo.
Rony estava um pouco sem graça devido aos acontecimentos com seu amigo e aguardava Harry para saírem e comprarem algo para se distrair.
Harry apareceu no corredor e sem conversar com ninguém, entrou dentro do quarto.
A Curandeira saiu em seguida com Evelyn e Arnold.
-Ele deve querer falar com ela, eu acho – Disse Arnold um pouco chateado – Então, o que diziam?

***
Harry se sentou em uma cadeira que havia ao lado de Melissa. A garota estava com um lençol até o alto de seu peito e dormia profundamente.
Harry teve que admitir que ela era tão linda dormindo, que parecia que á qualquer momento ia acordar. Não aprecia aquela garota que vira caindo morta no chão da Floresta Proibida.
-Nossa, você mudou – Riu-se Harry ao ver os cabelos prateados dela – E pra melhor não?
Ele segurou uma das mãos de Melissa e a apertou com força.
-Sabe... Eu estava guardando isso quando nós saíssemos de férias – Dizia Harry com lágrimas surgindo no canto dos olhos – Mas... Você não esperou!
Ele mostrou duas alianças prateadas que reluziam muito.Ele as apertou contra a outra mão.
-Mas você nem sequer esperou que eu pedisse á seus tios você e em namoro! E pior ainda, não me disse que estava grávida! – Murmurou Harry que já não continha as lágrimas que percorriam sua face.
Melissa continuava dormindo e parecia não ouvir nada do que Harry dizia.
-Sabe, eu pensei que poderíamos ficar juntos... pensei que dessa vez eu teria a chance de ficar com alguém pra valer... Ficar pra sempre – Harry riu e esfregou os braços nos olhos, mas antes tirou seus óculos – Mas acho que não tenho essa sorte... Eu só me ferro comas pessoas que amo!
Ele engasgou com o choro e deitou sua cabeça na cama de Melissa onde chorou muito.
-Por isso... – Ele dizia entre os soluços – Eu acho que... Eu não vou poder... Digo, não vou poder mais estar com você. Não é? Você está dormindo aí, não vai acordar mais, nem sequer vai ver Tiago crescer...
Harry sabia que isso era uma despedida, sabia que a partir desse dia, teria que pensar em seguir com sua vida, sabia que não poderia se matar só por causa dela... Havia muitas pessoas que o queriam vivo.
-Então isso é... Hum, uma despedida – Murmurou Harry se erguendo e segurando as mãos da garota com força – Acho que já sabe não? Não vou poder te ver durante um bom tempo, as aulas já vão começar e... Disseram que você nunca mais vai acordar...
Harry se ergueu da cadeira e com cuidado beijou os lábios da garota adormecida. Ele beijou sua testa e se ajoelhou, onde ficou murmurando coisas sem nexo.
-Tudo culpa minha... Voldemort... Ele vai pagar... – Murmurava Harry.
Sem Harry notar, uma lágrima escorreu involuntariamente dos olhos de Melissa, que mesmo dormindo – talvez estivesse o escutado.
Ele se ergueu do chão e sorriu.
-Bom, tomara que um dia você acorde e veja o que eu fiz... Você vai ver! – Disse Harry tentando se animar – Eu vou ser uma grande pessoa, e Voldemort não estará mais aqui, isso eu prometo!
Ele saiu caminhando e se reuniu com os membros da Ordem e Rony.
-Podemos ir – Disse ele tentando disfarçar a tristeza.
-Ah sim – Mentia Lupin – Vamos voltar para casa... Lar doce lar...
-Onde tirou essa frase? – perguntava o Sr Weasley fingindo interesse.
-Vamos cara, eu quero te mostrar uma coleção de bonés que eu e os Gêmeos estamos fazendo – Dizia Rony dando tapas confortantes nos ombros de Harry.
Harry saiu do hospital, talvez pior do que estava quando tinha entrado. A alegria que tinha, se esvaíra ao ver o corpo inerte de Melissa, mas a raiva que tinha de Voldemort, tinha só aumentado.
-De uma coisa eu sei Ron – Disse Harry sério enquanto caminhavam sozinhos pelas ruas de Londres – Esse ano, será o ano em que Voldemort irá me pagar por todas as pessoas que me tirou.
Rony encarou Harry com tristeza.
-É amigo, eu sei como deve se sentir, mas deixa eu te perguntar... – Rony ficou incerto ao dizer isso – Por um acaso, você vai tentar namorar alguém de novo?
Harry encarou Rony, não com raiva, mas com cansaço.
-Namorar? – Ele parou para pensar, queria esquecer Melissa, para não sofrer com sua lembrança – Claro, estou precisando distrair a cabeça...
-Eu sei que ainda gosta pra valer da Mel, mas se não sabe, existe um infantaria militar em Hogwarts de garotas prontas para se declarar para você...
Harry encarou Rony com cansaço, ele sabia que o amigo queria que ele voltasse á sorrir.
-Olha só, eu vou dar uma chance á uma pessoa que realmente valha a pena! – Disse Harry – Só uma chance.
Rony sorriu meio que de canto e disse:
-Escuta só, lembra que eu e disse que a Gina gostava de voe?
-E?
-E que ela ainda gosta! Eu descobri isso. Depois que a Melissa ficou entrevada naquela cama, ela ficou meio que, com esperanças de ficar com você...
Harry encarou Rony pasmo, Gina ainda gostava dele?
-É claro que é apenas uma suposição, mas porque não tentar com minha irmã?
-Nem sabia disso – Dizia Harry confuso – Olha, eu vou tentar, mas não te garanto nada. Não quero ver Gina brava comigo por não lhe dar o que ela quer... Não estou pronto para ficar saindo com outras, preciso de um tempo.
Rony concordou com a cabeça.
-É cara, as aulas começam em uma semana, até lá, você pensa. No Expresso você me diz o que decidiu. Certo?
-Certo – Respondeu Harry retribuindo o sorriso do amigo. – “Eu vou pensar, preciso apenas de um tempo”

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