A Sala Precisa



-CAPÍTULO CINCO-

A Sala Precisa

Rony sentiu-se estúpido por não ter percebido antes. Ele conhecia Hermione há tanto tempo e não compreendia a razão de nada ter se esclarecido antes. Tudo ficou muito límpido em sua mente: Ele nunca havia tomado alguma atitude em namorar Mione porque pensava que Harry quem acabaria namorando ela. Draco sempre implicava com ela por puro ciúmes, e ele sempre brigava com ela por preocupação – E todos eram parte da mesma alma, em outra vida – o que mais importava para ele, era saber se de certo, se a Hermione chegou a topar com Tommy por ai. Resolveu o assunto logo de imediato, chegou ao pé da escada do dormitório das meninas e chamou pela garota.

- O que foi, Rony? – Ela estava branca – São sete horas da manhã! A primeira aula é as nove!

- Eu queria saber se você topou com algum fantasma por ai...

- Claro, todos os dias, ou você esqueceu que Hogwarts tem a maior povoação de fantasmas do Reino Unido? – ela parecia zangada – Não me diga que você me acordou para uma asneira dessas...

- Eu estou falando de um fantasma novo, que nunca apareceu antes – a maneira que Rony tratava o assuntou deixou claro para Hermione que a questão era sério, ela até baixou mais o tom de voz.

- Não vi nada de incomum – ela declarou – caso veja algo de anormal, como o pirraça se regenerando, te aviso.

- Ok, eu preciso ir – Rony girou os calcanhares e saiu pelo retrato da mulher gorda antes que Hermione pudesse avisá-lo que ele estava de pijama.

Rony estava de posse do mapa do maroto, foi fácil achar Tommy, ele estava em um dos boxes do banheiro das meninas. Murta estava junto.

O chão estava molhado, a chegada de Rony foi denunciada pelos seus passos escorregadios ele estava descalço. Tommy saiu de um dos boxes e foi até Rony, que o esperava próximo a uma das pias.

- Desculpe – Tommy se lamentou – Eu não deveria ter agido daquela maneira, fui um grosso.

- Esta tudo bem. – Rony também se desculpou – Eu nunca havia percebido nada, tanto que eu nunca senti nada quando conheci a Hermione.

- Eu também não senti nada quando a vi, mas percebi logo de imediato que ela era parte de nós.

- Como você consegue isso? – Rony perguntou.

- Eu e o Tom fizemos um ritual que nos dava o poder de percepção em encontrar os fragmentos das nossas almas. Eu não percebi nenhum ponto brilhante no ombro dele e ele também não viu nada no meu, mesmo assim nos amávamos. Há casos que também as outras encarnações da mesma alma não acabam se apaixonando.

- Eu sinto que amo você porque sei olhar nos seus olhos – Rony disse se aproximando mais de Tommy – Nós vamos sempre ser felizes...

A Murta apareceu no meio da conversa quando os dois estavam se abraçando “simbolicamente”.

- Tommy, você não consegue ver nada em mim? – ela perguntou, com a voz chorosa. Certamente estava apaixonada por ele.

- Sinto muito, murta – Tommy disse sorrindo – Acho que você deveria tentar alguma coisa com o Pirraça...

- Vá a merda – ela xingou, e como de costume, mergulhou em uma das privadas.

Os dois se olharam e caíram na risada.

- Olhe, eu preciso ir me trocar e descer para o desjejum. Depois a gente se vê, ok? – Rony sugeriu.

- Vou estar passeando nos quadros das salas de aula onde você estiver. – Tommy falou.

Deram mais um “abraço” e se despediram.

***
Finalmente chegou o grande dia. Rony estava ansioso, foi até a sala precisa durante a madrugada para garantir que tudo estava indo bem e que A Ira dos Anjos estava em ordem. Durante o dia, mal conseguiu prestar atenção nas aulas. Na hora do almoço, Hermione resolveu trocar uma palavrinha com ele.

- Rony... – Ela o chamou – a gente precisa conversar. Acho que você não esta muito legal.

- Como assim? – Rony perguntou.

- Tem agido de maneira estranha. O que esta acontecendo.

Rony pareceu cogitar a idéia com Hermione, afinal, ela também era parte de tudo aquilo, precisaria estar avisada sobre tudo o que ele estava planejando fazer, ainda mais porque Tommy voltaria a vida e estaria entre eles em menos de seis horas.

- Vamos até a Grifinória que eu te explico tudo – Rony falou. Decidiu que não seria bom que Tommy a visse com ela, por enquanto.

Chegando lá, encontraram um lugar reservado, próximo a lareira. Rony começou a contar toda a história. Hermione estava pálida quando ele terminou de dizer tudo a ela. Cogitou a cara de pavor dela relacionada a sua admissão quanto a ser gay, não sobre a historia de Tommy. Rony achou melhor não mencionar a Ira dos Anjos.

- Puxa, uma aventura entanto – Hermione falou – Bom, Rony, não me leve a mal mas eu preciso correr até a aula de Quiromancia. Fiquei feliz por você ter sido aberto comigo e confiado tanto. Depois a gente conversa, tudo bem?

Rony assentiu com a cabeça, satisfeito. Finalmente, desabafou tudo com alguém, pensou que chegaria a enlouquecer se não pudesse confiar em alguém pra contar suas coisas. Esperaria ate Tommy ser um menino de verdade para se abrir mais.

***
- Aonde você está me levando? – Tommy perguntou para Rony quando já estavam de frente para a sala precisa.

- Tenho uma surpresa – Rony abriu a porta e os dois entraram.

- O que é isso? – Tommy apontou para a Ira dos Anjos.

- Uma máquina – Rony disse para seu namorado – Ela faz uma mágica muito especial. Só falta realizar uma ultima tarefa para que tudo fique certo.

Rony fechou os olhos e concentrou-se no pedido. Em segundos, sentiu um peso anormal em seu bolso esquerdo. Quando enfiou a mão lá, tirou uma pedra-filosofal de dentro.

- Minha nossa! – Tommy estava surpreendido com o poder da sala precisa – O que vai fazer com isso?

Rony não respondeu, foi até a maquina e colocou a pedra em um suporte especialmente em suas dimensões. Rony virou-se para Tommy. Nos quase dez minutos que se passou depois, ficou explicando ao fantasma do garoto, o que era aquela maquina e o que ela faria. No final, Rony percebeu que Tommy estava um tanto emocionado.

- Me sinto verdadeiramente amado por você ter tentado uma coisa dessas – Tommy disse por fim – Seu esforço valhe o risco de testar a maquina, não acredito que eu vá desaparecer se tudo der errado. Confio em você.

- Ótimo – Rony sorriu – Agora, entre na maquina, por favor.

- Claro! – Tommy entrou na enorme Câmara - O que eu devo fazer?

- Faça o pedido – Rony disse – peça para você se tornar um menino de verdade.
Ok – Tommy mostrou o polegar.

Rony fechou a porta da Maquina. Não era possível ver o que se passava do lado de dentro. Rony acionou os botões da máquina. Iniciou toda a seqüência, conferia todos os passos no livro.As válvulas começaram a se mover e um suave barulho (graças a um poderoso feitiço silenciador) das engrenagens preenchia o ambiente.

No lado de dentro, Tommy repitia a prece...

“Eu quero ser um menino de verdade. Ira dos Anjos, eu suplico, me torne um menino de verdade... Por favor, eu quero ser um menino de verdade! Ira dos Anjos...”.

No final do processo, quando toda a pedra filosofal foi absorvida, Rony descompressou a porta, com rapidez e a abriu, levou uns segundos ate toda a fumaça sumir. Seus olhos demoraram a se acostumar com a forte luz que saia de dentro da câmara, quando finalmente pode ver, seus olhos encheram-se de lágrimas.

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